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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Santa Teresa de Calcutá inscrita no Calendário Romano Geral

No dia 11 de fevereiro de 2025, Memória facultativa de Nossa Senhora de Lourdes e Dia Mundial do Enfermo, foi divulgado o Decreto do Dicastério para o Culto Divino sobre a inscrição da Memória facultativa de Santa Teresa de Calcutá, Virgem, no Calendário Romano Geral, a ser celebrada no dia 05 de setembro.

Confira o Decreto na íntegra e o comentário do Cardeal Arthur Roche, Prefeito do Dicastério:

Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos
Decreto sobre a inscrição da celebração de Santa Teresa de Calcutá, Virgem, no Calendário Romano Geral

«Quem quiser ser grande entre vós, será vosso servo» (Mc 10,43). Vivendo radicalmente e proclamando corajosamente o Evangelho, Santa Teresa de Calcutá é uma testemunha da dignidade e do privilégio do serviço humilde. Escolhendo ser não apenas a mais pequena, mas a serva dos mais humildes, ela tornou-se um modelo de misericórdia e um autêntico ícone do Bom Samaritano. A misericórdia, de fato, foi para ela o «sal» que deu sabor a todas as suas obras e a «luz» que iluminou as trevas daqueles que já nem sequer tinham lágrimas para chorar a sua pobreza e os seus sofrimentos.

O grito de Jesus na cruz, «Tenho sede» (Jo 19, 28), penetrou no mais profundo da alma de Teresa. Por isso, durante toda a sua vida, dedicou-se completamente a saciar a sede de Jesus Cristo de amor e de almas, servindo-o entre os mais pobres dos pobres. Cheia do amor de Deus, ela irradiava o mesmo amor aos outros em igual medida.


Canonizada em 2016 pelo Papa Francisco, o nome de Santa Teresa de Calcutá nunca deixa de brilhar como fonte de esperança para tantas pessoas que procuram consolo para as tribulações do corpo e do espírito.

Por isso, o Papa Francisco, acolhendo as solicitações e os desejos dos Pastores, das religiosas e dos religiosos, bem como das associações de fiéis, considerando a influência exercida pela espiritualidade de Santa Teresa de Calcutá nas diversas regiões do mundo, decretou que o nome de Santa Teresa de Calcutá, Virgem, seja inscrito no Calendário Romano Geral e que a sua Memória facultativa seja celebrada por todos no dia 05 de setembro.

Esta nova Memória deverá ser inserida em todos os Calendários e livros litúrgicos para a celebração da Missa e da Liturgia das Horas. Os textos litúrgicos a adotar, em anexo ao presente decreto, devem ser traduzidos, aprovados e, depois da confirmação deste Dicastério, publicados sob a autoridade da Conferência Episcopal.

Não obstante qualquer disposição contrária.

Da Sede do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, 24 de dezembro de 2024.
 
Cardeal Arthur Roche, Prefeito
Dom Vittorio Francesco Viola, O.F.M., Secretário

Comentário do Cardeal Artur Roche:
Santa Teresa de Calcutá no Calendário Romano Geral

No dia 24 de dezembro de 2024, dia em que o Papa Francisco abriu a Porta Santa da Basílica Vaticana, marcando o início do Ano Jubilar da Esperança, o Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos emitiu um Decreto em nome do Santo Padre (Prot. N. 703/24), através do qual foi inscrita a celebração de Santa Teresa de Calcutá, Virgem, no Calendário do Rito Romano no dia 05 de setembro com o grau de Memória facultativa.

Esta inserção, desejada pelo Santo Padre em resposta aos pedidos de Bispos, religiosos e associações de fiéis, e considerando a influência da espiritualidade de Santa Teresa de Calcutá em todo o mundo, quis propô-la como um testemunho insigne de esperança para aqueles que foram descartados na vida.

Juntamente com o Decreto encontram-se, em língua latina, os elementos a acrescentar a todos os Calendários e livros litúrgicos para a celebração da Missa e da Liturgia das Horas, bem como o Martirológio Romano.

Cabe agora às Conferências Episcopais traduzir, aprovar e, depois de confirmados por este Dicastério, publicar estes textos litúrgicos para esta celebração, como previsto nas normas atuais (cf. Carta Apostólica sob a forma de motu proprio Magnum principium).

Na homilia da Celebração Eucarística durante a qual teve lugar o Rito de Canonização de Santa Teresa de Calcutá (04 de setembro de 2016), o Papa Francisco apontou-a como um canal generoso da misericórdia divina que, como o “sal” que dá sabor a tudo, e a “luz” que ilumina as trevas, impregnava tudo o que ela empreendia.

Esta serva dos últimos entre os últimos é, portanto, um autêntico ícone do Bom Samaritano. “A sua missão nas periferias das cidades e nas periferias existenciais - como recordou o Papa na homilia - permanece nos nossos dias como um testemunho eloquente da proximidade de Deus junto dos mais pobres entre os pobres”.

Nos textos litúrgicos desta celebração, a oração coleta abre-nos o coração da sua espiritualidade: o apelo a saciar a sede de Jesus Cristo na Cruz, respondendo com amor às necessidades dos mais necessitados. Por isso pedimos a Deus Pai que, imitando o seu exemplo, possamos servir Cristo presente nos nossos irmãos e irmãs que sofrem.

Para o Lecionário, a 1ª leitura é um texto do profeta Isaías sobre o jejum que agrada a Deus (cf. Is 58,6-11), seguido do Salmo 33: “Em todo o tempo bendirei o Senhor”.

O Evangelho, precedido pelo Aleluia, destaca a revelação dos mistérios do Reino aos pequeninos (cf. Mt 11,25), e inclui o belo texto do Evangelho segundo Mateus que, depois de enumerar as obras de misericórdia, contém as seguintes palavras, maravilhosamente vivas em Madre Teresa “Tudo o que fizestes ao mais pequenino dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40).

No que diz respeito à Liturgia das Horas, após a nota hagiográfica está a 2ª leitura do Ofício de Leituras, um texto retirado da Carta que a santa escreveu ao Padre Joseph Neuner em 1960, na qual, abrindo a sua alma, manifesta a escuridão da ausência de Deus, através da qual viveu durante muitos anos, mas que ofereceu alegremente a Deus, para que, suportando fielmente esta prova, muitas almas sejam iluminadas.

Os textos litúrgicos terminam com o elogio do Martirológio Romano que a coloca agora na primeira posição das celebrações do dia 05 de setembro.

Que a inserção desta celebração no Calendário Romano Geral nos ajude a contemplar esta mulher, farol de esperança, pequena na estatura, mas grande no amor, testemunha da dignidade e do privilégio do serviço humilde na defesa de toda a vida humana e de todos aqueles que foram abandonados, descartados e desprezados mesmo no esconderijo do ventre materno.

Cardeal Arthur Roche
Prefeito do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos



Confira também:
Canonização de Santa Teresa de Calcutá: Homilia do Papa / Fotos da celebração

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