Homilia: XXVIII Domingo do Tempo Comum - Ano A

São Macário, o Grande

Homilias espirituais 15

Vede, portanto, qual é a tua dignidade

No mundo visível, se um povo pequeno declara guerra ao rei, este não se incomoda em dirigir pessoalmente a batalha, antes envia soldados com seus chefes e entram em combate. Se, pelo contrário, o povo que se levanta contra o rei é poderoso e capaz de arrasar o seu reino, o rei se vê obrigado a entrar ele mesmo em combate com a sua corte e seu exército, e dirigir pessoalmente a batalha.
Vede, portanto, qual é a tua dignidade! O próprio Deus combateu com o seu exército, quero dizer com os seus anjos e santos espíritos, vindo pessoalmente proteger-te para livrar-te da morte. Tem confiança, pois, e observa de que providência és objeto.
Tiremos um exemplo da vida presente: imaginemos um rei que encontra um homem pobre e doente, e que sente repulsa em relação a ele, mas cura as suas feridas através de remédios saudáveis. O faz entrar em seu palácio, o reveste de púrpura, cinge-lhe uma coroa e lhe convida para a sua mesa. É assim como Cristo, rei celestial, aproxima-se ao homem enfermo, cura-lhe e faz-lhe sentar à sua mesa real, e isto sem violar a sua liberdade, senão convencendo-lhe pela persuasão a aceitar uma honra tão elevada.
Por outro lado, se escreve no Evangelho que o Senhor enviou os seus servos para convidar os que quisessem vir e lhes fez anunciar: “Meu banquete está servido!” Mas os que foram convidados se desculparam... Observa: o que convidava estava preparado, mas os chamados não fizeram caso; são responsáveis pelo seu destino.
Esta é, portanto, a grande dignidade dos cristãos. O Senhor lhes prepara o reino e lhes convida para nele entrar, mas eles se recusam a ir. Se observarmos o dom que haviam de receber, pode-se dizer que se alguém... suportava tribulações desde a criação de Adão até o fim do mundo, pode-se dizer que nada tinha feito comparado com a glória que terá em herança, porque deve reinar com Cristo pelos séculos sem fim.
Glória Àquele que tanto amou esta alma que Ele mesmo se doou e confiou-se a ela, assim como a sua graça! Glória à sua majestade!

Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 230-231. Para adquiri-lo no site da Editora Vozes, clique aqui.

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