terça-feira, 27 de agosto de 2024

Ângelus: XXI Domingo do Tempo Comum - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 25 de agosto de 2024

Amados irmãos e irmãs, bom domingo!
Hoje o Evangelho da Liturgia (Jo 6,60-69) relata-nos a famosa resposta de São Pedro, que diz a Jesus: «A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna» (v. 68). Que bela resposta! É uma linda expressão, que testemunha a amizade e a confiança que o ligam a Cristo, juntamente com os outros discípulos. « A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna». Que bonito!

Pedro pronuncia-a em um momento crítico, porque Jesus acaba de terminar um discurso no qual diz Ele que é o “pão que desceu do céu” (v. 41): é uma linguagem difícil de compreender e muitos, mesmo os discípulos que o seguiam, abandonaram-no, pois não compreendiam.

Os Doze, porém, não o fizeram: ficaram, porque n’Ele encontraram “palavras de vida eterna”. Ouviram-no pregar, viram os milagres que fez e continuaram a partilhar com Ele os momentos públicos e a intimidade da vida quotidiana (cf. Mc 3,7-19).

Os discípulos nem sempre compreendem o que o Mestre diz e faz; por vezes têm dificuldade em aceitar os paradoxos do seu amor (cf. Mt 5,38-48), as exigências extremas da sua misericórdia (cf. Mt 18,21-22), a radicalidade do seu modo de se doar a todos. Não é fácil para eles compreender, mas são fiéis. As opções de Jesus muitas vezes vão além da mentalidade comum, dos próprios cânones da religião institucional e das tradições, a ponto de criar situações provocatórias e embaraçosas (cf. Mt 15,12). Não é fácil segui-lo.

Mas, entre os muitos mestres daquele tempo, Pedro e os outros Apóstolos encontram só n’Ele a resposta à sede de vida, à sede de alegria, à sede de amor que os anima; só graças a Ele experimentam a plenitude de vida que procuram, para além dos limites do pecado e até da morte. Por isso não se vão embora: pelo contrário, todos, exceto um, mesmo entre muitas quedas e arrependimentos, permanecerão com Ele até ao fim (cf. Jo 17,12).

E, irmãos e irmãs, isto diz respeito igualmente a nós: também para nós não é fácil seguir o Senhor, compreender o seu modo de agir, fazer nossos os seus critérios e os seus exemplos. Também para nós não é fácil. No entanto, quanto mais nos aproximarmos d’Ele - quanto mais aderirmos ao seu Evangelho, recebermos a sua graça nos sacramentos, permanecermos na sua companhia na oração, o imitarmos na humildade e na caridade - tanto mais experimentaremos a beleza de tê-lo como Amigo, e compreenderemos que só Ele tem “palavras de vida eterna”.

Então perguntemo-nos: até que ponto Jesus está presente na minha vida? Até que ponto me deixo tocar e provocar pelas suas palavras? Posso dizer que elas são também para mim “palavras de vida eterna”? A ti, irmão, irmã, pergunto: as palavras de Jesus são para ti - também para mim - palavras de vida eterna

Maria, que acolheu Jesus, o Verbo de Deus, na sua carne, nos ajude a escutá-lo e a nunca o deixar.

Jesus e Pedro no discurso de Cafarnaum
(Cristóbal de Villalpando) 

Fonte: Santa Sé.

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