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segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Carta Dies Domini (2): O domingo, dia da Igreja

Ontem publicamos a primeira parte (cap. 1-2) da Carta Apostólica Dies Domini do Papa João Paulo II sobre a santificação do domingo. Segue agora o terceiro capítulo, que reflete sobre seus fundamentos eclesiológicos: o domingo, dia da Igreja:

JOÃO PAULO II
CARTA APOSTÓLICA DIES DOMINI
SOBRE A SANTIFICAÇÃO DO DOMINGO

CAPÍTULO III: DIES ECCLESIAE
A assembleia eucarística, alma do domingo

A presença do Ressuscitado
31. «Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo» (Mt 28,20). Esta promessa de Cristo continua a ser ouvida pela Igreja, que dela colhe o segredo da sua vida e fonte da sua esperança. Se o domingo é o dia da Ressurreição, ele não se reduz à recordação de um acontecimento passado: é a celebração da presença viva do Ressuscitado no meio de nós.
Para que esta presença seja anunciada e vivida adequadamente, não é suficiente que os discípulos de Cristo rezem individualmente e recordem interiormente, no segredo do coração, a Morte e a Ressurreição de Cristo. Com efeito, todos os que receberam a graça do Batismo, não foram salvos somente a título individual, mas enquanto membros do Corpo místico, que entraram a fazer parte do Povo de Deus [38]. Por isso, é importante que se reúnam, para exprimir em plenitude a própria identidade da Igreja, a ekklesía, assembleia convocada pelo Senhor ressuscitado, que ofereceu a sua vida «para trazer à unidade os filhos de Deus que andavam dispersos» (Jo 11,52). Estes tornaram-se «um só» em Cristo (cf. Gl 3,28), pelo dom do Espírito. Esta unidade manifesta-se exteriormente, quando os cristãos se reúnem: é então, que adquirem consciência viva e dão ao mundo testemunho de ser o povo dos redimidos, formado por «homens de toda a tribo, língua, povo e nação» (Ap 5,9). Através da assembleia dos discípulos de Cristo, perpetua-se no tempo a imagem da primeira comunidade cristã, descrita como modelo por S. Lucas nos Atos dos Apóstolos, quando diz que os primeiros batizados «eram assíduos ao ensinamento dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão, e às orações» (2,42).

A assembleia eucarística
32. Esta realidade da vida eclesial possui, na Eucaristia, não só uma especial intensidade expressiva, mas, de certo modo, o seu lugar «fontal» [39]. A Eucaristia nutre e plasma a Igreja: «Uma vez que há um só pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos participamos de mesmo pão» (1Cor 10,17). Por esta ligação vital com o sacramento do Corpo e do Sangue do Senhor, o mistério da Igreja é anunciado, saboreado e vivido de modo supremo na Eucaristia [40].
A dimensão eclesial intrínseca da Eucaristia realiza-se todas as vezes que esta é celebrada. Mas com maior razão, exprime-se no dia em que toda a comunidade é convocada para relembrar a Ressurreição do Senhor. De modo significativo, o Catecismo da Igreja Católica ensina que «a celebração dominical do Dia e da Eucaristia do Senhor está no centro da vida da Igreja» [41].
33. De fato, é precisamente na Missa dominical que os cristãos revivem, com particular intensidade, a experiência feita pelos Apóstolos na tarde de Páscoa, quando, estando eles reunidos, o Ressuscitado lhes apareceu (cf. Jo 20,19). Naquele pequeno núcleo de discípulos, primícias da Igreja, estava, de algum modo, presente o Povo de Deus de todos os tempos. Pelo seu testemunho, estende-se a cada geração de crentes a saudação de Cristo, transbordante do dom messiânico da paz, conquistada pelo seu sangue e oferecida juntamente com o seu Espírito: «A paz esteja convosco!». No fato de Cristo voltar ao meio deles «oito dias depois» (Jo 20,26), pode-se ver representado, na sua raiz, o costume da comunidade cristã de reunir todos os oito dias, no «dia do Senhor» o domingo, para professar a fé na sua Ressurreição e recolher os frutos da bem-aventurança prometida por Ele: «Bem-aventurados os que, sem terem visto, acreditam!» (Jo 20,29). Esta íntima conexão entre a manifestação do Ressuscitado e a Eucaristia é sugerida pelo Evangelho de S. Lucas na narração dos dois discípulos de Emaús, aos quais Cristo mesmo fez companhia, servindo-lhes de guia na compreensão da Palavra e depois sentando-Se com eles à mesa. Reconheceram-n'O, quando Ele «tomou o pão, pronunciou a bênção e, depois de parti-lo, o entregou» (24,30). Os gestos de Jesus, nesta narração, são os mesmos que Ele realizou na última Ceia, com clara alusão à «fração do pão», como é denominada a Eucaristia na primeira geração cristã.

A Eucaristia dominical
34. Não há dúvida que a Eucaristia dominical não possui, em si própria, um estatuto diferente daquela que se celebra em qualquer outro dia, nem pode ser separada do conjunto da vida litúrgica e sacramental. Esta é por sua natureza uma epifania da Igreja [42], que tem o seu momento mais significativo quando a comunidade diocesana se reúne em oração com o próprio Pastor: «A principal manifestação da Igreja se faz numa participação perfeita e ativa de todo o Povo santo de Deus na mesma celebração litúrgica, especialmente na mesma Eucaristia, numa única oração, ao redor do único altar a que preside o Bispo rodeado pelo presbitério e pelos ministros» [43]. A relação com o Bispo e com a comunidade eclesial inteira está presente em cada Celebração Eucarística, mesmo sem ser presidida pelo Bispo, em qualquer dia da semana que for celebrada. Expressão disso é a menção do Bispo na Oração Eucarística.
A Eucaristia dominical, porém, com a obrigação da presença comunitária e a solenidade especial que a caracteriza precisamente por ser celebrada «no dia em que Cristo venceu a morte, e nos fez participantes da sua vida imortal» [44], manifesta com maior ênfase a própria dimensão eclesial, tornando-se quase paradigmática para as demais Celebrações Eucarísticas. Cada comunidade, reunindo todos os seus membros para a «fração do pão», sente-se como um lugar privilegiado onde o mistério da Igreja se realiza concretamente. Na própria celebração, a comunidade abre-se à comunhão com a Igreja universal [45], rezando ao Pai que «Se lembre da Igreja dispersa por toda a terra» e a faça crescer, na unidade de todos os crentes com o Papa e com os Pastores de cada Igreja Particular, até chegar à perfeição da caridade.

O dia da Igreja
35. Desta forma, o dies Domini é também o dies Ecclesiae. Assim se compreende porque a dimensão comunitária da celebração dominical há de ser especialmente sublinhada, no plano pastoral. De entre as numerosas atividades que uma paróquia realiza - como tive ocasião de recordar, noutra altura - «nenhuma é tão vital ou formativa para a comunidade, como a celebração dominical do dia do Senhor e da sua Eucaristia» [46]. Neste sentido, o Concílio Vaticano II chamou a atenção para a necessidade de trabalhar a fim de que «floresça o sentido da comunidade paroquial, especialmente na celebração comunitária da Missa dominical» [47]. Na mesma linha, se colocam as orientações litúrgicas sucessivas, pedindo que, ao domingo e dias festivos, as Celebrações Eucarísticas, realizadas normalmente noutras igrejas e oratórios, sejam coordenadas com a celebração da igreja paroquial, precisamente para «fomentar o sentido da comunidade eclesial, que se alimenta e exprime especialmente na celebração comunitária do domingo, quer à volta do Bispo, sobretudo na Catedral, quer na assembleia paroquial, cujo pastor representa o Bispo» [48].
36. A assembleia dominical é lugar privilegiado de unidade: ali, com efeito, se celebra o sacramentum unitatis, que caracteriza profundamente a Igreja, povo reunido «pela» e «na» unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo [49]. Nela, as famílias cristãs dão vida a uma das expressões mais qualificadas da sua identidade e «ministério» de «igreja doméstica», quando os pais tomam parte com os seus filhos na única mesa da Palavra e do Pão de vida [50]. Convém lembrar, a este respeito, que compete primariamente aos pais educar os seus filhos para a participação na Missa dominical, ajudados pelos catequistas, que devem preocupar-se de inserir no caminho de formação das crianças que lhes estão confiadas a iniciação à Missa, ilustrando o motivo profundo da obrigatoriedade do preceito. Para isso contribuirá também, sempre que as circunstâncias o aconselharem, a celebração de Missas para crianças, conforme as várias modalidades previstas pelas normas litúrgicas [51].
Sendo a paróquia uma «comunidade eucarística» [52], é normal que se juntem, nas Missas dominicais, os grupos, os movimentos, as associações e as comunidades religiosas menores que a integram. Isto permite-lhes experimentar aquilo que lhes é mais profundamente comum, independentemente dos meios espirituais específicos que legitimamente os caracterizam, na obediência ao discernimento da autoridade eclesial [53]. É por isso que ao domingo, dia da assembleia, não se deve encorajar as Missas dos pequenos grupos: não se trata apenas de evitar que as assembleias paroquiais fiquem privadas do necessário ministério sacerdotal, mas também de fazer com que a vida e a unidade da comunidade eclesial sejam plenamente promovidas e salvaguardadas [54]. Compete aos Pastores das Igrejas particulares, depois de atento discernimento, autorizar derrogações, eventuais e bem delimitadas, a esta diretriz, tendo em consideração específicas exigências formativas e pastorais, e pensando ao bem dos indivíduos e dos grupos e especialmente aos frutos que daí possam derivar para toda a comunidade cristã.

Povo peregrino
37. Na perspectiva do caminho da Igreja ao longo do tempo, a referência à Ressurreição de Cristo e o ritmo semanal desta memória solene ajudam a lembrar o caráter peregrino e a dimensão escatológica do Povo de Deus. Com efeito, domingo a domingo, a Igreja vai avançando para o último «dia do Senhor», o domingo sem fim. Na verdade, a expectativa da vinda de Cristo está incluída no mesmo mistério da Igreja [55] e faz-se visível em cada Celebração Eucarística. Mas, o dia do Senhor, com a sua memória específica da glória de Cristo ressuscitado, evoca, com maior intensidade também, a glória futura do seu «regresso». Isto faz do domingo o dia em que a Igreja, manifestando com mais clareza o seu caráter «esponsal», antecipa de algum modo a realidade escatológica da Jerusalém celeste. Ao reunir os seus filhos na assembleia eucarística e educá-los para a expectativa do «Esposo divino», ela realiza uma espécie de «exercício do desejo» [56], no qual saboreia antecipadamente a alegria dos novos céus e da nova terra, quando a cidade santa, a nova Jerusalém, descer do céu, de junto de Deus, «bela como uma esposa que se enfeitou para o seu esposo» (Ap 21,2).

Dia da esperança
38. Deste ponto de vista, se o domingo é o dia da fé, é igualmente o dia da esperança cristã. De fato, a participação na «ceia do Senhor» é antecipação do banquete escatológico das «núpcias do Cordeiro» (Ap 19,9). A comunidade cristã, ao celebrar o memorial de Cristo, ressuscitado e elevado ao céu, revigora a sua esperança na «vinda gloriosa de Jesus Cristo nosso Salvador» [57]. A esperança cristã, vivida e alimentada com este intenso ritmo semanal, torna-se fermento e luz precisamente da esperança humana. Por isso, na oração «universal», enumeram-se juntamente as necessidades não só daquela comunidade cristã, mas da humanidade inteira; a Igreja, reunida na Celebração Eucarística, testemunha ao mundo que assume «as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem» [58]. E, coroando com a oferta eucarística do domingo o testemunho que, todos os dias da semana, os seus filhos, empenhados no trabalho e nos vários compromissos da vida, se esforçam por oferecer com o anúncio do Evangelho e a prática da caridade, a Igreja manifesta com maior evidência ser «sacramento, ou sinal, e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano» [59].

A mesa da Palavra
39. Na assembleia dominical, como, aliás, em toda a Celebração Eucarística, o encontro com o Ressuscitado dá-se através da participação na dupla mesa da Palavra e do Pão da vida. A primeira continua a dar aquela compreensão da história da salvação e, especialmente, do Mistério Pascal que o próprio Jesus ressuscitado proporcionou aos discípulos: é Ele que fala, presente como está na sua Palavra, «ao ser lida na Igreja a Sagrada Escritura» [60]. Na segunda mesa atualiza-se a presença real, substancial e constante do Senhor ressuscitado, através do memorial da sua Paixão e Ressurreição, e oferece-se aquele pão da vida que é penhor da glória futura. O Concílio Vaticano II lembrou que «estão tão intimamente ligadas entre si as duas partes de que se compõe, de algum modo, a Missa - a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística - que formam um só ato de culto» [61]. O mesmo Concílio estabeleceu também que «se prepare para os fiéis, com maior abundância, a mesa da Palavra de Deus: abram-se mais largamente os tesouros da Bíblia» [62]. Depois, ordenou que, nas Missas do domingo e das festas de preceito, a homilia não seja omitida, a não ser por motivo grave [63]. Estas felizes disposições tiveram fiel expressão na reforma litúrgica, a propósito da qual Paulo VI, comentando a oferta mais abundante de leituras bíblicas ao domingo e dias festivos, escrevia: «Todo este ordenamento tem por finalidade despertar cada vez mais nos fiéis aquela fome da palavra de Deus (cf. Am 8,11) que leve o povo da nova aliança a sentir-se como que impelido pelo Espírito Santo a realizar a perfeita unidade da Igreja» [64].
40. Passados mais de trinta anos do Concílio, ao refletirmos acerca da Eucaristia dominical, é necessário verificar como a Palavra de Deus tem sido proclamada, e ainda o efetivo crescimento no Povo de Deus do conhecimento e do amor pela Sagrada Escritura [65]. Os dois aspectos - o da celebração e o da experiência real - estão intimamente relacionados. Por um lado, a possibilidade oferecida pelo Concílio de proclamar a Palavra de Deus na própria língua da comunidade participante deve levar-nos a sentir por ela uma «nova responsabilidade», fazendo resplandecer «já no próprio modo de ler ou de cantar, o caráter peculiar do texto sagrado» [66]. Por outro, é preciso que a escuta da Palavra de Deus proclamada seja bem preparada no espírito dos fiéis por um conhecimento apropriado da Escritura e, onde for pastoralmente possível, por iniciativas específicas de aprofundamento dos trechos bíblicos, especialmente os das Missas festivas. Com efeito, se a leitura do texto sagrado, realizada em espírito de oração e na docilidade à interpretação eclesial [67], não anima habitualmente a vida dos indivíduos e das famílias cristãs, é difícil que a mera proclamação litúrgica da Palavra de Deus possa dar os frutos esperados. São, pois, muito louváveis aquelas iniciativas com que as comunidades paroquiais, através do envolvimento de todos os que participam na Eucaristia - sacerdote, ministros e fiéis - [68] preparam a Liturgia dominical durante a semana, refletindo antes sobre a Palavra de Deus que será proclamada. O objetivo a ser alcançado é que toda a celebração, enquanto oração, escuta, canto, e não só a homilia, exprima, de algum modo, a mensagem da Liturgia dominical, para que possa influir eficazmente em todos os que nela participam. Muito depende, obviamente, da responsabilidade daqueles que exercem o ministério da Palavra. Sobre eles grava o dever de prepararem com particular cuidado, pelo estudo do texto sagrado e pela oração, o comentário à palavra do Senhor, apresentando fielmente os seus conteúdos e atualizando-os à luz das questões e da vida dos homens do nosso tempo.
41. Além disso, convém não esquecer que a proclamação litúrgica da Palavra de Deus, sobretudo no contexto da assembleia eucarística, não é tanto um momento de meditação e de catequese, como sobretudo o diálogo de Deus com o seu povo, no qual se proclamam as maravilhas da salvação e se propõem continuamente as exigências da Aliança. Por sua vez, o Povo de Deus sente-se chamado a corresponder a este diálogo de amor, agradecendo e louvando, mas, ao mesmo tempo, verificando a própria fidelidade no esforço por uma contínua «conversão». A assembleia dominical compromete-se, assim, na renovação interior das promessas do Batismo que estão, de algum modo, implícitas na recitação do Credo e que a Liturgia expressamente prevê na celebração da vigília pascal ou quando é administrado o Batismo durante a Missa. Nesta perspectiva, a proclamação da Palavra na Celebração Eucarística do domingo adquire o tom solene que já o Antigo Testamento previa para os momentos de renovação da Aliança, quando era proclamada a Lei e a comunidade de Israel era chamada, como o povo do deserto aos pés do Sinai (cf. Ex 19,7-8; 24,3.7), a confirmar o seu «sim», renovando a opção de fidelidade a Deus e de adesão aos seus preceitos. De fato, Deus, quando comunica a sua Palavra, espera a nossa resposta: resposta que Cristo já deu por nós com o seu «Amém» (cf. 2Cor 1,20-22), e que o Espírito Santo faz ressoar em nós, de modo que a Palavra ouvida comprometa profundamente a nossa vida [69].

A mesa do Corpo de Cristo
42. A mesa da Palavra desemboca naturalmente na mesa do Pão eucarístico e prepara a comunidade para viver as suas múltiplas dimensões, que assumem, na Eucaristia dominical, um caráter particularmente solene. No ar de festa de toda a comunidade reunida no «dia do Senhor», a Eucaristia apresenta-se, mais visivelmente do que nos outros dias, como a grande «ação de graças» com que a Igreja, repleta do Espírito, invoca o Pai, unindo-se a Cristo e fazendo-se voz da humanidade inteira. O ritmo semanal convida a repassar com grata lembrança os dias precedentes, para relê-los à luz de Deus, e dar-Lhe graças pelos seus inúmeros dons, glorificando-O «por Cristo, com Cristo e em Cristo, na unidade do Espírito Santo». Desta forma, a comunidade cristã assume, com renovada consciência, o fato de que todas as coisas foram criadas por meio de Cristo (cf. Cl 1,16; Jo 1,3) e n'Ele, que assumindo a forma de servo veio partilhar e redimir a nossa condição humana, aquelas foram recapituladas (cf. Ef 1,10), para serem oferecidas a Deus Pai, de quem todas as coisas têm origem e vida. Por fim, aderindo com o seu «Amém» à doxologia eucarística, o Povo de Deus encaminha-se, na fé e na esperança, em direção à meta escatológica, quando Cristo «entregar o Reino a Deus Pai (...), a fim de que Deus seja tudo em todos» (1Cor 15,24.28).
43. Este movimento «ascendente» está presente em toda Celebração Eucarística tornando-a um evento jubiloso, permeado de reconhecimento e de esperança, mas é particularmente ressaltado na Missa dominical, pela sua especial ligação com a memória da Ressurreição. Por outra parte, a alegria «eucarística», que eleva os nossos «corações ao alto», é fruto do «movimento descendente» que Deus realizou vindo até nós, e que permanece inscrito para sempre na essência sacrifical da Eucaristia, suprema expressão e celebração do mistério da kénosis, ou seja, do despojamento mediante o qual Cristo «humilhou-Se a Si mesmo, feito obediente até a morte e morte de cruz» (Fl 2,8).
De fato, a Missa é uma atualização viva do sacrifício do Gólgota. Debaixo das espécies do pão e do vinho, sobre as quais foi invocada a efusão do Espírito que opera com uma eficácia completamente singular nas palavras da consagração, Cristo oferece-Se ao Pai com o mesmo gesto de imolação com que Se ofereceu na cruz. «Neste divino sacrifício que se realiza na Missa, está presente e é imolado de modo incruento aquele mesmo Cristo, que Se ofereceu uma só vez de modo cruento sobre o altar da cruz» [70]. E ao seu sacrifício, Cristo une o sacrifício da Igreja: «Na Eucaristia, o sacrifício de Cristo torna-se também o sacrifício dos membros do seu Corpo. A vida dos fiéis, o seu louvor, o seu sofrimento, a sua oração, o seu trabalho unem-se aos de Cristo e à sua total oblação, adquirindo assim um novo valor» [71]. Esta participação da comunidade inteira assume uma visibilidade particular na assembleia dominical, que permite trazer ao altar a semana que passou com todo o peso humano que a caracterizou.

Banquete pascal e encontro fraterno
44. Este aspecto comunitário exprime-se de modo especial no caráter de banquete pascal, que é típico da Eucaristia, onde o próprio Cristo Se faz alimento. Na verdade, «Cristo confiou à Igreja este sacrifício com o seguinte objetivo: para que os fiéis participassem nele, quer espiritualmente mediante a fé e a caridade, quer sacramentalmente com o banquete da sagrada comunhão. A participação na ceia do Senhor é sempre comunhão com Cristo, que por nós Se oferece ao Pai em sacrifício» [72]. Por isso, a Igreja recomenda que os fiéis comunguem quando participam na Eucaristia, desde que se encontrem nas devidas disposições e, se a consciência os acusava de pecados graves, tenham antes recebido o perdão de Deus no sacramento da Reconciliação [73], tendo em mente aquilo que S. Paulo recordava à comunidade de Corinto (cf. 1Cor 11,27-32). O convite à comunhão eucarística torna-se particularmente insistente, como é óbvio, por ocasião da Missa nos domingos e demais dias festivos.
Além disso, é importante ganhar uma viva consciência de quanto a comunhão com Cristo está profundamente ligada à comunhão com os irmãos. A assembleia eucarística dominical é um acontecimento de fraternidade, que a celebração deve justamente fazer ressaltar, embora no respeito do estilo próprio da ação litúrgica. Para tal, contribuem o serviço de acolhimento e o estilo da oração, atenta às necessidades de toda a comunidade. A troca do sinal da paz, significativamente colocada no rito romano antes da comunhão eucarística, é um gesto particularmente expressivo, que os fiéis são chamados a realizar como manifestação do consenso que o povo de Deus presta a tudo o que se realizou na celebração [74], e do empenho de amor recíproco que se assume ao participar no único pão, lembrados daquela palavra exigente de Cristo: «Se fores apresentar uma oferta sobre o altar e ali te recordares que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão; depois, volta para apresentares a tua oferta» (Mt 5,23-24).

Da Missa à «missão»
45. Recebendo o Pão da vida, os discípulos de Cristo preparam-se para enfrentar, com a força do Ressuscitado e do seu Espírito, as obrigações que os esperam na sua vida ordinária. Com efeito, para o fiel que compreendeu o sentido daquilo que realizou, a Celebração Eucarística não pode exaurir-se no interior do templo. Como as primeiras testemunhas da Ressurreição, também os cristãos, convocados cada domingo para viver e confessar a presença do Ressuscitado, são chamados, na sua vida quotidiana, a tornarem-se evangelizadores e testemunhas. A oração depois da Comunhão e o rito de conclusão - a bênção e a despedida - hão de ser, sob este aspecto, melhor entendidos e valorizados, para que todos os participantes na Eucaristia sintam mais profundamente a responsabilidade que daí lhes advém. Terminada a assembleia, o discípulo de Cristo volta ao seu ambiente quotidiano, com o compromisso de fazer, de toda a sua vida, um dom, um sacrifício espiritual agradável a Deus (cf. Rm 12,1). Ele sente-se devedor para com os irmãos daquilo que recebeu na celebração, tal como sucedeu com os discípulos de Emaús que, depois de terem reconhecido Cristo ressuscitado na «fração do pão» (cf. Lc 24,30-32), sentiram a exigência de ir imediatamente partilhar com seus irmãos a alegria de terem encontrado o Senhor (cf. Lc 24,33-35).

O preceito dominical
46. Sendo a Eucaristia o verdadeiro coração do domingo, compreende-se por que razão, desde os primeiros séculos, os Pastores não cessaram de recordar aos seus fiéis a necessidade de participarem na assembleia litúrgica. «No dia do Senhor, deixai tudo - declara, por exemplo, o tratado do século III denominado Didascália dos Apóstolos - e zelosamente correi à vossa assembleia, porque é o vosso louvor a Deus. Caso contrário, que desculpa terão junto de Deus aqueles que não se reúnem, no dia do Senhor, para ouvir a palavra de vida e nutrir-se do alimento divino que permanece eternamente?» [75]. Geralmente o apelo dos Pastores foi recebido na alma dos fiéis com uma convicta adesão, e, se não faltaram tempos e situações em que diminuiu a tensão ideal no cumprimento deste dever, não se pode, todavia, deixar de recordar o autêntico heroísmo com que sacerdotes e fiéis observaram esta obrigação em muitas situações de perigo e restrição da liberdade religiosa, como se pode constatar desde os primeiros séculos da Igreja até aos nossos dias.
S. Justino, na sua primeira Apologia dirigida ao imperador Antonino e ao Senado, pôde descrever com ufania o costume cristão da assembleia dominical, que congregava no mesmo lugar os cristãos das cidades e das aldeias [76]. Quando, durante a perseguição de Diocleciano, viram as suas assembleias interditas com a máxima severidade, foram muitos os corajosos que desafiaram o edito imperial, preferindo a morte a faltar à Eucaristia dominical. É o caso daqueles mártires de Abitínia, na África proconsular, que assim responderam aos seus acusadores: «Foi sem qualquer temor que celebramos a ceia do Senhor, porque não se pode deixá-la; é a nossa lei»; «não podemos viver sem a ceia do Senhor». E uma das mártires confessou: «Sim, fui à assembleia e celebrei a ceia do Senhor com os meus irmãos, porque sou cristã» [77].
47. Esta obrigação de consciência, baseada numa necessidade interior que os cristãos dos primeiros séculos sentiam tão intensamente, a Igreja nunca cessou de afirmá-la, embora, num primeiro tempo, não tenha julgado necessário prescrevê-la. Só mais tarde, face à tibieza ou à negligência de alguns, teve de explicitar o dever de participar na Missa dominical: a maior parte das vezes fê-lo sob forma de exortação, mas às vezes recorreu também a disposições canônicas concretas. Assim aconteceu em diversos Concílios particulares, do século IV em diante (por exemplo, no Concílio de Elvira, do ano 300, não se fala de obrigação, mas de consequências penais depois de três ausências) [78], e sobretudo a partir do século VI (como sucedeu no Concílio de Agde, de 506) [79]. Estes decretos de Concílios particulares desembocaram num costume universal de caráter obrigatório, como algo completamente óbvio [80].
O Código de Direito Canônico de 1917 compilou pela primeira vez a tradição numa lei universal [81]. O Código atual confirma-a, dizendo que «no domingo e nos outros dias festivos de preceito, os fiéis têm obrigação de participar na Missa» [82]. Essa lei foi normalmente entendida como implicando obrigação grave: assim o ensina o Catecismo da Igreja Católica [83], sendo fácil de compreender o motivo, quando se considera a importância que o domingo tem para a vida cristã.
48. Hoje, como nos heroicos tempos iniciais, em muitas regiões do mundo, a situação apresenta-se difícil para muitos que desejam viver coerentemente a sua fé. Umas vezes, o ambiente é abertamente hostil, outras vezes e com mais frequência é indiferente e refratário à mensagem do Evangelho. O crente, para não ser vencido, deve poder contar com o apoio da comunidade cristã. Por isso, é necessário que ele se convença da importância decisiva que tem, para a sua vida de fé, o fato de se reunir ao domingo com os outros irmãos, para celebrar a Páscoa do Senhor no sacramento da Nova Aliança. Pertence, aos Bispos de modo particular, empenhar-se «para fazer com que o domingo seja reconhecido, santificado e celebrado por todos os fiéis como verdadeiro “dia do Senhor”, no qual a Igreja se reúne para renovar o memorial do seu Mistério Pascal, mediante a escuta da Palavra de Deus, a oferta do sacrifício do Senhor e a santificação do dia através da oração, das obras de caridade e da abstenção do trabalho» [84].
49. Uma vez que a participação na Missa é uma obrigação dos fiéis, a não ser que tenham um impedimento grave, impõe-se aos Pastores o relativo dever de oferecer a todos a possibilidade efetiva de satisfazer o preceito. Nesta linha, se colocam certas disposições do direito eclesiástico, como, por exemplo, a faculdade que o sacerdote, após autorização prévia do Bispo diocesano, tem de celebrar mais de uma Missa ao domingo e dias festivos [85], a instituição das Missas vespertinas [86], e ainda a indicação de que o tempo útil para o cumprimento do preceito começa já na tarde de sábado em coincidência com as primeiras Vésperas do domingo [87]. Do ponto de vista litúrgico, o dia festivo tem efetivamente início com as referidas Vésperas [88]. Consequentemente, a Liturgia da Missa, designada às vezes «pré-festiva» mas que realmente é «festiva» para todos os efeitos, é a do domingo, tendo o celebrante a obrigação de fazer a homilia e de rezar com os fiéis a oração universal.
Além disso, os pastores hão de lembrar aos fiéis que, no caso de se ausentarem da sua residência habitual no dia de domingo, devem preocupar-se de participar na Missa no lugar onde se encontram, enriquecendo assim a comunidade local com o seu testemunho pessoal. Simultaneamente, será preciso que estas comunidades exprimam um caloroso acolhimento aos irmãos chegados de fora, sobretudo em lugares que atraiam numerosos turistas e peregrinos, para os quais muitas vezes será necessário prever particulares iniciativas de assistência religiosa [89].

Celebração jubilosa e animada pelo canto
50. Dado o caráter próprio da Missa dominical e importância que ela tem para a vida dos fiéis, é necessário prepará-la com especial cuidado. Com as formas sugeridas pela sabedoria pastoral e pelos usos locais que estejam de harmonia com as normas litúrgicas, é preciso garantir à celebração aquele caráter festivo que convém ao dia comemorativo da Ressurreição do Senhor. Com este objetivo, é importante dar a devida atenção ao canto da assembleia, já que este é particularmente apto para exprimir a alegria do coração, faz ressaltar a solenidade e favorece a partilha da única fé e do mesmo amor. Por isso, há que ter a preocupação da sua qualidade, tanto no referente aos textos como às melodias, para que tudo aquilo que de criativo e original hoje se propõe, esteja de acordo com as disposições litúrgicas e seja digno daquela tradição eclesial que, em matéria de música sacra, se gloria dum patrimônio de valor inestimável.

Celebração cativante e participada
51. Além disso, é necessário fazer o máximo esforço para que todos os presentes - jovens e adultos - se sintam interessados, promovendo o seu envolvimento nas diversas formas de participação que a Liturgia sugere e recomenda [90]. Compete, sem dúvida, apenas àqueles que exercem o sacerdócio ministerial ao serviço dos seus irmãos realizar o sacrifício eucarístico e oferecê-lo a Deus em nome do povo inteiro [91]. Aqui se encontra o fundamento da distinção, de ordem bem mais que disciplinar, existente entre a tarefa própria do celebrante e a que é atribuída aos diáconos e aos fiéis não ordenados [92]. No entanto, os fiéis devem estar conscientes de que, em virtude do sacerdócio comum recebido no batismo, «concorrem para a oblação da Eucaristia» [93]. Eles, embora na distinção de funções, «oferecem a Deus a vítima divina e a si mesmos juntamente com ela; assim quer pela oblação quer pela sagrada comunhão, não indiscriminadamente mas cada um a seu modo, todos tomam parte na ação litúrgica» [94] dela recebendo luz e força para viverem o seu sacerdócio batismal através da oração e do testemunho duma vida santa.

Outros momentos do domingo cristão
52. Se a participação na Eucaristia é o coração do domingo, seria contudo restritivo reduzir apenas a isso o dever de «santificá-lo». Na verdade, o dia do Senhor é bem vivido, se todo ele estiver marcado pela lembrança agradecida e efetiva das obras de Deus. Ora, isto obriga cada um dos discípulos de Cristo a conferir, também aos outros momentos do dia passados fora do contexto litúrgico - vida de família, relações sociais, horas de diversão -, um estilo tal que ajude a fazer transparecer a paz e a alegria do Ressuscitado no tecido ordinário da vida. Por exemplo, o encontro mais tranquilo dos pais e dos filhos pode dar ocasião não só para se abrirem à escuta recíproca, mas também para viverem juntos algum momento de formação e de maior recolhimento. Porque não programar, inclusive na vida laical, quando for possível, especiais iniciativas de oração - de modo particular a celebração solene das Vésperas - ou então eventuais momentos de catequese, que, na vigília do domingo ou durante a tarde deste, preparem ou completem na alma do cristão o dom próprio da Eucaristia?
Esta forma assaz tradicional de «santificação do domingo» tornou-se talvez mais difícil, em muitos ambientes; mas, a Igreja manifesta a sua fé na força do Ressuscitado e no poder do Espírito Santo mostrando, hoje mais do que nunca, que não se contenta com propostas minimalistas ou medíocres no plano da fé, e ajudando os cristãos a cumprirem aquilo que é mais perfeito e agradável ao Senhor. Aliás, a par das dificuldades, não faltam sinais positivos e encorajadores. Graças ao dom do Espírito, nota-se, em muitos ambientes eclesiais, uma nova exigência de oração na múltipla variedade das suas formas. Retomam-se também antigas formas de religiosidade, como por exemplo a peregrinação: muitas vezes os fiéis aproveitam o descanso dominical para irem aos santuários, talvez mesmo com a família inteira, passar algumas horas mais de intensa experiência de fé. São momentos de graça que é preciso alimentar com uma adequada evangelização e guiar com verdadeira sabedoria pastoral.

Assembleias dominicais na ausência do sacerdote
53. Permanece o problema das paróquias que não podem usufruir do ministério dum sacerdote que celebre a Eucaristia dominical. Isto sucede frequentemente nas jovens Igrejas, onde um único sacerdote tem a responsabilidade pastoral de fiéis dispersos por um vasto território. Podem-se verificar situações de emergência também nos países de secular tradição cristã, quando a rarefacção do clero já não permite assegurar a presença do sacerdote em cada uma das comunidades paroquiais. A Igreja, perante o caso de impossibilidade da Celebração Eucarística, recomenda a convocação de assembleias dominicais na ausência do sacerdote [95], segundo as indicações e diretrizes emanadas pela Santa Sé e confiadas, para a sua aplicação, às Conferências Episcopais [96]. No entanto, o objetivo em vista deve continuar a ser a celebração do sacrifício da Missa, que é a única verdadeira atualização da Páscoa do Senhor, a única realização completa da assembleia eucarística que o sacerdote preside in persona Christi, repartindo o pão da Palavra e o da Eucaristia. Portanto, hão de se tomar todas as medidas necessárias a nível pastoral, para que os fiéis, habitualmente privados da Celebração Eucarística, possam beneficiar dela o maior número de vezes possível, quer garantindo a presença periódica dum sacerdote, quer valorizando todas as ocasiões de organizar o encontro num lugar central e acessível aos diversos grupos distantes.

Transmissões radiofônicas e televisivas
54. Por fim, os fiéis que, por causa de doença, infortúnio ou por qualquer outra razão grave, estão impedidos de participar na Missa dominical, terão o cuidado de se unirem de longe à celebração da mesma, de preferência repassando as leituras e orações previstas no Missal para aquele dia, e também através do desejo da Eucaristia [97]. Em muitos países, a televisão e a rádio oferecem a possibilidade de unir-se a uma Celebração Eucarística na própria hora em que está a realizar-se num lugar sagrado [98]. Obviamente, este gênero de transmissões não permite, por si mesmo, satisfazer o preceito dominical, que requer a participação na assembleia dos irmãos, congregando-se num mesmo lugar, e a consequente possibilidade da comunhão eucarística. Mas, para aqueles que estão impedidos de participar na Eucaristia e, por isso mesmo, dispensados de cumprir o preceito, a transmissão televisiva ou radiofônica constitui uma ajuda preciosa, sobretudo quando completada pelo generoso serviço dos ministros extraordinários que levam a Eucaristia aos doentes, transmitindo-lhes também a saudação e a solidariedade de toda a comunidade. Assim, também para estes cristãos, a missa dominical produz abundantes frutos e eles podem viver o domingo como verdadeiro «dia do Senhor» e «dia da Igreja».


Notas
[38] cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. sobre a Igreja Lumen gentium, 9.
[39] cf. João Paulo II, Carta Dominicae Cenae (24 de fevereiro de 1980), 4; Dominum et vivificantem (18 de maio de 1986), 62-64.
[40] cf. João Paulo II, Carta Ap. Vicesimus quintus annus (4 de dezembro de 1988), 9.
[41] Catecismo da Igreja Católica, n. 2177.
[42] cf. Vicesimus quintus annus, 9.
[43] Sacrosanctum Concilium, 41; cf. Decr. Christus Dominus, 15.
[44] São palavras do embolismo em distintas línguas, formulado com esta ou outras expressões análogas, em algumas Anáforas eucarísticas. Elas sublinham eficazmente o caráter «pascal» do domingo.
[45] Cf. Congr. para a Doutrina da Fé, Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre alguns aspectos da Igreja entendida como comunhão Communionis notio (28 de maio de 1992), 11-14.
[46] Discurso ao terceiro grupo de Bispos dos Estados Unidos da América (17 de março de 1998), 4.
[47] Sacrosanctum Concilium, 42.
[48] S. Congr. dos Ritos, Instr. sobre o culto do mistério eucarístico Eucharisticum mysterium (25 de maio de 1967), 26.
[49] cf. S. Cipriano, De Orat. Dom. 23: PL 4,553; idemDe cath. Eccl. unitate, 7: CSEL 3-1, 215; Lumen gentium, 4;  Sacrosanctum Concilium, 26.
[50] cf. João Paulo II, Exort. Ap. Familiaris consortio (22 de novembro de 1981), 57 e 61.
[51] cf. S. Congr. para o Culto Divino, Directório para as Missas das crianças (1 de Novembro de 1973): AAS 66 (1974), 30-46.
[52] cf. Eucharisticum mysterium, 26; S. Congr. para os Bispos, Diretório para o ministério pastoral dos Bispos Ecclesiae imago (22 de fevereiro de 1973), 86c.
[53] cf. João Paulo II, Exort. Ap. pós-sinodal Christifideles laici (30 de dezembro de 1988), 30.
[54] cf. S. Congr. para o Culto Divino, Instr. As Missas para grupos particulares (15 de maio de 1969), 10.
[55] cf. Lumen gentium, 48-51.
[56] «Haec est vita nostra, ut desiderando exerceamur»: S. Agostinho, In prima Ioan. tract. 4, 6: SC 75, 232.
[57] Missal Romano, Embolismo após o Pai-Nosso.
[58] Gaudium et spes, 1.
[59] Lumen gentium, 1; cf. Dominum et vivificantem, 61-64.
[60] Sacrosanctum Concilium, 7; cf. n. 33.
[61] ibid., n. 56; cfOrdo Lectionum Missae, Praenotanda, n. 10.
[62] Sacrosanctum Concilium, 51.
[63] cfibid., 52; Código de Direito Canônico, cân. 767 § 2; Código dos Cânones das Igrejas Orientais, cân. 614.
[64] Const. Ap. Missale Romanum (03 de abril de 1969).
[65] Na Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium, n. 24, fala-se de «suavis et vivus Sacrae Scripturae affectus».
[66] João Paulo II, Carta Dominicae Cenae  (24 de Fevereiro de 1980), 10.
[67] cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Dei Verbum, 25.
[68] cfOrdo lectionum Missae, Praenotanda, cap. III.
[69] cfibid., cap. I, n. 6.
[70] Conc. Ecum. de Trento, Sessão XXII, Doutrina e cânones relativos ao santíssimo sacrifício da Missa, II: DS 1743; cf. Catecismo da Igreja Católica, 1366.
[71] Catecismo da Igreja Católica, 1368.
[72] Eucharisticum mysterium, 3b; cf. Pio XII, Carta Enc. Mediator Dei (20 de novembro de 1947), II.
[73] cfCatecismo da Igreja Católica, n. 1385; ver também Congr. da Doutrina da Fé, Carta aos Bispos da Igreja Católica a respeito da recepção da comunhão eucarística por fiéis divorciados novamente casados (14 de setembro de 1994).
[74] cf. Inocêncio I, Epist. 25, 1, dirigida a Decêncio de Gúbio: PL 20, 553.
[75] Didascália dos Apóstolos  II, 59, 2-3 (ed. F. X. Funk 1905), 170-171.
[76] cfApologia I, 67, 3-5: PG 6,430.
[77] Acta SS. Saturnini, Dativi et aliorum plurimorum martyrum in Africa 7, 9, 10: PL 8, 707.709-710.
[78] cf. cân. 21: Mansi, Conc. II, 9.
[79] cf. cân. 47: Mansi, Conc. VIII, col. 332.
[80] Veja-se a proposição contrária, condenada por Inocêncio XI em 1679, referente à obrigação moral de santificação da festa: DS 2152.
[81] cân. 1248: «Festis de præcepto diebus Missa audienda est»; cân. 1247-§ 1: «Dies festi sub præcepto in universa Ecclesia sunt (...) omnes e singuli dies dominici».
[82] Código de Direito Canônico, cân. 1247; o Código dos Cânones das Igrejas Orientais, cân. 881 § 1, prescreve que «os fiéis cristãos são obrigados, nos domingos e nas festas de preceito, a participar na Divina Liturgia ou então, segundo as prescrições ou o legítimo costume da própria Igreja sui iuris, às celebrações das Laudes divinas».
[83] Catecismo da Igreja Católica, n. 2181: «Os que deliberadamente faltam a esta obrigação cometem um pecado grave».
[84] Diretório para o ministério pastoral dos bispos Ecclesiæ imago, 86a.
[85] cf. Código de Direito Canônico, cân. 905 § 2.
[86] cf. Pio XII, Const. Ap. Christus Dominus (06 de janeiro de 1953); Motu proprio Sacram Communionem (19 de março de 1957). Congr. S. Ofício, Instr. sobre a disciplina relativa ao jejum eucarístico (06 de janeiro de 1953).
[87] cfCódigo de Direito Canônico, cân. 1248-§ 1; Código dos Cânones das Igrejas Orientais, cân. 881-§ 2.
[88] cf. Missale Romanum: Normae universales de Anno liturgico et de Calendario, 3.
[89] cf. Diretório para o ministério pastoral dos bispos Ecclesiæ imago, 86.
[90] Sacrosanctum Concilium, 14.26; Vicesimus quintus annus, 4.6.12.
[91] cf. Lumen gentium, 10.
[92] cf. Instr. interdicasterial acerca de algumas questões sobre a colaboração dos fiéis leigos no sagrado ministério dos sacerdotes Ecclesiæ de mysterio (15 de agosto de 1997), 6.8.
[93] Lumen gentium, 10: «in oblationem Eucharistiæ concurrunt».
[94] ibid., 11.
[95] cfCódigo de Direito Canônico, cân. 1248-§ 2.
[96] cf. S. Congr. para o Culto Divino, Diretório para as celebrações dominicais na ausência do sacerdote Christi Ecclesia (02 de junho de 1988), 6-8; Instr. interdicasterial acerca de algumas questões sobre a colaboração dos fiéis leigos no sagrado ministério dos sacerdotes Ecclesiæ de mysterio (15 de agosto de 1997).
[97] cfCódigo de Direito Canônico, cân. 1248 § 2; Congr. para a Doutrina da Fé, Carta Sacerdotium ministeriale (06 de agosto de 1983), III.
[98] cf. Pont. Comissão para as Comunicações Sociais, Instr. Communio et progressio (23 de maio de 1971), nn. 150-152.157.

Fonte: Santa Sé

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