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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Ângelus: Solenidade de Cristo Rei - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 24 de novembro de 2024

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
Hoje o Evangelho da Liturgia (Jo 18,33-37) apresenta-nos Jesus diante de Pôncio Pilatos: foi entregue ao Procurador romano para ser condenado à morte. Entre os dois, porém - entre Jesus e Pilatos -, tem início um breve diálogo. Através das perguntas de Pilatos e das respostas do Senhor, duas palavras em particular são transformadas, adquirindo um novo significado. Duas palavras: a palavra “rei” e a palavra “mundo”.

Em um primeiro momento, Pilatos pergunta a Jesus: «És tu o rei dos judeus?» (v. 33). Raciocinando como funcionário do Império, quer perceber se o homem que tem diante de si constitui uma ameaça, e um rei para ele é a autoridade que governa todos os seus súditos. Isso seria uma ameaça para ele, não é verdade? Jesus afirma ser Rei, sim, mas de uma forma muito diferente! Jesus é Rei porque é testemunha: é aquele que diz a verdade (v. 37). O poder real de Jesus, o Verbo encarnado, reside na sua palavra verdadeira, na sua palavra eficaz, que transforma o mundo.

Mundo: eis o segundo momento. O “mundo” de Pôncio Pilatos é aquele no qual o forte triunfa sobre o débil, o rico sobre o pobre, o violento sobre o manso, ou seja, um mundo que infelizmente conhecemos bem. Jesus é Rei, mas o seu reino não é daquele mundo, também não é deste mundo (v. 36). O mundo de Jesus é, de fato, o mundo novo, o mundo eterno, que Deus prepara para todos, dando a sua vida pela nossa salvação. É o reino dos céus, que Cristo traz à terra, derramando a graça e a verdade (cf. Jo 1,17). O mundo do qual Jesus é Rei redime a criação arruinada pelo mal com a própria força do amor divino. Jesus salva a criação porque liberta, perdoa, dá a paz e a justiça. “Mas isto é verdade, Padre?” - “Sim”. Como está a tua alma? Há nela algo que a sobrecarrega? Alguma culpa antiga? Jesus perdoa sempre. Jesus nunca se cansa de perdoar. Este é o Reino de Jesus. Se há algo de mau dentro de ti, pede perdão. E Ele perdoa sempre.

Irmãos e irmãs, Jesus fala a Pilatos de muito perto, mas este permanece distante d’Ele, pois vive em um mundo diferente. Pilatos não se abre à verdade, apesar de tê-la diante de si. Manda crucificar Jesus e ordena que se escreva na cruz: «Rei dos judeus» (Jo 19,19), mas sem compreender o significado destas palavras. “Rei dos judeus”, daquelas palavras. No entanto, Cristo veio ao mundo, a este mundo: quem é da verdade, ouve a sua voz (cf. Jo 18,37). É a voz do Rei do universo, que nos salva.

Irmãos e irmãs, a escuta do Senhor infunde luz ao nosso coração e à nossa vida. Por isso, procuremos perguntar-nos - cada um de nós pergunte-se no seu coração: posso dizer que Jesus é o meu “rei”? Ou tenho outros “reis” no meu coração? Em que sentido? A sua Palavra é o meu guia, a minha certeza? Vejo n’Ele o rosto misericordioso de Deus que perdoa sempre, que está à espera para nos conceder o perdão?

Rezemos juntos a Maria, serva do Senhor, enquanto aguardamos com esperança o Reino de Deus.

Jesus e Pilatos (Nikolay Ge)

Fonte: Santa Sé.

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