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sábado, 12 de maio de 2018

Homilia: Ascensão do Senhor - Ano B

Santo Agostinho
Tratado sobre a Primeira Carta de João
Cremos em Jesus, a quem não vimos

Cremos em Jesus, a quem não vimos. O anunciaram aqueles que o viram, aqueles que o apalparam, aqueles que escutaram as palavras de sua boca. E para convencer disto o gênero humano, foram enviados por ele, não ousaram ir por iniciativa própria. E para onde foram enviados? Ouvistes ao escutar o Evangelho: Ide ao mundo inteiro e proclamou o Evangelho a toda criação. Portanto, a todo o mundo foram enviados os discípulos, conformando a Palavra com sinais e prodígios para serem cridos, pois pregavam o que tinham visto.

E nós cremos em quem não vimos e do qual esperamos retorno. Todos quantos o esperam com fé se alegrarão com sua vinda; os que não têm fé se envergonharão quando vier o que agora não veem. Mantenhamo-nos, pois, fiéis às suas palavras, para não ficarmos confundidos quando vier. O mesmo diz no Evangelho aos que tinham crido nele: Se vos mantiverdes em minha palavra sereis verdadeiramente meus discípulos. E antecipando-se a uma possível pergunta, “Qual será a recompensa?”, acrescenta: Conhecereis a verdade e a verdade vos tornará livres.

Portanto, de momento nossa salvação radica na esperança, não na realidade; porque ainda não possuímos o que nos prometeu, mas esperamos possuí-lo no futuro. E aquele que prometeu é fiel, não te engana: o importante é que não percas a esperança, mas esperes a promessa. De fato, a verdade não conhece o engano. Não sejas mentiroso, professando uma coisa e fazendo outra; conserva a fé e ele te manterá sua promessa. Contudo, se não mantiveres a fé, tu mesmo te defraudas, e não aquele que fez a promessa.

Se sabeis que ele é justo, reconhecei que todo o que obra a justiça nasceu dele. Agora nossa justiça procede da fé. A justiça perfeita somente se dá aos anjos, e apenas nos anjos, se são comparados com Deus. No entanto, se ocorre uma justiça perfeita nas almas ou nos espíritos criados por Deus, esta se realiza nos anjos santos, justos, bons, para aqueles que nenhuma queda desviou, para aqueles que a soberba não precipitou, mas permaneceram sempre na contemplação do Verbo de Deus, e que em nenhum outro encontram sua felicidade, senão naquele que os criou. Neles a justiça é perfeita; em nós, pelo contrário, começou a existir pela fé segundo o Espírito.


Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 360-361. Para adquiri-lo no site da Editora Vozes, clique aqui.

Para ler uma homilia de São Leão Magno para esta Solenidade, clique aqui.

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