sábado, 14 de fevereiro de 2015

Ângelus: V Domingo do Tempo Comum - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 08 de fevereiro de 2015

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho de hoje (Mc 1,29-39) apresenta-nos Jesus que, depois de ter pregado ao sábado na sinagoga, cura muitos doentes. Pregar e curar: esta é a atividade principal de Jesus na sua vida pública. Com a pregação Ele anuncia o Reino de Deus e com as curas demonstra que está próximo, que o Reino de Deus se encontra no meio de nós. Ao entrar na casa de Simão Pedro, Jesus vê que a sua sogra está de cama com febre; imediatamente lhe pega pela mão, cura-a e diz-lhe para se levantar. Ao pôr-do-sol, quando, tendo terminado o sábado, o povo pode sair e levar-lhe os doentes, cura uma multidão de pessoas atormentadas por doenças de todos os gêneros: físicas, psíquicas, espirituais. Tendo vindo à terra para anunciar e realizar a salvação de todo o homem e de todos os homens, Jesus mostra uma particular predileção por quantos estão feridos no corpo e no espírito: os pobres, os pecadores, os possuídos pelo demônio, os doentes, os marginalizados. Assim Ele revela-se médico tanto das almas como dos corpos, bom Samaritano do homem. É o verdadeiro Salvador, Jesus cura, Jesus sara.

Esta realidade da cura dos doentes por parte de Cristo convida-nos a refletir sobre o sentido e o valor da doença. Isto nos é recordado também pelo Dia Mundial do Enfermo, que celebraremos na próxima quarta-feira, 11 de fevereiro, Memória litúrgica da Bem-Aventurada Virgem Maria de Lourdes. Louvo as iniciativas preparadas para este Dia, sobretudo a Vigília que terá lugar em Roma na noite de 10 de fevereiro. Recordemos também o Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral no Campo da Saúde, Dom Zygmunt Zimowski, que está muito doente na Polônia. Uma oração por ele, pela sua saúde, porque foi ele quem preparou este dia e acompanha-nos com o seu sofrimento neste dia. Uma oração por Dom Zimowski.

A obra salvífica de Cristo não acaba com a sua pessoa e no espaço da sua vida terrena; ela continua mediante a Igreja, sacramento do amor e da ternura de Deus pelos homens. Ao enviar em missão os seus discípulos, Jesus confere-lhes um duplo mandato: anunciar o Evangelho da salvação e curar os enfermos (cf. Mt 10,7-8). Fiel a este ensinamento, a Igreja considerou sempre a assistência aos enfermos uma parte integrante da sua missão.

«Tende sempre convosco os pobres e os sofredores», admoesta Jesus (cf. Mt 26,11), e a Igreja encontra-os continuamente no seu caminho, considerando as pessoas doentes como uma via privilegiada para encontrar Cristo, para acolhê-lo e servi-lo. Curar um doente, acolhê-lo, servi-lo, é servir Cristo: o doente é a carne de Cristo.

Isto acontece também no nosso tempo, quando, não obstante os múltiplos progressos da ciência, o sofrimento interior e físico das pessoas suscita fortes interrogações sobre o sentido da doença e da dor e acerca do porquê da morte. Trata-se de perguntas existenciais, às quais a ação pastoral da Igreja deve responder à luz da fé, tendo diante dos olhos o Crucificado, no qual sobressai todo o mistério salvífico de Deus Pai, que por amor aos homens não poupou o próprio Filho (cf. Rm 8,32). Por conseguinte, cada um de nós está chamado a levar a luz da Palavra de Deus e a força da graça a quantos sofrem e a quantos os assistem, familiares, médicos e enfermeiros, para que o serviço ao doente seja prestado sempre com mais humanidade, amor evangélico e ternura. A Igreja mãe, pelas nossas mãos, acaricia os nossos sofrimentos e cuida das nossas feridas, e fá-lo com ternura de mãe.

Rezemos a Maria, Saúde dos enfermos, para que cada pessoa na doença possa experimentar, graças à solicitude de quem está ao seu lado, o poder do amor de Deus e o conforto da sua ternura materna.

Jesus cura a sogra de Pedro

Fonte: Santa Sé.

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