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domingo, 18 de agosto de 2013

Os paramentos litúrgicos

Pelo nome de paramentos designam-se as vestes sagradas que são utilizadas pelos ministros nas celebrações litúrgicas, sobretudo na Celebração Eucarística.


Nos primeiros séculos da Igreja, na chamada “Era dos mártires”, a Liturgia era celebrada com as próprias vestes de uso comum. Somente após o fim da perseguição, no século IV, que se começa a distinguir as vestes de uso litúrgico das vestes de uso civil.

A partir do século VI, a Igreja toma para o uso litúrgico as vestes que eram de uso comum no Império Romano no início do cristianismo. Como neste período outras formas de vestuário são adotadas no cotidiano, as vestes mais antigas ficam restritas ao âmbito da Liturgia.

A partir do período carolíngio (século IX), passa-se a adotar vestes específicas para cada ministério litúrgico. Neste mesmo período são incorporadas à Liturgia as insígnias episcopais, estritamente ligadas aos paramentos. Por fim, no século XII, algumas vestes recebem uma diversidade de cores conforme os vários tempos litúrgicos.

Traçado este perfil histórico das vestes litúrgicas, pode-se compreender sua sacralidade. Como vestes sagradas, são literalmente “separadas” do uso comum para destinarem-se única e exclusivamente ao culto divino. Assim, tanto ministros quanto fieis podem mais facilmente perceber que aquele que desempenha um ministério litúrgico não o faz por si, mas em nome de Cristo e da Igreja. Em outras palavras, os paramentos “escondem o homem para revelar o ministro”.

Jesus Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote
Outra finalidade dos paramentos, como indicado pela Introdução do Missal Romano, é distinguir os vários ministérios: “na Igreja, que é o Corpo de Cristo, nem todos os membros desempenham a mesma função. Esta diversidade de funções na celebração da Eucaristia manifesta-se exteriormente pela diversidade das vestes sagradas, que por isso devem ser um sinal da função de cada ministro” (IGMR, n. 335).


Para a confecção das vestes sagradas, deve-se sempre ater à “nobre simplicidade” da qual deve resplandecer toda a Sagrada Liturgia. Pois “importa que as próprias vestes sagradas contribuam também para a beleza da ação sagrada” (IGMR, n. 335). Dada a dignidade do culto litúrgico no qual serão utilizadas, as vestes devem ser feitas de tecidos nobres e ornadas com “símbolos que indiquem o uso sagrado, excluindo-se os que não se prestam bem a esse uso” (IGMR, n. 344).

Os paramentos, antes de serem destinados ao uso litúrgico, convêm serem abençoados, dentro ou fora da Missa, utilizando-se de oração própria, conforme consta no Ritual de Bênçãos.

Ao longo dos próximos dias, como já antes feito com os Objetos Litúrgicos e os Livros Litúrgicos, este blog trará breves postagens sobre cada um dos paramentos litúrgicos:
  1. Amito
  2. Alva ou Túnica
  3. Cíngulo
  4. Manípulo
  5. Estola
  6. Dalmática
  7. Casula
  8. Pluvial
  9. Umeral
  10. Gremial e Manícoto

FONTES:

Introdução Geral do Missal Romano (3ª edição típica). Capítulo VI: Requisitos para a celebração da Missa. Parte IV: As vestes sagradas. n. 335-344.

RIGHETTI, M. Historia de la Liturgia. Introduccion General, Parte III: Liturgia Romana. Capitulo VII: Las vestiduras litúrgicas. Madrid: Pontificia Universidad de Salamanca, 1955. vol. I. n. 350-351.

Ritual de Bênçãos. Capítulo XXXII: Bênção de objetos utilizados nas celebrações litúrgicas. n. 1068- 1084.

Um comentário:

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