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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Homilia: Solenidade da Santa Mãe de Deus

Santo Efrém
Hino “Mãe Admirável”

A Virgem me convida a cantar o mistério que eu contemplo com admiração. Filho de Deus, dai-me teu dom admirável, faz que vibre minha lira, e que consiga detalhar a imagem admiravelmente bela da Mãe muito amada.
A Virgem Maria dá ao mundo seu Filho permanecendo Virgem, amamenta ao que alimenta às nações, e em seu casto seio sustenta aquele que mantém o universo. Ela é Virgem e é Mãe: acaso não é?
Santa de corpo, completamente bela de alma, pura de espírito, sincera de entendimento, perfeita de sentimentos, casta, fiel, pura de coração, leal e portadora de todas as virtudes.
Que em Maria se alegre toda a linhagem das virgens, pois uma dentre elas deu à luz ao que sustenta toda a criação, ao que libertou ao gênero humano que gemia sob a escravidão.
Que em Maria se alegre o antigo Adão, ferido pela serpente. Maria dá a Adão uma descendência que lhe permite esmagar a serpente maldita, e lhe cura de sua chaga mortal.
Que os sacerdotes se alegrem na Virgem bendita. Ela deu ao mundo o Sacerdote Eterno que é ao mesmo tempo Vítima. Ele pôs fim aos primitivos sacrifícios, tornando-se a Vítima que pacifica ao Pai.
Que em Maria se alegrem todos os profetas. Nela se cumpriram suas visões, se realizaram suas profecias, se confirmaram seus oráculos.
Que em Maria rejubilem todos os patriarcas. Assim como ela recebeu a bênção que lhes foi prometida, assim também ela os torna perfeitos em seu Filho. Por ele os profetas, justos e sacerdotes se encontram purificados.
Em lugar do fruto amargo colhido por Eva da árvore mortal, Maria deu aos homens um fruto pleno de doçura. E eis que o mundo inteiro se deleita pelo fruto de Maria.
A árvore da vida, oculta no meio do paraíso brotou em Maria, e estendeu sua sombra sobre o universo, e derramou os seus frutos, tanto sobre os povos mais longínquos como sobre os mais próximos.
Maria teceu um vestido de glória, e o deu a nosso primeiro pai. Ele havia ocultado sua nudez entre as árvores, mas agora é ungido de pudor, de virtude e de beleza. Ao que sua esposa havia derrubado, sua Filha lhe ergue; sustentado por ela, levanta-se como um herói.
Eva e a serpente haviam preparado uma cilada, e Adão nela havia caído; Maria e seu Filho régio se inclinaram e lhe ergueram do abismo.
A videira virginal deu um cacho, cujo suave jugo devolve a alegria aos aflitos. Eva e Adão em sua angústia degustaram o vinho da vida, e encontraram completo consolo.


Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 549-550. Para adquiri-lo no site da Editora Vozes, clique aqui.

Confira também uma homilia de São Cirilo de Alexandria para esta solenidade clicando aqui.

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