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sábado, 23 de julho de 2016

Homilia: XVII Domingo do Tempo Comum - Ano C

 São Pedro Crisólogo
Sermão 67
Escutai agora a oração dominical

Pai nosso que estais nos céus: Quando digas isto, não penses que Deus não se encontra na terra nem em algum lugar determinada; medita antes que você é da estirpe celeste, que tens um Pai no céu, e, vivendo santamente, corresponde a um Pai tão santo. Demonstre que és filho de Deus, que não se mancha de vícios humanos, mas que resplandece com as virtudes divinas.
Santificado seja o teu nome: Se somos de tal estirpe, também levamos o seu nome. Portanto, este nome que em si mesmo e por si mesmo já é santo, deve ser santificado em nós. O nome de Deus é honrado ou blasfemado de acordo com as nossas ações, pois escreve o Apóstolo: O nome de Deus é blasfemado por vossa causa entre as nações.
Venha o teu reino: Por acaso Deus não reina? Aqui pedimos que, reinando sempre por seu lado, reine em nós de modo que possamos reinar nele. Até agora imperou o diabo, o pecado, a morte, e a mortalidade foi escrava durante longo tempo. Peçamos, pois, que reinando Deus, pereça o demônio, desapareça o pecado, morra a morte, o cativeiro seja feito prisioneiro e nós possamos reinar livres na vida eterna.
Faça-se a tua vontade assim na terra como no céu: Este é o reinado de Deus: quando no céu e na terra impere a vontade divina; quando somente o Senhor esteja em todos os homens, então Deus vive, Deus obra, Deus reina, Deus é tudo, para que, como diz o Apóstolo, Deus seja tudo em todas as coisas.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje: Quem se deu a nós como Pai, quem nos adotou por filhos, quem nos fez herdeiros, quem nos transmitiu seu nome, sua dignidade e seu reino, nos ordena pedir o alimento cotidiano. O que busca a humana pobreza no Reino de Deus entre os dons divinos? Um Pai tão bom, tão piedoso, tão generoso, não dará o pão aos filhos se não o pedirem? Se assim fosse, por que ele diz: não vos preocupeis pelo alimento, a bebida e a veste? Manda pedir o que não deve preocupar-nos, porque como Pai celestial, quer que seus filhos celestiais busquem o pão do céu. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Ele é o pão nascido da Virgem, fermentado na carne, confeccionado na paixão e colocado nos altares para ministrar cada dia aos fieis o alimento celestial.
E perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos nossos ofensores: Se tu, homem, não consegues viver sem pecado e por isso buscas o perdão, deves perdoar sempre; perdoa na medida e quantas vezes queiras ser perdoado. Já que desejas sê-lo totalmente, perdoa tudo e pensa que, perdoando aos demais, perdoas a ti mesmo.
E não nos deixeis cair em tentação: No mundo a própria vida é uma prova, pois o Senhor nos garante: a vida do homem é uma tentação. Peçamos, portanto, que ele não nos abandone ao nosso arbítrio, mas que em todo momento nos guie com piedade paterna e nos confirme no caminho da vida com moderação celestial.
Mas livrai-nos do mal: De que mal? Do diabo, de quem procede todo mal. Peçamos que nos guarde do mal, porque, caso contrário, não poderemos gozar do bem.


Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 686-687. Para adquiri-lo no site da Editora Vozes, clique aqui.

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