segunda-feira, 1 de abril de 2024

Via Sacra no Coliseu 2024: Meditações do Papa Francisco

Neste ano de 2024, no contexto do Ano da Oração em preparação para o Jubileu de 2025, as meditações para a tradicional oração da Via Sacra na noite da Sexta-feira Santa junto ao Coliseu foram escritas pelo Papa Francisco, intituladas “Em oração com Jesus no caminho da Cruz”.

As meditações seguiram o esquema “tradicional” das 14 estações, com uma pequena alteração: ao invés da terceira queda de Jesus, se meditaram suas últimas palavras sobre a Cruz. Para saber mais, confira nossa postagem sobre a história e a teologia da Via Sacra.

Como ilustrações ao texto do Pontífice argentino, propomos as esculturas do “Calvário de Tandil”, na província de Buenos Aires.

Sexta-Feira Santa
Via Sacra no Coliseu
29 de março de 2024
Meditações do Papa Francisco:
«Em oração com Jesus no caminho da Cruz»

Canto inicial
Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi: quia per sanctam crucem tuam redemisti mundum.

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. R: Amém.

Introdução

Senhor Jesus, olhamos para a vossa cruz e compreendemos que destes tudo por nós. Dedicamos a Vós este tempo. Queremos passá-lo aos vossos pés, que rezastes desde o Getsêmani até ao Calvário. No Ano de Oração, unimo-nos ao vosso caminho de oração.


Do Evangelho segundo Marcos (Mc 14,32-37)
Chegados a um lugar chamado Getsêmani, (...) Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a sentir pavor e angústia. Então lhes disse: “(...). Ficai aqui e vigiai”. Jesus foi um pouco mais adiante e, prostrando-se por terra, rezava (...): “Abbá! Pai! Tudo te é possível: Afasta de mim este cálice! Contudo, não seja feito o que Eu quero, mas sim o que tu queres!”. Voltando, encontrou os discípulos dormindo. Então disse a Pedro: “(...). Não pudeste vigiar nem mesmo uma hora?”.

Senhor, preparastes com a oração cada uma das vossas jornadas e agora, no Getsêmani, preparais a Páscoa. “Abbá, Pai! Tudo te é possível”, dizeis Vós, porque a oração é antes de tudo diálogo e intimidade; mas é também luta e súplica: Afasta de mim este cálice!”. E é abandono e oferta: “Não seja feito o que Eu quero, mas sim o que Tu queres”. Assim, em oração, entrastes pela porta estreita do nosso sofrimento e a atravessastes profundamente. Sentistes medo e angústia (cf. Mc 14, 33): medo diante da morte, angústia sob o peso do nosso pecado que experimentastes sobre Vós, enquanto vos invadia uma amargura infinita. Mas, no apogeu da luta, rezastes «com mais insistência» (Lc 22,44): assim transformastes a veemência do sofrimento em oferta de amor.

Uma coisa apenas nos pedistes: ficar convosco, vigiar. Não nos pedis o impossível, mas a proximidade. No entanto, quantas vezes me distanciei de Vós! Quantas vezes, como os discípulos, em vez de vigiar, dormi; quantas vezes não tive tempo ou vontade de rezar porque cansado, anestesiado pelas comodidades, sonolento na alma. Jesus, repeti novamente para mim, para nós, vossa Igreja: «Levantai-vos e orai» (Lc 22,46). Acordai-nos, Senhor, despertai-nos do torpor do coração, porque também hoje, sobretudo hoje, precisais da nossa oração.

I Estação: Jesus é condenado à morte

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo Marcos (Mc 14,60-61; 15,4-5)
O Sumo Sacerdote levantou-se no meio deles e interrogou a Jesus: “Nada tens a responder ao que estes testemunham contra ti?”. Jesus continuou calado, e nada respondeu. (...) Pilatos o interrogou novamente: “Nada tens a responder? Vê de quanta coisa te acusam!”. Mas Jesus não respondeu mais nada, de modo que Pilatos ficou admirado.


Jesus, sois a vida, e acabais condenado à morte; sois a verdade, e suportastes um processo cheio de falsidades. Mas por que não reclamais? Por que não levantais a voz e explicais as vossas razões? Por que não refutais os eruditos e os poderosos, como sempre fizestes com tanto sucesso? A vossa reação é surpreendente, Jesus: no momento decisivo, não falais; vos calais. Porque, quanto mais forte é o mal, mais radical é a vossa resposta. E a vossa resposta é o silêncio. Mas o vosso silêncio é fecundo: é oração, é mansidão, é perdão, é o caminho para redimir do mal, para converter o que sofreis em um dom que ofereceis. Jesus, dou-me conta de vos conhecer pouco, porque não conheço suficientemente o vosso silêncio; porque no frenesi de correr e fazer, absorvido pelas coisas, tomado pelo medo de não continuar a figurar ou pela mania de me colocar no centro, não encontro tempo para parar e ficar convosco: para deixar agir a Vós, Palavra do Pai que trabalhais no silêncio. Jesus, o vosso silêncio mexe comigo: ensina-me que a oração não nasce dos lábios que se movem, mas de um coração que sabe permanecer à escuta: porque rezar é fazer-se dócil à vossa Palavra, é adorar a vossa presença.

Rezemos dizendo: Falai ao meu coração, Jesus.
Vós que respondeis ao mal com o bem...
Vós que extinguis o clamor com a mansidão...
Vós que detestais a crítica e as lamentações...
Vós que me conheceis intimamente...
Vós que me tendes mais amor do que me amo eu mesmo...

Pai nosso...


II Estação: Jesus carrega a cruz

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Da Primeira Carta de Pedro (1Pd 2,24)
Sobre a cruz, carregou nossos pecados em seu próprio corpo, a fim de que, mortos para os pecados, vivamos para a justiça. Por suas feridas fostes curados.


Jesus, também nós carregamos cruzes, às vezes muito pesadas: uma doença, um acidente, a morte de um ente querido, uma desilusão afetiva, um filho que anda perdido, o emprego que falta, uma ferida interior que não cura, o fracasso de um projeto, a milésima expectativa para nada... Jesus, como se faz então para rezar? Como fazer quando me sinto esmagado pela vida, quando um fardo me pesa no coração, quando estou sob pressão e já não tenho força para reagir? A vossa resposta reside em uma proposta: «Vinde a mim, todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e Eu vos darei descanso» (Mt 11,28). Ir a Vós..., mas eu fecho-me em mim: passo e repasso, sinto pena de mim mesmo, afundo na condição de vítima, um campeão de negatividade. Vinde a mim: dizê-lo, não foi suficiente! Então vindes ao nosso encontro e carregais aos ombros a nossa cruz, para nos tirar de cima o seu peso. Desejais que lancemos sobre Vós fadigas e preocupações, pois quereis que nos sintamos livres e amados em Vós. Obrigado, Jesus! Uno a minha cruz à vossa, vos trago o meu cansaço e as minhas misérias, lanço sobre Vós todos os pesos do meu coração.

Rezemos dizendo: Venho a Vós, Senhor.
Com a minha história...
Com os meus cansaços...
Com as minhas limitações e fragilidades...
Com os meus temores...
Depositando toda a confiança no vosso amor...

Pai nosso...

Cuius ánimam geméntem, contristátam et doléntem, pertransívit gládius.

III Estação: Jesus cai pela primeira vez
 
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
 
Do Evangelho segundo João (Jo 12,24)
Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas, se morre, então produz muito fruto.


Caístes, Jesus! Em que pensais, como rezais com a face no pó? Mas sobretudo o que vos dá a força para levantar? Enquanto estais com o rosto por terra, já não podendo ver o céu, vos imagino a repetir no coração: Pai, que estais nos céus. O olhar amoroso do Pai, que pousa sobre Vós, é a vossa força. Mas imagino também que, enquanto beijais a terra árida e fria, estejais pensando no homem, tirado da terra, a pensar em nós, que estamos no centro do vosso coração; e repetis as palavras do vosso Testamento: «Isto é o meu corpo, que é dado por vós» (Lc 22,19). O amor do Pai por Vós, e o vosso por nós. O amor: aqui está a mola que vos faz levantar e prosseguir. Porque quem ama não fica por terra, recomeça; quem ama não se cansa, corre; quem ama, voa. Jesus, vos peço sempre muitas coisas, mas só preciso de uma: saber amar. Cairei na vida, mas, com o amor, poderei levantar-me e continuar adiante, como fizestes Vós, que sois perito em quedas. De fato, a vossa vida foi um cair contínuo ao nosso encontro: de Deus para homem, de homem para servo, de servo para crucificado, até ao túmulo; caístes na terra como semente que morre; caístes para nos reerguer da terra e levar para o Céu. Vós que levantais do pó e fazeis renascer a esperança, dai-me forças para amar e recomeçar.

Rezemos dizendo: Jesus, dai-me a força de amar e recomeçar.
Quando prevalece a desilusão...
Quando caem sobre mim os juízos dos outros...
Quando nada funciona e me torno impaciente...
Quando sinto que não aguento mais...
Quando me oprime o pensamento de que nada mudará...

Pai nosso...

O quam tristis et afflícta fuit illa benedícta Mater Unigéniti!

IV Estação: Jesus encontra sua Mãe

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo João (Jo 19,26-27)
Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que Ele amava, (...) disse ao discípulo: “Esta é a tua mãe”. Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo.


Jesus, os vossos vos abandonaram, Judas vos traiu, Pedro vos renegou: ficastes sozinho com a cruz. Mas está lá a vossa mãe. Não são necessárias palavras, bastam os seus olhos, que sabem enfrentar o sofrimento e ocupar-se dele. Jesus, no olhar de Maria cheio de lágrimas e de luz, encontrais a memória da ternura, das carícias, dos braços amorosos que sempre vos acolheram e sustentaram. O olhar materno é o olhar da memória, que nos fundamenta no bem. Não se pode prescindir de uma mãe que nos traz ao mundo, mas também não podemos prescindir de uma mãe que nos ponha direitos, no mundo. Vós o sabeis e, da cruz, dais-nos a vossa própria mãe. Esta é a tua mãe - dizeis ao discípulo, a cada um de nós: depois da Eucaristia, dais-nos Maria, a dádiva extrema antes de morrer. Jesus, no vosso caminho, vos serviu conforto a recordação do seu amor; também o meu caminho precisa se fundar na memória do bem. Dou-me conta, porém, que a minha oração é pobre de memória: rápida, apressada, uma lista de necessidades para hoje e amanhã. Maria, detém a minha corrida! Ajuda-me a fazer memória: a guardar a graça, a lembrar o perdão e os prodígios de Deus, a reavivar o primeiro amor, a saborear as maravilhas da providência, a chorar de gratidão.

Rezemos dizendo: Senhor, reavivai em mim a recordação do vosso amor.
Quando reaparecem as feridas do passado...
Quando perco o sentido e o fio das coisas...
Quando perco de vista os dons que recebi...
Quando perco de vista o dom que sou...
Quando me esqueço de vos agradecer...

Pai nosso...

Quae maerébat et dolébat pia Mater, cum vidébat Nati poenas íncliti.

V Estação: Jesus é ajudado pelo Cireneu

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo Lucas (Lc 23,26)
Enquanto levavam Jesus, pegaram um certo Simão, de Cirene, que voltava do campo, e impuseram-lhe a cruz para carregá-la atrás de Jesus.


Jesus, quantas vezes, diante dos desafios da vida, presumimos de superá-los sozinhos! Como é difícil pedir uma mão, com medo de dar a impressão de não estarmos à altura; temos sempre a preocupação de parecer bem e de nos exibir! Não é fácil fiar-se, e menos ainda entregar-se. Mas quem reza sabe que é um necessitado e Vós, Jesus, estais habituado a vos entregar na oração. Assim, não desprezais a ajuda do Cireneu. Expondes as vossas fragilidades a ele, um homem simples, um agricultor que volta do campo. Obrigado porque, fazendo-vos amparar na necessidade, apagais a imagem de um deus invulnerável e distante. Não sois imóvel no poder, mas invencível no amor, e ensinai-nos que amar significa socorrer os outros precisamente nisto: nas fragilidades das quais se envergonham. Então as fragilidades transformam-se em oportunidades. Assim aconteceu ao Cireneu: a vossa fragilidade mudou a sua vida; e um dia se dará conta de ter socorrido o seu Salvador, ter sido redimido através daquela cruz que levou. Para que a minha vida também mude, vos peço, Jesus: ajudai-me a baixar as defesas e deixar-me amar por Vós, precisamente no ponto onde tenho mais vergonha de mim mesmo.

Rezemos dizendo: Curai-me, Jesus!
De toda a presunção de autossuficiência...
De pensar que consigo sem Vós e sem os outros...
Da mania do perfeccionismo...
Da relutância em vos entregar as minhas misérias...
Da pressa frente aos necessitados que encontro no caminho...

Pai nosso...

Quis est homo qui non fleret, Matrem Christi si vidéret in tanto supplício?

VI Estação: Jesus é confortado pela Verônica que lhe enxuga o rosto

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Da Segunda Carta de Paulo aos Coríntios (2Cor 1,3-5)
Bendito seja Deus (...), o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação. Ele nos consola em todas as nossas aflições, para que (...) possamos consolar os que se acham em toda e qualquer aflição. Pois, à medida que os sofrimentos de Cristo crescem para nós, cresce também a nossa consolação por Cristo.


Jesus, muitos acompanham o espetáculo bárbaro da vossa execução e, sem vos conhecer nem conhecer a verdade, proferem sentenças e condenações, lançando sobre Vós infâmia e desprezo. O mesmo acontece hoje, Senhor, e nem sequer é preciso um cortejo macabro: basta um teclado para insultar e publicar sentenças. Mas, enquanto muitos gritam e condenam, abre caminho no meio da multidão uma mulher. Não fala; age. Não insulta; se compadece. Vai contracorrente: sozinha, com a coragem da compaixão, arrisca por amor, encontra forma de passar por entre os soldados apenas para vos dar o conforto de uma carícia no rosto. O seu gesto passará à história, e é um gesto de consolação. Quantas vezes invoco a vossa consolação, Jesus! Mas a Verônica lembra-me que também Vós precisais da consolação: Vós, um Deus próximo, pedis a minha proximidade; Vós, meu consolador, quereis ser consolado por mim. Amor não amado, também hoje procurais no meio da multidão corações sensíveis ao vosso sofrimento, à vossa amargura. Procurais verdadeiros adoradores que, em espírito e verdade (cf. Jo 4,23), permaneçam convosco (cf. Jo 15), Amor abandonado. Jesus, acendei em mim o desejo de estar convosco, de vos adorar e consolar. E fazei que eu seja, em vosso nome, consolação para os outros.

Rezemos dizendo: Tornai-me testemunha da vossa consolação.
Deus de misericórdia, próximo de quem tem o coração ferido...
Deus de ternura, que vos comoveis por nós...
Deus de compaixão, que detestais a indiferença...
Vós que ficais triste quando aponto o dedo contra os outros...
Vós que não viestes para condenar, mas para salvar ...

Pai nosso...

Quis non posset contristári, Christi Matrem contemplári, doléntem cum Filio?

VII Estação: Jesus cai de novo sob o peso da cruz

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo Lucas (Lc 15,17-18.20-22.24)
[O filho mais novo] caiu em si e disse: “(...). Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei (...)”. Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos. O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei (...). Já não mereço ser chamado teu filho”. Mas o pai disse: “(...) este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado”.


Jesus, a cruz pesa! Carrega o peso da derrota, do fracasso, da humilhação. Compreendo-o quando me sinto esmagado pelas coisas, metralhado pela vida e incompreendido pelos outros; quando sinto o peso excessivo e enervante da responsabilidade e do trabalho, quando estou comprimido pelas garras da ansiedade, assaltado pela melancolia, enquanto um pensamento sufocante me vai repetindo: não vais sair desta, desta vez não te erguerás. Mas há pior. Dou-me conta de tocar o fundo, quando volto a cair no mesmo: quando caio de novo nos meus erros, nos meus pecados, quando me escandalizo dos outros e depois percebo que não sou diferente. Não há nada pior do que ficar desiludido consigo mesmo, esmagado pelo sentimento de culpa. Mas Vós, Jesus, caístes várias vezes sob o peso da cruz, para estar perto de mim quando volto a cair. Convosco a esperança nunca acaba e, depois de cada queda, levanto-me outra vez, porque, quando erro, não vos cansais de mim, mas vos aproximais ainda mais. Obrigado por esperardes por mim; obrigado porque volto a cair tantas vezes e me perdoais infinitas vezes: sempre. Recordai-me que as quedas podem tornar-se momentos cruciais no caminho, porque me levam a compreender a única coisa que importa: que preciso de Vós. Jesus, gravai no meu coração a certeza mais importante: que só me levanto verdadeiramente quando Vós me levantais, quando me libertais dos pecados. Porque a vida não recomeça das minhas palavras, mas do vosso perdão.

Rezemos dizendo: Levantai-me, Jesus!
Quando, paralisado pela desconfiança, sinto tristeza e desânimo...
Quando vejo a minha inadequação e me sinto inútil ...
Quando prevalecem a vergonha e o medo de não conseguir...
Quando me sinto tentado a perder a esperança...
Quando esqueço que a minha força está no vosso perdão...

Pai nosso...

Pro peccátis suae gentis vidit Iesum in torméntis et flagéllis súbditum.

VIII Estação: Jesus encontra as mulheres de Jerusalém

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo Lucas (Lc 23,27)
Seguia Jesus uma grande multidão do povo e de mulheres que batiam no peito e choravam por Ele.


Jesus, quem vos segue até ao fim pelo caminho da cruz? Não os poderosos, que vos esperam no Calvário, nem os espectadores que estão longe, mas as pessoas simples, grandes aos vossos olhos e pequenas aos olhos do mundo. São as mulheres a quem destes esperança: não têm voz, mas fazem-se ouvir. Ajudai-nos a reconhecer a grandeza das mulheres, daquelas que foram fiéis e estiveram perto de Vós na Páscoa, mas também daquelas que ainda hoje são descartadas, sofrendo ultrajes e violências. Jesus, as mulheres que encontrais batem no peito e choram por Vós. Não choram por si mesmas, mas por Vós; choram pelo mal e o pecado do mundo. A sua oração feita de lágrimas chega ao vosso coração. E a minha oração, sabe chorar? Comovo-me diante de Vós, crucificado por mim, diante do vosso amor manso e ferido? Choro as minhas falsidades e a minha inconstância? À vista das tragédias do mundo, o meu coração permanece gelado ou se enternece? Como reajo à loucura da guerra, a rostos de crianças que já não sabem sorrir, a mães que as veem desnutridas e famintas e não têm mais lágrimas para derramar? Vós, Jesus, chorastes por Jerusalém, chorastes pela dureza do nosso coração. Sacudi-me no meu íntimo, dai-me a graça de chorar rezando e de rezar chorando.

Rezemos dizendo: Jesus, enternecei o meu coração endurecido.
Vós que conheceis os segredos do coração...
Vós que vos entristeceis face à dureza dos ânimos...
Vós que amais os corações humildes e contritos...
Vós que enxugastes com o perdão as lágrimas de Pedro...
Vós que transformais o choro em canto...

Pai nosso...

Eia, mater, fons amóris, me sentíre vim dolóris fac, ut tecum lúgeam.

IX Estação: Jesus é despojado das suas vestes

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo Mateus (Mt 25,37-40)
“Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?” Então o Rei lhes responderá: “Em verdade vos digo que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!”.


Jesus, disseste estas palavras antes da Paixão. Agora compreendo a vossa insistência em vos identificar com os necessitados: Vós estivestes encarcerado; Vós sois tratado como estrangeiro, levado até fora da cidade para ser crucificado; Vós estais nu, despojado das vestes; Vós, doente e ferido; Vós, sedento na cruz e faminto de amor. Fazei que eu vos veja nos atribulados e veja os atribulados em Vós, porque Vós estais neles, em quem é despojado de dignidade, nos “cristos” humilhados pela prepotência e pela injustiça, por lucros iníquos obtidos à custa dos outros na indiferença geral. Olho para Vós, Jesus, despojado das vestes, e compreendo que me convidais a despojar-me de tantas exterioridades. Porque Vós não olhais para as aparências, mas para o coração. E não quereis uma oração estéril, mas caritativamente fecunda. Deus despido, desnudai-me também a mim. Porque é fácil falar, mas será que vos amo de verdade nos pobres, a vossa carne ferida? Rezo por quem está despojado de dignidade? Ou rezo apenas para acudir às minhas necessidades e rodear-me de segurança? Jesus, a vossa verdade desnuda-me e leva-me a centrar no que importa: Vós crucificado e os irmãos crucificados. Dai-me a graça de compreendê-lo agora, para não ser encontrado despojado de amor quando me apresentar diante de Vós.

Rezemos dizendo: Despojai-me, Senhor Jesus!
Do apego às aparências...
Da couraça da indiferença...
De julgar que não toca a mim socorrer os outros...
De um culto feito de puritanismo e exterioridade...
Da convicção de que a vida corre bem, se eu estiver bem...

Pai nosso...

Fac ut árdeat cor meum in amándo Christum Deum, ut sibi compláceam.

X Estação: Jesus é pregado na cruz
 
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
 
Do Evangelho segundo Lucas (Lc 23,33-34)
Quando chegaram ao lugar chamado “Calvário”, ali crucificaram Jesus e os malfeitores: um à sua direita e outro à sua esquerda. Jesus dizia: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!”.


Jesus, traspassam vossos braços e pés com cravos, dilacerando-vos as carnes; mas é agora, quando o sofrimento físico é mais atroz, que brota dos vossos lábios a oração impossível: perdoais a quem vos está cravando os pregos nos pulsos. E não apenas uma vez, mas muitas, como recorda o Evangelho com esta forma verbal que indica uma ação repetida: dizia «Pai, perdoa-lhes...». Convosco, Jesus, também eu posso encontrar a coragem de escolher o perdão, que liberta o coração e relança a vida. E, Senhor, não vos basta perdoar-nos, quereis também desculpar-nos diante do Pai: não sabem o que fazem. Assumis a nossa defesa, vos fazeis nosso advogado, intercedeis por nós. Agora que as vossas mãos, com as quais abençoáveis e curáveis, estão pregadas, e que os vossos pés, com que leváveis a boa nova, já não podem caminhar, agora, na impotência, revelais-nos a onipotência da oração. No alto do Gólgota, manifestais-nos a sublimidade da oração de intercessão, que salva o mundo. Jesus, que eu reze não só por mim e pelos meus entes queridos, mas também por quem não me quer bem e me faz mal; que eu reze, segundo os desejos do vosso coração, por quem vive longe de Vós; que eu reze para reparar e interceder em favor de quantos, ignorando-vos, não conhecem a alegria de vos amar e ser perdoados por Vós.

Rezemos dizendo: Pai, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.
Pela dolorosa Paixão de Jesus...
Pelo poder das suas chagas...
Pelo seu perdão na cruz...
Por quantos perdoam por vosso amor...
Por intercessão de quantos creem, adoram, esperam e vos amam...

Pai nosso...

Sancta Mater, istud agas, Crucifíxi fige plagas cordi meo válide.

XI Estação: Jesus grita o seu abandono

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo Mateus (Mt 27,45-46)
Desde o meio-dia até às três horas da tarde, houve escuridão sobre toda a terra. Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito: “Eli, Eli, lamá sabactâni?”, que quer dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”.


Jesus, eis a oração inaudita! Gritais ao Pai o vosso abandono. Vós, Deus do céu, não trovejais respostas, mas perguntais “por quê?”. No auge da Paixão, sentis a distância do Pai; e já nem o chamais Pai - como sempre -, mas Deus, como se já não conseguísseis identificar o seu rosto. Por que sucede isto? Para mergulhardes até ao fundo no abismo do nosso sofrimento. Fizeste-o por mim, para que, quando vir apenas escuridão, quando experimentar o colapso das certezas e o naufrágio da vida, já não me sinta só, mas acredite que Vós estais lá comigo: Vós, Deus da comunhão, que experimentais o abandono para não me deixar refém da solidão. Quando gritastes o vosso “porquê”, fizeste-lo com um salmo (Sl 21): assim trouxestes à oração a desolação mais extrema. Eis o que se deve fazer nas tempestades da vida: em vez de calar e guardar dentro, gritar por Vós. Glória a Vós, Senhor Jesus, porque não fugistes da minha confusão, mas viveste-a profundamente; louvor e glória a Vós que, assumindo todas as distâncias, vos fizestes próximo de quem está mais longe de Vós. E, na escuridão dos meus “porquês”, encontro a Vós, Jesus, luz na noite. E, no grito de tantas pessoas sozinhas e excluídas, oprimidas e abandonadas, revejo a Vós, meu Deus: fazei que vos reconheça e vos ame.

Rezemos dizendo: Jesus, fazei que vos reconheça e vos ame.
Nas crianças não nascidas e nas abandonadas...
Em tantos jovens à espera de alguém que ouça o seu grito de dor...
Nos inúmeros idosos descartados...
Nos presos e em quem vive sozinho...
Nos povos mais explorados e esquecidos...

Pai nosso...

Tui Nati vulneráti, tam dignáti pro me pati, poenas mecum dívide.

XII Estação: Jesus morre entregando-se ao Pai e dando ao bom ladrão o Paraíso

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo Lucas (Lc 23,42-43.46)
[Um dos malfeitores crucificados] disse: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado”. Jesus lhe respondeu: “Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso”. (...) Jesus deu um forte grito: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”. Dizendo isso, expirou.


Jesus, um malfeitor no Paraíso! Ele confia-se a Vós, e Vós o confiais juntamente convosco ao Pai. Deus do impossível, de um ladrão fazeis um santo. Mais: no Calvário, mudais o curso da história. Fazeis da cruz, emblema do suplício, o ícone do amor; do muro da morte, uma ponte para a vida. Transformais as trevas em luz, a separação em comunhão, o sofrimento em dança, e o próprio túmulo - última estação da vida - no ponto de partida da esperança. Mas estas inversões, realizai-as conosco, nunca sem nós. Jesus, lembrai-vos de mim: esta oração sincera vos permitiu fazer maravilhas na vida daquele malfeitor. Força inaudita da oração. Às vezes penso que a minha oração não seja ouvida, mas o essencial é perseverar, ter constância, recordar-se de vos dizer: «Jesus, lembrai-vos de mim». Lembrai-vos de mim e o meu mal já não será última paragem, mas um recomeço. Lembrai-vos, isto é, colocai-me de novo no vosso coração, mesmo quando me afastar, quando me perder na roda da vida que gira loucamente. Lembrai-vos de mim, Jesus, porque ser recordado por Vós - assim no-lo mostra o bom ladrão - é entrar no Paraíso. Sobretudo lembrai-me, Jesus, que a minha oração pode mudar a história.

Rezemos dizendo: Jesus, lembrai-vos de mim.
Quando a esperança se desvanece e reina a desilusão...
Quando sou incapaz de tomar uma decisão...
Quando perco a fé em mim e nos outros...
Quando perco de vista a grandeza do vosso amor...
Quando penso que minha oração seja inútil...

Pai nosso...

Vidit suum dulcem Natum moriéntem desolátum, cum emísit spíritum.

XIII Estação: Jesus é descido da cruz e posto nos braços de Maria

Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Do Evangelho segundo Lucas (Lc 2,34-35)
Simeão (...) e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. (...) Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”.


Maria, depois do teu «sim», o Verbo se fez carne no teu ventre; agora, reclinada sobre o teu ventre, está a sua carne torturada: aquele menino que trazias nos braços é um cadáver dilacerado. E, todavia, agora no momento mais doloroso, resplandece a tua oferta: uma espada te traspassa a alma e a tua oração continua a ser um «sim» a Deus. Maria, nós somos pobres de «sins» e ricos de «ses»: se tivesse tido pais melhores, se tivesse sido mais compreendido e amado, se a minha carreira tivesse corrido melhor, se não tivesse havido aquele problema, se eu ao menos deixasse de sofrer, se Deus me ouvisse... Ao perguntar-nos perpetuamente pelo porquê das coisas, sentimos dificuldade em viver o presente com amor. Tu terias muitos «ses» para dizer a Deus, mas ainda dizes «sim». Forte na fé, acreditas que o sofrimento, permeado pelo amor, produz frutos de salvação; que o sofrimento com Deus não tem a última palavra. E, enquanto seguras nos braços Jesus inanimado, ressoam em ti as últimas palavras que Ele te dirigiu: Este é o teu filho (Jo 19,26). Mãe, sou eu aquele filho! Acolhe-me nos teus braços e debruça-te sobre as minhas feridas. Ajuda-me a dizer «sim» a Deus, «sim» ao amor. Mãe de piedade, vivemos em um tempo cruel e precisamos de compaixão: tu, terna e forte, unge-nos de mansidão: dissolve as resistências do coração e os nós da alma.

Rezemos dizendo: Toma-me pela mão, Maria.
Quando cedo a recriminações e ao vitimismo...
Quando deixo de lutar aceitando conviver com as minhas falsidades...
Quando vou adiando e não encontro a coragem de dizer «sim» a Deus...
Quando sou indulgente comigo mesmo e inflexível com os outros...
Quando quero que a Igreja e o mundo mudem, mas eu não mudo...

Pai nosso...

Fac me vere tecum flere, Crucifíxo condolére, donec ego víxero.

XIV Estação: Jesus é colocado no túmulo de José de Arimateia
 
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos.
R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
 
Do Evangelho segundo Mateus (Mt 27,57-60)
Ao entardecer, veio um homem rico de Arimateia, chamado José, que também se tornara discípulo de Jesus. Ele foi procurar Pilatos e pediu o corpo de Jesus. (...) José, tomando o corpo, envolveu-o em um lençol limpo, e o colocou em um túmulo novo, que havia mandado escavar na rocha.


José: o nome que juntamente com o de Maria está no alvorecer do Natal, marca também a aurora da Páscoa. José de Nazaré sonhou e corajosamente levou Jesus para salvá-lo de Herodes; tu, José de Arimateia, tomas o corpo d’Ele, sem saber que um sonho impossível e maravilhoso vai se realizar lá mesmo, no túmulo que deste a Cristo quando pensavas que Ele não poderia fazer mais nada por ti. Ao contrário, é mesmo verdade que toda a dádiva feita a Deus recebe uma recompensa maior. José de Arimateia, és o profeta da coragem ousada. Para dar o teu dom a um morto, vais ter com o temido Pilatos e fazes-lhe um pedido, para poderes oferecer a Jesus o túmulo que fizeras construir para ti. O teu pedido é tenaz, e às palavras seguem-se as obras. Tu, José, recordas-nos que a oração insistente dá fruto e atravessa até a escuridão da morte; que o amor não fica sem resposta, mas oferece novos começos. O teu túmulo - único na história - será fonte de vida: era novo, há pouco escavado na rocha. E eu, o que dou de novo a Jesus nesta Páscoa? Um pouco de tempo para estar com Ele? Um pouco de amor para os outros? Os meus medos e as minhas misérias sepultadas, que Cristo espera lhe sejam oferecidos como fizeste tu com o túmulo? Será verdadeiramente Páscoa se der algo de meu Àquele que por mim deu a sua vida: pois é dando que se recebe; a vida é encontrada quando se perde, e é possuída quando se dá.

Rezemos dizendo: Tende piedade, Senhor.
De mim, preguiçoso para me converter...
De mim, que gosto muito de receber e pouco de dar...
De mim, incapaz de me render ao vosso amor...
De nós, prontos a servir-nos das coisas, mas lentos em servir os outros...
Do nosso mundo, infestado pelos túmulos do egoísmo...

Pai nosso...

Quando corpus moriétur fac ut ánimae donétur paradísi glória. Amen.

Oração final
14 invocações do nome de Jesus

Senhor, nós vos suplicamos como aqueles necessitados, frágeis e doentes do Evangelho que vos invocavam com a palavra mais simples e familiar, isto é, com o vosso nome.
Jesus, o vosso nome salva, porque Vós sois a nossa salvação.
Jesus, sois a minha vida e, para não perder o rumo no caminho, preciso de Vós, que perdoais e ergueis, que curais o meu coração e dais sentido ao meu sofrimento.
Jesus, tomastes sobre Vós o meu mal e, da cruz, não me acusais, mas me abraçais; Vós, manso e humilde de coração, curai-me do rancor e do ressentimento, libertai-me da suspeita e da desconfiança.
Jesus, olho para Vós na cruz e vejo escancarar-se diante dos meus olhos o amor, sentido do meu ser e meta do meu caminho: ajudai-me a amar e a perdoar, a superar a impaciência e a indiferença, a não me lamentar.
Jesus, na cruz tivestes sede, e é sede do meu amor e da minha oração; precisais disso para realizar plenamente os vossos projetos de bem e de paz.
Jesus, vos agradeço por todos aqueles que respondem ao vosso convite e são perseverantes na oração, têm a coragem de acreditar e a constância para avançar nas dificuldades.
Jesus, vos apresento os pastores do vosso povo santo: a sua oração sustenta o rebanho; que eles encontrem tempo para estar diante de Vós, conformem o seu coração ao vosso.
Jesus, vos bendigo pelas contemplativas e os contemplativos, cuja oração, escondida do mundo e agradável a vossos olhos, guarde a Igreja e a humanidade.
Jesus, trago à vossa presença as famílias e as pessoas que rezaram esta noite nas suas casas, os idosos, especialmente os que estão sozinhos, os doentes, joias da Igreja que unem os seus sofrimentos ao vosso.
Jesus, que esta oração de intercessão alcance as irmãs e os irmãos que, em muitas partes do mundo, sofrem perseguições por causa do vosso nome; aqueles que sofrem o drama da guerra e quantos, com a força que lhes vem de Vós, carregam cruzes pesadas.
Jesus, com a vossa cruz fizestes de todos nós um só: uni os crentes em comunhão, infundi sentimentos fraternos e pacientes, ajudai-nos a colaborar e a caminhar juntos; guardai a Igreja e o mundo na paz.
Jesus, juiz santo que me chamareis pelo nome, livrai-me dos juízos temerários, da crítica e das palavras violentas e ofensivas.
Jesus, antes de morrer dissestes «Tudo está consumado» (Jo 19,30). Incompleto como estou, não poderei dizer o mesmo; mas confio em Vós, porque sois a minha esperança, a esperança da Igreja e do mundo.
Jesus, quero dizer-vos ainda uma palavra e ficar repetindo-a: obrigado! Obrigado, meu Senhor e meu Deus.

Bênção

Canto final: Crux fidelis



Fonte: Santa Sé (com pequenas adaptações ao português brasileiro feitas pelo autor deste blog). Imagens: Wikimedia Commons.

Confira outros modelos de meditações em nossa postagem sobre a história da Via Sacra presidida pelo Papa no Coliseu.

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