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quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Ângelus: III Domingo do Tempo Comum - Ano C

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 26 de janeiro de 2025

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
O evangelista Lucas, neste domingo, apresenta-nos Jesus na sinagoga de Nazaré, a cidade onde Ele cresceu. Jesus lê o trecho do profeta Isaías que anuncia a missão evangelizadora e libertadora do Messias e depois, no silêncio geral, diz: «Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura» (Lc 4,21).

Imaginemos a surpresa e a perplexidade dos concidadãos de Jesus, que o conheciam como o filho do carpinteiro, José, e nunca teriam imaginado que Ele pudesse se apresentar como o Messias. Foi uma perplexidade. Mas é de fato assim: Jesus proclama que, com a sua presença, chegou «o ano da graça do Senhor» (v. 19). É a Boa-Nova para todos e de modo especial para os pobres, os presos, os cegos, os oprimidos, diz o Evangelho (v. 18).

Naquele dia, em Nazaré, Jesus confronta os seus interlocutores com uma escolha sobre a sua identidade e a sua missão. Na sinagoga ninguém podia deixar de se interrogar: será apenas o filho do carpinteiro que se arroga um papel que não lhe pertence, ou será verdadeiramente o Messias, enviado para salvar o povo do pecado?

O evangelista conta-nos que os nazarenos não reconheceram em Jesus o ungido do Senhor. Pensavam que o conheciam demasiado bem e isso, em vez de facilitar a abertura das suas mentes e dos seus corações, bloqueava-os, como um véu que obscurece a luz.

Irmãos e irmãs, este acontecimento, com as devidas analogias, também se verifica conosco hoje. Também nós somos interpelados pela presença e pelas palavras de Jesus; também nós somos chamados a reconhecer n’Ele o Filho de Deus, o nosso Salvador. Mas pode acontecer-nos, como aconteceu aos seus conterrâneos, pensar que já o conhecemos, que já sabemos tudo sobre Ele, que crescemos com Ele, na escola, na paróquia, na catequese, em um país de cultura católica... E assim, para nós, Ele é uma Pessoa próxima, ou melhor, “demasiado” próxima.

Mas procuremos interrogar-nos: sentimos a autoridade única com que Jesus de Nazaré fala? Reconhecemos que Ele é portador de um anúncio de salvação que mais ninguém pode nos dar? E eu, sinto-me necessitado dessa salvação? Sinto que também eu sou, de alguma forma, pobre, preso, cego, oprimido? Então, só então, o “ano de graça” será para mim!

Dirijamo-nos com confiança a Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, para que nos ajude a reconhecer Jesus.

Jesus ensinando na sinagoga de Nazaré
(Greg K. Olsen, detalhe)

Fonte: Santa Sé.

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