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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Ângelus do Papa: III Domingo do Advento - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 11 de dezembro de 2016

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Celebramos hoje o III Domingo de Advento, caracterizado pelo convite de São Paulo: «Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! O Senhor está próximo» (Fl 4,4-5). A alegria à qual o Apóstolo nos exorta não é superficial ou meramente emotiva, nem sequer a mundana, ou aquela alegria do consumismo. Não, não é esta, mas trata-se de uma alegria mais autêntica, da qual estamos chamados a redescobrir o sabor. O sabor da verdadeira alegria. É um júbilo que toca o íntimo do nosso ser, enquanto aguardamos Jesus que já veio trazer a salvação ao mundo, o Messias prometido, nascido da Virgem Maria em Belém. A Liturgia da Palavra oferece-nos o contexto adequado para compreender e viver esta alegria. Isaías fala de deserto, de terra árida, de estepe (cf. Is 35,1); o profeta tem diante de si mãos débeis, joelhos vacilantes, corações desorientados, cegos, surdos e mudos (vv. 3-6). É o quadro de uma situação de desolação, de um destino inexorável sem Deus.

Mas finalmente a salvação é anunciada: «Tomai ânimo, não temais! - diz o Profeta - (...) Eis o vosso Deus! (...) Ele mesmo vem salvar-vos» (Is 35,4). E imediatamente tudo se transforma: o deserto floresce, a consolação e a alegria invadem os corações (vv. 5-6). Estes sinais anunciados por Isaías como reveladores da salvação já presente, realizam-se em Jesus. Ele mesmo o afirma respondendo aos mensageiros enviados por João Batista. O que diz Jesus a estes mensageiros? «Os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam» (Mt 11,5). Não são palavras, mas factos que demonstram como a salvação, que Jesus trouxe, abrange todo o ser humano e o regenera. Deus entrou na história para nos libertar da escravidão do pecado; montou a sua tenda no meio de nós para partilhar a nossa existência, curar as nossas chagas, ligar as nossas feridas e doar-nos a vida nova. A alegria é o fruto desta intervenção de salvação e de amor de Deus.

Somos chamados a deixar-nos arrebatar pelo sentimento de exultação. Esta exultação, esta alegria... Mas ao cristão que não rejubila, falta-lhe alguma coisa, ou então não é cristão! A alegria do coração, a alegria dentro que nos leva por diante e nos incute coragem. O Senhor vem, vem à nossa vida como libertador, vem libertar-nos de todas as escravidões interiores e exteriores. É Ele que nos indica o caminho da fidelidade, da paciência e da perseverança porque, quando ele voltar, a nossa alegria será plena. O Natal está próximo, os sinais do seu aproximar-se são evidentes pelas estradas e nas nossas casas; também aqui na Praça foi colocado o presépio ao lado da árvore. Estes sinais externos convidam-nos a acolher o Senhor que vem sempre e bate à nossa porta, bate ao nosso coração, para estar ao nosso lado; convidam-nos a reconhecer os seus passos entre aqueles dos irmãos que passam ao nosso lado, sobretudo os mais débeis e necessitados.

Hoje somos convidados a rejubilar pela vinda iminente do nosso Redentor; e estamos chamados a partilhar esta alegria com os outros, oferecendo conforto e esperança aos pobres, aos doentes, às pessoas sozinhas e infelizes. A Virgem Maria, a «serva do Senhor», nos ajude a ouvir a voz de Deus na oração e a servi-lo nos irmãos com compaixão, para chegar prontos ao encontro com o Natal, preparando o nosso coração para acolher Jesus.


Fonte: Santa Sé.

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