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sábado, 25 de março de 2017

Homilia: II Domingo da Quaresma - Ano A

Santo Efrém
Sermão I sobre a Transfiguração
A transfiguração, suporte da fé dos discípulos

Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz.
Ele os levou até a montanha para mostrar-lhes a glória de sua divindade, e lhes ensinar que Ele era o Redentor de Israel, tal como já tinha revelado por seus profetas; e também para prevenir todo escândalo à vista dos sofrimentos que livremente iria sofrer por nós em sua natureza humana. Eles, de fato, o conheciam como homem, mas ignoravam que fosse Deus; conheciam-no como filho de Maria, um homem que vivia com eles no mundo, mas sobre a montanha revelou-lhes que era o Filho de Deus, e o próprio Deus.
Eles o tinham visto comer e beber, fatigar-se e descansar, cochilar e dormir, apavorar-se até gotejar de suor, coisas que não pareciam estar em harmonia com sua natureza divina, nem convir à sua humanidade. Por isso os trouxe sobre a montanha, para que o Pai o chamasse seu Filho, e lhes mostrasse que Ele era realmente Filho d’Ele, e que Ele era Deus. Ele os levou sobre a montanha e mostrou-lhes sua realeza antes de sofrer, seu poder antes de morrer, sua glória antes de ser ultrajado, e sua honra antes de sofrer a ignomínia. Assim, quando fora tomado e crucificado pelos judeus, seus Apóstolos compreendessem que não foi por fraqueza, mas por consentimento e de plena vontade para a salvação do mundo.
Ele os levou sobre a montanha e mostrou-lhes, antes de sua Ressurreição, a glória de sua divindade. Deste modo, quando ressuscitasse dentre os mortos na glória de sua divindade, seus discípulos reconheceriam que não recebia esta glória em recompensa de suas aflições, como se precisasse delas, mas porque já lhe pertencia bem antes dos séculos, com o Pai e para o Pai, assim como Ele mesmo lhe disse ao aproximar-se voluntariamente de sua Paixão: Pai, glorifica-me junto de ti, concedendo-me a glória que tive contigo, antes que o mundo fosse criado.
E então, na montanha, Ele mostrou aos seus Apóstolos a glória de sua divindade, oculta e escondida por sua humanidade. Porque eles viram o seu rosto brilhante como um relâmpago, e suas roupas brancas como a luz. Eles viram dois sóis, um no céu, como de costume, e um incomum; um visível no firmamento e iluminando o mundo, e outro, a sua face, visível somente a eles.


Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 59-60. Para adquiri-lo no site da Editora Vozes, clique aqui.

Confira também uma homilia de Santo Anastácio Sinaíta para este domingo clicando aqui.

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