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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Ângelus: Festa da Sagrada Família - Ano C

Festa da Sagrada Família de Nazaré
Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 27 de dezembro de 2015

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
No clima de alegria que é próprio do Natal, celebramos neste domingo a Festa da Sagrada Família. Lembro-me do grande encontro de Filadélfia, no passado mês de setembro; das numerosas famílias encontradas durante as viagens apostólicas; e daquelas do mundo inteiro. Gostaria de saudá-las com afeto e gratidão, especialmente neste nosso tempo, no qual a família está sujeita a incompreensões e dificuldades de vários tipos que a enfraquecem.

O Evangelho de hoje convida as famílias a descobrir a luz de esperança que provém da casa de Nazaré, na qual se desenvolveu com alegria a infância de Jesus, o qual - diz São Lucas - «crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens» (Lc 2,52). O núcleo familiar de Jesus, Maria e José é para cada fiel, especialmente para as famílias, uma autêntica escola do Evangelho. Aqui admiramos o cumprimento do desígnio divino de tornar a família uma especial comunidade de vida e de amor. Aqui aprendemos que cada núcleo familiar cristão é chamado a ser «igreja doméstica», para fazer resplandecer as virtudes evangélicas e tornar-se fermento de bem na sociedade. Os traços típicos da Sagrada Família são: recolhimento e oração, compreensão mútua e respeito, espírito de sacrifício, trabalho e solidariedade.

Do exemplo e do testemunho da Sagrada Família, cada família pode obter indicações preciosas para o estilo e as escolhas de vida, e pode haurir força e sabedoria para o caminho de cada dia. A Virgem Maria e São José ensinam a acolher os filhos como dons de Deus, a gerá-los e educá-los cooperando de forma maravilhosa na obra do Criador e doando ao mundo, em cada criança, um novo sorriso. É na família unida que os filhos levam a sua existência ao amadurecimento, vivendo a experiência significativa e eficaz do amor gratuito, da ternura, do respeito recíproco, da compreensão mútua, do perdão e da alegria.

Gostaria de meditar sobretudo acerca da alegria. A verdadeira alegria que se experimenta na família não é algo casual nem fortuito. É uma alegria fruto da harmonia profunda entre as pessoas, que faz apreciar a beleza de estar juntos, de nos apoiarmos reciprocamente no caminho da vida. Mas na base da alegria há sempre a esperança de Deus, o seu amor acolhedor, misericordioso e paciente para com todos. Se não abrirmos a porta da família à presença de Deus e ao seu amor, a família perde a harmonia, prevalecem os individualismos e apaga-se a alegria. Ao contrário, a família que vive a alegria, a alegria da vida, a alegria da fé, comunicando-a espontaneamente, é sal da terra e luz do mundo, é fermento para toda a sociedade.

Jesus, Maria e José abençoem e protejam todas as famílias do mundo, para que nelas reinem a serenidade e a alegria, a justiça e a paz, que Cristo nascendo trouxe como dom à humanidade.


Fonte: Santa Sé.

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