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sábado, 12 de abril de 2025

Homilia do Papa João Paulo II: Domingo de Ramos (2000)

Ao iniciarmos a Semana Santa deste Ano Jubilar de 2025 recordamos a homilia proferida pelo Papa São João Paulo II (†2005) há 25 anos, no Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor do Grande Jubileu do Ano 2000:

Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor
Homilia do Papa João Paulo II
Praça de São Pedro
Domingo, 16 de abril de 2000

1.Benedictus qui venit in nomine Domini... Bendito o que vem em nome do Senhor!” (Mt 21,9; cf. Sl 117,26).
Na onda destas palavras chega a nós o eco do entusiasmo com que os habitantes de Jerusalém acolheram Jesus para a festa da Páscoa. Escutamo-las novamente cada vez que, durante a Missa, entoamos o “Sanctus”. Depois de dizer: “Pleni sunt coeli et terra gloria tua”, acrescentamos: “Benedictus qui venit in nomine Domini. Hosanna in excelsis”.

Esse hino, cuja primeira parte foi tomada do profeta Isaías (cf. Is 6,3), exalta o Deus “três vezes santo”. Prossegue em seguida, na segunda parte, expressando a alegria reconhecida da assembleia diante da realização das promessas messiânicas: “Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!”.


O pensamento dirige-se naturalmente para o povo da Aliança que, durante séculos e gerações, viveu na expectativa do Messias. Alguns acreditavam ver em João Batista aquele em quem se cumpriam as promessas. Como sabemos, porém, à pergunta explícita sobre sua eventual identidade messiânica, o Precursor respondeu com uma clara negação, remetendo a Jesus quantos o interrogavam.

A convicção de que os tempos haviam chegado crescia no povo, primeiro pelo testemunho do Batista, e depois graças às palavras e aos sinais realizados por Jesus e, de modo especial, por causa da ressurreição de Lázaro, ocorrida alguns dias antes do ingresso em Jerusalém, do qual fala o Evangelho de hoje. Eis porque a multidão, quando Jesus chega na cidade cavalgando um jumento, recebe-o com uma explosão de júbilo: “Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!” (Mt 21,9).

sexta-feira, 11 de abril de 2025

Raniero Cantalamessa: Oriente e Ocidente (4)

Com esta publicação concluímos as meditações do Padre Raniero Cantalamessa, então Pregador da Casa Pontifícia, sobre a teologia do Oriente e do Ocidente, proferidas durante a Quaresma de 2015 e repropostas aqui no contexto dos 1700 anos do I Concílio de Niceia (325).

Confira nesta quarta e última postagem a meditação sobre o mistério da salvação:

Padre Raniero Cantalamessa, OFMCap
V pregação de Quaresma
27 de março de 2015
Oriente e Ocidente perante o mistério da salvação

Com esta meditação encerramos o nosso percurso pela fé comum do Oriente e do Ocidente, e o encerramos com o que nos diz respeito mais diretamente: o problema da salvação, ou seja, como ortodoxos e o mundo latino compreenderam o conteúdo da salvação cristã.

É, provavelmente, o campo em que é mais necessário para nós, latinos, voltar o olhar para o Oriente, a fim de enriquecer e, em parte, corrigir o nosso modo difuso de conceber a redenção operada por Cristo. Temos o privilégio de fazê-lo nesta Capela, onde a obra de Cristo e do mistério da salvação foi representada pela arte do Padre Rupnik, de acordo com a concepção da Igreja do Oriente e da iconografia bizantina.

Juízo final, tendo ao centro Cristo Redentor

Vamos começar com uma autorizada apresentação do modo diferente de entender a salvação entre Oriente e Ocidente, exposta no Dictionnaire de Spiritualité e que sintetiza a opinião dominante nos círculos teológicos:
“O propósito da vida para os cristãos gregos é a divinização; o dos cristãos do Ocidente é a conquista da santidade... O Verbo se fez carne, de acordo com os gregos, para restituir ao homem a semelhança divina perdida em Adão e para divinizá-lo. De acordo com os latinos, Ele se fez homem para redimir a humanidade... e para pagar a dívida devida à justiça de Deus” [1].

Procuraremos ver em que se baseia essa diferença de visão e o que há de verdadeiro na maneira de apresentá-la.

quinta-feira, 10 de abril de 2025

Fotos da Missa no Jubileu dos Enfermos (2025)

No dia 06 de abril de 2025 teve lugar na Praça de São Pedro a Santa Missa do V Domingo da Quaresma (Ano C) por ocasião do Jubileu dos Enfermos e do Mundo da Saúde.

A Missa foi presidida por Dom Rino Salvatore Fisichella, Pró-Prefeito do Dicastério para a Evangelização (1ª seção), assistido pelo Monsenhor Ján Dubina, que leu a homilia preparada pelo Papa Francisco.

O Papa, com efeito, se dirigiu à Praça no final da Missa para uma breve saudação aos fiéis.

O livreto da celebração pode ser visto aqui.

Incensação da imagem da Virgem Maria

Sinal da cruz
Ritos iniciais
Liturgia da Palavra

Homilia do Papa: V Domingo da Quaresma - Ano C (2025)

Jubileu dos Enfermos e Mundo da Saúde
Santa Missa
Homilia do Papa Francisco
Praça de São Pedro
Domingo, 06 de abril de 2025

A homilia preparada pelo Papa Francisco foi lida por Dom Rino Fisichella, Pró-Prefeito do Dicastério para a Evangelização (1ª seção), que presidiu a celebração.

«Eis que Eu farei coisas novas, e que já estão surgindo: acaso não as reconheceis?» (Is 43,19). São estas as palavras que, através do profeta Isaías, Deus dirige ao povo de Israel exilado na Babilônia. Para os israelitas é um momento difícil, parece que tudo está perdido. Jerusalém foi conquistada e devastada pelos soldados do rei Nabucodonosor II, e nada resta ao povo deportado. Os horizontes parecem fechados, o futuro sombrio e todas as esperanças destruídas. Tudo poderia levar os exilados a desistir, a resignar-se desoladamente e a não se sentir mais abençoados por Deus.


Porém, precisamente neste contexto, o Senhor convida a acolher algo de novo que está nascendo. Não é qualquer coisa que vai suceder no futuro, mas é algo que já está acontecendo, que está brotando como um rebento. Mas, de que se trata ao certo? O que pode nascer, ou melhor, o que pode já ter germinado em um panorama de desolação e de desespero como aquele?

O que está nascendo é um povo novo. Um povo que, derrubadas as falsas seguranças do passado, descobriu o que é essencial: permanecer unido e caminhar juntos, à luz do Senhor (cf. Is 2,5). Um povo que será capaz de reconstruir Jerusalém, porque, longe da Cidade Santa, com o templo destruído, não podendo mais celebrar as Liturgias solenes, aprendeu a encontrar o Senhor de outra maneira: na conversão do coração (cf. Jr 4,4), na prática do direito e da justiça, na atenção aos pobres e necessitados (cf. Jr 22,3), nas obras de misericórdia.

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Catequeses do Papa Francisco: Vícios e virtudes 10

Quase concluindo a publicação das Catequeses do Papa Francisco sobre os vícios e as virtudes que estamos realizando durante a Quaresma deste Ano Jubilar de 2025, confira suas meditações sobre as duas primeiras virtudes teologais: a fé e a esperança.

Papa Francisco
Audiência Geral
Quarta-feira, 01 de maio de 2024
Os vícios e as virtudes (17): A fé

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje gostaria de falar sobre a virtude da . Com a caridade e a esperança, esta virtude é chamada “teologal. São três as virtudes teologais: fé, esperança e caridade. Por que são teologais? Porque só podem ser vividas graças ao dom de Deus. As três virtudes teologais são os grandes dons que Deus concede à nossa capacidade moral. Sem elas, poderíamos ser prudentes, justos, fortes e temperantes, mas não teríamos olhos que veem até no escuro, não teríamos um coração que ama até quando não é amado, não teríamos uma esperança que ousa contra toda a esperança.

As três virtudes teologais
(Heinrich Maria von Hess)

O que é a fé? O Catecismo da Igreja Católica explica-nos que a fé é o ato com o qual o ser humano se abandona livremente a Deus (n. 1814). Nesta fé, Abraão foi o grande pai. Quando aceitou deixar a terra dos seus antepassados para se dirigir rumo à terra que Deus lhe indicaria, provavelmente foi considerado louco: por que deixar o conhecido pelo desconhecido, o certo pelo incerto? Por que fazer isto? É louco? Mas Abraão põe-se a caminho, como se visse o invisível. É o que a Bíblia diz de Abraão: “Partiu, como se visse o invisível”. Isto é lindo! E será ainda este invisível que o fará subir à montanha com o seu filho Isaac, o único filho da promessa, que só no último momento será poupado do sacrifício. Nesta fé, Abraão torna-se o pai de uma longa linhagem de filhos. A fé tornou-o fecundo.

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Raniero Cantalamessa: Oriente e Ocidente (3)

No contexto da celebração dos 1700 anos do I Concílio de Niceia (325) pelas Igrejas do Oriente e do Ocidente estamos recordando as quatro meditações do Padre Raniero Cantalamessa, então Pregador da Casa Pontifícia, sobre a teologia do Oriente e do Ocidente durante a Quaresma de 2015

Propomos a seguir a terceira meditação, sobre o mistério do Espírito Santo:

Padre Raniero Cantalamessa, OFMCap
IV pregação de Quaresma
20 de março de 2015
Oriente e Ocidente perante o mistério do Espírito Santo

Meditaremos hoje sobre a fé comum do Oriente e do Ocidente no Espírito Santo e procuraremos fazê-lo “no Espírito”, em sua presença, sabendo que, como diz a Escritura, “antes mesmo de nossa palavra chegar à língua, Ele já a conhece” (cf. Sl 138,4).

1. Rumo ao acordo sobre o Filioque

Durante séculos a doutrina sobre a origem do Espírito Santo no seio da Trindade foi o ponto de maior atrito e tema de acusações mútuas entre o Oriente e o Ocidente, por causa do famoso “Filioque”. Tentarei reconstruir o estado da questão para avaliar melhor a graça que Deus está nos dando de chegar ao entendimento também neste problema espinhoso.

Vitral do Espírito Santo
(Abside da Basílica de São Pedro)

A fé da Igreja no Espírito Santo foi definida, como se sabe, no Concílio Ecumênico de Constantinopla, em 381, com as seguintes palavras: “(cremos) no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, que procede do Pai e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, Ele que falou pelos profetas” (Denzinger, n. 150). Esta fórmula contém a resposta para as duas perguntas fundamentais sobre o Espírito Santo. À pergunta “quem é o Espírito Santo”, responde-se que é “Senhor” (isto é, pertence à esfera do Criador, não das criaturas), que procede do Pai e, na adoração, é igual ao Pai e ao Filho; à pergunta “o que o Espírito Santo faz”, responde-se que Ele “dá a vida” (o que resume toda a obra santificadora, interior e renovadora do Espírito) e que “falou pelos profetas” (o que resume a ação carismática do Espírito Santo).

Missa nos 20 anos da morte de São João Paulo II

Na tarde do dia 02 de abril de 2025 o Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado da Santa Sé, assistido pelo Monsenhor Massimiliano Matteo Boiardi, presidiu uma Missa na Basílica de São Pedro nos 20 anos da morte do Papa São João Paulo II (†2005).

Foi celebrada de maneira votiva a Missa da Memória de São João Paulo II (22 de outubro) com as leituras do dia (Quarta-feira da IV semana da Quaresma).

No início da celebração o Cardeal Stanisław Dziwisz, Arcebispo Emérito de Cracóvia (Polônia) e Secretário do “Papa polonês”, dirigiu algumas palavras aos presentes.

Além de vários Cardeais e Bispos, destaca-se a presença da Primeira Ministra da Itália, Giorgia Meloni.

Procissão de entrada

Incensação

Palavras do Cardeal Dziwisz

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Homilias do Papa João Paulo II: Solenidades e festas

Neste dia 02 de abril de 2025 completam-se 20 anos da morte Papa São João Paulo II (†2005).

Recordando o riquíssimo magistério do “Papa polonês”, propomos aqui os links para suas homilias e meditações para as principais solenidades e festas do Ano Litúrgico publicadas em nosso blog, como já fizemos com os Papas Bento XVI (†2022) e Francisco.

À medida que publicarmos novos textos, atualizaremos este “Homiliário”.


CICLO DO NATAL


Catequeses sobre o Advento
06 de dezembro de 1978: O homem “imagem de Deus”
13 de dezembro de 1978: A criação é dom do Amor de Deus
20 de dezembro de 1978: A dimensão ética na vida do homem

Is 9,1-6 / Sl 95 / Tt 2,11-14 / Lc 2,1-14
24 de dezembro de 1999: Homilia (Abertura da Porta Santa: Basílica de São Pedro)

22 de março de 2000: Homilia (Missa votiva do Natal do Senhor em Belém)

25 de dezembro de 1999: Homilia (II Vésperas do Natal e Abertura da Porta Santa da Basílica do Latrão)

Catequeses sobre o Natal

terça-feira, 1 de abril de 2025

Missa no Jubileu dos Missionários da Misericórdia (2025)

No dia 30 de março de 2025 o Pró-Prefeito do Dicastério para a Evangelização (1ª seção), Dom Rino Salvatore Fisichella, presidiu a Missa do IV Domingo da Quaresma (Ano C) na Basílica de Santo André della Valle em Roma por ocasião do Jubileu dos Missionários da Misericórdia.

Esses sacerdotes particularmente dedicados ao Sacramento da Reconciliação foram instituídos pelo Papa Francisco durante o Jubileu Extraordinário da Misericórdia (2015-2016).

Sua peregrinação teve no dia 28, coincidindo com as “24 horas para o Senhor” que se celebram entre a sexta-feira e o sábado que antecedem o IV Domingo da Quaresma (Domingo Laetare).

Procissão de entrada
Ritos iniciais
Evangelho
Homilia