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sábado, 12 de setembro de 2020

Homilia: XXIV Domingo do Tempo Comum - Ano A

Santo Astério de Amaseia
Sermão 13
Vós, cristãos, imitai o amor de Cristo

Visto que querem igualar-se a Deus porque foram criados à sua imagem, imitem, pois, ao seu modelo. Vocês, cristãos, cujo nome evoca a caridade, imitem o amor de Cristo. Considerem a riqueza de sua benevolência para com os homens. Antes de manifestar-se a eles, enviou a João para pregar-lhes a penitência e o arrependimento, e, antes do precursor, a todos os profetas para ensinar-lhes a conversão. Pouco depois, Ele mesmo apareceu e clamou com sua própria voz: Venham a mim todos os que estão cansados e sobrecarregados, que eu vos aliviarei.
Como Ele recebeu àqueles que responderam a este convite? Concedeu-lhes sem dificuldade o perdão de suas faltas e a libertação imediata de todas as suas penas. O Verbo os santificou, o Espírito os confirmou. O homem velho foi sepultado, o homem novo nasceu rejuvenescido pela graça. Este homem se converteu em um íntimo em lugar de um desconhecido, em um filho em lugar de um estrangeiro, em um iniciado em lugar de um profano, em um santo em lugar de um ímpio.
Se algum dentre nós, depois de ser enriquecido com presentes tão magníficos e inestimáveis, ofende ao seu generoso benfeitor, seria levado imediatamente à morte, sem sequer poder defender a sua causa; porque nós somos juízes severos e inflexíveis. Não satisfeitos em privar-lhe desta vida terrena, lhe castigaríamos ainda na outra.
Porém, o Senhor julga de outra maneira: Ele pratica misericórdia indefinidamente. Ele não quer a morte do pecador, mas espera a sua conversão. Aqueles que desprezaram uma primeira graça não estão condenados, porque uma segunda misericórdia sucede a primeira e o perdão se mescla com o esquecimento. A onda de lágrimas tem uma força igual ao banho do Batismo, e os gemidos da contrição atraem a graça que se tinha afastado um instante...
Vocês, portanto, que sois severos e incapazes de suavidade, aprendam a bondade de seu Criador, e não sejam para os seus companheiros de serviço juízes amargos e árbitros, esperando que venha Aquele que revelará o oculto dos corações e atribuirá, como todo-poderoso, a cada um seu lugar na vida vindoura.
Não julguem severamente a fim de não serem julgados da mesma maneira e trespassados pelas palavras de sua própria boca como por dentes pontudos. Porque é contra este gênero de delito que parece querer colocar-nos em guarda a palavra do Evangelho: Não julgueis e não sereis julgados. Ao dizer isto, não descarta o discernimento e a sabedoria; o que ele chama juízo é uma condenação demasiado severa...
Não recuses, portanto, praticar a misericórdia a fim de que não sejas excluído do perdão quando tu mesmo vieres a ter necessidade dela.


Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 215-216. Para adquiri-lo no site da Editora Vozes, clique aqui.

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