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sexta-feira, 16 de maio de 2025

Homilia do Papa: IV Domingo da Páscoa - Ano C (2025)

Santa Missa do IV Domingo da Páscoa (Ano C) 
Homilia do Papa Leão XIV
Cripta da Basílica de São Pedro
Domingo, 11 de maio de 2025

Começarei com uma palavra em inglês e depois outra em italiano.

O Evangelho que ouvimos (Jo 10,27-30), neste Domingo do Bom Pastor, diz: «As minhas ovelhas escutam a minha voz, Eu as conheço e elas me seguem» (v. 27).

Penso no Bom Pastor, sobretudo neste Domingo, tão significativo no Tempo Pascal. Ao celebrarmos o início desta nova missão, do ministério para o qual a Igreja me chamou, não há melhor exemplo do que o próprio Jesus Cristo, a quem confiamos a nossa vida e de quem dependemos. Jesus Cristo, a quem seguimos, é o Bom Pastor, e é Ele que nos dá a vida: «O caminho, a verdade e a vida» (Jo 14,6).

Por isso, celebramos este dia com alegria e apreciamos muito a vossa presença aqui.

Hoje é o Dia das Mães. Creio que só há uma mãe presente: feliz Dia das Mães! Uma das mais belas expressões do amor de Deus é o amor derramado pelas mães, especialmente sobre os seus filhos e netos.


Este Domingo é considerado especial por vários motivos: um dos primeiros que mencionaria é o das vocações. Durante os recentes trabalhos dos Cardeais, antes e depois da eleição do novo Papa, falamos muito das vocações na Igreja e da importância de nos interrogarmos todos juntos. Antes de tudo e sobretudo dando o bom exemplo com a nossa vida, com alegria, vivendo a alegria do Evangelho, sem desencorajar os outros, mas, ao contrário, procurando maneiras de animar os jovens a escutar a voz do Senhor, a segui-la e a servir na Igreja. «Eu sou o Bom Pastor» (Jo 10,11), diz-nos Jesus.

Agora acrescento também uma palavra em italiano, porque esta missão que cumprimos já não se dirige a uma única Diocese, mas a toda a Igreja: este espírito universal é importante! E encontramo-lo também na 1ª Leitura que ouvimos (At 13,14.43-52). Paulo e Barnabé vão a Antioquia, dirigindo-se primeiro aos judeus, que não querem escutar a voz do Senhor, e assim começam a anunciar o Evangelho ao mundo inteiro, aos pagãos. Como sabemos, partem para esta grande missão. São Paulo vem a Roma, onde acaba por cumpri-la. Mais um exemplo do testemunho de um bom pastor. Mas nesse exemplo há também um convite muito especial a todos nós. Aliás, digo-o de maneira muito pessoal: anunciar o Evangelho ao mundo inteiro!

Coragem! Sem medo! Tantas vezes Jesus diz no Evangelho: «Não tenhais medo!». Devemos ser corajosos no testemunho que damos, com a palavra e principalmente com a vida: dando a vida, servindo, às vezes com grandes sacrifícios, para viver precisamente esta missão.

Li uma pequena reflexão que me faz pensar muito, porque aparece também no Evangelho. Neste sentido, alguém perguntou: “Quando pensas na tua vida, como explicas onde chegaste?”. A resposta que dão nesta reflexão é, de certa forma, também a minha: com o verbo “escutar”. Como é importante escutar! Jesus diz: «As minhas ovelhas escutam a minha voz» (Jo 10,27). E penso que é importante que todos nós aprendamos a escutar cada vez mais, a entrar em diálogo. Em primeiro lugar, com o Senhor: escutar sempre a Palavra de Deus. Além disso, escutar também os outros: saber construir pontes, saber escutar para não julgar, não fechar as portas, pensando que possuímos toda a verdade e que mais ninguém pode nos dizer algo. É muito importante ouvir a voz do Senhor, escutar-nos a nós mesmos, neste diálogo, e ver para onde o Senhor nos chama.

Caminhemos juntos na Igreja, peçamos ao Senhor que nos conceda esta graça: poder escutar a sua Palavra para servir todo o seu povo!


Fonte: Santa Sé.

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