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segunda-feira, 5 de março de 2012

A celebração da Vigília Pascal

“Se, pois, morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele” (Rm 6,8).

O que se deve preparar

- Todo o necessário para a celebração da Missa
- Paramentos brancos para o sacerdote, como para a Missa
- Fogueira, fora da igreja
- Círio pascal
- Cinco cravos e estilete para preparação do círio
- Vela grande para acender o círio no fogo novo
- Velas para o sacerdote, os ministros e os fiéis
- Turíbulo e naveta do incenso
- Utensílio para tirar as brasas do fogo novo e colocá-las no turíbulo
- Missal Romano
- Lâmpada para iluminar o Missal durante os ritos iniciais
- Suporte para o círio, junto ao ambão ou diante do altar
- Sinetas
- Livro dos Evangelhos
- Recipiente com água a ser abençoada (caso não se use a própria fonte batismal)
- Caldeirinha de água benta e aspersório (a ser preenchida com a água abençoada durante a Liturgia Batismal)
- Dois a seis castiçais com velas
- Cruz processional

Se houver Batismo:
- Ritual da Iniciação Cristã de Adultos ou Ritual do Batismo de Crianças
- Santos Óleos (Óleo dos Catecúmenos e Óleo do Crisma)
- Algodão para o sacerdote limpar as mãos após a unção
- Velas para os catecúmenos

O Papa Francisco preside a Vigília Pascal (2016)

O uso do incenso é sempre facultativo na Missa (cf. Instrução Geral sobre o Missal Romano [IGMR], 3ª edição, nn. 276-277), sendo especificamente indicado pelo Cerimonial dos Bispos (n. 88) para essa celebração, “mãe de todas as vigílias” e centro do Ano Litúrgico.

Até o Glória da Vigília proíbem-se o toque dos sinos e os instrumentos musicais só podem ser utilizados para sustentar o canto (cf. Paschalis Sollemnitatis, n. 50; Cerimonial dos Bispos, n. 300).

Para acessar nossa postagem sobre os cantos litúrgicos para a Vigília Pascal, clique aqui.

Antes do início da celebração tudo já deve estar preparado: o altar, convenientemente ornado com flores, com a toalha branca (cf. Instrução Geral sobre o Missal Romano, 3ª edição, nn. 117.304), com duas a seis velas (apagadas) e a cruz. As demais cruzes da igreja e as imagens dos santos estejam descobertas desde o início da Vigília (cf. Paschalis Sollemnitatis, nn. 26.57; Cerimonial dos Bispos, n. 310).

A celebração inicia-se sempre após o anoitecer do sábado (Cerimonial dos Bispos, n. 333; Paschalis Sollemnitatis, n. 578), dado o forte simbolismo da luz e das trevas na primeira parte da Vigília, como indicado a seguir.

Com efeito, após o pôr-do-sol do sábado inicia-se o 3º dia do Tríduo Pascal:
- do pôr-do-sol da Quinta ao pôr-do-sol da Sexta: 1º dia - Cristo Crucificado;
- do pôr-do-sol da Sexta ao pôr-do-sol da Sábado: 2º dia - Cristo Sepultado;
- do pôr-do-sol do Sábado ao pôr-do-sol do Domingo: 3º dia - Cristo Ressuscitado.

Fogueira em um recipiente adequado (2021)

1. Liturgia da Luz

A celebração inicia-se fora da igreja, com os fiéis reunidos em torno de uma fogueira, cuja chama deve ser tal que dissipe as trevas e ilumine a noite.

Onde não for possível realizar os ritos iniciais fora da igreja (por exemplo, no caso de chuva), se acende a fogueira junto à porta da igreja, em um recipiente adequado. Neste caso, os fiéis permanecem já em seus lugares, voltando-se para trás para acompanhar os ritos iniciais.

O sacerdote e o diácono (se houver) paramentam-se na sacristia com as vestes brancas para a Missa (Cerimonial dos Bispos, n. 337): túnica, estola e casula branca ou festiva para o sacerdote; túnica, estola e dalmática branca ou festiva para o diácono.

Uma vez paramentados, dirigem-se com os ministros para o local da fogueira. Os acólitos já devem levar todo o necessário para a primeira parte da Vigília: círio pascal, cravos e estilete, velas para o sacerdote, turíbulo vazio e naveta com incenso, Missal Romano e lâmpada. Não se levam a cruz processional, os castiçais e o Livro dos Evangelhos (Cerimonial dos Bispos, n. 338).

Início da Vigília Pascal (2018)

O sacerdote inicia a Missa com o sinal da cruz e a saudação presidencial, como de costume. Embora no atual Missal não fique claro, o Cerimonial especifica que essa celebração inicia sempre com o sinal da cruz (n. 339).

Segue-se a monição introdutória proposta no Missal (p. 271), proferida pelo sacerdote ou pelo diácono: “Meus irmãos e irmãs, nesta noite santa em que nosso Senhor Jesus Cristo passou da morte à vida...”.

Em seguida, de mãos estendidas, o sacerdote recita a oração de bênção do fogo: “Ó Deus, que pelo vosso Filho...” (Missal, p. 221). Os livros litúrgicos não preveem que a fogueira seja aspergida: a bênção se dá pela oração e pelo gesto do sacerdote, que traça o sinal da cruz sobre o fogo.

O acólito com o círio aproxima-se então do sacerdote. O círio pascal não é uma vela qualquer: é uma imagem do Cristo Ressuscitado! Portanto, deve ser um só, feito de cera (nunca artificial), novo a cada ano e relativamente grande (Paschalis Sollemnitatis, n. 82).

O Papa Francisco marca o círio com o estilete (2019)

O sacerdote pode preparar o círio da seguinte forma: com um estilete, grava no círio uma cruz, as letras gregas Alfa e Ômega e os algarismos do ano corrente, recitando as fórmulas propostas no Missal: “Cristo, ontem e hoje...” (p. 272). Comumente estes símbolos já estão gravados no círio: assim, basta percorrê-los com o estilete, recitando as respectivas fórmulas.

Em seguida, o sacerdote aplica ao círio cinco cravos em forma de cruz, igualmente recitando as fórmulas propostas no Missal: “Por suas santas chagas...” (p. 272). Todo esse rito de preparação do círio, contudo, é facultativo, podendo ser omitido.

Imposição dos cravos (2019)

Por fim, ajudado pelo diácono ou por um acólito, o sacerdote acende acende o círio pascal com o fogo, recitando a fórmula indicada no Missal: “A luz do Cristo que ressuscita resplandecente...” (p. 272).

Iluminação do círio pascal com o fogo novo (2019)

O acólito preenche então o turíbulo com brasas retiradas da fogueira e o sacerdote impõe incenso no turíbulo. Forma-se então a procissão até a igreja, na seguinte ordem:
- Acólitos com o turíbulo e a naveta do incenso
- O diácono ou, na sua falta, o próprio sacerdote com o círio pascal
- Acólitos e demais ministros, com velas apagadas nas mãos
- Fiéis, com velas apagadas nas mãos

Procissão (2021)

Ainda junto à fogueira, o diácono ou o sacerdote eleva o círio pascal e canta a aclamação “Eis a Luz de Cristo”, à qual todos respondem: “Demos graças a Deus” (Missal, p. 273).

Neste momento acende-se na chama do círio apenas a vela do sacerdote. Se for o diácono a levar o círio, o sacerdote levará a sua vela; se o próprio sacerdote conduz o círio, o cerimoniário ou um acólito leva a sua vela.

O Papa Francisco acende sua vela no círio pascal (2019)

A procissão prossegue em silêncio até a porta da igreja, onde o diácono ou o sacerdote eleva o círio e entoa pela segunda vez: “Eis a Luz de Cristo”. Neste momento, os ministros acendem suas velas na chama do círio e passam a chama aos fiéis. Se a celebração começou na porta da igreja, porém, essa segunda aclamação é proferida no meio da igreja.

A procissão prossegue e, quando todos estiverem com suas velas acesas, o diácono ou o sacerdote, diante do altar, eleva o círio e entoa pela terceira vez a aclamação “Eis a Luz de Cristo”. Neste momento acendem-se todas as luzes da igreja (Cerimonial dos Bispos, n. 343).

Os livros litúrgicos são muito claros ao indicar que, à terceira aclamação “Eis a Luz de Cristo” acendem-se todas as luzes da igreja. Portanto, permanecer com as luzes apagadas constitui abuso litúrgico.

O Papa Francisco dirige-se à cadeira, já com as luzes da igreja acesas (2020)

O círio pascal é então colocado em um suporte junto ao ambão ou diante do altar, no centro do presbitério. Na ausência do diácono, o sacerdote pode neste momento incensar o círio pascal. Se, porém, houver diácono, este incensará o círio antes de entoar o Precônio, como indicamos a seguir.

O sacerdote dirige-se à cadeira, impõe incenso no turíbulo e abençoa o diácono que vai entoar a Proclamação da Páscoa (também chamada Precônio Pascal ou Exsultet) com a fórmula indicada no Missal (p. 274). Na ausência do diácono, o próprio sacerdote canta o Precônio ou, se for necessário, um cantor leigo, que não recebe a bênção do sacerdote.

Caso seja o diácono a cantar o Precônio, este incensa o círio e o livro e, do ambão, junto ao círio pascal, entoa o texto indicado no Missal, em sua forma longa (pp. 274-276) ou em sua forma breve (pp. 276-278).

Caso seja um cantor leigo a entoar o Precônio, este omite as estrofes 4 e 5 da forma longa e a saudação “O Senhor esteja convosco”.

Proclamação da Páscoa (2018)

A Proclamação da Páscoa deve ser entoada sempre com o texto indicado no Missal: “Exulte o céu, e os Anjos triunfantes...”. Não obstante, a Conferência Episcopal pode acrescentar alguma aclamação por parte do povo na forma de refrão (Paschalis Sollemnitatis, n. 84). No Hinário Litúrgico da CNBB, com efeito, é proposto o refrão “Ó noite de alegria verdadeira, que une de novo o céu e a terra inteira” (formado por dois versos da estrofe n. 16).

Durante a Proclamação da Páscoa todos permanecem em pé, com as velas nas mãos e voltados para o ambão, junto do qual está o círio pascal. Se o círio pascal estiver no centro do presbitério, diante do altar, o Precônio é entoado de uma estante, mas sempre junto ao círio (Cerimonial dos Bispos, n. 345). Terminado o Precônio, todos apagam suas velas e sentam-se.

2. Liturgia da Palavra

Estando todos sentados, o sacerdote ou o diácono dirige à assembleia uma monição introdutória à Liturgia da Palavra, conforme indicado no Missal (p. 279): ““Meus irmãos e irmãs, tendo iniciado solenemente esta Vigília, ouçamos...”.

Monição introdutória às leituras (2016)

Para esta Vigília são propostas nove leituras, sendo sete do Antigo Testamento, cada uma acompanhada de um salmo ou cântico, e duas do Novo Testamento. Por razões pastorais, podem ser omitidas algumas das leituras do Antigo Testamento, sendo proferidas ao menos três (ou, em casos de verdadeira necessidade, ao menos duas). Nunca pode ser omitida a leitura do Êxodo com o seu cântico (Cerimonial dos Bispos, n. 347; Paschalis Sollemnitatis, n. 85).

A Carta Circular Paschalis Sollemnitatis indica que as leituras devem ser escolhidas “dos livros da Lei e dos Profetas” (n. 85), de onde podemos deduzir que ao menos uma leitura deve ser tomada do Pentateuco (ou duas, considerando que a leitura do Êxodo é obrigatória) e ao menos uma leitura deve ser tomada dos livros dos Profetas. Que o sacerdote e a comunidade celebrante, portanto, não se prendam a “folhetos” ou outros “subsídios”, escolhendo as leituras mais adequadas, preferencialmente alternando os textos lidos a cada ano.

As sete leituras com os seus salmos ou cânticos são:
Gn 1,1–2,2 (forma breve: Gn 1,1.26-31a); Sl 103 ou Sl 32
Gn 22,1-18 (forma breve: Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18); Sl 15
Ex 14,15–15,1; cântico de Ex 15,1-6.17-18
Is 54,5-14; Sl 29
Is 55,1-11; cântico de Is 12,2-6
Br 3,9-15.32–4,4; Sl 18
Ez 36,16-17a.18-28; Sl 41 ou Is 12,2-6 (quando há Batismos) ou Sl 50

Para acessar nossa postagem sobre os salmos da Vigília Pascal, clique aqui.

Leituras (2019)

Após cada leitura do Antigo Testamento canta-se o respectivo salmo ou cântico, conforme indicado no Lecionário Dominical. Em seguida todos se levantam e o sacerdote recita a oração correspondente no Missal (pp. 279-282).

Após a última leitura do Antigo Testamento, com o seu respectivo salmo e sua oração, todos permanecem em pé e canta-se o Glória, sempre com o texto indicado no Missal (pp. 398-399), enquanto tocam-se os sinos da igreja, que haviam permanecido “calados” desde o Glória da Missa da Ceia do Senhor.

Durante o Glória, o diácono ou um acólito toma a chama do círio pascal e acende as velas do altar (rito que permaneceu como “resquício” da distinção entre Vigília e Missa). Em seguida, o sacerdote recita a oração do dia: “Ó Deus, que iluminais esta noite santa com a glória da ressurreição do Senhor...” (Missal, p. 283).

Acólito acende as velas do altar durante o Glória (2019)

Reforçamos que os únicos ritos previstos durante o Glória da Vigília Pascal são o toque dos sinos e a iluminação das velas do altar. Outros gestos nesse momento constituem abuso litúrgico.

Após a oração do dia, todos se sentam e o leitor proclama-se a Epístola, isto é, a leitura do Novo Testamento: Rm 6,3-11.

Concluída a Epístola, todos se levantam e o sacerdote (ou, se for necessário, um cantor) entoa por três vezes o Aleluia, que havia sido omitido durante toda a Quaresma, elevando gradativamente o tom, repetido pelo coral e pelo povo (Cerimonial dos Bispos, n. 352; Paschalis Solemnitatis, n. 87).

Após o tríplice Aleluia, o salmista entoa o Salmo 117, que serve aqui como aclamação ao Evangelho, enquanto o sacerdote impõe incenso no turíbulo e abençoa o diácono (se houver).

O diácono ou o próprio sacerdote dirige-se então ao ambão, acompanhado dos acólitos com o turíbulo e a naveta, e proclama o Evangelho: Mt 28,1-10 (ano A); Mc 16,1-7 (ano B); Lc 24,1-12 (ano C). Para este Evangelho não se levam velas acesas, apenas o incenso (Cerimonial dos Bispos, n. 353).

O Papa Francisco abençoa o diácono para o Evangelho (2019)

A Liturgia da Palavra conclui-se nesta celebração com a homilia que, embora breve, não deve ser omitida (Paschalis Solemnitatis, n. 87).

3. Liturgia Batismal

A terceira parte da Vigília Pascal pode ser celebrada de duas formas: com o Batismo de adultos ou crianças ou sem o Batismo.

a) Se houver Batismos

Se há Batismo, após a homilia é feita a chamada dos catecúmenos, acompanhados pelos padrinhos, se forem adultos, e pelos pais e padrinhos se forem crianças.

Se a fonte batismal da igreja é visível à maioria dos fiéis (por exemplo, se esta se encontra junto à porta da igreja), é junto a ela que se celebra a Liturgia Batismal. Neste caso, após a apresentação dos catecúmenos, enquanto canta-se a Ladainha de Todos os Santos, forma-se a procissão até a fonte batismal, na seguinte ordem (Cerimonial dos Bispos, n. 358):
- Acólito com o círio pascal
- Catecúmenos com seus padrinhos
- Acólitos, com o necessário para a Liturgia Batismal (óleos, Ritual...)
- Sacerdote

Neste caso, convém preparar um suporte para o círio pascal junto à fonte batismal; do contrário este permanece sustentado pelo acólito. É preciso tomar cuidado com a cera derretida ao mover o círio pascal: esta pode ser derramada em um pequeno vaso com água antes da procissão.

O excesso de cera é derramado em uma vasilha

Se a fonte batismal não é facilmente visível, prepara-se no presbitério um recipiente digno com a água a ser abençoada. Neste caso, após a apresentação dos catecúmenos o sacerdote introduz a Ladainha de Todos os Santos com a monição indicada no Missal (p. 283) e no Ritual da Iniciação Cristã de Adultos (p. 94): “Caros fiéis, apoiemos com as nossas preces...”.

Segue-se a Ladainha de Todos os Santos, que todos recitam em pé, gesto próprio dos domingos e de todo o Tempo Pascal (cf. Cerimonial dos Bispos, n. 359). O texto da Ladainha é indicado tanto no Missal (pp. 284-285) quanto no Ritual (pp. 95-96). Concluída a Ladainha, o sacerdote recita a oração: “Ó Deus de bondade, manifestai o vosso poder nos sacramentos...”.

Em seguida, o sacerdote profere a bênção da água batismal, com o texto indicado no Missal (pp. 286-287) e no Ritual (pp. 96-98). Durante a oração, no momento indicado, o sacerdote pode mergulhar o círio pascal na água uma ou três vezes.

O diácono, em nome do Santo Padre, mergulha o círio na água batismal (2019)

No final da bênção da água batismal, há uma aclamação dos fiéis que convém ser cantada: “Fontes do Senhor, bendizei o Senhor! Louvai-o e exaltai-o para sempre!” (Missal, p. 287). O Ritual da Iniciação Cristã, por sua vez, propõe essa aclamação após cada estrofe da oração da bênção da água, como um refrão (pp. 96-98).

Após a bênção da água, o sacerdote interroga os catecúmenos (ou os pais e padrinhos no caso de crianças) a respeito da sua renúncia ao mal (Ritual, p. 98). Segue-se a unção com o Óleo dos Catecúmenos, caso não tenha sido feita na manhã do Sábado Santo, como indica o Ritual (pp. 90-91).

Em seguida, o sacerdote interroga os catecúmenos, ou os pais e padrinhos, que fazem sua profissão de fé (Ritual, p. 98-99). Passa-se então ao Batismo propriamente dito, isto é, à tríplice infusão ou imersão na água. Se os eleitos forem muitos, durante o Batismo a assembleia pode entoar um canto adequado (p. 100).

Batismo dos catecúmenos (2019)

Seguem-se os ritos complementares do Batismo: a unção com o Óleo do Crisma (que, no caso dos adultos que receberão a Confirmação, é omitida), a entrega da veste batismal e a entrega da luz (Ritual, pp. 100-101).

Os padrinhos acendem as velas no círio pascal e a entregam aos neófitos (2018)

Concluídos esses ritos, quando há adultos a serem confirmados, o sacerdote prossegue com o rito da Confirmação: monição, oração e imposição das mãos e unção com o óleo do Crisma (Ritual, pp. 101-102). Novamente aqui, se os eleitos forem muitos, durante a unção a assembleia pode entoar um canto adequado (p. 103).

Confirmação dos neófitos (2019)

b) Se não houver Batismos

Se não houver Batismos, mas na igreja há fonte batismal (no caso da igreja matriz de cada paróquia), após a homilia segue-se a Ladainha de Todos os Santos, que todos entoam em pé, como indicado acima. A Ladainha é precedida da monição do sacerdote: “Meus irmãos e minhas irmãs, invoquemos sobre estas águas a graça...” (Missal, p.. 283); omite-se, porém, a oração conclusiva.

Segue-se a bênção da água batismal, com a mesma oração e os mesmos ritos indicados acima (Missal, pp. 286-287), junto à fonte batismal ou no presbitério, junto de um recipiente digno com água.

Se na igreja não há fonte batismal e não se celebra o Batismo, omite-se a Ladainha de Todos os Santos. Após a homilia, segue-se diretamente a bênção da água para aspersão dos fiéis: junto a um recipiente com água no presbitério, o sacerdote recita a monição e a oração indicadas no Missal (pp. 287-288: “Meus irmãos e minhas irmãs, invoquemos o Senhor...”; “Senhor nosso Deus, velai sobre o vosso povo...”), sem a imersão do círio.

c) Conclusão da Liturgia Batismal

Concluídos os ritos do Batismo-Confirmação ou, na sua ausência, após a bênção da água, os ministros acendem suas velas no círio e passam a chama aos fiéis. Embora não esteja previsto no Missal, enquanto os fiéis acendem suas velas poderia ser entoada uma antífona ou refrão adequado.

Quando todos estiverem com suas velas acesas, renovam suas promessas batismais, respondendo às interrogações propostas pelo sacerdote, renunciando ao mal e professando a fé (Missal Romano, pp. 288-290).

Aspersão dos fiéis (2021)

Todos então apagam novamente suas velas, um acólito enche a caldeirinha com a água recém-abençoada e a entrega ao sacerdote, que percorre a nave da igreja aspergindo os fiéis, enquanto canta-se a antífona proposta pelo Missal (p. 290) - “Vi a água saindo do lado direito do templo, aleluia...” (cf. Ez 47,1-2.9) - ou outro canto adequado.

Após a aspersão, omitida a profissão de fé (uma vez que já foi realizada a renovação das promessas batismais), a Liturgia Batismal conclui-se com a Oração dos Fiéis, na qual convém acrescentar sempre uma prece pelos neófitos, isto é, pelos que receberam o Batismo nesta Noite Santa.

4. Liturgia Eucarística e Ritos finais

Após as Preces, a Missa prossegue como de costume. Se houve Batismo, convém que as oferendas do pão e do vinho a serem consagrados (isto é, patena e âmbulas com hóstias e galhetas com vinho e água) sejam levadas ao altar pelos neófitos (ou pelos pais e padrinhos, no caso do Batismo de crianças). Durante a apresentação das oferendas, utiliza-se o incenso normalmente.

Os neófitos apresentam as oferendas (2018):
patena com o pão e galhetas com vinho e água

Toma-se sempre o Prefácio da Páscoa I, “O mistério pascal” (Missal, p. 421). Durante o canto do Sanctus (“Santo, Santo, Santo...”) faz-se a procissão com incenso e velas, normalmente, bem como se tocam as sinetas após a Consagração.

Recomenda-se vivamente rezar a Oração Eucarística I, que possui partes próprias para a Vigília Pascal: o “Em comunhão com toda a Igreja...” e a oração “Recebei, ó Pai, com bondade...” (Missal, pp. 471-472).

Para acessar nossa postagem sobre quando usar cada Oração Eucarística, clique aqui.

Oração Eucarística (2021)

Nas comunidades onde foi celebrado o Batismo (e a Confirmação), há ainda uma prece própria pelos neófitos nas Orações Eucarísticas I, II e III, como indicado no Ritual (pp. 276-277).

É muito conveniente que os neófitos adultos recebam a Comunhão sob as duas espécies, do pão e do vinho, bem como seus pais, padrinhos e catequistas (Cerimonial dos Bispos, n. 370).

Primeira Comunhão dos neófitos (2019)

No final da celebração convém tomar a bênção própria da Vigília Pascal e do Dia da Páscoa: “Que o Deus todo-poderoso vos abençoe nesta solenidade pascal...” (Missal, pp. 522-523). À despedida acrescenta-se o duplo Aleluia: “Ide em paz e o Senhor vos acompanhe, aleluia, aleluia! R: Graças a Deus, aleluia, aleluia” (Missal, p. 291). A procissão de saída faz-se como de costume, com a cruz processional e as velas inclusive.

Cabe recordar, por fim, que embora seja costume em algumas comunidades expor uma imagem do Cristo Ressuscitado durante o Tempo Pascal, evite-se entronizar essa imagem durante a Vigília, na qual a verdadeira imagem do Ressuscitado já foi entronizada: o círio pascal!

A imagem do Ressuscitado pode ser conduzida em procissões fora da igreja (como nas procissões que costumam realizar-se na manhã do Domingo de Páscoa) e em seguida colocada em algum lugar da igreja fora do presbitério (para não “competir” com o círio pascal), por exemplo, na entrada da igreja.

Bênção solene (2015)

Sobre as demais celebrações da Semana Santa, confira:

ALDAZÁBAL, José. Instrução Geral sobre o Missal Romano: Texto e Comentário. São Paulo: Paulinas, 2007.

CERIMONIAL DOS BISPOS. Cerimonial da Igreja. Tradução portuguesa da edição típica. São Paulo: Paulus, 1988, pp. 108-116.

CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Paschalis Sollemnitatis: A preparação e celebração das festas pascais. Brasília: Edições CNBB, 2018, pp. 30-36. Coleção: Documentos da Igreja, n. 38.

MISSAL ROMANO. Tradução portuguesa da 2ª edição típica para o Brasil. São Paulo: Paulus, 1991, pp. 270-291.

RITUAL DA INICIAÇÃO CRISTÃ DE ADULTOS. Tradução portuguesa para o Brasil da edição típica. São Paulo: Paulus, 2001, pp. 93-103.

Para acessar o texto completo da Carta Paschalis Sollemnitatis, clique aqui.

Postagem publicada originalmente em 05 de março de 2012. Revista e ampliada em 22 de fevereiro de 2022.

11 comentários:

  1. A cada catecúmeno batizado, é mais um, no processo de iniciação a vida cristã a dar um passo importantíssimo na caminhada.

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  2. Quando as hóstias consagradas na Quinta Feira Santa deverão retornar? Antes da Vigília? Ou durante o rito de comunhão durante a Vigília?

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    1. A Carta Circular Paschalis Sollemnitatis em seu n. 70 afirma que após a Comunhão da Sexta-feira Santa, as hóstias são levadas para um lugar preparado fora da igreja. Donde se deduz que podem ser trazidas novamente para a Comunhão da Vigília (durante o Rito da Comunhão) ou, se for possível, apenas no Domingo, de modo que os fiéis comunguem das hóstias consagradas na própria Vigília (não é uma norma, apenas uma recomendação).
      O Missal Romano, porém, em sua Terceira Edição Típica (2002, ainda sem tradução no Brasil), permite que após a Comunhão da Sexta as hóstias sejam colocadas já diretamente no sacrário.

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  3. Boa Noite, no Sábado Santo, possui no começo o sinal da cruz, pois meu pároco disse que não possuía?

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    1. Sim, a Vigília Pascal inicia-se com o sinal da cruz e saudação, como na Missa.
      Como no caso do Domingo de Ramos, nosso atual Missal não é claro neste sentido. Mas o Cerimonial dos Bispos afirma que a Vigília inicia-se com o sinal da cruz (n. 339). O mesmo se diz na 3ª edição típica do Missal Romano.
      Temos que lembrar que a versão do Missal usada atualmente no Brasil é de 1975. O Cerimonial dos Bispos é posterior (1984), corrigindo portanto muitos erros. A 3ª edição do Missa, que é de 2002, quando for traduzida corrigirá outros mais.

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  4. Pode-se fazer uso das velas no evangelho quando o cirio está junto, isso tambem durante o tempo Pascal ?

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    1. Sim, o uso das velas no Evangelho se faz normalmente durante todo o Tempo Pascal. Apenas na Vigília está prevista esta omissão.

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  5. Boa noite. Portanto não se incensa o altar no início da celebração, como seria feito normalmente? Aqui, depois que o círio foi colocado ao lado do ambão, o padre incensou o altar e depois o círio e o lecionário para a proclamação da Páscoa.

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    1. Não. No início da Vigília o diácono ou sacerdote incensa apenas o livro e o círio (Cerimonial dos Bispos, n. 345; Missal Romano, p. 274). Na Vigília Pascal, portanto, o altar só será incensado no momento da apresentação das oferendas.

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  6. Salve Maria!

    André, na minha paróquia, além da Matriz, há 3 comunidades. Desse modo, os quatro Círios são levados: o Padre faz os símbolos no Círio da Matriz e os MESCE's fazem no restante dos Círios. É necessário? Qual seria a forma certa de se fazer, nesse caso?

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    1. A Carta Circular Paschalis Sollemnitatis insiste que o círio pascal deve sempre ser um só (n. 82), de modo a garantir a autenticidade do sinal: o círio simboliza o Cristo Ressuscitado.
      Portanto, em cada celebração deve ser abençoado e aceso apenas um círio.

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