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terça-feira, 19 de novembro de 2024

Ângelus: XXXIII Domingo do Tempo Comum - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 17 de novembro de 2024

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
No Evangelho da Liturgia de hoje Jesus descreve uma grande tribulação: «O sol vai se escurecer, e a lua não brilhará mais» (Mc 13,24). Perante este sofrimento, muitos poderiam pensar no fim do mundo, mas o Senhor aproveita a ocasião para nos oferecer uma chave de leitura diferente, dizendo: «O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão» (v. 31).

Podemos deter-nos nesta expressão: o que passa e o que permanece.

Antes de tudo, o que passa. Em algumas circunstâncias da nossa vida, quando atravessamos uma crise ou vivemos algum fracasso, bem como quando vemos à nossa volta a dor causada pelas guerras, pelas violências, pelas calamidades naturais, temos a sensação de que tudo caminha para o fim e sentimos que até as coisas mais belas passam. Porém, as crises e os fracassos, ainda que dolorosos, são importantes, porque nos ensinam a dar a devida importância a cada coisa, a não apegar o nosso coração às realidades deste mundo, porque estas passarão: estão destinadas a ser passageiras.

Ao mesmo tempo, Jesus fala do que permanece. Tudo passa, mas as suas palavras não passarão: as palavras de Jesus permanecem eternamente. Assim, convida-nos a confiar no Evangelho, que contém uma promessa de salvação e de eternidade, e a deixar de viver sob a angústia da morte. Com efeito, enquanto tudo passa, Cristo permanece. N’Ele, em Cristo, encontraremos um dia as coisas e as pessoas que passaram e nos acompanharam na existência terrena. À luz desta promessa de ressurreição, cada realidade adquire um novo significado: tudo morre e também nós morreremos um dia, mas não perderemos nada do que construímos e amamos, porque a morte será o início de uma vida nova.

Irmãos e irmãs, mesmo nas tribulações, nas crises, nos fracassos, o Evangelho convida-nos a olhar a vida e a história sem medo de perder o que acaba, mas com alegria pelo que permanece. Não esqueçamos que Deus prepara para nós um futuro de vida e de alegria.

E então perguntemo-nos: estamos apegados às coisas da terra, que passam, que passam depressa, ou às palavras do Senhor, que permanecem e nos guiam para a eternidade? Façamo-nos esta pergunta, por favor. Isso nos ajudará.

E rezemos à Virgem Santa, que se confiou totalmente à Palavra de Deus, para que ela interceda por nós.

Juízo final (Basílica de São Marcos, Veneza)

Fonte: Santa Sé.

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