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sábado, 2 de janeiro de 2021

Homilia: Solenidade da Epifania do Senhor

São Leão Magno
Tratado 36
E os confins da terra verão a vitória de nosso Deus

O dia em que Cristo, Salvador do mundo, se manifestou pela primeira vez aos pagãos, temos de celebrá-lo, amadíssimos, com todas as honras, e sentir lá no fundo de nosso coração a mesma alegria que sentiram os três magos quando, estimulados e guiados pela nova estrela, puderam adorar, contemplando com seus próprios olhos ao rei do céu e da terra, em quem haviam previamente acreditado em virtude unicamente de promessas.

E ainda que o relato evangélico se refira concretamente aos dias em que três homens - não doutrinados pela pregação profética, nem instruídos pelo testemunho da lei - vieram de uma remotíssima região do Oriente para conhecer a Deus, contudo, vemos que isto mesmo, ainda que de forma mais clara e com maior abundância, realiza-se hoje em todos os chamados à luz da fé. Assim se cumpre a profecia de Isaías: O Senhor descobre seu santo braço à vista de todas as nações, e os confins da terra verão a vitória de nosso Deus. E novamente: Os que não tinham notícia o verão, os que não ouviram falar compreenderão.

Por isso, quando vemos que homens envaidecidos pela sabedoria mundana e apartados da fé de Jesus Cristo são arrancados do abismo de seus erros e conduzidos ao conhecimento da luz verdadeira, é indubitável que ali está atuando o esplendor da graça divina, e o que de nova luz aparece nesses corações entenebrecidos é uma participação da mesma estrela, de sorte que às almas tocadas por seu fulgor, primeiro as impressiona com o milagre, para conduzi-las logo, precedendo-as, a adorar ao Senhor.

E se quiséssemos considerar atentamente como é possível, para todos os que se aproximam a Cristo pelos caminhos da fé, aquela tríplice classe de dons, não descobriríamos que esta oferenda se realiza no coração de quantos retamente creem em Cristo? Retira efetivamente ouro do tesouro de seu coração quem reconhece a Cristo como rei do universo; oferece mirra quem crê que o Unigênito de Deus assumiu uma verdadeira natureza humana; venera a Cristo com uma espécie de incenso quem confessa que Ele em nada é diferente da majestade do Pai.


Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 298-299. Para adquiri-lo no site da Editora Vozes, clique aqui.

Confira também outra homilia de São Leão Magno para essa Solenidade clicando aqui.

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