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segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Sugestão de leitura: Gestos e símbolos - José Aldazábal

“A primeira tarefa do trabalho de formação litúrgica é fazer com que o homem se torne novamente capaz de símbolos” (cf. Carta Apostólica Desiderio desideravi, n. 44).

Como sugestão de leitura do mês de julho de 2022 apresentamos aqui em nosso blog o livro Sinais e símbolos, gestos e palavras na Liturgia: Para compreender e viver a Liturgia, escrito por Dom Armando Bucciol, Bispo da Diocese de Livramento de Nossa Senhora (BA), e publicado pelas Edições CNBB em 2018.

Seguindo a mesma linha, apresentamos nesta postagem o livro Gestos e símbolos, do sacerdote espanhol José Aldazábal (†2006), publicado originalmente em 1989 (Gestos y símbolos) pelo Centro de Pastoral Litúrgica de Barcelona. No Brasil, foi publicado pelas Edições Loyola em 2005.

Capa da edição brasileira

As celebrações litúrgicas são tecidas de gestos e de símbolos, os quais requerem que saibamos lê-los através de uma simples explicação de seu sentido e conteúdo, que auxilie também em sua adequada utilização e expressiva celebração. Esta obra responde a algumas expectativas e ajuda a penetrar no mais profundo sentido de nossas celebrações” (Apresentação do livro no site da editora).

Diferentemente da obra de Dom Armando Bucciol, composta por 65 breves capítulos sobre os símbolos litúrgicos em ordem alfabética, aqui Aldazábal apresenta os símbolos agrupados conforme os cinco sentidos humanos: visão, tato, audição, paladar...

A seguir apresentamos brevemente os 35 capítulos nos quais estão divididas as 300 páginas que compõem o livro, seguindo a lógica que indicamos acima:

1. Gestos e símbolos na celebração (pp. 13-21)
2. Por sinais sacramentais mais expressivos (pp. 23-26)

3. Olhos que observam (pp. 27-32)
4. A luz como símbolo (pp. 33-40)
5. Pedagogia do vestuário (pp. 41-50)
6. As imagens (pp. 51-58)
7. As cores (pp. 59-65)
8. O fogo (pp. 67-75)
9. O incenso (pp. 77-84)

10. A importância do toque (pp. 85-91)
11. As unções (pp. 93-102)
12. A linguagem das mãos (pp. 103-109)
13. A imposição das mãos (pp. 111-119)
14. Receber a comunhão na mão (pp. 121-127)
15. O gesto da paz (pp. 129-138)
16. O beijo (pp. 139-145)
17. A cruz, sinal do cristão (pp. 147-153)
18. A água (pp. 155-162)
19. Lavar os pés (pp. 163-170)
20. Lavar as mãos (pp. 171-177)
21. Os gestos de humildade (pp. 179-186)
22. A cinza (pp. 187-194)
23. O jejum (pp. 195-201)

Capa da edição espanhola

24. Calar, escutar (pp. 203-210)
25. Os sinos (pp. 211-217)

26. Comer e beber (pp. 219-227)
27. O pão e o vinho em nossa Eucaristia (pp. 229-236)
28. A água e o vinho no cálice (pp. 237-242)
29. Partir o pão (pp. 243-249)

30. As posturas do corpo (pp. 251-260)
31. Caminhar (pp. 261-270)
32. Em torno do Evangelho (pp. 271-278)
33. A postura e os gestos do presidente (pp. 279-282)

34. O edifício da Igreja (pp. 283-290)
35. Elogio da estética (pp. 291-300)

Os primeiros dois capítulos servem, naturalmente, de introdução à obra. Neles o sacerdote espanhol fundamenta a importância dos gestos e símbolos na celebração, destacando os sinais de cada sacramento (imersão no Batismo, unções, pão e vinho da Eucaristia) e a pedagogia dos cinco sentidos.

Seguem-se os capítulos dedicados ao sentido da visão (cap. 3-9). Propondo “uma Liturgia mais visual”, sem cair no espetáculo ou na superficialidade, Aldazábal nos convida a refletir sobre o simbolismo da luz, das vestes, das imagens, das cores e do fogo. O incenso, além de sua relação com o fogo, aparece relacionado também com o sentido do olfato.

A seção mais longa da obra é dedicada ao sentido do tato (cap. 10-23), isto é, à “importância do toque”. Ganham destaque aqui o simbolismo das mãos (que ungem, que se elevam, que são impostas, que traçam o sinal da cruz, que dão a paz...) e da água (aspergir, mergulhar, lavar...). Completam a seção os capítulos dedicados aos gestos de humildade (prostrar-se, ajoelhar-se, receber as cinzas...).

Desde o início da obra o autor indica que após o Concílio Vaticano II muito se enfatizou o sentido da audição. Portanto, este aparece pouco destacado na obra, com apenas dois capítulos: um sobre o silêncio e outro sobre o som dos sinos (cap. 24-25).

Concluindo o percurso pelos cinco sentidos, nosso autor dedica quatro capítulos ao paladar (cap. 26-29), isto é, ao comer e beber, sentido particularmente ligado ao sacramento da Eucaristia. Além dos símbolos do pão, do vinho e da água, aparecem aqui também os gestos, como a fração do pão.

Nos capítulos 30-33 somos convidados a refletir sobre a importância do nosso corpo e dos gestos e posturas na celebração: estar em pé, estar sentados, caminhar... Há um capítulo dedicado especialmente aos gestos em torno do Evangelho e outro aos gestos do sacerdote que preside a celebração.

Por fim, os dois últimos capítulos servem de conclusão à obra. No cap. 34, José Aldazábal recorda, ainda que brevemente, que também a igreja (edifício), casa da Igreja (Povo), é um símbolo. O capítulo 35, por sua vez, conclui a obra com um elogio à beleza, indicando como o belo vem de Deus e nos leva a Deus.


Sobre o autor:
José Aldazábal Larrañaga nasceu em Azkoitia (Espanha) a 04 de julho de 1933. Ingressou na Sociedade de São Francisco de Sales (salesianos), sendo ordenado sacerdote em 1958.
Doutor em Liturgia pelo Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo de Roma, foi professor, Presidente do Centro de Pastoral Litúrgica de Barcelona, diretor da Revista Phase e consultor da Comissão Litúrgica da Conferência Episcopal Espanhola.
Faleceu em Barcelona (Espanha) no dia 10 de agosto de 2006.

No momento da publicação dessa postagem, o livro está temporariamente indisponível no site das Edições Loyola.

Confira também nossa postagem sobre o Vocabulário básico de Liturgia de José Aldazábal.

Confira o texto completo da Carta Apostólica Desiderio desideravi em português dividido em três postagens aqui em nosso blog: 1ª parte: nn. 01-26 / 2ª parte: nn. 27-47 / 3ª parte: nn. 48-65.

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