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terça-feira, 17 de outubro de 2023

Ângelus: XXVIII Domingo do Tempo Comum - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 15 de outubro de 2023

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho de hoje fala-nos de um rei que prepara um banquete de núpcias para o seu filho (Mt 22,1-14). É um homem poderoso, mas é sobretudo um pai generoso, que convida a participar na sua alegria. Em particular, revela a bondade do seu coração no fato de não obrigar ninguém, mas convida todos, mesmo que este modo de agir o exponha à possibilidade de rejeição. Reparemos: ele prepara um banquete, oferecendo gratuitamente a oportunidade de se encontrar, de festejar. É isto que Deus prepara para nós: um banquete, para estarmos em comunhão com Ele e uns com os outros. E nós, todos nós, portanto, somos os convidados de Deus. Mas um banquete de núpcias exige tempo e participação da nossa parte, requer um “sim”: ir, responder ao convite do Senhor. Ele convida, mas deixa-nos livres.

É este o tipo de relação que o Pai nos oferece: chama-nos a estar com Ele, deixando-nos a possibilidade de aceitar ou não. Não nos propõe uma relação de sujeição, mas de paternidade e de filiação, necessariamente condicionada pelo nosso livre consentimento. Deus é muito respeitador da liberdade, muito respeitador. Santo Agostinho usa uma expressão muito bonita a este respeito, dizendo: «Deus, que te criou sem ti, não te pode salvar sem ti» (Sermão 169, 13). E certamente não porque não tenha capacidade para isso - Ele é onipotente! - mas porque, sendo amor, respeita plenamente a nossa liberdade. Deus propõe-se, não se impõe, nunca.

Voltamos assim à parábola: o rei - diz o texto - «mandou os seus servos chamar os convidados para o casamento, mas eles não quiseram vir» (v. 3). Aqui está o drama da história: o “não” a Deus. Mas porque recusam os homens o seu convite? Será porventura um convite desagradável? Não, e, no entanto, - diz o Evangelho – «não se importaram e foram uns para o seu campo, outros para os seus negócios» (v. 5). Não se importaram porque pensavam nos seus próprios assuntos. E aquele rei que é pai, Deus, o que faz? Não desiste, continua a convidar, aliás alarga o convite, até encontrar quem o aceite, entre os pobres. Entre eles, que sabem que não têm muito, vêm tantos, em grande número, até encherem a sala (vv. 8-10).

Irmãos e irmãs, quantas vezes não atendemos ao convite de Deus porque estamos ocupados com os nossos assuntos! Muitas vezes lutamos para ter o nosso tempo livre, mas hoje Jesus convida-nos a encontrar o tempo que liberta: o tempo a dedicar a Deus, que alivia e cura o nosso coração, que aumenta em nós a paz, a confiança e a alegria, que nos salva do mal, da solidão e da perda de sentido. Vale a pena, porque é bom estar com o Senhor, dar-lhe. Onde? Na Missa, na escuta da Palavra, na oração e também na caridade, pois ajudando quem é fraco ou pobre, fazendo companhia a quem está só, escutando quem pede atenção, consolando quem sofre, estamos com o Senhor, presente em quem está em necessidade. Muitos, porém, pensam que estas coisas são “perda de tempo” e fecham-se no seu mundo privado; é triste. E isto gera tristeza. Quantos corações tristes! Porque estão fechados.

Perguntemo-nos então: como respondo eu aos convites de Deus? Que espaço lhe dou nos meus dias? A qualidade da minha vida depende dos meus negócios e do meu tempo livre ou do meu amor ao Senhor e aos irmãos, especialmente aos mais necessitados?
Maria, que com um “sim” abriu espaço para Deus, nos ajuda a não sermos surdos aos seus convites.

O convite para o banquete de casamento
(Andrei Mironov)

Fonte: Santa Sé.

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