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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

II Pregação de Advento do Padre Cantalamessa

Pe. Raniero Cantalamessa
Segunda pregação de Advento 2016
09.12.2016
“O Espírito Santo e o carisma do discernimento”

Continuamos as nossas reflexões sobre a obra do Espírito Santo na vida do cristão. São Paulo menciona um carisma particular chamado de "discernimento dos espíritos" (1 Cor 12, 10). Originalmente, este termo tem um significado muito específico: indica o dom que permite distinguir, entre as palavras inspiradas ou proféticas pronunciadas durante uma assembleia, aquelas que vêm do Espírito de Cristo daquelas que vêm de outros espíritos, a saber, ou do espírito do homem, ou do espírito demoníaco, ou do espírito do mundo.
Também para o evangelista João este é o sentido fundamental. O discernimento consiste em "colocar à prova as inspirações a fim de testar se provêm realmente de Deus" (1 Jo 4,1-6). Para Paulo, o critério fundamental do discernimento é a confissão de Cristo como "Senhor" (1 Cor 12, 3); Para João é a confissão de que Jesus "veio na carne", ou seja, a encarnação. Já com ele o discernimento começa a ser usado em função teológica, como critério para discernir as verdadeiras das falsas doutrinas, a ortodoxia da heresia, o que será fundamental mais tarde.

1. O discernimento na vida eclesial
Existem dois campos nos quais se deve exercer esse dom do discernimento da voz do Espírito: o eclesial e o pessoal. No campo eclesial, o discernimento dos espíritos é exercido com autoridade pelo magistério, mas deve levar em conta, entre outros critérios, também o "senso dos fiéis", o "sensus fidelium".
Quero me concentrar em um ponto em particular, que pode ser útil na discussão atual na Igreja sobre alguns problemas particulares. Trata-se do discernimento dos sinais dos tempos. O concílio declarou:
"É dever permanente da Igreja perscrutar os sinais dos tempos e de interpreta-los à luz do Evangelho, de modo que em uma linguagem inteligível para cada geração, possa responder às questões perenes que os homens se fazem sobre o sentido desta vida presente e futura e sobre sua relação mútua "
É claro que, se a Igreja deve perscrutar os sinais dos tempos à luz do Evangelho, não é para aplicar aos "tempos", ou seja, às situações e aos novos problemas que surgem na sociedade, os remédios e as regras de sempre, mas sim para dar novas respostas a eles, “adequadas para cada geração", como diz o texto do concílio que acabamos de citar. A dificuldade encontrada neste caminho - e que deve ser tomada com toda a sua seriedade - é o medo de comprometer a autoridade do magistério, reconhecendo as mudanças em seus pronunciamentos.
Há uma consideração que pode ajudar, eu acho, a superar, em espírito de comunhão, esta dificuldade. A infalibilidade que a Igreja e o Papa reivindicam para si, não é certamente de grau superior à que se atribui à própria Escritura revelada. Bom, a inerrância bíblica garante que o Escritor sagrado expressa a verdade no modo e no grau em que ela podia ser expressada no momento em que escreve. Vemos que muitas verdades são formadas lentamente e gradualmente, como a da vida após a morte e da vida eterna. Também no âmbito moral, muitos usos e leis anteriores são, em seguida, abandonados para dar lugar a leis e critérios mais correspondentes ao espírito da Aliança. Um exemplo entre todos: no Êxodo se afirma que Deus pune os pecados dos pais nos filhos (cf. Ex 34, 7), mas Jeremias e Ezequiel dirão o contrário, ou seja, que Deus não pune os pecados dos pais nos filhos, mas que cada um deverá responder pelas próprias ações (cf. Jer 31, 29-30; Ez 18,1ss).
No Antigo Testamento, o critério pelo qual são superadas as prescrições anteriores é o de uma melhor compreensão do espírito da Aliança e da Torá; na Igreja o critério é o de uma contínua releitura do Evangelho à luz das novas questões. "Scriptura cum legentibus crescit", dizia São Gregório Magno: A Escritura cresce com aqueles que a leem .
Agora sabemos que a regra constante da ação de Jesus no Evangelho, em termos de moralidade, é resumida em poucas palavras: "Não ao pecado, sim ao pecador”. Ninguém é mais severo do que ele para condenar a riqueza injusta, mas se auto-convida para a casa de Zaqueu e com a sua simples aproximação muda-lhe a vida. Condena o adultério, até mesmo o do coração, mas perdoa a adúltera e lhe dá de novo a esperança; reafirma a indissolubilidade do matrimônio, mas conversa com a Samaritana que havia tido cinco maridos e lhe revela o segredo que não havia dito a ninguém mais, de forma tão explícita: "Este sou eu (o Messias) que vos fala" (Jo 4 , 26).
Se nos perguntarmos como se justifica teologicamente uma distinção tão clara entre pecado e pecador, a resposta é simples: o pecador é uma criatura de Deus, feita à sua imagem, e preserva a própria dignidade, apesar de todas as aberrações; o pecado não é obra de Deus, não vem Dele, mas do inimigo. É a mesma razão pela qual Cristo se tornou "semelhante a nós em tudo, exceto no pecado" (Hb 4, 15).
Um fator importante para cumprir esta tarefa de discernir os sinais dos tempos é a colegialidade dos bispos. Diz um texto da Lumen Gentium, que essa colegialidade permite "decidir em comum todas as questões mais importantes, por meio de uma decisão que a opinião do conjunto permite equilibrar ". O exercício efetivo da colegialidade traz como consequência o discernimento e à solução dos problemas a variedade das situações locais e dos pontos de vista, as luzes e os vários dons, dos quais cada Igreja e cada bispo é um portador.
Temos um claro exemplo disso precisamente no primeiro “concílio” da Igreja, o de Jerusalém. Lá se deu amplo espaço aos dois pontos de vista em contraste, o dos judaizantes e o dos favoráveis à abertura aos pagãos; houve uma “discussão acalorada”, mas, no fim isso lhes permitiu anunciar as decisões com aquela extraordinária fórmula: “Decidimos, o Espírito Santo e nós, ... (Atos 15, 6ss).
Percebe-se disso como o Espírito guia a Igreja de duas maneiras diferentes: às vezes diretamente e carismaticamente, através da revelação e inspiração proféticas; outras vezes, colegialmente, através do paciente e difícil confronto, e até mesmo o acordo, entre as partes e os diferentes pontos de vista. O discurso de Pedro no dia de Pentecostes e na casa de Cornélio é muito diferente daquele feito depois, para justificar a sua decisão diante dos anciãos (cf. Atos 11, 4-18; 15, 14); o primeiro é do tipo carismático, o segundo é do tipo colegial.
Devemos, portanto, ter confiança na capacidade do Espírito para realizar, no final, o acordo, embora às vezes pareça que todo o processo esteja saindo do controle. Toda vez que os pastores das Igrejas cristãs, a nível local ou universal, se reúnem para fazer discernimento ou tomar decisões importantes, deveria haver no coração de cada um a confiante certeza de que o Veni Creator está contido nos nossos dois versos: Ductore sic te praevio – vitemusomne noxium, “contigo, que és nosso guia, evitaremos todo mal”.


2. O discernimento na vida pessoal
Passemos agora para o discernimento na vida pessoal. Como carisma aplicado aos indivíduos, o discernimento dos espíritos sofreu uma notável evolução ao longo dos séculos. No início, vimos, o dom se destinava a discernir as inspirações dos outros, daqueles que tinham falado ou profetizado na assembleia; mais tarde, serviu especialmente para discernir as próprias inspirações.
A evolução não é arbitrária; trata-se, de fato, do mesmo dom, embora aplicado a objetos diferentes. Grande parte do que os autores espirituais escreveram sobre o “dom do conselho”, aplica-se também ao carisma do discernimento. Por meio do dom, ou carisma, do conselho, o Espírito Santo ajuda a avaliar as situações e orientar as escolhas, não apenas com base em critérios de sabedoria e prudência humanas, mas também à luz dos princípios sobrenaturais da fé.
O primeiro e fundamental discernimento dos espíritos é o que nos permite distinguir "o Espírito de Deus" do "espírito do mundo" (cf. 1 Cor 2, 12). São Paulo dá um critério objetivo de discernimento, o mesmo que havia dado Jesus: aquele dos frutos. As “obras da carne” revelam que um certo desejo vem do homem velho pecaminoso; “os frutos do Espírito” revelam que vem do Espírito (cf. Gl 5, 19-22).
"De fato, a carne tem desejos contrários ao Espírito e o Espírito tem desejos contrários à carne” (Gl 5, 17).
Às vezes este critério objetivo não é suficiente, porque a escolha não é entre o bem e o mal, mas entre um bem e outro bem e trata-se de ver o que Deus quer, em uma circunstância específica. Foi especialmente para responder a esta exigência que Santo Inácio de Loyola desenvolveu a sua doutrina do discernimento. Ele convida a olhar especialmente uma coisa: as próprias disposições interiores, as intenções (os “espíritos”) que estão por trás de uma escolha específica. Assim ele se coloca em uma tradição já estabelecida. Um autor medieval escreveu:
"Quem pode examinar as inspirações, se provêm de Deus, se não lhe foi dado por Deus o seu discernimento, para assim poder examinar exatamente e com reto juízo os pensamentos, as disposições, as intenções do espírito? O discernimento é como a mãe de todas as virtudes e é necessário para todos na tarefa de guiar a vida, tanto a própria quanto a dos outros... Este é, portanto, o discernimento: a união do reto juízo e da virtuosa intenção ”.
Santo Inácio sugeriu alguns meios práticos para aplicar esses critérios . Um deles é este. Quando nos deparamos diante de duas possíveis escolhas, é útil debruçar-se primeiro sobre uma, como se fosse segui-la, permanecer em tal estado por um dia ou mais; portanto, avaliar as reações do coração diante de tal escolha: se dá paz, se harmoniza com o resto das outras escolhas; se algo dentro de você te incentiva naquela direção, ou, pelo contrário, se a coisa causa uma inquietação. Repetir o processo com a segunda hipótese. Tudo em uma atmosfera de oração, de abandono à vontade de Deus, de abertura ao Espírito Santo.
Na base do discernimento em Santo Inácio de Loyola, está a doutrina da "santa indiferença ". Ela consiste em colocar-se em um estado de total disponibilidade para acolher a vontade de Deus, renunciando, de partida, toda preferência pessoal, como uma balança pronta para inclinar-se para o lado de maior peso. A experiência da paz interior se torna, assim, o principal critério em todo discernimento. Deve-se ver como vontade de Deus a escolha que, depois de longa ponderação e oração, vem acompanhada por maior paz do coração.
Basicamente, trata-se de colocar em prática o velho conselho que o sogro Jetro deu a Moisés: "apresentar os assuntos a Deus" e esperar em oração a sua resposta (cf. Ex 18, 19). Uma habitual disposição de fundo para fazer, em qualquer caso, a vontade de Deus, é a condição mais favorável para um bom discernimento. Jesus dizia: "O meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou" (Jo 5, 30).
O perigo de algumas formas modernas de entender e praticar o discernimento é de enfatizar de tal forma os aspectos psicológicos, que se esquece o agente primário de todo o discernimento que é o Espírito Santo. O evangelista João vê como o fator decisivo no discernimento "a unção que vem do Santo" (1 Jo 2, 20). Tammbém Santo Inácio recorda ainda que em certos casos é apenas a unção do Espírito Santo que nos permite discernir o que é para ser feito . Há uma profunda razão teológica disso. O próprio Espírito Santo é a vontade substancial de Deus e quando entra em uma alma "se manifesta como a própria vontade de Deus para aquele no qual se encontra ”.
O discernimento não é, no fundo, nem uma arte, nem uma técnica, mas um carisma, ou seja, um dom do Espírito! Os aspectos psicológicos têm uma grande importância, mas “secundária”, ou seja, estão em segundo lugar. Um Padre antigo escrevia:
"Purificar o intelecto é coisa só do Espírito Santo... Deve-se, portanto, com todos os meios, especialmente com a paz da alma, fazer ‘repousar’ sobre nós o Espírito Santo, para ter conosco, sempre acesa, a lâmpada do conhecimento. Se ela brilha sem interrupção nos descansos da alma, não só os mesquinhos e tenebrosos assaltos dos demônios se tornam claros para o intelecto, como também ficam totalmente desprovidos de força, expostos, como são, por aquela santa e gloriosa luz. Por isso o Apóstolo diz: Não apaguem o Espírito (1 Ts 5, 19) .
Normalmente, o Espírito Santo não difunde esta luz na alma de maneira milagrosa e extraordinária, mas de forma muito simples, através da palavra da Escritura. Os mais importantes discernimentos da história da Igreja aconteceram assim. Foi ouvindo a palavra do evangelho: “Se queres ser perfeito...”, que Antônio compreendeu o que devia fazer e começou o monaquismo.
Foi da mesma forma que Francisco de Assis recebeu a luz para começar o seu movimento de retorno ao evangelho. "Depois que o Senhor me deu alguns frades - escreve em seu Testamento - ninguém me mostrava o que eu deveria fazer, mas o próprio Altíssimo me revelou que eu devia viver de acordo com a forma do santo evangelho”. Revelou-lhe ouvindo, durante uma Missa, a passagem evangélica na qual Jesus disse aos discípulos para irem ao mundo “sem levar nada para a viagem: nem bordão, nem alforje, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas" (cf. Lc 9 , 3) .
Eu próprio me lembro de um pequeno caso do gênero. Um homem veio a mim durante uma missão, apresentando-me o seu problema. Tinha um menino de 11 anos ainda sem batizar. “Se eu batizá-lo, disse ele, começarei um drama na família, porque minha mulher virou testemunha de Jeová e não quer ouvir falar de batizá-lo na Igreja; se não o batizo, não me sinto tranquilo na consciência, porque quando nos casamos os dois éramos católicos e prometemos batizar os nossos filhos”. Um caso clássico de discernimento. Eu disse-lhe para voltar no dia seguinte, para me dar tempo de orar e refletir. No dia seguinte vejo-o vir ao meu encontro radiante e disse-me: “Encontrei a solução, padre. Li na minha Bíblia o episódio de Abraão e vi que quando Abraão levou o seu filho para sacrificar, não disse nada à sua mulher!” A palavra de Deus o havia iluminado melhor do que qualquer conselheiro humano. Eu próprio batizei o menino e foi uma grande alegria para todos.
Além da escuta da Palavra, a prática mais comum para exercer o discernimento a nível pessoal é o exame de consciência. Este não deveria ser limitado somente à preparação da confissão, mas deveria tornar-se uma capacidade constante de colocar-se sob a luz de Deus e deixar-se “perscrutar” no íntimo por ele. Por causa de um exame de consciência não praticado ou não realizado bem, até a graça da confissão se torna problemática: ou não se sabe o que confessar, ou fica muito carregada de um peso psicológico e pedagógico, ou seja, destinada unicamente ao melhoramento da vida. Um exame de consciência que se reduz só à preparação da confissão consegue identificar alguns pecados, mas não leva a uma relação autêntica, a um face a face com Cristo. Torna-se facilmente uma lista de imperfeições, confessadas para sentir-se melhor, sem aquela atitude de real arrependimento que nos permite experimentar a alegria de ter em Jesus “um tão grande Redentor”.

3. Deixar-se guiar pelo Espírito Santo
O fruto concreto desta meditação deve ser uma decisão renovada de confiar-nos em tudo e por tudo à orientação interior do Espírito Santo, como por uma espécie de "direção espiritual". Está escrito que “quando a nuvem se levantava e deixava a Morada, os israelitas levantavam o acampamento e se a nuvem não se levantava, eles não partiam” (Ex 40, 36-37). Nós, também, não devemos começar nada, se não for o Espírito Santo, (cuja nuvem, segundo os Padres, era figura ), a mover-nos e sem tê-lo consultado antes de qualquer ação.
Temos o exemplo mais luminoso na própria vida de Jesus. Ele nunca empreendeu nada sem o Espírito Santo. Com o Espírito Santo foi para o deserto; com o poder do Espírito Santo voltou e começou a sua pregação; "No Espírito Santo", escolheu os seus apóstolos (cf. At 1,2); no Espírito orou e ofereceu-se ao Pai (cf. Hb 9, 14).
Devemos precaver-nos contra uma tentação: aquela de querer dar conselhos ao Espírito Santo, em vez de recebê-los: "Quem guiou o Espírito do Senhor ou, como seu conselheiro, lhe deu sugestões?" (Is 40,13). O Espírito Santo dirige todos, e não é dirigido por ninguém; guia, não é guiado. Há um modo sutil de sugerir ao Espírito Santo o que deveria fazer conosco e como deveria guiar-nos. Às vezes, muitas vezes, nós tomamos decisões e as atribuímos com facilidade ao Espírito Santo.
Santo Tomás de Aquino fala desta condução interior do Espírito como de uma espécie de “instinto próprios dos justos”: “Como na vida corporal, escreve, o corpo só é movido pela alma que o vivifica, assim na vida espiritual cada movimento nosso deveria vir do Espírito Santo ”. É assim que age a “lei do Espírito”; isso é o que o Apóstolo chama de "deixar-se guiar pelo Espírito” (Gl 5,18).
Devemos abandonar-nos ao Espírito Santo como as cordas da harpa nos dedos daquele que as movem. Como bons atores, manter o ouvido atento à voz do conselheiro escondido, para recitar fielmente a nossa parte na cena da vida. É mais fácil do que se pensa, porque o nosso conselheiro nos fala dentro, nos ensina cada coisa, nos instrui sobre tudo. Basta às vezes um simples olhar interior, um movimento do coração, uma oração. De um santo bispo do II século, Melitão de Sardes, se lê este bonito elogio que eu gostaria que pudesse ser feito de cada um de nós depois da morte: “Na sua vida fez tudo no Espírito Santo ”.
Peçamos ao Paráclito para dirigir a nossa mente e toda a nossa vida, com as palavras de uma oração que é recitada no ofício de Pentecostes das Igrejas de rito siríaco:
"Espírito que distribuis a cada um os carismas;
Espírito de sabedoria e de ciência, amante dos homens;
que preenche os profetas, aperfeiçoas os apóstolos,
fortificas os mártires, inspiras os ensinamentos dos doutores!
É a ti, Deus Paráclito, que voltamos a nossa oração.
Pedimos-te para nos renovar com os teus santos dons,
para pousares sobre nós como sobre os apóstolos no Cenáculo.
Efunde sobre nós os teus carismas, preenche-nos com a sabedoria da tua doutrina;
faze de nós templos da tua glória,
inebria-nos com a bebida da tua graça.
Doa-nos viver para ti, ceder a ti e adorar a ti,
tu o puro, o santo, Deus Espírito Paráclito”.



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