sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Ângelus: Festa da Exaltação da Santa Cruz (2025)

Papa Leão XIV
Ângelus
Praça de São Pedro
Domingo, 14 de setembro de 2025

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
Hoje a Igreja celebra a Festa da Exaltação da Santa Cruz, na qual se recorda o momento em que Santa Helena encontra o madeiro da Cruz, em Jerusalém, no século IV, e a devolução da preciosa Relíquia à Cidade Santa, por obra do Imperador Heráclio.

Mas o que significa para nós, hoje, celebrar esta Festa? O Evangelho que nos propõe a Liturgia (Jo 3,13-17) ajuda-nos a compreender este significado. A cena se passa à noite: Nicodemos, um dos chefes dos judeus, pessoa reta e de mente aberta (cf. Jo 7,50-51), vem ao encontro de Jesus. Ele precisa de luz, de orientação: procura Deus e pede ajuda ao Mestre de Nazaré, porque reconhece n’Ele um profeta, um homem que realiza sinais extraordinários.

O Senhor o acolhe, o escuta e, no final, lhe revela que o Filho do Homem deve ser elevado, «para que todos os que n’Ele crerem tenham a vida eterna» (Jo 3,15), e acrescenta: «Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho Unigênito, para que não morra todo o que n’Ele crer, mas tenha a vida eterna» (v. 16). Nicodemos, que talvez naquele momento não compreendera plenamente o sentido dessas palavras, certamente o compreenderá quando, após a Crucificação, ajudar a sepultar o corpo do Salvador (cf. Jo 19,39): compreenderá que Deus, para redimir os homens, se fez homem e morreu na cruz.

Jesus fala disso a Nicodemos recordando um episódio do Antigo Testamento, quando os israelitas no deserto, atacados por serpentes venenosas, se salvavam olhando para a serpente de bronze que Moisés, obedecendo à ordem de Deus, tinha feito e colocado sobre uma haste (cf. Nm 21,4-9).

Deus salvou-nos revelando-se a nós, oferecendo-se como nosso companheiro, mestre, médico, amigo, até se tornar para nós Pão partido na Eucaristia. E para realizar esta obra serviu-se de um dos instrumentos de morte mais cruéis que o homem já inventou: a cruz.

Por isso, hoje celebramos a sua «exaltação»: pelo amor imenso com que Deus, abraçando-a para a nossa salvação, de instrumento de morte a transformou em instrumento de vida, ensinando-nos que nada pode separar-nos d’Ele (cf. Rm 8,35-39) e que a sua caridade é maior do que o nosso próprio pecado (cf. Francisco, Catequese, 30 de março de 2016).

Peçamos, então, pela intercessão de Maria, a Mãe presente no Calvário ao lado do seu Filho, que também em nós se enraíze e cresça o seu amor que salva, e que também nós saibamos doar-nos uns aos outros, como Ele se doou totalmente a todos.

O Papa venera a Cruz
(Audiência Geral, 10 de setembro de 2025)

Fonte: Santa Sé.

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