No dia 11 de fevereiro de 2025, Memória facultativa de Nossa
Senhora de Lourdes e Dia Mundial do Enfermo, foi divulgado o Decreto do Dicastério
para o Culto Divino sobre a inscrição da Memória facultativa de Santa Teresa
de Calcutá, Virgem, no Calendário Romano Geral, a ser celebrada no
dia 05 de setembro.
Confira o Decreto na íntegra e o comentário do Cardeal
Arthur Roche, Prefeito do Dicastério:
Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos
Decreto sobre a inscrição da celebração de Santa Teresa de Calcutá, Virgem, no Calendário Romano Geral
«Quem quiser ser grande entre vós, será vosso servo» (Mc
10,43). Vivendo radicalmente e proclamando corajosamente o Evangelho, Santa
Teresa de Calcutá é uma testemunha da dignidade e do privilégio do serviço
humilde. Escolhendo ser não apenas a mais pequena, mas a serva dos mais
humildes, ela tornou-se um modelo de misericórdia e um autêntico ícone do Bom
Samaritano. A misericórdia, de fato, foi para ela o «sal» que deu sabor a todas
as suas obras e a «luz» que iluminou as trevas daqueles que já nem sequer tinham
lágrimas para chorar a sua pobreza e os seus sofrimentos.
O grito de Jesus na cruz, «Tenho sede» (Jo 19, 28), penetrou no mais profundo da alma de Teresa. Por isso, durante toda a sua vida, dedicou-se completamente a saciar a sede de Jesus Cristo de amor e de almas, servindo-o entre os mais pobres dos pobres. Cheia do amor de Deus, ela irradiava o mesmo amor aos outros em igual medida.
Canonizada em 2016 pelo Papa Francisco, o nome de Santa
Teresa de Calcutá nunca deixa de brilhar como fonte de esperança para tantas
pessoas que procuram consolo para as tribulações do corpo e do espírito.
Por isso, o Papa Francisco, acolhendo as solicitações e os
desejos dos Pastores, das religiosas e dos religiosos, bem como das associações
de fiéis, considerando a influência exercida pela espiritualidade de Santa
Teresa de Calcutá nas diversas regiões do mundo, decretou que o nome de Santa
Teresa de Calcutá, Virgem, seja inscrito no Calendário Romano Geral e que a sua
Memória facultativa seja celebrada por todos no dia 05 de setembro.
Esta nova Memória deverá ser inserida em todos os
Calendários e livros litúrgicos para a celebração da Missa e da Liturgia das
Horas. Os textos litúrgicos a adotar, em anexo ao presente decreto, devem ser
traduzidos, aprovados e, depois da confirmação deste Dicastério, publicados sob
a autoridade da Conferência Episcopal.
Não obstante qualquer disposição contrária.
Da Sede do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, 24 de dezembro de 2024.
Cardeal Arthur Roche, Prefeito
Dom Vittorio Francesco Viola, O.F.M., Secretário
Comentário do Cardeal Artur Roche:
Santa Teresa de Calcutá no Calendário Romano Geral
No dia 24 de dezembro de 2024, dia em que o Papa Francisco
abriu a Porta Santa da Basílica Vaticana, marcando o início do Ano Jubilar da
Esperança, o Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos
emitiu um Decreto em nome do Santo Padre (Prot. N. 703/24), através do qual foi
inscrita a celebração de Santa Teresa de Calcutá, Virgem, no Calendário do Rito
Romano no dia 05 de setembro com o grau de Memória facultativa.
Esta inserção, desejada pelo Santo Padre em resposta aos
pedidos de Bispos, religiosos e associações de fiéis, e considerando a
influência da espiritualidade de Santa Teresa de Calcutá em todo o mundo, quis
propô-la como um testemunho insigne de esperança para aqueles que foram
descartados na vida.
Juntamente com o Decreto encontram-se, em língua latina, os
elementos a acrescentar a todos os Calendários e livros litúrgicos para a
celebração da Missa e da Liturgia das Horas, bem como o Martirológio Romano.
Cabe agora às Conferências Episcopais traduzir, aprovar e,
depois de confirmados por este Dicastério, publicar estes textos litúrgicos
para esta celebração, como previsto nas normas atuais (cf. Carta
Apostólica sob a forma de motu proprio Magnum principium).
Na homilia da Celebração Eucarística durante a qual teve
lugar o Rito de Canonização de Santa Teresa de Calcutá (04 de setembro de
2016), o Papa Francisco apontou-a como um canal generoso da misericórdia divina
que, como o “sal” que dá sabor a tudo, e a “luz” que ilumina as trevas,
impregnava tudo o que ela empreendia.
Esta serva dos últimos entre os últimos é, portanto, um
autêntico ícone do Bom Samaritano. “A sua missão nas periferias das cidades e
nas periferias existenciais - como recordou o Papa na homilia - permanece nos
nossos dias como um testemunho eloquente da proximidade de Deus junto dos mais
pobres entre os pobres”.
Nos textos litúrgicos desta celebração, a oração coleta
abre-nos o coração da sua espiritualidade: o apelo a saciar a sede de Jesus
Cristo na Cruz, respondendo com amor às necessidades dos mais necessitados. Por
isso pedimos a Deus Pai que, imitando o seu exemplo, possamos servir Cristo
presente nos nossos irmãos e irmãs que sofrem.
Para o Lecionário, a 1ª leitura é um texto do profeta Isaías
sobre o jejum que agrada a Deus (cf. Is 58,6-11), seguido do Salmo 33:
“Em todo o tempo bendirei o Senhor”.
O Evangelho, precedido pelo Aleluia, destaca a
revelação dos mistérios do Reino aos pequeninos (cf. Mt 11,25),
e inclui o belo texto do Evangelho segundo Mateus que, depois de
enumerar as obras de misericórdia, contém as seguintes palavras,
maravilhosamente vivas em Madre Teresa “Tudo o que fizestes ao mais pequenino
dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40).
No que diz respeito à Liturgia das Horas, após a nota
hagiográfica está a 2ª leitura do Ofício de Leituras, um texto retirado da Carta
que a santa escreveu ao Padre Joseph Neuner em 1960, na qual, abrindo a sua
alma, manifesta a escuridão da ausência de Deus, através da qual viveu durante
muitos anos, mas que ofereceu alegremente a Deus, para que, suportando
fielmente esta prova, muitas almas sejam iluminadas.
Os textos litúrgicos terminam com o elogio do Martirológio
Romano que a coloca agora na primeira posição das celebrações do dia 05 de
setembro.
Que a inserção desta celebração no Calendário Romano Geral
nos ajude a contemplar esta mulher, farol de esperança, pequena na estatura,
mas grande no amor, testemunha da dignidade e do privilégio do serviço humilde
na defesa de toda a vida humana e de todos aqueles que foram abandonados,
descartados e desprezados mesmo no esconderijo do ventre materno.
Cardeal Arthur Roche
Prefeito do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos
Fonte: Sala de Imprensa da Santa Sé.
Confira também:
Canonização de Santa Teresa de Calcutá: Homilia do Papa / Fotos da celebração
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