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quinta-feira, 30 de março de 2017

Ângelus do Papa: III Domingo da Quaresma - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
III Domingo da Quaresma, 19 de março de 2017

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho deste III Domingo da Quaresma, apresenta-nos o diálogo de Jesus com a samaritana (Jo 4,5-42). O encontro aconteceu quando Jesus atravessava a Samaria, região entre a Judeia e a Galileia, habitada por pessoas que os judeus desprezavam, considerando-a cismática e herege. Mas será precisamente esta população uma das primeiras a aderir à pregação cristã dos Apóstolos. Enquanto os discípulos vão à aldeia procurar comida, Jesus permanece junto de um poço e pede de beber a uma mulher que ali tinha ido buscar água. E deste pedido começa um diálogo. «Como é que Tu, sendo judeu, te dignas pedir alguma coisa a uma samaritana?». Jesus responde: se soubesses quem sou, e o dom que tenho para ti, serias tu a pedir e eu te daria «água viva», uma água que sacia qualquer sede e se torna fonte inexaurível no coração de quem a bebe (vv. 10-14).

Ir ao poço buscar água é cansativo e tedioso; seria bom ter à disposição uma fonte a jorrar! Mas Jesus fala de uma água diversa. Quando a mulher se apercebe que o homem com o qual está a falar é um profeta, confidencia-lhe a própria vida e apresenta-lhe questões religiosas. A sua sede de afeto e de vida plena não foi satisfeita pelos cinco maridos que tivera, aliás, viveu desilusões e enganos. Por isso a mulher fica admirada com o grande respeito que Jesus tem por ela e quando Ele lhe fala até da verdadeira fé, como relação com Deus Pai «em espírito e verdade», então ela intui que aquele homem poderia ser o Messias e Jesus - o que é raríssimo - confirma-o: «Sou Eu, que falo contigo» (v. 26). Ele diz que é o Messias a uma mulher com uma vida tão dissoluta.

Queridos irmãos! A água que dá a vida eterna foi infundida nos nossos corações no dia do nosso Batismo; nele Deus transformou-nos e encheu-nos da sua graça. Mas talvez este grande dom o tenhamos esquecido, ou reduzido a um mero dado civil; e talvez vamos à procura de «poços» cujas águas não nos matam a sede. Quando esquecemos a verdadeira água, vamos à procura de poços que não têm água limpa. Então este Evangelho é precisamente para nós! Não só para a samaritana, mas para nós. Jesus fala-nos como falou à samaritana. Certamente nós já o conhecemos, mas talvez ainda não o tenhamos encontrado pessoalmente. Sabemos quem é Jesus, mas talvez não o tenhamos encontrado pessoalmente, nem falado com Ele, e ainda não o reconhecemos como o nosso Salvador. Este tempo de Quaresma é a ocasião boa para nos aproximarmos d’Ele, encontrá-lo na oração num diálogo direto, falar com Ele, ouvi-lo; é a ocasião para ver o seu rosto também no rosto de um irmão ou de uma irmã que sofre. Deste modo podemos renovar em nós a graça do Batismo, matar a sede na fonte da Palavra de Deus e do seu Espírito Santo; e assim descobrir também a alegria de nos tornarmos artífices de reconciliação e instrumentos de paz na vida diária.

A Virgem Maria nos ajude a beber constantemente da graça, daquela água que brota da rocha que é Cristo Salvador, para que possamos professar com convicção a nossa fé e anunciar com alegria as maravilhas do amor de Deus misericordioso e fonte de todo o bem.


Fonte: Santa Sé.

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