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sábado, 29 de setembro de 2018

Homilia: XXVI Domingo do Tempo Comum - Ano B

São Beda o Venerável
Do Comentário sobre o Evangelho de São Marcos
No nome de Cristo

João diz a Jesus: Mestre, vimos um homem que expulsava demônios em teu nome, e não o permitimos porque não é dos nossos. João que amava com extraordinário fervor ao Senhor, e por isso era digno de ser amado por Ele, pensava que devia ser privado do benefício aquele que não tinha o ofício. Porém, o Senhor lhe ensinou que ninguém deve ser afastado do bem que em parte possui, mas deve ser convidado para aquilo que ainda não possui. E prossegue dizendo:

Não o proibais. Ninguém que realize milagres em meu nome falará mal de mim. Quem não é contra nós, está a nosso favor”. O mesmo afirma o sábio Apóstolo: Contanto que Cristo seja anunciado, como pretexto ou como fidelidade, disso me alegro e me alegrarei. Porém, ainda que se alegre por aqueles que anunciam a Cristo de forma não sincera, e se inclusive algumas vezes fazem milagres pela salvação de outros, aconselhando que não sejam impedidos, contudo, não podem ser justificados por tais milagres.

Ainda mais, naquele dia dirão: Senhor, Senhor, acaso não profetizamos em teu nome, e não expulsamos demônios em teu nome, e não realizamos milagres em teu nome?, e receberão esta resposta: Não vos conheço, apartai-vos de mim, vós que operais a iniquidade! Portanto, a respeito dos hereges e maus católicos devemos solenemente rejeitar não aquelas crenças e aqueles sacramentos que têm em comum conosco, não contra nós, mas as divisões que se opõem à paz e à verdade, pelas quais estão contra nós e não se mantêm em unidade com o Senhor.

Quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa. Lemos no Profeta Davi que muitos, como desculpa de seus pecados, pretendem que são justos os estímulos que os movem a pecar; de modo que, enquanto pecam voluntariamente, iludem-se de atuar por necessidade. O Senhor, que perscruta os corações e os rins, pode ver os pensamentos de cada um.

Ele disse: Quem recebe a um destes pequeninos em meu nome, recebe a mim. Alguém poderia polemizar dizendo: “A pobreza me impede, minha miséria me impossibilita de recebê-lo”. Porém, o Senhor anula esta desculpa com um suavíssimo mandamento, para induzir-nos a oferecer de todo o coração ao menos um copo de água, mesmo que seja fria, como disse Mateus. E diz um copo de água fria, não quente, a fim de que não se busque uma desculpa alegando miséria ou falta de lenha para esquentar a água.


Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 474-475. Para adquiri-lo no site da Editora Vozes, clique aqui.

Para ler uma homilia de Santo Agostinho para este domingo, clique aqui.

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