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sábado, 14 de março de 2020

Sugestão de leitura: A arte como expressão da vida litúrgica

“A Verdade manifestada é o amor; o amor realizado é a Beleza” (Pavel Florenskij)

No mês de fevereiro apresentamos como sugestão de leitura a obra “Projetar o espaço sagrado: O que é e como se constrói uma igreja”, de autoria do Padre Fernando López Arias.

Neste mês vamos apresentar a segunda obra sobre arquitetura e arte litúrgica publicada pelas Edições CNBB em 2019: trata-se do livro “A arte como expressão da vida litúrgica”, do Padre Marko Ivan Rupnik.

Na verdade este livro é a transcrição de sete conferências que o Padre Rupnik proferiu durante o 11º Encontro Nacional de Arquitetura e Arte Sacra (ENAAS), promovido pelo Setor Espaço Litúrgico da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB. Este encontro ocorreu de 19 a 23 de setembro de 2017 em Curitiba (PR).

O Padre Marko Rupnik, famoso por seus mosaicos, seguiu uma abordagem histórica sobre a arte litúrgica, a fim de “aprender as inspirações e evitar as tentações” dos diferentes períodos históricos. Complementam o livro mais de 100 ilustrações de diversas obras de arte de todo o mundo.

Na sequência apresentamos brevemente cada um dos sete capítulos-conferências:

1. Origens da arte cristã: A arte como expressão da vida litúrgica (pp. 13-51)
Partindo da distinção entre a “grande arte”, que expressa a visão de um povo, e a “decadência da arte”, que retrata a visão do indivíduo, o autor apresenta três níveis de arte, inspirados nas três palavras usadas no Novo Testamento para “vida”: bios, psiché e zoé. Esta última é a arte autenticamente litúrgica, fruto do encontro com Deus.

2. Símbolo: o lugar do encontro (pp. 53-81)
Neste segundo capítulo o autor reflete sobre o símbolo como lugar do encontro, da relação, do amor, trazendo alguns exemplos da arte e da arquitetura litúrgicas.

3. O edifício cristão: O Corpo de Cristo como modelo perfeito pra a arquitetura litúrgica (pp. 83-104)
Aqui o autor reflete sobre o fundamento para a construção do templo cristão: o duplo movimento do divino que acolhe o humano e o humano que é trazido pelo Filho. Segundo o Padre Rupnik, “nós precisamos de igrejas na medida da Igreja”.

4. A crise na arquitetura e na arte litúrgica (pp. 105-137)
O autor introduz neste capítulo o tema da crise na arquitetura e na arte litúrgicas, que tiveram início com o Renascimento, com a idealização do indivíduo.

5. Renascimento, barroco e modernidade: Análise da arte e da arquitetura sacras (pp. 139-167)
Na sequência do capítulo anterior, aqui Padre Marko Rupnik analisa a arte do Renascimento (particularmente a Capela Sistina), do Barroco e da modernidade como expressões da crise subjetivista, individualista.

6. Época crítica e época orgânica: A história e seus ciclos (pp. 169-198)
Para refletir sobre o momento histórico atual e o futuro, o autor apresenta dois períodos que se seguem na história: a “época orgânica”, centrada na vida, e a “época crítica”, com o primado da técnica.

7. A Eucaristia como modelo para a arquitetura e para a vida (pp. 199-214)
Por fim, Padre Rupnik apresenta a Eucaristia (e em um sentido mais amplo a Liturgia) como modelo tanto para a arte quanto para a vida, em sua dimensão de comunhão, de relação e também escatológica.



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