quinta-feira, 31 de julho de 2025

Ângelus: XVII Domingo do Tempo Comum - Ano C (2025)

Papa Leão XIV
Ângelus
Praça de São Pedro
Domingo, 27 de julho de 2025

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
Hoje o Evangelho apresenta-nos Jesus ensinando aos seus discípulos o Pai-nosso (Lc 11,1-13): a oração que une todos os cristãos. Nela o Senhor convida a dirigirmo-nos a Deus chamando-lhe “Abbá”, “paizinho”, como crianças, com «simplicidade... confiança filial... audácia, certeza de ser amado» (Catecismo da Igreja Católica, n. 2778).

A este respeito o Catecismo da Igreja Católica diz, com uma expressão muito bela, que «pela oração do Senhor, somos revelados a nós mesmos, ao mesmo tempo que o Pai nos é revelado» (n. 2783). E é verdade: quanto mais confiantes rezamos ao Pai do Céu, tanto mais descobrimo-nos filhos amados e tanto mais conhecemos a grandeza do seu amor (cf. Rm 8,14-17).

O Evangelho de hoje descreve os traços da paternidade de Deus por meio de algumas imagens sugestivas: a de um homem que se levanta no meio da noite para ajudar um amigo a acolher uma visita inesperada; ou a de um pai que tem o cuidado de dar coisas boas aos seus filhos.

Estas imagens recordam-nos que Deus nunca vira as costas quando nos dirigimos a Ele, nem mesmo se chegamos tarde para bater à sua porta, talvez depois de erros, de oportunidades perdidas, de fracassos, nem mesmo se, para nos acolher, Ele tiver de “acordar” os seus filhos que dormem em casa (cf. Lc 11,7). Ao contrário, na grande família da Igreja, o Pai não hesita em fazer-nos todos participantes de cada um dos seus gestos de amor. O Senhor escuta-nos sempre que rezamos, e, se por vezes nos responde em momentos e formas difíceis de compreender, é porque age com uma sabedoria e uma providência maiores, que estão para além da nossa compreensão. Por isso, mesmo nesses momentos, não deixemos de rezar; e rezar com confiança: n’Ele encontraremos sempre luz e força.

No entanto, ao recitarmos o Pai-nosso, além de celebrarmos a graça da filiação divina, expressamos também o nosso compromisso de corresponder a esse dom, amando-nos uns aos outros como irmãos em Cristo. Um dos Padres da Igreja, meditando sobre isto, escreve: «Devemos saber e lembrar que, se dizemos que Deus é Pai, precisamos agir como filhos» (São Cipriano de Cartago, A oração do Senhor, 11), e outro acrescenta: «Não pode chamar de Pai ao Deus de toda a bondade quem conserva um coração cruel e indócil; pois assim já não possui em si a marca daquela bondade do Pai celeste» (São João Crisóstomo, Sobre a porta estreita e a oração do Senhor, 3). Não se pode rezar a Deus como “Pai” e depois ser duro e insensível para com os outros. Ao contrário, é importante deixarmo-nos transformar pela sua bondade, pela sua paciência, pela sua misericórdia, para refletir o seu rosto no nosso como em um espelho.

Queridos irmãos e irmãs, a Liturgia de hoje convida-nos, na oração e na caridade, a sentirmo-nos amados e a amar como Deus nos ama: com disponibilidade, discrição, solicitude recíproca, sem cálculos. Peçamos a Maria que saibamos responder este chamamento, para manifestar a doçura do rosto do Pai.

A oração do Senhor (James Tissot)

Fonte: Santa Sé.

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Ingresso do Custódio da Terra Santa: Jerusalém e Belém (2025)

Nos dias 25 e 26 de julho de 2025, após o seu ingresso na igreja do Santíssimo Salvador e no Cenáculo, o novo Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Ielpo, realizou seu ingresso na Basílica do Santo Sepulcro em Jerusalém e na Basílica da Natividade em Belém.

Na sexta-feira, dia 25 de julho, teve lugar o ingresso na Basílica do Santo Sepulcro em Jerusalém: após um breve momento de oração diante da Edícula, o Custódio participou da tradicional procissão através das diversas capelas e altares da Basílica.

Procissão até a Basílica
Veneração da Pedra da Unção

Oração dentro da Edícula do Santo Sepulcro
Palavras do Custódio diante da Edícula

terça-feira, 29 de julho de 2025

Ingresso do Custódio da Terra Santa: Cenáculo (2025)

Na manhã da quinta-feira, 24 de julho de 2025, após o seu ingresso na igreja do Santíssimo Salvador no dia 21, o novo Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Ielpo, realizou seu ingresso no Cenáculo de Jerusalém, onde celebrou a Missa votiva do Espírito Santo.

Quando a Custódia Franciscana da Terra Santa foi instituída, com efeito, sua sede era o Cenáculo, de modo que o Custódio conserva o título de “Guardião do Monte Sião”.

Posteriormente, quando o Cenáculo passou ao controle dos muçulmanos e dos judeus, a sede da Custódia foi transferida para a igreja do Santíssimo Salvador. Atualmente os franciscanos podem celebrar no Cenáculo apenas em algumas ocasiões (como a Quinta-feira Santa e o Domingo de Pentecostes).

Estandarte com o selo da Custódia junto ao altar
Os frades franciscanos se dirigem ao Cenáculo
Acolhida do Custódio: Veneração da cruz
Aspersão dos fiéis

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Ingresso do novo Custódio da Terra Santa (2025)

Na segunda-feira, 21 de julho de 2025, teve lugar o ingresso do novo Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Ielpo, na igreja do Santíssimo Salvador em Jerusalém, sede da Custódia Franciscana da Terra Santa. Confira uma breve biografia do Padre Ielpo no final desta postagem.

O Custódio foi acolhido junto à Porta de Jaffa pelos representantes das Igrejas cristãs, dirigindo-se então à igreja do Santíssimo Salvador, onde revestiu a sobrepeliz, a cruz peitoral e uma estola endossada pelo Papa São Paulo VI (†1978) durante sua visita à Terra Santa em 1964 [1].

Após a leitura do decreto de nomeação, o Padre Ielpo realizou a profissão de fé e o juramento de fidelidade, tocando o Livro dos Evangelhos. Em seguida recebeu o selo da Custódia das mãos do Padre Francesco Patton, Custódio de 2016 a 2025.

Após dirigir algumas palavras aos presentes, o novo Custódio deu o abraço da paz aos frades franciscanos e concedeu sua bênção. Por fim, após endossar os paramentos na sacristia, presidiu as Vésperas (oração da tarde da Liturgia das Horas).

Acolhida do Custódio junto à Porta de Jaffa
Saudação dos representantes das Igrejas Ortodoxas
Saudação dos Bispos católicos
Veneração da cruz
Procissão de entrada

quinta-feira, 24 de julho de 2025

Ângelus: XVI Domingo do Tempo Comum - Ano C (2025)

Papa Leão XIV
Ângelus
Praça da Liberdade, Castel Gandolfo
Domingo, 20 de julho de 2025

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
Hoje a Liturgia chama a nossa atenção para a hospitalidade de Abraão e da sua esposa Sara e, em seguida, das irmãs Marta e Maria, amigas de Jesus (cf. Gn 18,1-10a; Lc 10,38-42). Sempre que aceitamos o convite para a Ceia do Senhor e participamos na mesa eucarística, é o próprio Deus que «nos serve» (cf. Lc 12,37). Mas o nosso Deus soube, em primeiro lugar, ser hóspede e, também hoje, está à nossa porta e bate (cf. Ap 3,20). É sugestivo que, na língua italiana, hóspede [ospite] seja tanto aquele que hospeda como aquele que é hospedado. Assim, neste domingo de verão, podemos contemplar este jogo de acolhida recíproca, sem a qual a nossa vida empobrece.

É preciso humildade tanto para hospedar como para ser hospedado. É necessário delicadeza, atenção, abertura. No Evangelho, Marta arrisca-se a não entrar plenamente na alegria dessa troca. Está tão preocupada com o precisa fazer para acolher Jesus que se arrisca a estragar um momento inesquecível de encontro. Marta é uma pessoa generosa, mas Deus a chama para algo mais bonito do que a própria generosidade: Ele a chama a sair de si mesma.

Caríssimos irmãos e irmãs, só isto faz florescer a nossa vida: abrirmo-nos a algo que nos tira de nós mesmos e ao mesmo tempo nos preenche. No momento em que Marta se queixa porque a irmã a deixou sozinha servindo (v. 40), Maria, conquistada pela palavra de Jesus, como que perdeu a noção do tempo. Não é menos concreta do que a sua irmã, nem menos generosa. Mas aproveitou a oportunidade. Por isso Jesus repreende Marta: porque ela ficou fora de uma intimidade que lhe daria também muita alegria (vv. 41-42).

O tempo de verão pode nos ajudar a “abrandar” e a nos tornarmos mais parecidos com Maria do que com Marta. Às vezes não damos a nós mesmos a melhor parte. Precisamos repousar um pouco, com o desejo de aprender mais sobre a arte da hospitalidade. A “indústria” das férias quer nos vender todo tipo de experiências, mas talvez não o que procuramos. Com efeito, todo encontro verdadeiro é gratuito e não se compra: seja o encontro com Deus, seja o encontro com os outros, seja o encontro com a natureza. É preciso simplesmente fazer-se hóspede: dar espaço e também pedi-lo; acolher e deixar-se acolher. Temos muito para receber e não apenas para dar. Embora idosos, Abraão e Sara descobriram-se fecundos quando acolheram tranquilamente o próprio Senhor em três viajantes. Também para nós há ainda muita vida a acolher.

Oremos a Maria Santíssima, a Mãe da acolhida, que hospedou o Senhor no seu seio e, juntamente com José, lhe deu uma casa. Nela brilha a nossa vocação, a vocação da Igreja a permanecer uma casa aberta a todos, para continuar a acolher o seu Senhor, que pede licença para entrar.

Jesus na casa de Marta e Maria
(Walter Rane)

Fonte: Santa Sé.

quarta-feira, 23 de julho de 2025

Missa do XVI Domingo do Tempo Comum em Albano (2025)

No dia 20 de julho de 2025 o Papa Leão XIV celebrou a Missa do XVI Domingo do Tempo Comum (Ano C) na Catedral de São Pancrácio em Albano, Diocese à qual pertence a localidade de Castel Gandolfo, onde se encontra a residência de verão dos Papas.

Acolhida do Papa: Veneração da cruz
Oração diante do Santíssimo Sacramento
Incensação do altar
Saudação
Evangelho

Homilia do Papa: XVI Domingo do Tempo Comum - Ano C (2025)

Missa do XVI Domingo do Tempo Comum (Ano C)
Homilia do Papa Leão XIV
Catedral de São Pancrácio, Albano
Domingo, 20 de julho de 2025

Queridos irmãos e irmãs,
Estou muito feliz por me encontrar hoje aqui, celebrando a Eucaristia dominical nesta linda Catedral. Como sabeis, a minha chegada estava prevista para o dia 12 de maio, porém o Espírito Santo fez de modo diverso [1]. Mas estou verdadeiramente feliz e, com esta fraternidade e alegria cristã, saúdo todos os presentes, Sua Eminência [Cardeal Michael Czerny], o Bispo da Diocese [Dom Vincenzo Viva], as autoridades presentes e todos vós.

Na Liturgia hodierna a 1ª leitura e o Evangelho falam-nos de hospitalidade, de serviço e de escuta (Gn 18,1-10a; Lc 10,38-42).

No primeiro caso, Deus visita Abraão na pessoa de «três homens» que se dirigem à sua tenda «no maior calor do dia» (Gn 18,1-2). Podemos imaginar a cena: o sol escaldante, a calma do deserto, o calor intenso e os três desconhecidos que procuram abrigo. Abraão, «sentado à entrada da sua tenda», está no lugar de anfitrião, e é muito bonito ver como exerce a sua função: reconhecendo nos visitantes a presença de Deus, levanta-se, corre ao seu encontro, prostra-se por terra, pede-lhes que se detenham. E assim, toda a cena ganha vida. A tranquilidade da tarde é preenchida com gestos de amor que envolvem não só o Patriarca, mas também Sara, sua mulher, e os servos. Abraão já não está sentado, mas «de pé, junto deles, debaixo da árvore» (v. 8), e aí Deus lhe dá a notícia mais bonita que poderia esperar: «Sara, tua mulher, terá um filho» (v. 10).


A dinâmica deste encontro pode nos fazer refletir: Deus escolhe o caminho da hospitalidade para encontrar Sara e Abraão e para lhes anunciar o dom da sua fecundidade, que eles tanto desejavam e já nem sequer esperavam. Depois de tantos momentos de graça em que anteriormente os tinha visitado, volta a bater à sua porta, pedindo acolhida e confiança. E aqueles dois idosos respondem positivamente, sem saber ainda o que está para acontecer. Reconhecem nos misteriosos visitantes a bênção divina, a sua própria presença. Oferecem-lhe o que têm - comida, companhia, serviço e a sombra de uma árvore -, e recebem a promessa de uma vida nova e de uma descendência.

terça-feira, 22 de julho de 2025

Homilia do Papa João Paulo II: Santa Maria Madalena (2000)

Há 25 anos, no dia 22 de julho do ano 2000, o Papa São João Paulo II (†2005) celebrou a Missa da Memória de Santa Maria Madalena (elevada a Festa em 2016) na localidade de Les Combes, na Diocese de Aosta (Itália), onde estava passando suas férias. Reproduzimos aqui sua breve homilia na ocasião:

Memória de Santa Maria Madalena
Concelebração Eucarística com os sacerdotes da Diocese de Aosta
Homilia do Papa João Paulo II
Les Combes
Sábado, 22 de julho de 2000

1. Caríssimos sacerdotes da Diocese de Aosta, sinto particular alegria ao celebrar juntamente convosco esta Santa Missa, no final da minha permanência entre as vossas montanhas. Saúdo todos vós com grande afeto e de modo especial o vosso Bispo [Dom Giuseppe Anfossi], a quem agradeço de coração as inúmeras expressões de consideração que reservou a mim e aos meus colaboradores.

Celebramos a Memória de Santa Maria Madalena e a Liturgia é hoje caracterizada por uma espécie de movimento, de “corrida” do coração e do espírito, animados pelo amor de Cristo. As palavras de São Paulo: “caritas Christi urget nos” - “o amor de Cristo nos impele” (2Cor 5,14), que escutamos há pouco na leitura, podem e devem inspirar a vida de cada sacerdote, assim como distinguiram a de Maria Madalena.

Madalena seguiu até o Calvário aquele que a curara. Esteve presente na crucificação, morte e sepultura de Jesus. Juntamente com a Mãe santíssima e o discípulo amado acolheu o seu último suspiro e o silencioso testemunho do lado transpassado: compreendeu que naquela morte, naquele sacrifício estava a sua salvação. E o Ressuscitado, como nos narra o Evangelho de hoje (Jo 20,1-2.11-18), quis mostrar o seu corpo glorioso antes de tudo a ela, que chorou intensamente a sua morte. A ela quis confiar “o primeiro anúncio da alegria pascal” (Coleta), como que recordando-nos que precisamente a quem, com fé e amor, fixa o olhar no mistério da Paixão e Morte do Senhor, se manifesta a luminosa glória da sua Ressurreição.

2. Maria Madalena ensina-nos assim que as raízes da nossa vocação de apóstolos se aprofundam na experiência pessoal de Cristo. No encontro com Ele tem origem um novo modo de viver não mais para si mesmo, mas para Aquele que morreu e ressuscitou por nós (cf. 2Cor 5,15), abandonando o homem velho para se conformar de modo sempre mais pleno a Cristo, Homem novo.

Este ensinamento de vida destina-se com especial eloquência a nós, pastores da Igreja, chamados a guiar o Povo de Deus com a palavra, mas antes de tudo com o testemunho da vida. E, portanto, chamados a uma intimidade maior com Cristo, que nos escolheu como amigos: “vos autem dixi amicos” - “Eu vos chamo amigos” (Jo 15,15).

Caríssimos irmãos no sacerdócio, faço votos de que cada um de vós mantenha sempre viva a própria comunhão com Cristo. O seu amor vos incentive no vosso apostolado, não só nas grandes ocasiões, mas sobretudo naquelas ordinárias, nas vicissitudes de cada dia. A íntima união com Deus, alimentada pela Santa Missa, pela Liturgia das Horas, pela oração pessoal, move o sacerdote a exercer com fé e caridade o seu ministério pastoral. É precisamente nesta intimidade com Jesus que reside o segredo da sua missão.

Oremos, no decurso desta Celebração Eucarística, para que o Senhor nos torne ministros dignos da sua graça. Invoquemo-lo, por intercessão de Santa Maria Madalena, a fim de que, através de vós, caríssimos sacerdotes, chegue aos residentes e aos visitantes desta região o incessante anúncio da Morte e Ressurreição de Cristo. Deus, que enriqueceu de estupendas belezas naturais o Vale de Aosta, alimente com o seu Espírito a fé de quantos nele habitam. E a Virgem Santa vele maternalmente sobre vós e sobre o serviço apostólico que sois chamados a prestar com constante generosidade, tornando-o rico de abundantes frutos de bem.

Encontro de Maria Madalena com o Ressuscitado
(Andrea di Bonaiuto)

Fonte: Santa Sé.

segunda-feira, 21 de julho de 2025

Solenidade da Dedicação da Basílica do Santo Sepulcro (2025)

No dia 15 de julho de 2025 o Vigário da Custódia Franciscana da Terra Santa, Padre Ibrahim Faltas, celebrou a Missa da Solenidade da Dedicação da Basílica do Santo Sepulcro em Jerusalém.

A Basílica foi dedicada pela primeira vez em setembro de 335, celebração que deu origem à Festa da Exaltação da Santa Cruz. Porém, tendo passado por sucessivas restaurações, foi dedicada novamente no dia 15 de julho de 1149. Para saber mais sobre a história da Basílica, clique aqui.

Procissão de entrada
Incensação do altar dentro da Edícula
Incensação do Túmulo do Senhor
Ritos iniciais
Homilia

sábado, 19 de julho de 2025

Missa na Capela dos Carabinieri em Castel Gandolfo (2025)

Na manhã da terça-feira, 15 de julho de 2025, o Papa Leão XIV celebrou a Missa na Capela da Estação dos Carabinieri de Castel Gandolfo.

Ao que tudo indica foi celebrada a Missa votiva de Maria, “Virgo fidelis” (Virgem fiel), patrona da Arma dei Carabiniei na Itália (o equivalente à Polícia Militar no Brasil).

Após a Missa o Papa visitou o Mosteiro da Imaculada Conceição no município de Albano, onde rezou com as monjas clarissas.

Procissão de entrada
Homilia
Oração Eucarística
"Eis o Cordeiro de Deus"
Procissão de saída
O Papa reza com as clarissas de Albano

Imagens: Vatican News.

Ângelus: XV Domingo do Tempo Comum - Ano C (2025)

Papa Leão XIV
Ângelus
Praça da Liberdade, Castel Gandolfo
Domingo, 13 de julho de 2025

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
O Evangelho de hoje (Lc 10,25-37) começa com uma lindíssima pergunta feita a Jesus: «Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?» (v. 25). Estas palavras expressam um desejo constante na nossa vida: o desejo de salvação, ou seja, de uma existência livre do fracasso, do mal e da morte.

O que o coração do homem espera é descrito como um bem “herdado”: nem se conquista através da força, nem se implora como se fôssemos servos, nem se obtém por contrato. A vida eterna, que só Deus pode dar, é transmitida ao homem como herança, de pai para filho.

Eis porque, à nossa pergunta, Jesus responde que, para receber o dom de Deus, é preciso acolher a sua vontade. Está escrito na Lei: «Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração... e ao teu próximo como a ti mesmo» (Lc 10,27; cf. Dt 6,5; Lv 19,18). Fazendo assim correspondemos ao amor do Pai: a vontade de Deus é, na verdade, aquela lei de vida que Deus, em primeiro lugar, pratica a nosso respeito, amando-nos por inteiro no seu Filho Jesus.

Irmãos e irmãs, olhemos para Ele! Jesus é a revelação do verdadeiro amor para com Deus e para com o homem: amor que se dá e não possui, amor que perdoa e não demanda, amor que socorre e nunca abandona. Em Cristo, Deus fez-se próximo de todos os homens e mulheres; por isso, cada um de nós pode e deve tornar-se próximo daqueles que encontra pelo caminho. Seguindo o exemplo de Jesus, Salvador do mundo, também nós somos chamados a levar consolação e esperança, especialmente àqueles que estão desanimados e desiludidos.

Para viver eternamente, portanto, não há que enganar a morte, mas servir a vida, ou seja, cuidar da existência dos outros no tempo que aqui partilharmos. Esta é a lei suprema, que vem antes de qualquer regra social e lhe dá sentido.

Peçamos à Virgem Maria, Mãe da Misericórdia, que nos ajude a acolher no nosso coração a vontade de Deus, que é sempre a vontade de amor e salvação, para sermos todos os dias construtores da paz.

Ícone de Cristo como Bom Samaritano

Fonte: Santa Sé.

sexta-feira, 18 de julho de 2025

Missa do XV Domingo do Tempo Comum em Castel Gandolfo (2025)

No dia 13 de julho de 2025 o Papa Leão XIV celebrou a Missa do XV Domingo do Tempo Comum (Ano C) na Paróquia Santo Tomás de Villanova junto à residência pontifícia em Castel Gandolfo.

Oração diante do Santíssimo Sacramento

Procissão de entrada
Incensação do altar
Ritos iniciais

Homilia do Papa: XV Domingo do Tempo Comum - Ano C (2025)

Missa do XV Domingo do Tempo Comum (Ano C)
Homilia do Papa Leão XIV
Paróquia Santo Tomás de Villanova, Castel Gandolfo
Domingo, 13 de julho de 2025

Irmãos e irmãs,
Compartilho convosco a alegria de celebrar esta Eucaristia e desejo saudar todos os presentes, a comunidade paroquial, os sacerdotes, o Bispo da Diocese [de Albano, Dom Vincenzo Viva], Sua Eminência [Cardeal Michael Czerny], as autoridades civis e militares.

O Evangelho deste domingo, que acabamos de ouvir, é uma das mais belas e inspiradoras parábolas contadas por Jesus. Todos conhecemos a parábola do bom samaritano (Lc 10,25-37).

Esta história continua a nos desafiar hoje. Ela interpela a nossa vida, abala a tranquilidade das nossas consciências adormecidas ou distraídas e nos alerta para o risco de uma fé acomodada, conformada com a observância exterior da lei, mas incapaz de sentir e agir com as mesmas entranhas de compaixão de Deus.


A compaixão, com efeito, está no centro da parábola. E se é verdade que no relato evangélico ela é descrita por meio das ações do samaritano, a primeira coisa que o trecho destaca é o olhar. Na verdade, diante de um homem ferido que se encontra à beira da estrada, depois de ter sido atacado por assaltantes, tanto do sacerdote como do levita, diz: «Viu o homem e seguiu adiante» (v. 32); ao contrário, do samaritano, o Evangelho diz: «viu e sentiu compaixão» (v. 33).

Queridos irmãos e irmãs, o olhar faz a diferença, porque expressa aquilo que trazemos no coração: ver e seguir adiante ou ver e sentir compaixão. Existe um modo de ver exterior, distraído e apressado, um olhar que finge não ver, isto é, sem nos deixarmos sensibilizar e interpelar pela situação; por outro lado, há um modo de ver com os olhos do coração, com um olhar mais profundo, com uma empatia que nos põe no lugar do outro, nos faz participar interiormente, nos toca, comove, questiona a nossa vida e a nossa responsabilidade.

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Missa pelo cuidado da criação em Castel Gandolfo (2025)

Na manhã da quarta-feira, 09 de julho de 2025, o Papa Leão XIV celebrou a Missa nos jardins da residência pontifícia de Castel Gandolfo, no espaço denominado Borgo Laudato si’.

Foi utilizado o novo formulário da Missa pelo cuidado da criação, com suas orações e leituras e com os paramentos da cor do tempo, isto é, verdes (Tempo Comum).

Procissão de entrada
Ritos iniciais

Liturgia da Palavras

Homilia do Papa: Missa pelo cuidado da criação (2025)

Missa pelo cuidado da criação
Homilia do Papa Leão XIV
Borgo Laudato si’, Castel Gandolfo
Quarta-feira, 09 de julho de 2025

Foi celebrada a nova Missa pelo cuidado da criação com suas leituras (Cl 1,15-20; Sl 103; Mt 8,23-27) [1].

Neste lindo dia, antes de tudo gostaria de convidar todos, começando por mim mesmo, a viver o que estamos celebrando na beleza de uma “catedral”, que poderíamos dizer “natural”, com as plantas e tantos elementos da criação que nos conduziram aqui para celebrar a Eucaristia, que significa: dar graças ao Senhor.

Há muitos motivos pelos quais queremos agradecer ao Senhor nesta Eucaristia: esta poderia ser a primeira celebração com o uso do novo formulário da Santa Missa pelo cuidado da criação, que é expressão do trabalho dos diferentes Dicastérios do Vaticano.

A título pessoal, agradeço a tantas pessoas aqui presentes, que trabalharam neste sentido para a Liturgia. Como sabeis, a Liturgia representa a vida e vós sois a vida deste Centro Laudato si’. Gostaria de vos agradecer neste momento, nesta ocasião, por tudo o que fazem seguindo esta belíssima inspiração do Papa Francisco, que deu esta pequena porção dos jardins precisamente para continuar a tão importante missão relacionada com tudo o que conhecemos após 10 anos da publicação da Laudato si’: a necessidade de cuidar da criação, da casa comum.


Aqui é como nas igrejas antigas dos primeiros séculos, que tinham uma pia batismal pela qual era preciso passar para entrar na igreja. Não gostaria de ser batizado nesta água, mas o símbolo de passar pela água para que todos sejamos lavados dos nossos pecados, das nossas fraquezas, e assim poder entrar no grande mistério da Igreja, é algo que vivemos também hoje. No início da Missa rezamos pela conversão, a nossa conversão. Gostaria de acrescentar que devemos rezar pela conversão de tantas pessoas, dentro e fora da Igreja, que ainda não reconhecem a urgência de cuidar da nossa casa comum.

Inúmeros desastres naturais que ainda vemos no mundo quase todos os dias em muitos lugares e em muitos países são em parte causados pelos excessos do ser humano, com o seu estilo de vida. Por isso, devemos nos perguntar se nós mesmos estamos vivendo ou não essa conversão: quanto ela é necessária!

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Missa pelo cuidado da criação

No dia 03 de julho de 2025 foi divulgado um Decreto do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos inserindo a Missa pelo cuidado da criação (Missa pro custodia creationis) entre as Missas para diversas circunstâncias (Missae pro variis necessitatibus).

Ícone da criação do céu e da terra

A 3ª edição típica do Missal Romano, com efeito, promulgada em 2002 e revista em 2008, possui 49 formulários de Missas para diversas circunstâncias, com orações e leituras através dos quais rezamos pelas necessidades da Igreja e do mundo.

A Missa pelo cuidado da criação, que passa a ser o 50º formulário, é fruto sobretudo da reflexão ecológica realizada no pontificado do Papa Francisco (†2025), sintetizada na Encíclica Laudato si’ sobre o cuidado da casa comum (2015).

Na Conferência de apresentação do novo formulário, o Secretário do Dicastério para o Culto Divino, Dom Vittorio Francesco Viola, recordou a ampla presença do mistério da criação na Liturgia:
- na Vigília Pascal, particularmente na 1ª leitura e na respectiva oração;
- no domingo, o primeiro dia da semana, no qual celebramos tanto a criação como a “nova criação” em Cristo (cf. Carta Apostólica Dies Domini);
- em cada Missa, sobretudo na apresentação das oferendas, “frutos da terra e do trabalho humano”;
- nas Quatro Têmporas, celebrações no início das quatro estações do ano;
- nos sacramentos, particularmente no uso de elementos da criação (água, óleo...);
- na Liturgia das Horas, oração oficial da Igreja para santificar as horas do dia.

Na sequência Dom Vittorio Viola passou a apresentar o formulário da Missa pelo cuidado da criação, que conta com orações e antífonas próprias e opções de leituras à escolha.

sábado, 12 de julho de 2025

Ângelus: XIV Domingo do Tempo Comum - Ano C (2025)

Papa Leão XIV
Ângelus
Domingo, 06 de julho de 2025

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
O Evangelho de hoje (Lc 10,1-12.17-20) recorda-nos a importância da missão, à qual todos somos chamados, cada um segundo a própria vocação, nas situações concretas em que o Senhor o colocou.

Jesus envia setenta e dois discípulos (v. 1). Esse número simbólico indica que a esperança do Evangelho é destinada a todos os povos: é precisamente essa a grandeza do coração de Deus, a sua messe abundante, ou seja, a obra que Ele realiza no mundo para que todos os seus filhos sejam alcançados pelo seu amor e sejam salvos.

Ao mesmo tempo, Jesus diz: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita» (v. 2).

Por um lado, como um semeador, Deus saiu pelo mundo para semear com generosidade e colocou no coração do homem e da história o desejo do infinito, de uma vida plena, de uma salvação que o liberte. Por isso, a messe é grande: o Reino de Deus, como uma semente, germina no solo e os homens e mulheres de hoje, mesmo quando parecem dominados por tantas outras coisas, esperam uma verdade maior, procuram um sentido mais pleno para as suas vidas, desejam a justiça, levam dentro de si um anseio de vida eterna.

Por outro lado, são poucos os operários que vão trabalhar no campo semeado pelo Senhor e que, além disso, são capazes de reconhecer, com os olhos de Jesus, o bom trigo que está pronto para a colheita (cf. Jo 4 35-38). Há algo grande que o Senhor quer fazer na nossa vida e na história da humanidade, mas são poucos aqueles que percebem isso, que param para acolher o dom, que o anunciam e o levam aos outros.

Queridos irmãos e irmãs, a Igreja e o mundo não precisam de pessoas que cumprem os seus deveres religiosos mostrando a sua fé como um rótulo exterior; precisam, pelo contrário, de operários desejosos de trabalhar no campo da missão, de discípulos apaixonados que testemunhem o Reino de Deus onde quer que estejam. Talvez não faltem os “cristãos de ocasião”, que só de vez em quando dão lugar a algum sentimento religioso ou participam em algum evento; mas poucos são aqueles que estão prontos a trabalhar todos os dias no campo de Deus, cultivando no seu coração a semente do Evangelho para depois levá-la à vida quotidiana, à família, aos locais de trabalho e de estudo, aos vários ambientes sociais e àqueles que se encontram em necessidade.

Para fazer isso, não são necessárias muitas ideias teóricas sobre conceitos pastorais: é preciso, acima de tudo, rezar ao Dono da messe. Com efeito, em primeiro lugar está a relação com o Senhor, cultivando o diálogo com Ele. Então, será Ele que nos tornará seus operários e nos enviará ao campo do mundo como testemunhas do seu Reino.

Peçamos à Virgem Maria, ela que participou na obra da salvação oferecendo generosamente o seu “Eis-me aqui”, que interceda por nós e nos acompanhe no caminho do seguimento do Senhor, para que também nós possamos nos tornar operários alegres do Reino de Deus.


Fonte: Santa Sé.