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terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Ângelus do Papa: Festa da Apresentação do Senhor 2020

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 02 de fevereiro de 2020

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje celebramos a Festa da Apresentação do Senhor: quando Jesus, recém-nascido, foi apresentado no templo pela Virgem Maria e por São José. Esta data marca também o Dia da Vida Consagrada, que recorda o grande tesouro na Igreja daqueles que seguem de perto o Senhor na profissão dos conselhos evangélicos.

O Evangelho (cf. Lc 2,22-40) diz-nos que, quarenta dias depois do seu nascimento, os pais de Jesus levaram o Menino a Jerusalém para o consagrar a Deus, como prescreve a lei judaica. E enquanto descreve um ritual tradicional, este episódio apresenta à nossa atenção o exemplo de alguns personagens. Eles são apresentados no momento em que experimentam o encontro com o Senhor no lugar em que Ele se torna presente e próximo do homem. Trata-se de Maria e José, Simeão e Ana, que representam modelos de acolhimento e de entrega da sua vida a Deus. Estes quatro não eram iguais, eram todos diferentes, mas todos procuravam Deus e deixavam-se guiar pelo Senhor.

O evangelista Lucas descreve os quatro numa dupla atitude: atitude de movimento e atitude de admiração.

A primeira atitude é o movimento. Maria e José caminham em direção a Jerusalém; por sua vez, Simeão, movido pelo Espírito, vai ao templo, enquanto Ana serve a Deus dia e noite sem descanso. Deste modo, os quatro protagonistas do trecho evangélico mostram-nos que a vida cristã requer dinamismo e exige vontade de caminhar, deixando-se guiar pelo Espírito Santo. A inação não é adequada ao testemunho cristão e à missão da Igreja. O mundo precisa de cristãos que se deixem interpelar, que não se cansem de andar pelas ruas da vida, para levar a todos a palavra consoladora de Jesus. Todos os batizados receberam a vocação para anunciar - anunciar algo, anunciar Jesus - a vocação para a missão evangelizadora: proclamar Jesus! As paróquias e as diversas comunidades eclesiais são chamadas a fomentar o empenho dos jovens, das famílias e dos idosos, para que todos possam ter uma experiência cristã, vivendo a vida e a missão da Igreja como protagonistas.

A segunda atitude com a qual São Lucas apresenta os quatro personagens da história é a admiração. Maria e José «estavam admirados com o que se dizia dele  [de Jesus]» (v. 33). A admiração é também uma reação explícita do velho Simeão, que no Menino Jesus vê com os seus olhos a salvação realizada por Deus a favor do seu povo: aquela salvação que ele esperava há anos. E o mesmo é válido para Ana, que se «pôs a louvar a Deus» (v. 38) e começou a indicar Jesus ao povo. Ela é uma santa faladora. Ela falou de coisas boas, não de coisas más. Dizia,  anunciava: uma santa que foi ao encontro de outra mulher para lhe mostrar Jesus. Estas figuras de crentes estão envoltas na admiração, porque se deixaram capturar e abranger pelos acontecimentos que se verificavam diante dos seus olhos. A capacidade de se admirar com as coisas que nos rodeiam favorece a experiência religiosa e torna fecundo o encontro com o Senhor. Pelo contrário, a incapacidade de se surpreender torna-nos indiferentes e alarga a distância entre o caminho da fé e a vida quotidiana. Irmãos e irmãs, sempre em movimento e permanecendo abertos à admiração!

Que a Virgem Maria nos ajude a contemplar todos os dias em Jesus o dom de Deus para nós e a deixar-nos atrair por Ele no movimento da doação, com jubilosa admiração, para que toda a nossa vida se torne um louvor a Deus no serviço aos nossos irmãos.


Fonte: Santa Sé.

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