terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Ângelus: II Domingo do Advento - Ano A (2025)

Papa Leão XIV
Ângelus
Praça de São Pedro
Domingo, 07 de dezembro de 2025

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
O Evangelho deste II Domingo do Advento anuncia-nos a vinda do Reino de Deus (Mt 3,1-12). Antes de Jesus, surge em cena o seu Precursor, João Batista. Ele pregava no deserto da Judeia, dizendo: «Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo!» (v. 1).

Todos os dias, na oração do Pai nosso, pedimos: «Venha a nós o vosso reino», como o próprio Jesus nos ensinou. E com essa invocação nos orientamos para o Novo que Deus tem reservado para nós, reconhecendo que o curso da história não é algo já determinado pelos poderosos deste mundo. Colocamos os nossos pensamentos e energias a serviço de um Deus que vem reinar não para nos dominar, mas para nos libertar. É um “evangelho”: uma verdadeira boa notícia, que nos motiva e nos envolve.

Certo, o tom do Batista é severo, mas o povo ouve-o porque nas suas palavras ouve ressoar o apelo de Deus para não brincar com a vida, para aproveitar o momento presente para se preparar para o encontro com Aquele que não julga com base nas aparências, mas nas obras e nas intenções do coração.

O próprio João ficará surpreso com a forma como o Reino de Deus se manifestará em Jesus Cristo: na mansidão e na misericórdia. O profeta Isaías compara-o a um rebento: uma imagem não de poder ou destruição, mas de nascimento e novidade. Sobre o rebento, que brota de um tronco aparentemente morto, começa a soprar o Espírito Santo com os seus dons (cf. Is 11,1-10). Cada um de nós pode pensar em uma surpresa semelhante que lhe aconteceu na vida.

É a experiência que a Igreja viveu no Concílio Vaticano II, que terminou há exatamente sessenta anos: uma experiência que se renova quando caminhamos juntos em direção ao Reino de Deus, todos ansiosos para acolhê-lo e servi-lo. Então, não só brotam realidades que pareciam fracas ou marginais, mas realiza-se o que humanamente se diria impossível. Com as imagens do profeta: «O lobo e o cordeiro viverão juntos e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito; o bezerro e o leão comerão juntos e até mesmo uma criança poderá tangê-los» (Is 11,6).

Irmãos e irmãs, como o mundo precisa dessa esperança! Nada é impossível para Deus. Preparemo-nos para o seu Reino, o acolhamos. O Menino, Jesus de Nazaré, nos guiará! Ele, que se colocou nas nossas mãos, desde a noite do seu nascimento até a hora sombria da morte na cruz, brilha sobre a nossa história como o Sol nascente. Um novo dia começou: despertemos e caminhemos na sua luz!

Eis a espiritualidade do Advento, tão luminosa e concreta. As luzes ao longo das ruas lembram-nos que cada um de nós pode ser uma pequena luz, se acolher Jesus, rebento de um mundo novo. Aprendamos a fazê-lo com Maria, nossa Mãe, mulher da espera confiante e da esperança.

Pregação de São João Batista (Rembrandt)

Fonte: Santa Sé.

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