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sábado, 31 de julho de 2021

Homilia: XVIII Domingo do Tempo Comum - Ano B

Santo Ambrósio
Comentário ao Salmo 118
Cristo bebeu as minhas amarguras para dar-me a suavidade de sua graça

Sou pequeno e desprezível, porém não esqueço os teus decretos. Disponho da excelsa participação dos sacramentos celestiais. Agora me cabe a honra de participar da mesa celestial; meus banquetes já não os rega a água da chuva, não dependem dos produtos do campo, nem do fruto das árvores. Para minha bebida não necessito recorrer aos rios nem às fontes. Cristo é o meu alimento, Cristo é a minha bebida; a carne de Deus é o meu alimento e o sangue de Deus é a minha bebida. Para saciar-me, já não dependo da colheita anual, pois Cristo se oferece a mim diariamente.

Já não terei que temer as intempéries do tempo ou a esterilidade do campo, enquanto persista em uma empenhada e piedosa devoção. Já não desejo que desça sobre mim uma chuva de codornizes, que antes provocavam minha admiração; nem tampouco o maná, que antes preferia a todos os outros alimentos, pois os pais que comeram o maná continuaram tendo fome. Meu alimento é tal que se alguém o come não passará mais fome. Meu alimento não engorda o corpo, mas fortalece o coração do homem.

Antes considerava maravilhoso o pão do céu, pois está escrito: Deu-lhes para comer o pão do céu. Porém, não era aquele o pão verdadeiro, mas sombra do futuro. O pão do céu, o verdadeiro, o Pai o reservou para mim. Do céu desceu para mim aquele pão de Deus que dá vida ao mundo. Este é o pão da vida: e aquele que come a vida não pode morrer. Pois como pode morrer quem se alimenta da vida?

Como irá desfalecer quem possui em si mesmo uma substância vital? Aproximai-vos d’Ele e saciai-vos, porque é pão; aproximai-vos d’Ele e bebei, porque Ele é a fonte; aproximai-vos d’Ele e ficareis radiantes, porque Ele é luz; aproximai-vos d’Ele e sereis libertados, porque onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade; aproximai-vos d’Ele e sereis absolvidos, porque Ele é o perdão dos pecados. Perguntais-me quem é este? Ouçam a Ele mesmo, que diz: Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim não passará fome, e o que crê em mim não passará sede. O ouvistes, o vistes e não crestes n’Ele: por isso estais mortos; crede ao menos agora, para que possais viver. Do Corpo de Deus brotou para mim uma fonte eterna; Cristo bebeu minhas amarguras para dar-me a suavidade de sua graça.


Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 439-440. Para adquiri-lo no site da Editora Vozes, clique aqui.

Para ler uma homilia de Orígenes para este domingo, clique aqui.

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