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sábado, 10 de agosto de 2019

Homilia: XIX Domingo do Tempo Comum - Ano C

São Columbano
Instrução sobre a compunção
Digna-te acender tu mesmo nossas lâmpadas

Quão venturosos são os servos a quem o Senhor, ao chegar, os encontrar vigiando! Feliz aquela vigília na qual se espera ao próprio Deus e Criador do universo, que supera tudo e tudo preenche. Oxalá se dignasse o Senhor despertar-me do sono de minha indolência, a mim que, mesmo sendo desprezível, sou seu servo! Oxalá me inflamasse no desejo de seu amor incomensurável e me incendiasse com o fogo de sua divina caridade! Resplandecente com ela, brilharia mais que os astros, e todo o meu interior arderia continuamente com este fogo divino!
Oxalá meus méritos fossem tão abundantes que minha lâmpada ardesse sem cessar durante a noite, no templo de meu Senhor e iluminasse a todos que entram na casa de meu Deus! Concede-me, Senhor, suplico-te em nome de Jesus Cristo, teu Filho e meu Deus, um amor que nunca diminua, para que com ele minha lâmpada sempre brilhe e não se apague nunca, e suas chamas sejam para mim fogo ardente e para os demais luz brilhante.
Senhor Jesus Cristo, dulcíssimo Salvador nosso, digna-te acender tu mesmo nossas lâmpadas, para que brilhem sem cessar em teu templo e de ti, que és a luz perene, elas recebam a luz perfeita com a qual se ilumine a nossa obscuridade, e se afastem de nós as trevas do mundo.
Peço-te, meu Jesus, que acendas tão intensamente a minha lâmpada com teu esplendor que, à luz de uma claridade tão intensa, possa contemplar o santo dos santos que está no interior daquele grande templo, no qual tu, pontífice eterno dos bens eternos, penetraste; que ali, Senhor, eu te contemple continuamente e possa assim desejar-te, amar-te e querer somente a ti, para que a minha lâmpada, em tua presença, esteja sempre flamejante e ardente.
Peço-te, Salvador amantíssimo, que te manifestes a nós, que chamamos à tua porta, para que, conhecendo-te, amemos somente a ti e unicamente a ti; que tu seja nosso único desejo, que dia e noite meditemos somente em ti, e em ti unicamente pensemos. Alumia em nós um imenso amor para contigo, que corresponde à caridade com a qual Deus deve ser amado e querido; que esta nossa dileção para ti invada todo o nosso interior e nos penetre totalmente, inunde todos os nossos sentimentos a tal ponto, que já não possamos amar nada fora de ti, o único eterno. Assim, por muitas que sejam as águas da terra e do firmamento, nunca chegarão a extinguir em nós a caridade, segundo aquilo que diz a Escritura: As águas torrenciais não poderão apagar o amor.
Que isto chegue a realizar-se, ao menos parcialmente, por teu dom, Senhor Jesus Cristo, a quem pertence a glória pelos séculos dos séculos. Amém.


[Nota do autor do blog: A ênfase de São Columbano no amor “somente” a Deus indica a oposição entre o amor a Deus e o desejo do pecado. Neste amor “somente” a Deus está implicado também, necessariamente, o amor ao próximo.]

Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 652-696. Para adquiri-lo no site da Editora Vozes, clique aqui.

Confira também uma homilia de Santo Ambrósio para este domingo clicando aqui.

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