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quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Leitura litúrgica da Carta aos Efésios (4)

“Revesti o homem novo, criado à imagem de Deus” (Ef 4,24).

Nas postagens anteriores desta série sobre a leitura litúrgica dos livros da Sagrada Escritura iniciamos um estudo sobre a presença da Carta de São Paulo aos Efésios (Ef) nas celebrações do Rito Romano.

Após uma breve introdução, analisamos sua leitura sob o critério da composição harmônica (sintonia com o tempo ou a festa litúrgica), como indicado no Elenco das Leituras da Missa (n. 66) [1], na Celebração Eucarística, nos demais Sacramentos e nos Sacramentais.  Para acessar, clique aqui: 1ª parte / 2ª parte / 3ª parte.

Nesta postagem concluiremos esse percurso com a Liturgia das Horas (LH).

Ruínas da cidade de Éfeso

2. Leitura litúrgica da Carta aos Efésios: Composição harmônica

d) Liturgia das Horas

Em relação à leitura de Efésios em composição harmônica na Liturgia das Horas, é preciso distinguir entre leituras longas, proferidas no Ofício das Leituras, e leituras breves, proferidas nas outras horas (Laudes, Hora Média e Vésperas).

Iniciamos com as leituras longas do nosso escrito, que são seis:

- Ofício das Leituras da Festa da Sagrada Família (Domingo após o Natal): Ef 5,21–6,4 [2]. Enquanto na Missa da Festa se lê o “código doméstico” de Colossenses, como vimos em postagens anteriores, na LH se lê o “código doméstico” de Efésios.

- Ofício das Leituras da Solenidade da Ascensão do Senhor: Ef 4,1-24 [3], recordando o “duplo movimento” de Cristo: “Ele subiu! Que significa isso, senão que Ele desceu também às profundezas da terra! Aquele que desceu é o mesmo que subiu mais alto do que todos os céus, a fim de encher o universo” (vv. 9-10).

- Ofício das Leituras da Solenidade da Assunção da Virgem Maria (15 de agosto): Ef 1,16–2,10 [4], sobre a obra salvífica do Senhor: “Deus nos ressuscitou com Cristo e nos fez sentar nos céus em virtude de nossa união com Jesus Cristo” (v. 6).

- Ofício das Leituras das Festas dos Evangelistas São Marcos (25 de abril) e São Mateus, Apóstolo (21 de setembro): Ef 4,1-16 [5], perícope que atesta a diversidade de ministérios, incluindo os “apóstolos” e “evangelistas”.

terça-feira, 12 de novembro de 2024

Ângelus: XXXII Domingo do Tempo Comum - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 10 de novembro de 2024

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
Hoje o Evangelho da Liturgia (Mc 12,38-44) fala-nos de Jesus que, no templo de Jerusalém, denuncia diante do povo a atitude hipócrita de alguns escribas (vv. 38-40).

A estes últimos era confiado um papel importante na comunidade de Israel: liam, transcreviam e interpretavam as Escrituras. Por isso eram tidos em grande estima e o povo prestava-lhes reverência.

Mas, para além das aparências, o seu comportamento não correspondia muitas vezes ao que ensinavam. Não eram coerentes. De fato, alguns, valendo-se do prestígio e do poder que possuíam, olhavam para os outros “de cima” - o que é muito feio, olhar para o outro de cima para baixo -, assumiam ares de superioridade e, escondendo-se atrás de uma fachada de fingida respeitabilidade e legalismo, arrogavam-se privilégios e chegavam ao ponto de cometer roubos em detrimento dos mais fracos, como as viúvas (v. 40). Em vez de usarem o papel de que foram investidos para servir os outros, fizeram dele um instrumento de arrogância e de manipulação. E aconteceu que até a oração, para eles, corria o risco de deixar de ser um momento de encontro com o Senhor para se tornar uma ocasião de ostentação de respeitabilidade e de piedade fingida, útil para atrair a atenção das pessoas e obter aprovação (ibid.). Recordemos o que Jesus diz sobre a oração do publicano e do fariseu (cf. Lc 18,9-14).

Eles - não todos - comportavam-se como pessoas corruptas, alimentando um sistema social e religioso no qual era normal favorecer-se em detrimento dos outros, sobretudo dos mais indefesos, cometendo injustiças e garantindo-se a impunidade.

Destas pessoas, Jesus recomenda que nos afastemos, que tenhamos “cuidado” (v. 38), que não as imitemos. Pelo contrário, com a sua palavra e o seu exemplo, como sabemos, Ele ensina coisas muito diferentes sobre a autoridade. Fala dela em termos de abnegação e de serviço humilde (cf. Mc 10,42-45), de ternura materna e paterna para com as pessoas (Lc 11,11-13), sobretudo as mais necessitadas (Lc 10,25-37). Convida quem está investido dela a olhar para os outros, a partir da sua posição de poder, não para humilhá-los, mas para elevá-los, dando-lhes esperança e ajuda.

Assim, irmãos e irmãs, podemos nos interrogar: como me comporto nas minhas áreas de responsabilidade? Procedo com humildade ou orgulho-me da minha posição? Sou generoso e respeito as pessoas ou trato-as de forma rude e autoritária? E com os mais frágeis, estou ao lado deles, inclino-me para ajudá-los a se levantar?

A Virgem Maria nos ajude a lutar contra a tentação da hipocrisia em nós - Jesus diz-lhes “hipócritas”, a hipocrisia é uma grande tentação - e nos ajude a fazer o bem sem aparecer e com simplicidade.

Jesus adverte contra os “doutores da Lei”
(James Tissot)

Fonte: Santa Sé.

Festa da Dedicação da Basílica do Latrão (2024)

No dia 09 de novembro a Igreja de Rito Romano celebra a Festa da Dedicação da Basílica do Latrão, a Catedral de Roma. Para saber mais, confira nossas postagens sobre o significado dessa celebraçãosobre a história da Basílica.

Neste ano de 2024 a Missa da Festa foi presidida pelo novo Arcipreste da Basílica e Vigário Geral da Diocese de Roma, Dom Baldassare Reina (que será criado Cardeal no dia 07 de dezembro), concluindo as comemorações dos 1700 anos da dedicação da igreja (324-2024).


Procissão de entrada
Incensação
Sinal da cruz
Ritos iniciais

sábado, 9 de novembro de 2024

Nomeado novo Pregador da Casa Pontifícia

Neste sábado, 09 de novembro de 2024, o Papa Francisco nomeou como novo Pregador da Casa Pontifícia o Padre Roberto Pasolini, O.F.M. Cap., sucedendo o Cardeal Raniero Cantalamessa, O.F.M. Cap., que exerceu esse ofício por 44 anos.


Roberto Pasolini nasceu em 05 de novembro de 1971 em Milão (Itália). Professou os votos perpétuos na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em 07 de setembro de 2002 e recebeu a Ordenação Presbiteral em 23 de setembro de 2006.

Após obter o Doutorado em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma), tornou-se professor em diversas instituições do norte da Itália. Atualmente ensina Exegese Bíblica na Faculdade Teológica da Itália Setentrional (Milão) e se dedica à pregação de retiros.

O Pregador da Casa Pontifícia é o responsável pelas meditações ao Papa e à Cúria Romana no Advento e na Quaresma e pela homilia na Celebração da Paixão do Senhor na Sexta-feira Santa. Desde o pontificado do Papa Bento XIV (†1758) esse ofício fosse exercido sempre por um franciscano capuchinho.


Cardeal Raniero Cantalamessa, Pregador Emérito da Casa Pontifícia

Raniero Cantalamessa nasceu em 22 de julho de 1934 em Colli del Tronto (Itália). Após ingressar na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, recebeu a Ordenação Presbiteral em 19 de outubro de 1958.

Obteve o Doutorado em Teologia pela Universidade de Friburgo (Suíça) e em Letras Clássicas pela Universidade Católica do Sagrado Coração em Milão (Itália), na qual foi professor durante alguns anos.

No dia 23 de junho de 1980 foi nomeado pelo Papa João Paulo II como Pregador da Casa Pontifícia. Nesse período, além das pregações à Cúria Romana e ao redor do mundo, o Padre Cantalamessa também publicou diversos livros.

O Papa Francisco o criou Cardeal no Consistório de 28 de novembro de 2020, concedendo-lhe como igreja titular a Diaconia de Santo Apolinário alle Terme Neroniane-Alessandrine, da qual tomou posse no dia 13 de junho de 2021.

Sendo um Cardeal não-eleitor (com mais de 80 anos), foi dispensado de receber a Ordenação Episcopal, permanecendo como presbítero, embora com a faculdade de endossar as insígnias pontifícias.

Atualmente com 90 anos, o Cardeal Cantalamessa, doravante Pregador Emérito da Casa Pontifícia, reside na Ermida do Amor Misericordioso em Cittaducale, dedicando-se ao estudo e à oração.


Para acessar todas as meditações do Cardeal Cantalamessa publicadas em nosso blog, clique aqui.

Com informações do site da Santa Sé.

Falecimento de Dom Pablo León Hakimian

Faleceu na quarta-feira, 06 de novembro de 2024, aos 70 anos, Dom Pablo León Hakimian, Exarca Apostólico para os fiéis de Rito Armênio na América Latina.


Pablo León Hakimian nasceu no Cairo (Egito) no dia 11 de novembro de 1953. Aos 13 anos emigrou com sua família para a Argentina.

Após realizar seus estudos em Roma, recebeu a Ordenação Presbiteral no dia 14 de agosto de 1981 na Catedral de Nossa Senhora de Narek em Buenos Aires (Argentina), sede do Exarcado Apostólico para os fiéis de Rito Armênio na América Latina e México, que havia sido criado no mesmo ano.

Nos anos seguintes serviu nas paróquias da Argentina e do Brasil, além de realizar visitas às comunidades católicas armênias na Venezuela, no México, no Chile e no Uruguai, acompanhando o Exarca, Dom Vartan Waldir Boghossian, S.D.B.

Durante vários anos o Padre Pablo León Hakimian foi pároco da Catedral de Nossa Senhora de Narek, que em 1989 tornou-se sede da Eparquia de São Gregório de Narek em Buenos Aires. Os demais países da América Latina permaneceram como parte do Exarcado Apostólico.

No dia 04 de julho de 2018 o Papa Francisco nomeou o Padre Pablo León Hakimian como Eparca de São Gregório de Narek em Buenos Aires e Exarca Apostólico para os fiéis de Rito Armênio na América Latina e México, sucedendo Dom Vartan Waldir Boghossian, que renunciou por limite de idade.

Recebeu a Ordenação Episcopal no dia 29 de setembro de 2018 na igreja de São Nicolau de Tolentino em Roma, sendo ordenante principal o então Patriarca da Igreja Católica Armênia, Dom Grégoire Pierre XX Ghabroyan (†2021).


Informações: Paróquia Armênia Católica São Gregório Iluminador - São Paulo (SP).

Para saber mais sobre a Igreja Armênia, clique aqui.

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Missa pelos Bispos falecidos no Vaticano (2024)

Na segunda-feira, 04 de novembro de 2024, após a Comemoração dos Fiéis Defuntos, o Papa Francisco presidiu sem celebrar a tradicional Missa em sufrágio pelos Cardeais e Bispos falecidos ao longo do ano no altar da Cátedra da Basílica de São Pedro.

A Liturgia Eucarística, por sua vez, foi celebrada pelo Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado da Santa Sé.

O Santo Padre foi assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli e pelo Monsenhor L'ubomir Welnitz.

O livreto da celebração pode ser visto aqui, com a lista dos 123 Cardeais e Bispos pelos quais foi celebrada a Missa. Além dos Bispos Católicos recordamos aqui também o Patriarca Neófito da Igreja Ortodoxa Búlgara.

Ritos iniciais
Liturgia da Palavra
Evangelho

Homilia

Homilia do Papa: Missa pelos Bispos falecidos (2024)

Santa Missa em Sufrágio pelos Cardeais e Bispos falecidos durante o ano
Homilia do Papa Francisco
 Basílica de São Pedro - Altar da Cátedra
Segunda-feira, 04 de novembro de 2024

«Jesus, lembra-te de mim, quando estiveres no teu Reino» (Lc 23,42). Estas são as últimas palavras dirigidas ao Senhor por um dos dois crucificados com Ele. Quem as pronuncia não é um discípulo, um daqueles que seguiram Jesus pelos caminhos da Galileia e partilharam o pão com Ele na Última Ceia. O homem que se dirige ao Senhor é, pelo contrário, um malfeitor. Alguém que só o encontra no fim da vida; alguém de quem sequer sabemos o nome.

Mas os últimos suspiros deste desconhecido tornam-se, no Evangelho, um diálogo cheio de verdade. Enquanto Jesus é «contado entre os pecadores» (Is 53,12), como Isaías tinha profetizado, uma voz inesperada levanta-se e diz: «Recebemos o castigo que as nossas ações mereciam; mas Ele nada praticou de condenável» (Lc 23,41). E realmente é assim. Este condenado representa-nos a todos; podemos dar-lhe o nosso nome. Podemos, sobretudo, fazer nosso o seu apelo: “Jesus, lembra-te de mim”. Mantém-me vivo na tua memória. Não te esqueças de mim.


Meditemos sobre este ato: recordar. Recordar significa “trazer de volta ao coração”, re-cordar, voltar a pôr no coração. Aquele homem, crucificado com Jesus, transforma uma dor extrema em uma oração: “Leva-me no teu coração, Jesus”. E não o pede com a voz agonizante de um derrotado, mas em um tom cheio de esperança. Tudo o que deseja o malfeitor que morre como discípulo da última hora é um coração hospitaleiro. E isto é tudo o que lhe importa, agora que está nu diante da morte. E o Senhor, como sempre, ouve a oração do pecador, até ao fim. Transpassado pela dor, o coração de Cristo abre-se para salvar o mundo - é um coração aberto, não fechado: acolhe, moribundo, a voz dos moribundos. Jesus morre conosco, porque morre por nós.

Ângelus: XXXI Domingo do Tempo Comum - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 03 de novembro de 2024

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
O Evangelho da Liturgia de hoje (Mc 12,28-34) fala-nos de uma das tantas discussões que Jesus teve no templo de Jerusalém. Um dos escribas aproxima-se e interroga-o: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» (v. 28). Jesus responde juntando duas palavras fundamentais da lei mosaica: «Amarás o Senhor, teu Deus» e «amarás o teu próximo» (vv. 30-31).

Com a sua pergunta, o escriba procura “o primeiro” dos mandamentos, ou seja, um princípio que está na base de todos os mandamentos; os judeus tinham muitos preceitos e procuravam a base de todos, um que fosse o fundamental; tentavam chegar a um acordo sobre um fundamental, e haviam discussões entre eles, boas discussões porque procuravam a verdade. E esta questão é essencial também para nós, para a nossa vida e para o caminho da nossa fé. Na verdade, também nós, por vezes, nos sentimos dispersos em tantas coisas e nos perguntamos: mas, afinal, qual é a coisa mais importante de todas? Onde posso encontrar o centro da minha vida, da minha fé? Jesus dá-nos a resposta, unindo estes dois mandamentos, que são os principais: «Amarás o Senhor teu Deus» e «amarás o teu próximo». E isto é um pouco o coração da nossa fé.

Todos nós - sabemo-lo - precisamos regressar ao coração da vida e da fé, porque o coração é «a fonte e a raiz de todas as outras forças, convicções...» (Encíclica Dilexit nos, n. 9). E Jesus diz-nos que a fonte de tudo é o amor, que nunca devemos separar Deus do homem. Ao discípulo de cada tempo, o Senhor diz: no teu caminho, o que conta não são as práticas exteriores, como os holocaustos e os sacrifícios (v. 33), mas a disposição do coração com que tu te abres a Deus e aos irmãos no amor. Irmãos e irmãs, nós podemos fazer tantas coisas, de fato, mas fazê-las só para nós mesmos e sem amor, e isso não é bom; fazê-las com o coração distraído ou com o coração fechado, não pode ser assim. Todas as coisas devem ser feitas com amor.

O Senhor virá e nos perguntará, antes de tudo, sobre o amor: “Como amaste?” É crucial, portanto, fixar no nosso coração o mandamento mais importante. Qual é? Ama o Senhor, teu Deus e ama o teu próximo como a ti mesmo. E todos os dias fazer o nosso exame de consciência e nos perguntarmos: o amor a Deus e ao próximo é o centro da minha vida? A minha oração a Deus me impele a ir ter com os meus irmãos e a amá-los com gratuidade? Reconheço a presença do Senhor no rosto dos outros?

A Virgem Maria, que trazia a lei de Deus impressa no seu Coração Imaculado, nos ajude a amar o Senhor e os irmãos.

Os fariseus questionam Jesus (James Tissot)

Fonte: Santa Sé.

Observação: No Brasil celebramos neste domingo a Solenidade de Todos os Santos, transferida do dia 01 de novembro.

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Leitura litúrgica da Carta aos Efésios (3)

“Há um só Senhor, uma só fé, um só Batismo” (Ef 4,5).

Nas postagens anteriores desta série sobre a leitura litúrgica dos livros da Sagrada Escritura iniciamos um estudo sobre a presença da Carta de São Paulo aos Efésios (Ef) nas celebrações do Rito Romano.

Após uma breve introdução, analisamos sua leitura sob o critério da composição harmônica (sintonia com o tempo ou a festa litúrgica), como indicado pelo Elenco das Leituras da Missa (n. 66) [1], na Celebração Eucarística. Para acessar, clique aqui: 1ª parte / 2ª parte.

Agora prosseguiremos com os demais Sacramentos e os Sacramentais.


2. Leitura litúrgica da Carta aos Efésios: Composição harmônica

b) Sacramentos

Além da Eucaristia, a Carta aos Efésios consta entre as opções de leitura ad libitum (à escolha) de todos os outros seis Sacramentos.

Primeiramente, em relação à Iniciação Cristã de Adultos, vale destacar o Rito da eleição ou inscrição do nome, que tradicionalmente se celebra no I Domingo da Quaresma e com o qual tem início o “Tempo da Purificação e Iluminação”. Quando esse rito se celebra na Missa, entoa-se a antífona da Comunhão da sexta-feira da IV semana da Quaresma, como vimos anteriormente: “Temos a redenção em Cristo pelo seu sangue e a remissão dos pecados segundo as riquezas de sua graça” (Ef 1,7) [2].

No IV Domingo da Quaresma, por sua vez, celebra-se o II Escrutínio, com uma leitura de Efésios, que é proclamada mesmo quando os Escrutínios são celebrados em outro tempo: Ef 5,8-14 [3], sobre o tema da “iluminação”.

Para a celebração do sacramento do Batismo há três leituras ad libitum (à escolha) da nossa Carta:
- Ef 1,3-10.13-14: o “hino”, que como o Batismo possui uma dinâmica trinitária, destacando-se aqui também o tema da adoção filial (vv. 5-6);
- Ef 4,1-6: a afirmação de que há “um só Senhor, uma só fé, um só Batismo”;
- Ef 5,8-14: esta leitura, sobre o tema da “iluminação” é prevista apenas para o Batismo de crianças, uma vez que os adultos já a ouviram no II Escrutínio [4].

Todos os Santos e Fiéis Defuntos em Budapeste (2024)

O Arcebispo de Esztergom-Budapeste (Hungria), Cardeal Péter Erdő, presidiu nos dias 01 e 02 de novembro de 2024 as celebrações da Solenidade de Todos os Santos e da Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos:

Na tarde do dia 01 de novembro o Cardeal celebrou a Missa da Solenidade de Todos os Santos na Catedral Basílica da Assunção de Maria e Santo Adalberto em Esztergom, no final da qual conduziu um momento de oração pelos fiéis defuntos:

Procissão de entrada
Incensação
Ritos iniciais
Evangelho
Homilia

terça-feira, 5 de novembro de 2024

Todos os Santos e Fiéis Defuntos em Cracóvia (2024)

Nos dias 01 e 02 de novembro de 2024 o Arcebispo Emérito de Cracóvia (Polônia), Cardeal Stanisław Dziwisz, presidiu as celebrações da Solenidade de Todos os Santos e da Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos:

Na tarde do dia 01 de novembro o Cardeal celebrou a Missa da Solenidade de Todos os Santos no Santuário de São João Paulo II, no final da qual abençoou os túmulos presentes na igreja:

A presença do círio pascal junto ao altar nessa celebração, porém, constitui um abuso litúrgico, já que fora do Tempo Pascal este é aceso apenas no Batismo e nas Exéquias (Carta Circular Paschalis Solemnitatis, n. 99).

Procissão de entrada
Incensação do altar
Ritos iniciais
Evangelho

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Comemoração dos Fiéis Defuntos em Roma (2024)

No dia 02 de novembro de 2024 o Papa Francisco presidiu sem celebrar (embora endossando a casula, ao invés do pluvial) a Santa Missa da Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos no Cemitério Laurentino em Roma (que o Papa já havia visitado em 2018).

A Liturgia Eucarística, por sua vez, foi celebrada por Dom Diego Giovanni Ravelli, Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias.

Após o Evangelho o Papa não proferiu a homilia, optando por observar alguns instantes de silêncio.

O Papa reza junto aos túmulos de crianças


Santa Missa: Sinal da cruz
Ato Penitencial

Ângelus: Solenidade de Todos os Santos (2024)

Solenidade de Todos os Santos
Papa Francisco
Ângelus
Sexta-feira, 1° de novembro de 2024

Amados irmãos e irmãs, bom dia e feliz festa!
Hoje, Solenidade de Todos os Santos, no Evangelho (Mt 5,1-12) Jesus proclama a carteira de identidade do cristão. E qual é a carteira de identidade do cristão? As bem-aventuranças. É a nossa carteira de identidade e também o caminho da santidade (cf. Exortação Apostólica Gaudete et exsultate, n. 63). Jesus indica-nos um caminho, o caminho do amor, que Ele mesmo percorreu por primeiro fazendo-se homem, e que para nós é simultaneamente dom de Deus e resposta nossa. Dom e resposta.

É dom de Deus, porque, como diz São Paulo, é Ele que santifica (cf. 1Cor 6, 11). Por isso, é antes de tudo ao Senhor que pedimos que nos santifique, que torne o nosso coração semelhante ao seu (cf. Encíclica Dilexit nos, n. 168). Com a sua graça, Ele cura-nos e liberta-nos de tudo o que nos impede de amar como Ele nos ama (cf. Jo 13,34), para que em nós, como dizia o Beato Carlo Acutis, haja sempre «menos de mim para deixar espaço a Deus».

E isto leva-nos ao segundo ponto: a nossa resposta. O Pai do céu, de fato, oferece-nos a sua santidade, mas não a impõe. Ele semeia-a em nós, faz-nos saboreá-la e ver a sua beleza, mas depois espera a nossa resposta. Deixa-nos a liberdade de seguir as suas boas inspirações, deixar-nos envolver pelos seus projetos, fazer nossos os seus sentimentos (cf. Dilexit nos, n. 179), pondo-nos, como Ele nos ensinou, ao serviço dos outros, com uma caridade cada vez mais universal, aberta e dirigida a todos, ao mundo inteiro.

Vemos tudo isto na vida dos santos, também no nosso tempo. Pensemos, por exemplo, em São Maximiliano Kolbe, que em Auschwitz pediu para tomar o lugar de um pai de família condenado à morte; ou em Santa Teresa de Calcutá, que passou a sua existência ao serviço dos mais pobres entre os pobres; ou no Bispo Santo Oscar Romero, assassinado no altar por ter defendido os direitos dos últimos contra os abusos dos prepotentes. E assim podemos fazer a lista de tantos santos, tantos: os que veneramos nos altares e outros, a quem gosto de chamar os santos da “porta ao lado”, os de todos os dias, escondidos, que diariamente levam por diante a sua vida cristã. Irmãos e irmãs, quanta santidade escondida existe na Igreja! Reconhecemos tantos irmãos e irmãs plasmados pelas bem-aventuranças: pobres, mansos, misericordiosos, famintos e sedentos de justiça, promotores da paz. São pessoas “cheias de Deus”, incapazes de ficar indiferentes às necessidades do próximo; são testemunhas de caminhos luminosos, que também são possíveis para nós.

Perguntemo-nos agora: peço a Deus, na oração, o dom de uma vida santa? Deixo-me guiar pelos bons impulsos que o seu Espírito suscita em mim? E comprometo-me pessoalmente a praticar as bem-aventuranças do Evangelho, nos ambientes em que vivo?

Maria, Rainha de todos os Santos, nos ajude a fazer da nossa vida um caminho de santidade.

Glória de Todos os Santos
(Giovanni Battista Ricci)

Fonte: Santa Sé.

sábado, 2 de novembro de 2024

Exéquias do Cardeal Renato Raffaele Martino

Na tarde da quarta-feira, 30 de outubro de 2024, o Cardeal Giovanni Battista Re, Decano do Colégio Cardinalício, celebrou no altar da Cátedra da Basílica de São Pedro a Santa Missa Exequial do Cardeal Renato Raffaele Martino, Presidente Emérito do Pontifício Conselho “Justiça e Paz”, falecido no dia 28 de outubro aos 91 anos.

No final da celebração, o Papa Francisco presidiu os ritos da Última Encomendação e Despedida, assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli e pelo Monsenhor Ján Dubina (que também assistiu o Cardeal Re durante a Missa).

Cardeal Renato Raffaele Martino (†2024)
Incensação do altar
Homilia do Cardeal Re
Oração Eucarística
Entrada do Papa Francisco

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Homilia do Papa Bento XVI: Todos os Santos (2006)

Confira a seguir a homilia do Papa Bento XVI (†2022) no dia 01 de novembro de 2006, Solenidade de Todos os Santos:

Santa Missa na Solenidade de Todos os Santos
Homilia do Papa Bento XVI
Basílica de São Pedro
Quarta-feira, 01 de novembro de 2006

Amados irmãos e irmãs,
A nossa Celebração Eucarística inaugurou-se hoje com a exortação: “Alegremo-nos todos no Senhor”. A Liturgia convida-nos a compartilhar o júbilo celeste dos santos, a saborear a sua alegria. Os santos não são uma exígua casta de eleitos, mas uma multidão inumerável, para a qual a Liturgia de hoje nos exorta a levantar o olhar. Em tal multidão não estão somente os santos oficialmente reconhecidos, mas os batizados de todas as épocas e nações, que procuraram cumprir a vontade divina com amor e fidelidade. De uma grande parte deles não conhecemos os rostos e nem sequer os nomes, mas com os olhos da fé vemo-los resplandecer, como astros repletos de glória, no firmamento de Deus.

No dia de hoje a Igreja festeja a sua dignidade de “mãe dos santos, imagem da cidade divina” (Alessandro Manzoni), e manifesta a sua beleza de esposa imaculada de Cristo, fonte e modelo de toda a santidade. Sem dúvida não lhe faltam filhos obstinados e até rebeldes, mas é nos santos que ela reconhece os seus traços característicos, e precisamente neles saboreia a sua glória mais profunda.


Na 1ª Leitura, o autor do Livro do Apocalipse descreve-os como “uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar” (Ap 7,9). Este povo compreende os santos do Antigo Testamento, a partir do justo Abel e do fiel Patriarca Abraão, os do Novo Testamento, os numerosos mártires do início do Cristianismo e também os beatos e os santos dos séculos seguintes, até às testemunhas de Cristo desta nossa época. Todos eles são irmanados pela vontade de encarnar o Evangelho na sua existência, sob o impulso do eterno animador do Povo de Deus, que é o Espírito Santo.

Mas “para que louvar os santos, para que glorificá-los? Para que esta solenidade?”. Com esta interrogação tem início uma famosa homilia de São Bernardo para o dia de Todos os Santos. É uma pergunta que se poderia fazer também hoje. E atual é inclusive a resposta que o Santo nos oferece: “Os santos não precisam de nossas homenagens, nem lhes vale nossa devoção. Se veneramos os santos, sem dúvida nenhuma, o interesse é nosso, não deles. Eu por mim, confesso, ao recordar-me deles, sinto acender-se um desejo veemente” (Sermão 2; Opera Omnia 5, 364ss: 2ª leitura do Ofício). Eis, portanto, o significado da Solenidade de hoje: contemplando o exemplo luminoso dos santos, despertar em nós o grande desejo de ser como eles: felizes por viver próximos de Deus, na sua luz, na grande família dos amigos de Deus. Ser santo significa: viver na intimidade com Deus, viver na sua família. Esta é a vocação de todos nós, reiterada com vigor pelo Concílio Vaticano II, e hoje proposta de novo solenemente à nossa atenção.