quinta-feira, 16 de maio de 2024

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio: Jesus Cristo 44

Confira as Catequeses nn. 68-69 do Papa São João Paulo II sobre Jesus Cristo, as quais dão continuidade à reflexão sobre o valor da sua Morte.

Para acessar a postagem que serve de Introdução a esta série, com os links para todas as Catequeses, clique aqui.

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio
CREIO EM JESUS CRISTO

68. Valor do sofrimento e da morte de Cristo
João Paulo II - 19 de outubro de 1988

1. Os dados bíblicos e históricos sobre a morte de Cristo, que resumimos nas Catequeses anteriores, foram objeto de reflexão na Igreja de todos os tempos, dos primeiros Padres e Doutores e dos Concílios Ecumênicos aos grandes teólogos das diversas escolas que se formaram e sucederam ao longo dos séculos até hoje.

O objeto principal do estudo e da pesquisa foi e é o valor da Paixão e Morte de Jesus em ordem à nossa salvação. Os resultados obtidos sobre este ponto, além de nos fazer conhecer melhor o mistério da redenção, serviram para lançar uma nova luz também sobre o mistério do sofrimento humano, do qual se puderam descobrir dimensões impensáveis de grandeza, de finalidade, de fecundidade, já desde que foi possível sua comparação e, mais ainda, sua vinculação com a Cruz de Cristo.

Ecce Homo (Juan de Juanes)

2. Elevemos os olhos antes de tudo Àquele que pende da Cruz e perguntemo-nos: quem é este que sofre? É o Filho de Deus: verdadeiro homem, mas também verdadeiro Deus, como sabemos pelos Símbolos da fé. Por exemplo, o Símbolo de Niceia o proclama “Deus verdadeiro de Deus verdadeiro... que por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus: e se encarnou... e padeceu” (Denzinger, n. 125). O Concílio de Éfeso, por sua vez, precisa que “o Verbo de Deus sofreu na carne” (ibid., n. 263).

Dei Verbum passum carne”: é uma síntese admirável do grande mistério do Verbo Encarnado, Jesus Cristo, cujos sofrimentos humanos pertencem à natureza humana, mas devem ser atribuídos, como todas as suas ações, à pessoa divina. Em Cristo, portanto, temos um Deus que sofre!

Indulgências durante o Jubileu de 2025

Há uma semana, no dia 09 de maio de 2024, o Papa Francisco convocou oficialmente o Jubileu Ordinário de 2025, promulgando a Bula Spes non confundit.

Na sequência, a Penitenciaria Apostólica, tribunal responsável por algumas questões relativas ao Sacramento da Penitência, publicou as normas para a obtenção das indulgências durante o Jubileu.

A indulgência, com efeito, é uma graça especial concedida àqueles que, arrependidos dos seus pecados e absolvidos no Sacramento da Confissão, realizam uma obra de piedade (cf. Catecismo da Igreja Católica, nn. 1471-1479). No caso do Jubileu de 2025, destacam-se a peregrinação e as obras de misericórdia.

As Normas são assinadas pelo novo Penitenciário-Mor, Cardeal Angelo De Donatis, e pelo Regente da Penitenciaria Apostólica, Monsenhor Krzysztof Józef Nykiel, recentemente eleito Bispo Titular de Velia.

Penitenciaria Apostólica
Normas sobre a concessão da Indulgência durante o Jubileu Ordinário do Ano 2025 proclamado pelo Papa Francisco

“Agora chegou o momento de um novo Jubileu, em que se abre novamente de par em par a Porta Santa para oferecer a experiência viva do amor de Deus” (Spes non confundit, n. 6). Na Bula de proclamação do Jubileu Ordinário de 2025, o Santo Padre, no momento histórico atual em que, “esquecida dos dramas do passado, a humanidade encontra-se de novo submetida a uma difícil prova que vê muitas populações oprimidas pela brutalidade da violência” (ibid., n. 8), convida todos os cristãos a se tornarem peregrinos de esperança. Esta é uma virtude a redescobrir nos sinais dos tempos, os quais, contendo “o desejo do coração humano, carecido da presença salvífica de Deus, pedem para ser transformados em sinais de esperança” (ibid., n. 7), que deverá ser obtida sobretudo na graça de Deus e na plenitude da sua misericórdia.


Já na Bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia de 2015, o Papa Francisco sublinhava o quanto a Indulgência adquiria, naquele contexto, “uma relevância particular” (Misericordiae vultus, n. 22), uma vez que a misericórdia de Deus “torna-se indulgência do Pai que, através da Esposa de Cristo, alcança o pecador perdoado e liberta-o de qualquer resíduo das consequências do pecado” (ibid.). Do mesmo modo, hoje, o Santo Padre declara que o dom da Indulgência “permite-nos descobrir como é ilimitada a misericórdia de Deus. Não é por acaso que, na antiguidade, o termo «misericórdia» era intercambiável com o de «indulgência», precisamente porque pretende exprimir a plenitude do perdão de Deus que não conhece limites” (Spes non confundit, n. 23). A Indulgência é, pois, uma graça jubilar.

Também por ocasião do Jubileu Ordinário de 2025, portanto, por vontade do Sumo Pontífice, este “Tribunal de Misericórdia”, ao qual compete dispor tudo o que diz respeito à concessão e ao uso das Indulgências, pretende estimular os ânimos dos fiéis a desejar e alimentar o piedoso desejo de obter a Indulgência como dom de graça, próprio e peculiar de cada Ano Santo, e estabelece as seguintes prescrições, para que os fiéis possam usufruir das “disposições necessárias para poder obter e tornar efetiva a prática da Indulgência Jubilar” (ibid.).

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Festa da Invenção da Santa Cruz em Jerusalém (2024)

No dia 07 de maio celebra-se em Jerusalém a Festa da Invenção da Santa Cruz (Inventio Sanctae Crucis), que anteriormente tinha lugar no dia 03 de maio, recordando a descoberta (em latim, inventio) das supostas relíquias da Cruz por Santa Helena. Para saber mais, confira nossa postagem sobre a história da Festa da Exaltação da Santa Cruz.

Neste ano de 2024, extraordinariamente, a Festa foi transferida para a semana seguinte, para não coincidir com as celebrações da Páscoa pelas Igrejas Orientais.

As celebrações foram presididas pelo Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Patton na Gruta de Santa Helena da Basílica do Santo Sepulcro, desde as I Vésperas na tarde do dia 13 de maio até a Santa Missa no dia 14.

13 de maio: I Vésperas

Relíquia da Cruz na Gruta de Santa Helena
Acolhida do Custódio
Procissão até a Gruta de Santa Helena

I Vésperas: Salmodia

terça-feira, 14 de maio de 2024

Procissão e Missa em honra de Santo Estanislau em Cracóvia (2024)

No domingo após o dia 08 de maio, data em que se celebra na Polônia a Solenidade de Santo Estanislau, Bispo e Mártir (†1079), co-padroeiro do país junto com Santo Adalberto, se realiza uma procissão da Catedral de Wawel em Cracóvia até o Mosteiro de Skałka (polonês para “pequena rocha”), local do martírio do santo.

Esta procissão, na qual são conduzidas as relíquias de Santo Estanislau e de outros Santos poloneses, se realiza há 770 anos, desde maio de 1254, após a Canonização de Santo Estanislau em setembro de 1253, sendo interrompida apenas em circunstâncias extraordinárias.

Neste ano de 2024 a procissão teve lugar no dia 12 de maio, seguida da Santa Missa da Solenidade da Ascensão do Senhor no “altar do Terceiro Milênio” junto à Basílica de Skałka, presidida por Dom Antonio Guido Filipazzi, Núncio Apostólico na Polônia, que participou pela primeira vez da celebração após sua nomeação em agosto de 2023 [1].

Relíquia de Santo Estanislau
A procissão com as relíquias dos santos parte da Catedral de Wawel

Santa Missa no Mosteiro de Skałka: Procissão de entrada

Regina Coeli: Ascensão do Senhor - Ano B

Papa Francisco
Regina Coeli
Domingo, 12 de maio de 2024

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo! 
Hoje, na Itália e em outros países, celebra-se a Solenidade da Ascensão do Senhor. O Evangelho da Missa afirma que Jesus, depois de ter confiado aos Apóstolos a tarefa de continuar a sua obra, «foi elevado ao céu e sentou-se à direita de Deus» (Mc 16,19). Assim diz o Evangelho: «Foi elevado ao céu e sentou-se à direita de Deus».

O retorno de Jesus ao Pai não se apresenta como um afastar-se de nós, mas antes como um preceder-nos na nossa meta, que é o Céu. Como quando, na montanha, subimos em direção a um cume: caminhamos, com dificuldade, e finalmente, em uma curva do caminho, o horizonte se abre e vemos o panorama. Então, todo o corpo encontra forças para enfrentar a subida final. Todo o corpo - braços, pernas e todos os músculos - se esforça e se concentra para chegar ao cume.

E nós, a Igreja, somos precisamente aquele corpo que Jesus, tendo subido ao céu, arrasta consigo como que em uma “subida de grupo”. É Ele que nos desvenda e comunica, com a sua Palavra e a graça dos Sacramentos, a beleza da pátria para a qual estamos a caminho. Assim, também nós, seus membros - somos membros de Jesus -, subimos alegremente com Ele, nossa cabeça, sabendo que o passo de um é o passo de todos, e que ninguém deve se perder ou ficar para trás, porque somos um só corpo (cf. Cl 1,18; 1Cor 12,12-27).

Ouçamos bem: passo a passo, degrau após degrau, Jesus mostra-nos o caminho. Que etapas a percorrer são essas? O Evangelho de hoje diz: “Anunciai o Evangelho, batizai, expulsai os demônios, enfrentai as serpentes, curai os doentes” (cf. Mc 16,16-18); em suma, praticai as obras do amor: dai vida, trazei esperança, afastai-vos de toda a maldade e mesquinhez, respondei ao mal com o bem, estai próximos dos que sofrem. Este é o “passo a passo”. E quanto mais fizermos assim, quanto mais nos deixarmos transformar pelo Espírito, mais seguiremos o seu exemplo, e mais, como nas montanhas, sentiremos o ar à nossa volta tornar-se leve e limpo, o horizonte amplo e a meta próxima, as palavras e os gestos tornam-se bons, a mente e o coração alargam-se, respiram.

Então podemos perguntar-nos: está vivo em mim o desejo de Deus, o desejo do seu amor infinito, da sua vida que é a vida eterna? Ou estou um pouco estagnado e ancorado nas coisas passageiras, ou no dinheiro, ou no sucesso, ou nos prazeres? E o meu desejo do Céu, isola-me, fecha-me, ou leva-me a amar os irmãos com um espírito grande e desinteressado, a sentir que são meus companheiros no caminho para o Paraíso?

Que Maria nos ajude, ela que já chegou à meta, a caminhar juntos com alegria para a glória do Céu.

Ascensão do Senhor
(Igreja de São João Batista - Cashel, Irlanda)

Fonte: Santa Sé.

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Solenidade da Ascensão do Senhor em Jerusalém (2024)

No dia 09 de maio de 2024, 40 dias após a Páscoa, a Igreja celebrou a Solenidade da Ascensão do Senhor (que no Brasil é transferida para o domingo seguinte).

Em Jerusalém, como de costume, as celebrações da Solenidade tiveram lugar no Imbomón, a Edícula da Ascensão no Monte das Oliveiras, presididas pelo Vigário da Custódia Franciscana da Terra Santa, Padre Ibrahim Faltas, desde a oração das I Vésperas na tarde do dia anterior até a Santa Missa na manhã da quinta-feira.

08 de maio: I Vésperas

Procissão de entrada
Oração das Vésperas
Salmodia

Bênção

sábado, 11 de maio de 2024

Fotos da Proclamação do Jubileu 2025

Na quinta-feira, 09 de maio de 2024, o Papa Francisco presidiu no átrio da Basílica de São Pedro a cerimônia de proclamação do Jubileu de 2025, com a entrega da Bula Spes non confundit.

O Papa entregou cópias da Bula aos Arciprestes das quatro Basílicas Maiores e a outros oficiais da Cúria Romana [1]. Em seguida o Monsenhor Leonardo Sapienza, Protonotário Apostólico, leu uma síntese da Bula junto à Porta Santa.

Seguiram-se as II Vésperas da Solenidade da Ascensão do Senhor dentro da Basílica.

Os Cerimoniários assistentes foram Dom Diego Giovanni Ravelli e o Monsenhor Yala Banorani Djetaba. O livreto da celebração pode ser visto aqui.

Cópias da Bula Spes non confundit
Monição introdutória
Entrega da Bula
(Cardeal Gambetti, Arcipreste de São Pedro)
Cardeal Ryłko, Arcipreste de Santa Maria Maior
Monsenhor Leonardo Sapienza, Protonotário Apostólico

Homilia do Papa: Vésperas da Ascensão do Senhor

Entrega e Leitura da Bula anunciando o Jubileu 2025
II Vésperas da Solenidade da Ascensão do Senhor
Homilia do Papa Francisco
Basílica de São Pedro
Quinta-feira, 09 de maio de 2024

Por entre cânticos de júbilo, Jesus subiu ao Céu, onde está sentado à direita do Pai. Como acabamos de ouvir, Ele suportou a morte para que nos tornássemos herdeiros da vida eterna (cf. 1Pd 3,22). Por isso a Ascensão do Senhor não é afastar-se, separar-se, distanciar-se de nós, mas o cumprimento da sua missão: Jesus desceu até nós para nos fazer subir ao Pai; desceu até ao fundo para nos levar ao alto; desceu às profundezas da terra, para que o Céu pudesse abrir-se de par em par sobre nós. Destruiu a nossa morte para podermos receber a vida, e recebê-la para sempre.

Está aqui o fundamento da nossa esperança: subindo ao Céu, Cristo coloca no coração de Deus a nossa humanidade carregada de anseios e interrogações, dando-nos «a esperança de irmos um dia ao seu encontro, como membros do seu Corpo, para nos unir à sua glória imortal» (Prefácio da Ascensão).


Irmãos e irmãs, é esta esperança radicada em Cristo Morto e Ressuscitado que queremos celebrar, acolher e anunciar ao mundo inteiro no próximo Jubileu, que já está às portas. Não se trata de mero otimismo - digamos otimismo humano - nem de uma expectativa efêmera ligada a qualquer segurança terrena. Não! É uma realidade já atuada em Jesus e que diariamente é dada também a nós até chegarmos a ser um só no abraço do seu amor. A esperança cristã - escreve São Pedro - é «uma herança incorruptível, imaculada e indefectível» (1Pd 1,4). A esperança cristã sustenta o caminho da nossa vida, mesmo quando este se apresenta tortuoso e cansativo; abre diante de nós sendas de futuro, quando a resignação e o pessimismo quereriam manter-nos prisioneiros; faz-nos ver o bem possível, quando parece prevalecer o mal; a esperança cristã infunde-nos serenidade, quando o coração está oprimido pelo fracasso e o pecado; faz-nos sonhar com uma humanidade nova e torna-nos corajosos na construção de um mundo fraterno e pacífico, quando parece inútil empenharmo-nos. Esta é a esperança, o dom que o Senhor nos deu com o Batismo.

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Bula Spes non confundit sobre o Jubileu de 2025

No dia 09 de maio de 2024, Solenidade da Ascensão do Senhor, o Papa Francisco promulgou a Bula “Spes non confundit- “A esperança não engana” (Rm 5,5), convocando o Jubileu Ordinário de 2025. Para saber mais, confira nossa postagem sobre os Jubileus na história da Igreja.

Spes non confundit
Bula de Proclamação do Jubileu Ordinário do Ano de 2025

Francisco
Bispo de Roma, Servo dos servos de Deus
A quantos lerem esta Carta que a esperança lhes encha o coração

1. «Spes non confundit» - «A esperança não engana» (Rm 5,5). Sob o sinal da esperança, o Apóstolo Paulo infunde coragem à comunidade cristã de Roma. A esperança é também a mensagem central do próximo Jubileu, que, segundo uma antiga tradição, o Papa proclama a cada vinte e cinco anos. Penso em todos os peregrinos de esperança que chegarão a Roma para viver o Ano Santo e em quantos, não podendo vir à Cidade dos Apóstolos Pedro e Paulo, vão celebrá-lo nas Igrejas particulares. Possa ser, para todos, um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, «porta» de salvação (cf. Jo 10,7.9); com Ele, que a Igreja tem por missão anunciar sempre, em toda a parte e a todos, como sendo a «nossa esperança» (1Tm 1,1).

Todos esperam. No coração de cada pessoa, encerra-se a esperança como desejo e expectativa do bem, apesar de não saber o que trará consigo o amanhã. Porém, esta imprevisibilidade do futuro faz surgir sentimentos por vezes contrapostos: desde a confiança ao medo, da serenidade ao desânimo, da certeza à dúvida. Muitas vezes encontramos pessoas desanimadas que olham, com ceticismo e pessimismo, para o futuro como se nada lhes pudesse proporcionar felicidade. Que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança! A Palavra de Deus ajuda-nos a encontrar as razões para isso. Deixemo-nos guiar pelo que o Apóstolo Paulo escreve precisamente aos cristãos de Roma.

Logotipo do Jubileu 2025

Uma Palavra de esperança
2. «Uma vez que fomos justificados pela fé, estamos em paz com Deus por Nosso Senhor Jesus Cristo. Por Ele tivemos acesso, na fé, a esta graça na qual nos encontramos firmemente e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus (...). Ora a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5,1-2.5). São Paulo oferece-nos aqui vários pontos de reflexão. Sabemos que a Carta aos Romanos assinala uma passagem decisiva na sua atividade evangelizadora. Até então, desenvolvera-a na zona oriental do Império; agora espera-o Roma, com tudo o que esta representa aos olhos do mundo: um grande desafio, que há de enfrentar em nome do anúncio do Evangelho, que não conhece barreiras nem fronteiras. A Igreja de Roma não foi fundada por Paulo, mas este sente um vivo desejo de lá chegar logo que possível, para levar a todos o Evangelho de Jesus Cristo, Morto e Ressuscitado, como anúncio da esperança que realiza as promessas, introduz na glória e não desilude porque está fundada no amor.

3. Com efeito, a esperança nasce do amor e funda-se no amor que brota do Coração de Jesus transpassado na cruz: «Se de fato, quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com Ele pela morte de seu Filho, com muito mais razão, uma vez reconciliados, havemos de ser salvos pela sua vida» (Rm 5,10). E a sua vida manifesta-se na nossa vida de fé, que começa com o Batismo, desenvolve-se na docilidade à graça de Deus e é por isso animada pela esperança, sempre renovada e tornada inabalável pela ação do Espírito Santo.

Festa de Santo Estanislau em Cracóvia (2024)

No dia 08 de maio de 2023 o Arcebispo de Cracóvia, Dom Marek Jędraszewski, celebrou a Santa Missa da Festa de Santo Estanislau, Bispo e Mártir, no altar que guarda suas relíquias na Catedral dos Santos Estanislau e Venceslau, a Catedral de Wawel [1].

Durante a celebração, como de costume,  o Arcebispo conferiu a Ordenação Diaconal a um grupo de seminaristas da Arquidiocese. Neste ano de 2024 foram ordenados 08 novos diáconos.

Na tarde do mesmo dia o Cardeal Stanisław Dziwisz, Arcebispo Emérito de Cracóvia, também celebrou a Santa Missa no altar de Santo Estanislau.

Missa com Ordenações Diaconais

Os candidatos aguardam o início da celebração
Procissão de entrada
Incensação
Apresentação dos eleitos
Homilia

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio: Jesus Cristo 43

Confira nesta postagem as Catequeses nn. 66-67 do Papa São João Paulo II sobre Jesus Cristo, que integram a seção sobre o sentido e o valor da sua Morte.

Confira também a postagem introdutória desta série, com os links para as demais Catequeses, clicando aqui.

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio
CREIO EM JESUS CRISTO

66. A morte de Cristo como acontecimento histórico
João Paulo II - 28 de setembro de 1988

1. Nós professamos a nossa fé na verdade central da missão messiânica de Jesus Cristo: Ele é o Redentor do mundo mediante sua morte na cruz. Professamo-la com as palavras do Símbolo Niceno-Constantinopolitano, segundo o qual Jesus “por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado”. Ao professar esta fé, comemoramos a morte de Cristo também como um evento histórico, que, como a sua vida, nos é dado conhecer por fontes históricas seguras e autorizadas. Baseando-nos nessas fontes podemos e queremos conhecer e compreender também as circunstâncias históricas dessa morte, que cremos ter sido “o preço” da redenção do homem de todos os tempos.

2. Antes de tudo, como se chegou à morte de Jesus de Nazaré? Como se explica o fato de que Ele tenha sido condenado à morte pelos representantes da sua nação, que o entregaram ao “procurador” romano, cujo nome, transmitido pelos Evangelhos, consta também nos Símbolos da fé?

Por ora busquemos colher as circunstâncias que explicam “humanamente” a morte de Jesus. O evangelista Marcos, descrevendo o processo de Jesus diante de Pôncio Pilatos, anota que Ele foi entregue “por inveja” e que Pilatos era consciente desse fato: “Ele sabia que os sumos sacerdotes o haviam entregue por inveja” (Mc 15,10). Perguntemo-nos: por que esta inveja? Podemos encontrar suas raízes no ressentimento, não só pelo que Jesus ensinava, mas pelo modo como fazia. Se, segundo diz Marcos, Ele “ensinava como quem tem autoridade, não como os escribas” (Mc 1,22), esta circunstância devia mostrá-lo, aos olhos destes últimos, como uma “ameaça” ao seu próprio prestígio.

Cristo condenado por Pilatos (Antonio Ciseri)

3. De fato, sabemos que já o início do ensinamento de Jesus em sua cidade natal leva a um conflito. O Nazareno de trinta anos, com efeito, tomando a palavra na sinagoga, indica a si mesmo como Aquele no qual se cumpre o anúncio do Messias pronunciado por Isaías (cf. Lc 4,16ss). Isso provoca o espanto dos ouvintes e em seguida indignação, de modo que querem lançá-lo do monte “sobre o qual sua cidade estava construída”. Mas Ele, “passando pelo meio deles, continuou o seu caminho” (vv. 29-30).

Semana Santa 2024: Constantinopla

Como vimos em nossas postagens anteriores a respeito da Igreja Greco-Católica Ucraniana, neste ano de 2024 as Igrejas Orientais (Católicas e Ortodoxas) celebraram a Páscoa no dia 05 de maio (22 de abril no calendário juliano).

Nesta postagem, portanto, destacamos as celebrações da Semana Santa segundo o Rito Bizantino no Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, presididas pelo Patriarca Bartolomeu na Catedral de São Jorge em Istambul (Turquia):

28 de abril: Domingo de Ramos

Bênção dos ramos

02 de maio: Quinta-feira Santa - Matinas da Paixão

O Patriarca inicia a leitura dos Doze Evangelhos da Paixão

Exposição da Cruz

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Leitura litúrgica dos Livros de Jonas e Abdias

“Cada um deve afastar-se do mau caminho e de suas práticas perversas” (Jn 3,8).

Embora tradicionalmente seja contado dentro do grupo dos “doze profetas menores”, o Livro de Jonas (Jn) não é um escrito profético, e sim uma narrativa ou “novela bíblica”, semelhante aos Livros de Rute, EsterJudite e Tobias.

Nesta postagem da nossa série de postagens sobre a leitura litúrgica dos livros da Sagrada Escritura contemplaremos, pois, esta obra ímpar do Antigo Testamento (AT), mencionada inclusive por Jesus no Evangelho.

No final da postagem, por sua vez, falaremos brevemente da leitura litúrgica do Livro de Abdias (Ab), completando assim o grupo dos “profetas menores”.

1. Breve introdução ao Livro de Jonas

“Jonas, filho de Amitai” (ou Amati) é citado como profeta em 2Rs 14,25, tendo vivido no tempo em que Jeroboão II era rei de Israel (782-753 a. C.). O autor anônimo do Livro de Jonas faz uma “homenagem” a este profeta, emprestando seu nome para o personagem principal da sua narrativa, uma “parábola” de caráter didático.

Profeta Jonas
(Michelangelo - Capela Sistina)

A linguagem de Jonas, com efeito, nos remete ao período pós-exílico, sendo datado entre o final do período persa e o início da época helenista, ou seja, entre os séculos V e IV a. C., próximo a Joel e ao Dêutero-Zacarias (Zc 9–14).

Nesse sentido, a referência à cidade de Nínive é simbólica, dado que esta cidade, antiga capital do Império Assírio, havia sido destruída em 612 a. C., como anunciado pelo profeta Naum. Nínive aqui representa os povos estrangeiros, que Deus também chama a conversão.

Cada um dos quatro capítulos da narrativa compõe uma cena:
a) Jn 1: Jonas no mar;
b) Jn 2: Jonas no ventre do monstro marinho;
c) Jn 3: Jonas dentro de Nínive;
d) Jn 4: Jonas fora de Nínive.

Na primeira cena, após Deus enviá-lo a Nínive para pregar (Jn 1,1-2), Jonas foge, atraindo a ira divina sobre o barco. Note-se que o profeta é a causa do infortúnio, mas permanece dormindo, enquanto os marinheiros estrangeiros tratam-no bem e são piedosos, rezando a Deus e até oferecendo-lhe um sacrifício (Jn 1,16).

Jonas, lançado ao mar, é engolido por uma espécie de “monstro marinho”, dentro do qual permanece por três dias (Jn 2,1), linguagem simbólica que será interpretada como profecia da Ressurreição de Cristo (cf. Mt 12,40). No ventre do monstro Jonas entoa uma súplica, inspirada nos salmos.

O início da terceira cena retoma o início do livro, repetindo a ordem de Deus (Jn 3,1-2). Desta vez o profeta obedece e anuncia a mensagem à cidade: “Ainda quarenta dias e Nínive será destruída” (Jn 3,4). Mais uma vez o autor insiste na retidão dos estrangeiros: precisariam “três dias para percorrer a cidade”, mas bastou um dia para que o povo se arrependesse de seus pecados, fazendo jejum e penitência. Assim, a terceira cena termina com o perdão de Deus (Jn 3,10).

Por fim, Jonas senta-se fora da cidade, esperando sua destruição. Como esta não acontece, tem “um grande desgosto” e “fica irado”, a ponto de lamentar-se com Deus. Este conclui a obra proclamando seu amor por todas as criaturas, como ironicamente o próprio Jonas admite, citando Ex 34,6-7: “És um Senhor benigno e misericordioso, paciente e cheio de bondade, e que facilmente perdoas a punição” (Jn 4,2).

A maioria dos estudiosos entende o Livro de Jonas como uma crítica às reformas de Esdras e Neemias, que “fecharam” o Judaísmo às influências externas, proibindo casamentos com estrangeiros e realizando a construção do “muro” de Jerusalém, literal e figurativamente. Jonas é imagem do povo de Israel que precisa converter-se, abrindo-se à salvação universal desejada por Deus.

Para saber mais, confira a bibliografia indicada no final da postagem.

Jonas escapa do monstro marinho
(Pieter Lastman) 

2. Leitura litúrgica de Jonas: Composição harmônica

A narrativa de Jonas tem uma presença bastante “modesta” na Liturgia do Rito Romano, como veremos ao analisar sua leitura seguindo os dois critérios de seleção dos textos indicados no n. 66 do Elenco das Leituras da Missa (ELM): a composição harmônica e a leitura semicontínua [1].

Começamos, naturalmente, pela composição harmônica: a escolha do texto por sua sintonia com o tempo ou festa litúrgica.

terça-feira, 7 de maio de 2024

Semana Santa 2024: Igreja Católica Ucraniana (Parte 2)

Segunda parte do nosso registro das celebrações da Semana Santa segundo o Rito Bizantino presididas pelo Arcebispo-Maior da Igreja Greco-Católica Ucraniana, Dom Sviatoslav Shevchuk (Святосла́в Шевчу́к) na Catedral da Ressurreição em Kiev.

Neste ano de 2024, com efeito, as Igrejas Orientais (Católicas e Ortodoxas) celebraram a Páscoa no dia 05 de maio, que corresponde ao dia 22 de abril no calendário juliano.

Para acessar a primeira parte, com as imagens do Domingo de Ramos e da Quinta-feira Santa, clique aqui.

03 de maio: Vésperas da Exposição do “Santo Sudário”

O “Santo Sudário” ou epitaphion é uma imagem da deposição de Cristo no sepulcro venerada na Sexta-feira Santa


O Arcebispo proclama o Evangelho
Procissão com o “Santo Sudário”


Semana Santa 2024: Igreja Católica Ucraniana (Parte 1)

Neste ano de 2024 as Igrejas Orientais (Católicas e Ortodoxas) celebraram a Páscoa no dia 05 de maio, que corresponde ao dia 22 de abril no calendário juliano.

O Arcebispo-Maior da Igreja Greco-Católica Ucraniana, Dom Sviatoslav Shevchuk (Святосла́в Шевчу́к), presidiu as principais celebrações da Semana Santa segundo o Rito Bizantino na Catedral da Ressurreição em Kiev.

Destacamos nesta primeira parte as celebrações do Domingo de Ramos e da Quinta-feira Santa:

28 de abril: Divina Liturgia do Domingo de Ramos

O Arcebispo abençoa os fiéis
Incensação
Homilia
Grande Entrada
Profissão de fé (Creio)

Regina Coeli: VI Domingo da Páscoa - Ano B

Papa Francisco
Regina Coeli
Domingo, 05 de maio de 2024

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje o Evangelho fala-nos de Jesus que diz aos Apóstolos: “Já não vos chamo servos, mas amigos” (Jo 15,15). O que significa isto?

Na Bíblia, os “servos” de Deus são pessoas especiais, a quem Ele confia missões importantes, como por exemplo Moisés (cf. Ex 14,31), o rei Davi (2Sm 7,8), o profeta Elias (1Rs 18,36), até a Virgem Maria (Lc 1,38). São pessoas em cujas mãos Deus coloca os seus tesouros (Mt 25,21). Mas, segundo Jesus, tudo isto não basta para dizer quem somos para Ele; não é suficiente, é preciso mais, é preciso algo maior, que vai além dos bens e dos próprios projetos: é preciso a amizade.

Já quando crianças aprendemos como é bela esta experiência: oferecemos aos amigos os nossos brinquedos e os presentes mais bonitos; depois, à medida que crescemos, como adolescentes, confidenciamos-lhes os nossos primeiros segredos; como jovens oferecemos lealdade; como adultos partilhamos satisfações e preocupações; como idosos partilhamos as recordações, as considerações e os silêncios de dias longos. A Palavra de Deus, no Livro dos Provérbios, diz-nos que «o perfume e o incenso alegram o coração, e o conselho do amigo adoça a alma» (Pr 27,9). Pensemos por um momento nos nossos amigos, nas nossas amigas, e agradeçamos ao Senhor! Um espaço para pensar neles...

A amizade não é o resultado de um cálculo, nem de uma obrigação: ela surge espontaneamente quando reconhecemos no outro algo de nós próprios. E, se for verdadeira, a amizade é tão forte que não esmorece nem sequer perante a traição. «Um amigo ama sempre» (Pr 17,17) - diz ainda o Livro dos Provérbios -, como nos mostra Jesus quando diz a Judas, que o trai com um beijo: «Amigo, é por isso que estás aqui!» (Mt 26,50). Um verdadeiro amigo não te abandona, nem sequer quando cometes um erro: corrige-te, talvez te repreenda, mas perdoa-te e não te abandona.

E hoje Jesus, no Evangelho, diz-nos que para Ele nós somos precisamente isto, amigos: pessoas queridas, para além de qualquer mérito e expectativa, a quem Ele estende a mão e oferece o seu amor, a sua Graça, a sua Palavra; com quem - conosco, amigos - partilha o que lhe é mais caro, tudo o que ouviu do Pai (cf. Jo 15,15). Até o ponto de se tornar frágil por nós, de se colocar nas nossas mãos sem defesas e sem pretensões, porque nos ama. O Senhor ama-nos, como amigo quer o nosso bem e quer que participemos do seu.

Perguntemo-nos então: que rosto tem o Senhor para mim? O rosto de um amigo ou de um desconhecido? Sinto-me amado por Ele como uma pessoa querida? E qual é o rosto de Jesus que eu testemunho aos outros, especialmente àqueles que erram e precisam de perdão?

Que Maria nos ajude a crescer na amizade com o seu Filho e a difundi-la à nossa volta.

Jesus com os Apóstolos, seus amigos
(Eugène Burnand)

Fonte: Santa Sé.

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Ordenação Episcopal de Dom Flavio Pace

No dia 04 de maio de 2024, Sábado da V semana da Páscoa, teve lugar na Catedral de Santa Maria Nascente, o Duomo de Milão (Itália) a Santa Missa em Rito Ambrosiano para a Ordenação Episcopal de Dom Flavio Pace, eleito Arcebispo Titular de Dolia e Secretário do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos.

Anteriormente o Padre Flavio Pace, do clero da Arquidiocese de Milão, havia servido como Subsecretário do Dicastério para as Igrejas Orientais (2020-2024).

O ordenante principal foi Dom Mario Enrico Delpini, Arcebispo de Milão. Os co-ordenantes foram os Cardeais Leonardo Cardinal Sandri, Prefeito Emérito do Dicastério para as Igrejas Orientais, e Kurt Koch, Prefeito do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos.

Dom Flavio Pace com Dom Mario Delpini
Procissão de entrada
Ladainha de Todos os Santos
Imposição das mãos
Oração consecratória