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quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Ângelus: Imaculada Conceição de Maria (2025)

Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria
Papa Leão XIV
Ângelus
Praça de São Pedro
Segunda-feira, 08 de dezembro de 2025

Hoje celebramos a Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria. Expressamos a nossa alegria porque o Pai do Céu a quis «inteiramente imune da mancha do pecado original» (cf. Beato Pio IX, Constituição Apostólica Ineffabilis Deus, 08 de dezembro de 1854), cheia de inocência e santidade para poder confiar-lhe, para a nossa salvação, «o seu Filho Unigênito... amado como a si mesmo» (ibid.).

O Senhor concedeu a Maria a graça extraordinária de um coração totalmente puro, em vista de um milagre ainda maior: a vinda ao mundo, como homem, do Cristo Salvador (cf. Lc 1,31-33). A Virgem recebeu esta notícia, com o espanto típico dos humildes, pela saudação do Anjo: «Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!» (v. 28), e com fé respondeu o seu “sim”: «Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra» (v. 38).

Comentando estas palavras, Santo Agostinho diz que «Maria acreditou e, aquilo em que acreditou, nela se realizou» (Sermão 215, 4). O dom da plenitude da graça, na jovem de Nazaré, pôde dar fruto porque ela, na sua liberdade, o acolheu abraçando o projeto de Deus. O Senhor age sempre assim: faz-nos grandes dons, mas deixa-nos livres para os aceitar ou não. Por isso Agostinho acrescenta: «Acreditemos também nós, para que o que se realizou [nela] possa beneficiar-nos também» (ibid.). Assim, esta festa, que nos alegra pela beleza imaculada da Mãe de Deus, convida-nos também a acreditar como ela acreditou, dando o nosso consentimento generoso à missão para a qual o Senhor nos chama.

O milagre que aconteceu a Maria na sua concepção renovou-se para nós no Batismo: lavados do pecado original, nos tornamos filhos de Deus, sua morada e templos do Espírito Santo. E como Maria, por graça especial, pôde acolher em si Jesus e doá-lo aos homens, assim «o Batismo permite que Cristo viva em nós e a nós que vivamos unidos a Ele, para colaborar na Igreja, cada um segundo a própria condição, para a transformação do mundo» (Francisco, Catequese, 11 de abril de 2018).

Caríssimos, grande é o dom da Imaculada Conceição, mas também é grande o dom do Batismo que recebemos! O “sim” da Mãe do Senhor é maravilhoso, mas o nosso “sim” também pode sê-lo, se renovado todos os dias com fidelidade, gratidão, humildade e perseverança, na oração e nas obras concretas de amor, desde os gestos mais extraordinários até os compromissos e serviços mais quotidianos, para que Jesus seja conhecido, acolhido e amado em toda a parte e a sua salvação chegue a todos.

Pedimos isso hoje ao Pai, por intercessão da Imaculada, enquanto rezamos juntos com as palavras nas quais ela mesma acreditou por primeiro.

Imaculada Conceição de Maria
(Raúl Berzosa Fernández)

Fonte: Santa Sé.

Catequeses do Jubileu 2025: Infância de Jesus 1

Ao longo do Jubileu Ordinário de 2025 os Papas Francisco (até sua morte em abril) e Leão XIV (a partir da sua eleição em maio) proferiram uma série de Catequeses inspiradas no “tema ” do Ano Santo, intituladas “Jesus Cristo, nossa esperança”.

A partir desta postagem gostaríamos de repropor essas reflexões, começando com a seção dedicada à infância de Jesus. Confira nessa primeira parte, portanto, as primeiras duas meditações: sobre a genealogia de Jesus (Mt 1,1-17) e sobre a Anunciação a Maria (Lc 1,26-28).

Papa Francisco
Audiência Geral
Quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
Jubileu 2025: Jesus Cristo, nossa esperança
1.1. A infância de Jesus: Genealogia de Jesus (Mt 1,1-17)

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje começamos o ciclo de Catequeses que decorrerá durante todo o Ano Jubilar. O tema é “Jesus Cristo, nossa esperança”: com efeito, Ele é a meta da nossa peregrinação e Ele mesmo é o caminho, a estrada a percorrer.

A primeira parte tratará da infância de Jesus, que nos é narrada pelos Evangelistas Mateus e Lucas (cf. Mt 1–2; Lc 1–2). Os Evangelhos da infância narram a concepção virginal de Jesus e o seu nascimento do seio de Maria; evocam as profecias messiânicas que n’Ele se cumprem e falam da paternidade legal de José, que enxerta o Filho de Deus no “tronco” da dinastia davídica. Jesus nos é apresentado recém-nascido, menino e adolescente, submisso aos seus pais e, ao mesmo tempo, consciente de ser totalmente dedicado ao Pai e ao seu Reino. A diferença entre os dois Evangelistas é que, enquanto Lucas narra os acontecimentos com os olhos de Maria, Mateus o faz com os olhos de José, insistindo sobre uma paternidade realmente inédita.

Antepassados de Jesus (Michael Willmann)

Mateus começa o seu Evangelho e todo o cânon do Novo Testamento com a «origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão» (Mt 1,1). Trata-se de uma lista de nomes já presente nas Escrituras hebraicas, para mostrar a verdade da história e a verdade da vida humana. Com efeito, «a genealogia do Senhor é constituída a partir da história verdadeira, onde se encontram nomes no mínimo problemáticos e se sublinha o pecado do rei Davi (cf. Mt 1,6). Tudo, porém, se conclui e floresce em Maria e em Cristo (v. 16)» (Carta sobre a renovação do estudo da História da Igreja, 21 de novembro de 2024). Depois manifesta-se a verdade da vida humana que passa de geração em geração, confiando três elementos: um nome que encerra uma identidade e uma missão únicas; a pertença a uma família e a um povo; e, por último, a adesão de fé ao Deus de Israel.

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Ângelus: II Domingo do Advento - Ano A (2025)

Papa Leão XIV
Ângelus
Praça de São Pedro
Domingo, 07 de dezembro de 2025

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
O Evangelho deste II Domingo do Advento anuncia-nos a vinda do Reino de Deus (Mt 3,1-12). Antes de Jesus, surge em cena o seu Precursor, João Batista. Ele pregava no deserto da Judeia, dizendo: «Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo!» (v. 1).

Todos os dias, na oração do Pai nosso, pedimos: «Venha a nós o vosso reino», como o próprio Jesus nos ensinou. E com essa invocação nos orientamos para o Novo que Deus tem reservado para nós, reconhecendo que o curso da história não é algo já determinado pelos poderosos deste mundo. Colocamos os nossos pensamentos e energias a serviço de um Deus que vem reinar não para nos dominar, mas para nos libertar. É um “evangelho”: uma verdadeira boa notícia, que nos motiva e nos envolve.

Certo, o tom do Batista é severo, mas o povo ouve-o porque nas suas palavras ouve ressoar o apelo de Deus para não brincar com a vida, para aproveitar o momento presente para se preparar para o encontro com Aquele que não julga com base nas aparências, mas nas obras e nas intenções do coração.

O próprio João ficará surpreso com a forma como o Reino de Deus se manifestará em Jesus Cristo: na mansidão e na misericórdia. O profeta Isaías compara-o a um rebento: uma imagem não de poder ou destruição, mas de nascimento e novidade. Sobre o rebento, que brota de um tronco aparentemente morto, começa a soprar o Espírito Santo com os seus dons (cf. Is 11,1-10). Cada um de nós pode pensar em uma surpresa semelhante que lhe aconteceu na vida.

É a experiência que a Igreja viveu no Concílio Vaticano II, que terminou há exatamente sessenta anos: uma experiência que se renova quando caminhamos juntos em direção ao Reino de Deus, todos ansiosos para acolhê-lo e servi-lo. Então, não só brotam realidades que pareciam fracas ou marginais, mas realiza-se o que humanamente se diria impossível. Com as imagens do profeta: «O lobo e o cordeiro viverão juntos e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito; o bezerro e o leão comerão juntos e até mesmo uma criança poderá tangê-los» (Is 11,6).

Irmãos e irmãs, como o mundo precisa dessa esperança! Nada é impossível para Deus. Preparemo-nos para o seu Reino, o acolhamos. O Menino, Jesus de Nazaré, nos guiará! Ele, que se colocou nas nossas mãos, desde a noite do seu nascimento até a hora sombria da morte na cruz, brilha sobre a nossa história como o Sol nascente. Um novo dia começou: despertemos e caminhemos na sua luz!

Eis a espiritualidade do Advento, tão luminosa e concreta. As luzes ao longo das ruas lembram-nos que cada um de nós pode ser uma pequena luz, se acolher Jesus, rebento de um mundo novo. Aprendamos a fazê-lo com Maria, nossa Mãe, mulher da espera confiante e da esperança.

Pregação de São João Batista (Rembrandt)

Fonte: Santa Sé.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Homilia do Papa Bento XVI: Imaculada Conceição (2005)

Nesta Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria recordamos a homilia proferida pelo Papa Bento XVI (†2022) há 20 anos, no dia 08 de dezembro de 2005, durante a Missa por ocasião dos 40 anos do Encerramento do Concílio Vaticano II:

Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria
40º Aniversário do Encerramento do Concílio Vaticano II
Homilia do Papa Bento XVI
Basílica de São Pedro
Quinta-feira, 08 de dezembro de 2005

Amados irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,
Queridos irmãos e irmãs,
Há quarenta anos, no dia 08 de dezembro de 1965, na Praça diante desta Basílica de São Pedro, o Papa Paulo VI concluiu solenemente o Concílio Vaticano II. Ele havia sido inaugurado, segundo a vontade de João XXIII, no dia 11 de outubro de 1962, então Festa da Maternidade de Maria, e teve o seu encerramento no dia da Imaculada. Uma moldura mariana circunda o Concílio. Na realidade, é muito mais do que uma moldura: é uma orientação de todo o seu caminho. Remete-nos, como remetia então os Padres do Concílio, à imagem da Virgem à escuta, que vive na Palavra de Deus, que conserva no seu coração as palavras que lhe vêm de Deus e, reunindo-as como em um mosaico, aprende a compreendê-las (cf. Lc 2,19.51); remete-nos à grande Fiel que, plena de confiança, se coloca nas mãos de Deus, abandonando-se à sua vontade; remete-nos à Mãe humilde que, quando a missão do Filho o exige, se põe de lado e, ao mesmo tempo, à mulher corajosa que, enquanto os discípulos fogem, permanece aos pés da Cruz. No seu discurso por ocasião da promulgação da Constituição conciliar sobre a Igreja, Paulo VI qualificou Maria como tutrix huius Concilii”, “protetora deste Concílio” (cf. Oecumenicum Concilium Vaticanum II, Constitutiones, Decreta, Declarationes, 1966, p. 983) e, com uma alusão inconfundível à narração do Pentecostes transmitido por Lucas (cf. At 1,12-14), disse que os Padres se reuniram na sala do Concílio cum Maria, Matre Iesu” (com Maria, Mãe de Jesus) e, também no seu nome, dela agora sairiam (ibid., p. 985).


Permanece indelével na minha memória o momento em que, ouvindo as suas palavras: Mariam Sanctissimam declaramus Matrem Ecclesiae”, “declaramos Maria Santíssima Mãe da Igreja”, espontaneamente os Padres se levantaram das suas cadeiras e aplaudiram de pé, prestando homenagem à Mãe de Deus, à nossa Mãe, à Mãe da Igreja. Com efeito, com este título o Papa resumia a doutrina mariana do Concílio e oferecia a chave para a sua compreensão. Maria não se coloca apenas em uma relação singular com Cristo, o Filho de Deus que, como homem, quis se tornar seu filho. Permanecendo totalmente unida a Cristo, ela pertence totalmente unida também a nós. Sim, podemos dizer que Maria está próxima de nós como nenhum outro ser humano, porque Cristo é homem para os homens e todo o seu ser é um “ser para nós”. Como Cabeça, dizem os Padres, Cristo é inseparável do seu Corpo que é a Igreja, formando juntamente com ela, por assim dizer, um único sujeito vivente. A Mãe da Cabeça é também a Mãe de toda a Igreja; ela é, por assim dizer, totalmente despojada de si mesma; ela entregou-se inteiramente a Cristo e com Ele é entregue como dom a todos nós. Com efeito, quanto mais a pessoa humana se doa, mais se encontra a si mesma.

Fotos da Viagem do Papa à Turquia e ao Líbano

De 27 de novembro a 02 de dezembro de 2025 o Papa Leão XIV realizou a 1ª Viagem Apostólica do seu pontificado, com destino à Turquia e ao Líbano. Para saber mais, confira nossa postagem introdutória à Viagem.

Já publicamos aqui no blog as homilias e as fotos das principais celebrações. Nesta postagem, por sua vez, destacamos quatro momentos de oração durante a Viagem.

Três desses momentos, como é possível ver no Missal para a Viagem Apostólica, contaram com a colaboração do Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, Dom Diego Giovanni Ravelli, junto com os Monsenhores Massimiliano Matteo Boiardi e Ľubomír Welnitz, Cerimoniários Pontifícios.

28 de novembro: Encontro de oração com Bispos, sacerdotes, diáconos e religiosos
Catedral do Espírito Santo em Istambul (Turquia)

O encontro teve a forma de uma Celebração da Palavra, com as leituras da Festa de Santo André, Apóstolo (Rm 10,9-18; Sl 18; Mt 4,18-22).

Acolhida do Papa: Veneração da cruz

O Papa é acolhido pelo Arcebispo de Izmir (Esmirna)
Oração
Discurso

sábado, 6 de dezembro de 2025

Fotos da Missa do Papa em Beirute

Na manhã da terça-feira, 02 de dezembro de 2025, concluindo sua Viagem Apostólica à Turquia e ao Líbano, o Papa Leão XIV celebrou a Missa no Beirut Waterfront, um espaço junto ao Mar Mediterrâneo em Beirute (Líbano).

A celebração contou com a presença de representantes das Igrejas Ortodoxas e Ortodoxas Orientais, bem como dos seis Patriarcas das Igrejas Católicas Orientais [1].

O Papa foi assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli. O livreto da celebração pode ser visto aqui (pp. 77-113 do Missal para a Viagem Apostólica).

Foram proferidas as orações da Missa pela conservação da paz e da justiça com as leituras do dia (terça-feira da I semana do Advento).

Ósculo do altar
Incensação

O Patriarca Greco-Melquita acolhe o Papa

Homilia do Papa: Missa em Beirute

Viagem Apostólica à Turquia e ao Líbano
Missa em Beirute
Homilia do Papa Leão XIV
“Beirut Waterfront”, Beirute (Líbano)
Terça-feira, 02 de dezembro de 2025

Foram proclamadas as leituras do dia (terça-feira da I semana do Advento).

Queridos irmãos e irmãs,
No final destes dias intensos, que com alegria partilhamos, celebremos a nossa ação de graças ao Senhor por tantos dons da sua bondade, pela forma como se faz presente entre nós, pela Palavra que nos oferece em abundância e por tudo o que nos possibilitou viver juntos.

Como acabamos de ouvir no Evangelho, também Jesus tem palavras de gratidão para o Pai e, ao dirigir-se a Ele, reza dizendo: «Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra» (Lc 10,21).

Porém, a dimensão do louvor nem sempre encontra lugar dentro de nós. Às vezes, sobrecarregados pelas dificuldades da vida, preocupados com os inúmeros problemas que nos cercam, paralisados pela impotência diante do mal e oprimidos por tantas situações difíceis, inclinamo-nos mais à resignação e à lamentação do que ao deslumbramento do coração e à gratidão.


É precisamente a vós, querido povo libanês, que dirijo o convite a cultivar sempre atitudes de louvor e gratidão. A vós que sois destinatários de uma rara beleza com a qual o Senhor enriqueceu a vossa terra e que, simultaneamente, sois espectadores e vítimas do modo como o mal, de múltiplas formas, pode ofuscar essa magnificência.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

I Domingo do Advento em Belém

Nos dias 29 e 30 de novembro de 2025 o Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Ielpo, presidiu as celebrações do I Domingo do Advento na igreja de Santa Catarina junto à Basílica da Natividade em Belém: as I Vésperas na tarde do sábado, dia 29, e a Missa no domingo, dia 30.

Durante o cântico evangélico das Vésperas (Magnificat), como de costume, o Custódio desceu até a Gruta da Natividade, acendendo a primeira vela da coroa do Advento em uma das lamparinas do altar da Manjedoura.

Para saber mais, confira nossas postagens sobre a história do Advento, sobre a coroa do Advento e sobre a Basílica da Natividade em Belém.

29 de novembro: I Vésperas

Acolhida do Custódio: Veneração da cruz
Oração diante do Santíssimo Sacramento
Procissão até a Gruta da Natividade
Incensação do altar da Natividade
Incensação do altar da Manjedoura

Fotos da Divina Liturgia na Festa de Santo André

Na manhã do domingo, 30 de novembro de 2025, durante sua Viagem Apostólica à Turquia e ao Líbano, o Papa Leão XIV participou da Divina Liturgia (Rito Bizantino) na Catedral Patriarcal de São Jorge em Istambul (Turquia) por ocasião da Festa de Santo André, Apóstolo, padroeiro do Patriarcado de Constantinopla.

A celebração foi presidida pelo Patriarca Bartolomeu de Constantinopla e concelebrada pelo Patriarca Greco-Ortodoxo de Alexandria, Theodoros II.

O Papa chegou à igreja após o início da celebração, entre a Pequena Entrada (procissão com o Livro dos Evangelhos) e o canto do Triságion, acompanhado do Metropolita Emmanuel de Calcedônia. O Bispo de Roma interveio durante o rito rezando o Pai nosso em latim.

No final da celebração tiveram lugar os discursos do Patriarca Bartolomeu e do Papa, que em seguida veneraram juntos as relíquias dos Apóstolos São Pedro e Santo André, antes de dirigir-se ao balcão da residência do Patriarca, junto à Catedral, para conceder a bênção ecumênica.

Leão usou a estola que lhe havia sido presenteada pelo Patriarca Bartolomeu no dia anterior, com o texto de Ef 4,15 em grego e latim.

O Papa acende uma vela no átrio da igreja
Entrada do Papa
O Patriarca Bartolomeu abençoa durante o Triságion

O Papa acompanha a Divina Liturgia

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Fotos da Missa do Papa em Istambul

Na tarde do sábado, 29 de novembro de 2025, durante sua Viagem Apostólica à Turquia e ao Líbano, após a Oração Ecumênica na Catedral Patriarcal de São Jorge, o Papa Leão XIV celebrou a Missa do I Domingo do Advento (Ano A) na Volkswagen Arena, um centro de eventos em Istambul (Turquia).

A celebração contou com a presença do Patriarca Bartolomeu de Constantinopla, que caminhou ao lado do Papa nas procissões de entrada e de saída, bem como de representantes das Igrejas Ortodoxas e Católicas Orientais [1].

O Papa foi assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli. O livreto da celebração pode ser visto aqui (pp. 21-58 do Missal para a Viagem Apostólica).

Procissão de entrada
Incensação

Ritos iniciais

Homilia do Papa: Missa em Istambul

Viagem Apostólica à Turquia e ao Líbano
Missa em Istambul
Homilia do Papa Leão XIV
“Volkswagen Arena”, Istambul (Turquia)
Sábado, 29 de novembro de 2025

Foi celebrada a Missa do I Domingo do Advento (Ano A).

Queridos irmãos e irmãs,
Celebramos esta Santa Missa na véspera do dia em que a Igreja recorda Santo André, Apóstolo e Padroeiro desta terra. Ao mesmo tempo, iniciamos o Advento, preparando-nos para reviver, no Natal, o mistério de Jesus, Filho de Deus, «gerado, não criado, consubstancial ao Pai» (Credo Niceno-Constantinopolitano), como os Padres reunidos no Concílio de Niceia solenemente declararam há 1700 anos.

Neste contexto, a Liturgia propõe-nos, na 1ª leitura (Is 2,1-5), uma das passagens mais belas do livro do profeta Isaías, onde ressoa o convite dirigido a todos os povos para subirem ao monte do Senhor (v. 3), lugar de luz e de paz. Gostaria que meditássemos sobre o nosso ser Igreja detendo-nos em algumas imagens contidas neste texto.


A primeira é a do monte «no ponto mais alto» (v. 2). Ela nos lembra que os frutos da ação de Deus em nossa vida não são um dom apenas para nós, mas para todos. A beleza de Sião, cidade sobre o monte, símbolo de uma comunidade renascida na fidelidade que se torna sinal de luz para homens e mulheres de todas as origens, lembra-nos que a alegria do bem é contagiante. Encontramos confirmação disso na vida de muitos santos. São Pedro encontra Jesus graças ao entusiasmo do seu irmão André (cf. Jo 1,40-42), que, por sua vez, juntamente com o Apóstolo João, é conduzido ao Senhor pelo zelo de João Batista. Séculos mais tarde, Santo Agostinho chega a Cristo graças à apaixonada pregação de Santo Ambrósio. E assim há muitos outros.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Fotos da Oração Ecumênica em Istambul

No início da tarde do sábado, 29 de novembro de 2025, durante sua Viagem Apostólica à Turquia e ao Líbano, o Papa Leão XIV participou de uma Oração Ecumênica (Doxologia) na Catedral Patriarcal de São Jorge em Istambul (Turquia) na véspera da Festa de Santo André, Apóstolo.

A celebração teve início com a entrada do Papa e do Patriarca Bartolomeu de Constantinopla, que se posicionaram diante da iconostase, e o canto de alguns tropários, como os de São Pedro e São Paulo, padroeiros de Roma, e de Santo André, padroeiro de Constantinopla [1].

Seguiram-se alguns versos da “grande doxologia” (um hino similar ao Glória do Rito Romano que é entoado nas Matinas dos domingos e festas no Rito Bizantino), algumas preces e a leitura (Zc 8,7-17).

Tiveram lugar então os breves discursos do Patriarca e do Papa, o qual em seguida rezou o Pai nosso em latim, e a bênção ecumênica dos dois hierarcas.

Após a celebração ambos se dirigiram à sede do Patriarcado para a assinatura de uma declaração conjunta e a troca de presentes. Bartolomeu presenteou Leão com uma estola com o texto de Ef 4,15 em grego e em latim e uma cruz peitoral. O Papa, por sua vez, doou um mosaico com a imagem de Cristo.

O Papa é acolhido pelo Patriarca na porta da igreja
Os dois hierarcas acendem velas no átrio
Veneração do ícone de Santo André
Procissão de entrada

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Fotos da Celebração Ecumênica em Niceia

Na tarde da sexta-feira, 28 de novembro de 2025, durante sua Viagem Apostólica à Turquia e ao Líbano, o Papa Leão XIV participou de um Encontro Ecumênico de Oração por ocasião do 1700º Aniversário do I Concílio de Niceia junto aos restos arqueológicos da antiga Basílica de São Neófito na cidade de Iznik (Turquia), a antiga Niceia.

O encontro contou com a participação de representantes das Igrejas Ortodoxas Bizantinas, Ortodoxas Orientais e de outras Comunidades eclesiais cristãs, bem como de organismos ecumênicos internacionais [1].

Os participantes se dirigiram a uma plataforma junto aos restos da Basílica guiados pelo Livro dos Evangelhos e  portando lâmpadas, depositadas junto aos ícones de Cristo e dos Padres do Concílio de Niceia.

A celebração teve início com a acolhida do Patriarca Bartolomeu de Constantinopla, uma invocação trinitária, a proclamação do Evangelho (Jo 17,20-23) e o discurso do Papa Leão XIV.

Em seguida todos recitaram juntos o Credo Niceno-Constantinopolitano. Seguiram-se as preces, a oração do Pai nosso e a bênção, recitada por todos.

Durante a celebração foram entoados cantos em grego e em latim. Os representantes das Igrejas e Comunidades eclesiais, por sua vez, recitaram orações em vários idiomas, sobretudo em inglês. O livreto da celebração pode ser visto aqui.

O Papa usou uma estola vermelha que pertencera a São João XXIII, o qual havia sido Delegado Apostólico na Turquia, e que também foi usada por São Paulo VI, primeiro Papa a visitar o país.

Procissão de entrada

Deposição das lâmpadas em um suporte

Acolhida do Patriarca Bartolomeu

Homilia do Papa: Celebração Ecumênica em Niceia

Viagem Apostólica à Turquia e ao Líbano
Encontro Ecumênico de Oração no 1700º Aniversário do I Concílio de Niceia
Discurso do Papa Leão XIV
Escavações arqueológicas da Basílica de São Neófito em Iznik (Turquia)
Sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Queridos irmãos e irmãs!
Em uma época, em muitos aspectos, dramática, na qual as pessoas estão sujeitas a inúmeras ameaças à sua própria dignidade, o 1700º aniversário do Primeiro Concílio de Niceia é uma ocasião preciosa para nos perguntarmos quem é Jesus Cristo na vida dos homens e mulheres de hoje e quem é Ele para cada um de nós.

Esta questão interpela particularmente os cristãos, que correm o risco de reduzir Jesus Cristo a uma espécie de líder carismático ou super-homem, uma deturpação que acaba por conduzir à tristeza e à confusão (cf. Homilia na Missa Pro Ecclesia, 09 de maio de 2025). Ário, ao negar a divindade de Cristo, reduziu-o a um simples intermediário entre Deus e os seres humanos, ignorando a realidade da Encarnação, de modo que o divino e o humano permaneceram irremediavelmente separados. Mas se Deus não se fez homem, como podem os mortais participar da sua vida imortal? Era isto que estava em jogo em Niceia e está em jogo hoje: a fé no Deus que, em Jesus Cristo, se fez como nós para nos tornar «participantes da natureza divina» (2Pd 1,4; cf. Santo Irineu, Adversus haereses, III, 19; Santo Atanásio, De Incarnatione, 54, 3).


Esta confissão de fé cristológica é de fundamental importância no caminho que os cristãos estão percorrendo rumo à plena comunhão: ela é partilhada, efetivamente, por todas as Igrejas e Comunidades cristãs no mundo, inclusive aquelas que, por várias razões, não utilizam o Credo Niceno-Constantinopolitano nas suas Liturgias. Com efeito, a fé «em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos... consubstancial ao Pai» (Credo Niceno) é um vínculo profundo que já une todos os cristãos. Nesse sentido, para citar Santo Agostinho, também no âmbito ecumênico podemos dizer que «embora nós, cristãos, sejamos muitos, no único Cristo somos um» (Exposição sobre o Salmo 127). Partindo da consciência de que já nos encontramos unidos por este vínculo profundo - através de um caminho de adesão cada vez mais total à Palavra de Deus revelada em Jesus Cristo e sob a direção do Espírito Santo, no amor recíproco e no diálogo - somos todos convidados a superar o escândalo das divisões infelizmente ainda existentes e a alimentar o anseio em busca da unidade, pela qual o Senhor Jesus rezou e deu a sua vida. Quanto mais nós cristãos estivermos reconciliados, tanto mais poderemos dar um testemunho crível do Evangelho de Jesus Cristo, que é anúncio de esperança para todos, mensagem de paz e de fraternidade universal que ultrapassa as fronteiras das nossas comunidades e nações (cf. Francisco, Discurso aos participantes na Sessão Plenária do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, 06 de maio de 2022).

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Nota de falecimento: Monsenhor Pier Enrico Stefanetti

O Ofício das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice comunicou no sábado, 29 de novembro de 2025, o falecimento do Monsenhor Pier Enrico Stefanetti, Cerimoniário Pontifício.

Monsenhor Stefanetti com o Papa Francisco
(Domingo de Páscoa  2016)

Pier Enrico Stefanetti nasceu em Legnano, na província de Milão (Itália), no dia 28 de abril de 1952. Recebeu a Ordenação Presbiteral no dia 14 de junho de 1981, incardinado na Diocese de Velletri-Segni, uma das Dioceses Suburbicárias (sufragâneas de Roma).

Foi nomeado Cerimoniário Pontifício pelo Papa Bento XVI (†2022) no dia 25 de fevereiro de 2006, tornando-se um dos colaboradores do Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias: Dom Piero Marini (até 2007), Monsenhor Guido Marini (2007-2021) e Dom Diego Giovanni Ravelli (a partir de 2021).

Ao mesmo tempo, trabalhava na Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. Mais recentemente havia sido nomeado Cônego da Basílica de São Pedro no Vaticano.

Desde 2022 não atuava nas celebrações do Papa devido a problemas de saúde, embora continuasse sendo contado entre os Cerimoniários Pontifícios, dos quais desde 2013 era o “Decano”, isto é, o mais velho por tempo de nomeação.

A Missa Exequial será celebrada na quarta-feira, 03 de dezembro, no altar da Cátedra da Basílica de São Pedro.