Páginas

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Solenidade da Ascensão do Senhor em Jerusalém (2024)

No dia 09 de maio de 2024, 40 dias após a Páscoa, a Igreja celebrou a Solenidade da Ascensão do Senhor (que no Brasil é transferida para o domingo seguinte).

Em Jerusalém, como de costume, as celebrações da Solenidade tiveram lugar no Imbomón, a Edícula da Ascensão no Monte das Oliveiras, presididas pelo Vigário da Custódia Franciscana da Terra Santa, Padre Ibrahim Faltas, desde a oração das I Vésperas na tarde do dia anterior até a Santa Missa na manhã da quinta-feira.

08 de maio: I Vésperas

Procissão de entrada
Oração das Vésperas
Salmodia

Bênção

sábado, 11 de maio de 2024

Fotos da Proclamação do Jubileu 2025

Na quinta-feira, 09 de maio de 2024, o Papa Francisco presidiu no átrio da Basílica de São Pedro a cerimônia de proclamação do Jubileu de 2025, com a entrega da Bula Spes non confundit.

O Papa entregou cópias da Bula aos Arciprestes das quatro Basílicas Maiores e a outros oficiais da Cúria Romana [1]. Em seguida o Monsenhor Leonardo Sapienza, Protonotário Apostólico, leu uma síntese da Bula junto à Porta Santa.

Seguiram-se as II Vésperas da Solenidade da Ascensão do Senhor dentro da Basílica.

Os Cerimoniários assistentes foram Dom Diego Giovanni Ravelli e o Monsenhor Yala Banorani Djetaba. O livreto da celebração pode ser visto aqui.

Cópias da Bula Spes non confundit
Monição introdutória
Entrega da Bula
(Cardeal Gambetti, Arcipreste de São Pedro)
Cardeal Ryłko, Arcipreste de Santa Maria Maior
Monsenhor Leonardo Sapienza, Protonotário Apostólico

Homilia do Papa: Vésperas da Ascensão do Senhor

Entrega e Leitura da Bula anunciando o Jubileu 2025
II Vésperas da Solenidade da Ascensão do Senhor
Homilia do Papa Francisco
Basílica de São Pedro
Quinta-feira, 09 de maio de 2024

Por entre cânticos de júbilo, Jesus subiu ao Céu, onde está sentado à direita do Pai. Como acabamos de ouvir, Ele suportou a morte para que nos tornássemos herdeiros da vida eterna (cf. 1Pd 3,22). Por isso a Ascensão do Senhor não é afastar-se, separar-se, distanciar-se de nós, mas o cumprimento da sua missão: Jesus desceu até nós para nos fazer subir ao Pai; desceu até ao fundo para nos levar ao alto; desceu às profundezas da terra, para que o Céu pudesse abrir-se de par em par sobre nós. Destruiu a nossa morte para podermos receber a vida, e recebê-la para sempre.

Está aqui o fundamento da nossa esperança: subindo ao Céu, Cristo coloca no coração de Deus a nossa humanidade carregada de anseios e interrogações, dando-nos «a esperança de irmos um dia ao seu encontro, como membros do seu Corpo, para nos unir à sua glória imortal» (Prefácio da Ascensão).


Irmãos e irmãs, é esta esperança radicada em Cristo Morto e Ressuscitado que queremos celebrar, acolher e anunciar ao mundo inteiro no próximo Jubileu, que já está às portas. Não se trata de mero otimismo - digamos otimismo humano - nem de uma expectativa efêmera ligada a qualquer segurança terrena. Não! É uma realidade já atuada em Jesus e que diariamente é dada também a nós até chegarmos a ser um só no abraço do seu amor. A esperança cristã - escreve São Pedro - é «uma herança incorruptível, imaculada e indefectível» (1Pd 1,4). A esperança cristã sustenta o caminho da nossa vida, mesmo quando este se apresenta tortuoso e cansativo; abre diante de nós sendas de futuro, quando a resignação e o pessimismo quereriam manter-nos prisioneiros; faz-nos ver o bem possível, quando parece prevalecer o mal; a esperança cristã infunde-nos serenidade, quando o coração está oprimido pelo fracasso e o pecado; faz-nos sonhar com uma humanidade nova e torna-nos corajosos na construção de um mundo fraterno e pacífico, quando parece inútil empenharmo-nos. Esta é a esperança, o dom que o Senhor nos deu com o Batismo.

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Bula Spes non confundit sobre o Jubileu de 2025

No dia 09 de maio de 2024, Solenidade da Ascensão do Senhor, o Papa Francisco promulgou a Bula “Spes non confundit- “A esperança não engana” (Rm 5,5), convocando o Jubileu Ordinário de 2025. Para saber mais, confira nossa postagem sobre os Jubileus na história da Igreja.

Spes non confundit
Bula de Proclamação do Jubileu Ordinário do Ano de 2025

Francisco
Bispo de Roma, Servo dos servos de Deus
A quantos lerem esta Carta que a esperança lhes encha o coração

1. «Spes non confundit» - «A esperança não engana» (Rm 5,5). Sob o sinal da esperança, o Apóstolo Paulo infunde coragem à comunidade cristã de Roma. A esperança é também a mensagem central do próximo Jubileu, que, segundo uma antiga tradição, o Papa proclama a cada vinte e cinco anos. Penso em todos os peregrinos de esperança que chegarão a Roma para viver o Ano Santo e em quantos, não podendo vir à Cidade dos Apóstolos Pedro e Paulo, vão celebrá-lo nas Igrejas particulares. Possa ser, para todos, um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, «porta» de salvação (cf. Jo 10,7.9); com Ele, que a Igreja tem por missão anunciar sempre, em toda a parte e a todos, como sendo a «nossa esperança» (1Tm 1,1).

Todos esperam. No coração de cada pessoa, encerra-se a esperança como desejo e expectativa do bem, apesar de não saber o que trará consigo o amanhã. Porém, esta imprevisibilidade do futuro faz surgir sentimentos por vezes contrapostos: desde a confiança ao medo, da serenidade ao desânimo, da certeza à dúvida. Muitas vezes encontramos pessoas desanimadas que olham, com ceticismo e pessimismo, para o futuro como se nada lhes pudesse proporcionar felicidade. Que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança! A Palavra de Deus ajuda-nos a encontrar as razões para isso. Deixemo-nos guiar pelo que o Apóstolo Paulo escreve precisamente aos cristãos de Roma.

Logotipo do Jubileu 2025

Uma Palavra de esperança
2. «Uma vez que fomos justificados pela fé, estamos em paz com Deus por Nosso Senhor Jesus Cristo. Por Ele tivemos acesso, na fé, a esta graça na qual nos encontramos firmemente e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus (...). Ora a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5,1-2.5). São Paulo oferece-nos aqui vários pontos de reflexão. Sabemos que a Carta aos Romanos assinala uma passagem decisiva na sua atividade evangelizadora. Até então, desenvolvera-a na zona oriental do Império; agora espera-o Roma, com tudo o que esta representa aos olhos do mundo: um grande desafio, que há de enfrentar em nome do anúncio do Evangelho, que não conhece barreiras nem fronteiras. A Igreja de Roma não foi fundada por Paulo, mas este sente um vivo desejo de lá chegar logo que possível, para levar a todos o Evangelho de Jesus Cristo, Morto e Ressuscitado, como anúncio da esperança que realiza as promessas, introduz na glória e não desilude porque está fundada no amor.

3. Com efeito, a esperança nasce do amor e funda-se no amor que brota do Coração de Jesus transpassado na cruz: «Se de fato, quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com Ele pela morte de seu Filho, com muito mais razão, uma vez reconciliados, havemos de ser salvos pela sua vida» (Rm 5,10). E a sua vida manifesta-se na nossa vida de fé, que começa com o Batismo, desenvolve-se na docilidade à graça de Deus e é por isso animada pela esperança, sempre renovada e tornada inabalável pela ação do Espírito Santo.

Festa de Santo Estanislau em Cracóvia (2024)

No dia 08 de maio de 2023 o Arcebispo de Cracóvia, Dom Marek Jędraszewski, celebrou a Santa Missa da Festa de Santo Estanislau, Bispo e Mártir, no altar que guarda suas relíquias na Catedral dos Santos Estanislau e Venceslau, a Catedral de Wawel [1].

Durante a celebração, como de costume,  o Arcebispo conferiu a Ordenação Diaconal a um grupo de seminaristas da Arquidiocese. Neste ano de 2024 foram ordenados 08 novos diáconos.

Na tarde do mesmo dia o Cardeal Stanisław Dziwisz, Arcebispo Emérito de Cracóvia, também celebrou a Santa Missa no altar de Santo Estanislau.

Missa com Ordenações Diaconais

Os candidatos aguardam o início da celebração
Procissão de entrada
Incensação
Apresentação dos eleitos
Homilia

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio: Jesus Cristo 43

Confira nesta postagem as Catequeses nn. 66-67 do Papa São João Paulo II sobre Jesus Cristo, que integram a seção sobre o sentido e o valor da sua Morte.

Confira também a postagem introdutória desta série, com os links para as demais Catequeses, clicando aqui.

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio
CREIO EM JESUS CRISTO

66. A morte de Cristo como acontecimento histórico
João Paulo II - 28 de setembro de 1988

1. Nós professamos a nossa fé na verdade central da missão messiânica de Jesus Cristo: Ele é o Redentor do mundo mediante sua morte na cruz. Professamo-la com as palavras do Símbolo Niceno-Constantinopolitano, segundo o qual Jesus “por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado”. Ao professar esta fé, comemoramos a morte de Cristo também como um evento histórico, que, como a sua vida, nos é dado conhecer por fontes históricas seguras e autorizadas. Baseando-nos nessas fontes podemos e queremos conhecer e compreender também as circunstâncias históricas dessa morte, que cremos ter sido “o preço” da redenção do homem de todos os tempos.

2. Antes de tudo, como se chegou à morte de Jesus de Nazaré? Como se explica o fato de que Ele tenha sido condenado à morte pelos representantes da sua nação, que o entregaram ao “procurador” romano, cujo nome, transmitido pelos Evangelhos, consta também nos Símbolos da fé?

Por ora busquemos colher as circunstâncias que explicam “humanamente” a morte de Jesus. O evangelista Marcos, descrevendo o processo de Jesus diante de Pôncio Pilatos, anota que Ele foi entregue “por inveja” e que Pilatos era consciente desse fato: “Ele sabia que os sumos sacerdotes o haviam entregue por inveja” (Mc 15,10). Perguntemo-nos: por que esta inveja? Podemos encontrar suas raízes no ressentimento, não só pelo que Jesus ensinava, mas pelo modo como fazia. Se, segundo diz Marcos, Ele “ensinava como quem tem autoridade, não como os escribas” (Mc 1,22), esta circunstância devia mostrá-lo, aos olhos destes últimos, como uma “ameaça” ao seu próprio prestígio.

Cristo condenado por Pilatos (Antonio Ciseri)

3. De fato, sabemos que já o início do ensinamento de Jesus em sua cidade natal leva a um conflito. O Nazareno de trinta anos, com efeito, tomando a palavra na sinagoga, indica a si mesmo como Aquele no qual se cumpre o anúncio do Messias pronunciado por Isaías (cf. Lc 4,16ss). Isso provoca o espanto dos ouvintes e em seguida indignação, de modo que querem lançá-lo do monte “sobre o qual sua cidade estava construída”. Mas Ele, “passando pelo meio deles, continuou o seu caminho” (vv. 29-30).

Semana Santa 2024: Constantinopla

Como vimos em nossas postagens anteriores a respeito da Igreja Greco-Católica Ucraniana, neste ano de 2024 as Igrejas Orientais (Católicas e Ortodoxas) celebraram a Páscoa no dia 05 de maio (22 de abril no calendário juliano).

Nesta postagem, portanto, destacamos as celebrações da Semana Santa segundo o Rito Bizantino no Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, presididas pelo Patriarca Bartolomeu na Catedral de São Jorge em Istambul (Turquia):

28 de abril: Domingo de Ramos

Bênção dos ramos

02 de maio: Quinta-feira Santa - Matinas da Paixão

O Patriarca inicia a leitura dos Doze Evangelhos da Paixão

Exposição da Cruz

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Leitura litúrgica dos Livros de Jonas e Abdias

“Cada um deve afastar-se do mau caminho e de suas práticas perversas” (Jn 3,8).

Embora tradicionalmente seja contado dentro do grupo dos “doze profetas menores”, o Livro de Jonas (Jn) não é um escrito profético, e sim uma narrativa ou “novela bíblica”, semelhante aos Livros de Rute, EsterJudite e Tobias.

Nesta postagem da nossa série de postagens sobre a leitura litúrgica dos livros da Sagrada Escritura contemplaremos, pois, esta obra ímpar do Antigo Testamento (AT), mencionada inclusive por Jesus no Evangelho.

No final da postagem, por sua vez, falaremos brevemente da leitura litúrgica do Livro de Abdias (Ab), completando assim o grupo dos “profetas menores”.

1. Breve introdução ao Livro de Jonas

“Jonas, filho de Amitai” (ou Amati) é citado como profeta em 2Rs 14,25, tendo vivido no tempo em que Jeroboão II era rei de Israel (782-753 a. C.). O autor anônimo do Livro de Jonas faz uma “homenagem” a este profeta, emprestando seu nome para o personagem principal da sua narrativa, uma “parábola” de caráter didático.

Profeta Jonas
(Michelangelo - Capela Sistina)

A linguagem de Jonas, com efeito, nos remete ao período pós-exílico, sendo datado entre o final do período persa e o início da época helenista, ou seja, entre os séculos V e IV a. C., próximo a Joel e ao Dêutero-Zacarias (Zc 9–14).

Nesse sentido, a referência à cidade de Nínive é simbólica, dado que esta cidade, antiga capital do Império Assírio, havia sido destruída em 612 a. C., como anunciado pelo profeta Naum. Nínive aqui representa os povos estrangeiros, que Deus também chama a conversão.

Cada um dos quatro capítulos da narrativa compõe uma cena:
a) Jn 1: Jonas no mar;
b) Jn 2: Jonas no ventre do monstro marinho;
c) Jn 3: Jonas dentro de Nínive;
d) Jn 4: Jonas fora de Nínive.

Na primeira cena, após Deus enviá-lo a Nínive para pregar (Jn 1,1-2), Jonas foge, atraindo a ira divina sobre o barco. Note-se que o profeta é a causa do infortúnio, mas permanece dormindo, enquanto os marinheiros estrangeiros tratam-no bem e são piedosos, rezando a Deus e até oferecendo-lhe um sacrifício (Jn 1,16).

Jonas, lançado ao mar, é engolido por uma espécie de “monstro marinho”, dentro do qual permanece por três dias (Jn 2,1), linguagem simbólica que será interpretada como profecia da Ressurreição de Cristo (cf. Mt 12,40). No ventre do monstro Jonas entoa uma súplica, inspirada nos salmos.

O início da terceira cena retoma o início do livro, repetindo a ordem de Deus (Jn 3,1-2). Desta vez o profeta obedece e anuncia a mensagem à cidade: “Ainda quarenta dias e Nínive será destruída” (Jn 3,4). Mais uma vez o autor insiste na retidão dos estrangeiros: precisariam “três dias para percorrer a cidade”, mas bastou um dia para que o povo se arrependesse de seus pecados, fazendo jejum e penitência. Assim, a terceira cena termina com o perdão de Deus (Jn 3,10).

Por fim, Jonas senta-se fora da cidade, esperando sua destruição. Como esta não acontece, tem “um grande desgosto” e “fica irado”, a ponto de lamentar-se com Deus. Este conclui a obra proclamando seu amor por todas as criaturas, como ironicamente o próprio Jonas admite, citando Ex 34,6-7: “És um Senhor benigno e misericordioso, paciente e cheio de bondade, e que facilmente perdoas a punição” (Jn 4,2).

A maioria dos estudiosos entende o Livro de Jonas como uma crítica às reformas de Esdras e Neemias, que “fecharam” o Judaísmo às influências externas, proibindo casamentos com estrangeiros e realizando a construção do “muro” de Jerusalém, literal e figurativamente. Jonas é imagem do povo de Israel que precisa converter-se, abrindo-se à salvação universal desejada por Deus.

Para saber mais, confira a bibliografia indicada no final da postagem.

Jonas escapa do monstro marinho
(Pieter Lastman) 

2. Leitura litúrgica de Jonas: Composição harmônica

A narrativa de Jonas tem uma presença bastante “modesta” na Liturgia do Rito Romano, como veremos ao analisar sua leitura seguindo os dois critérios de seleção dos textos indicados no n. 66 do Elenco das Leituras da Missa (ELM): a composição harmônica e a leitura semicontínua [1].

Começamos, naturalmente, pela composição harmônica: a escolha do texto por sua sintonia com o tempo ou festa litúrgica.

terça-feira, 7 de maio de 2024

Semana Santa 2024: Igreja Católica Ucraniana (Parte 2)

Segunda parte do nosso registro das celebrações da Semana Santa segundo o Rito Bizantino presididas pelo Arcebispo-Maior da Igreja Greco-Católica Ucraniana, Dom Sviatoslav Shevchuk (Святосла́в Шевчу́к) na Catedral da Ressurreição em Kiev.

Neste ano de 2024, com efeito, as Igrejas Orientais (Católicas e Ortodoxas) celebraram a Páscoa no dia 05 de maio, que corresponde ao dia 22 de abril no calendário juliano.

Para acessar a primeira parte, com as imagens do Domingo de Ramos e da Quinta-feira Santa, clique aqui.

03 de maio: Vésperas da Exposição do “Santo Sudário”

O “Santo Sudário” ou epitaphion é uma imagem da deposição de Cristo no sepulcro venerada na Sexta-feira Santa


O Arcebispo proclama o Evangelho
Procissão com o “Santo Sudário”


Semana Santa 2024: Igreja Católica Ucraniana (Parte 1)

Neste ano de 2024 as Igrejas Orientais (Católicas e Ortodoxas) celebraram a Páscoa no dia 05 de maio, que corresponde ao dia 22 de abril no calendário juliano.

O Arcebispo-Maior da Igreja Greco-Católica Ucraniana, Dom Sviatoslav Shevchuk (Святосла́в Шевчу́к), presidiu as principais celebrações da Semana Santa segundo o Rito Bizantino na Catedral da Ressurreição em Kiev.

Destacamos nesta primeira parte as celebrações do Domingo de Ramos e da Quinta-feira Santa:

28 de abril: Divina Liturgia do Domingo de Ramos

O Arcebispo abençoa os fiéis
Incensação
Homilia
Grande Entrada
Profissão de fé (Creio)

Regina Coeli: VI Domingo da Páscoa - Ano B

Papa Francisco
Regina Coeli
Domingo, 05 de maio de 2024

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje o Evangelho fala-nos de Jesus que diz aos Apóstolos: “Já não vos chamo servos, mas amigos” (Jo 15,15). O que significa isto?

Na Bíblia, os “servos” de Deus são pessoas especiais, a quem Ele confia missões importantes, como por exemplo Moisés (cf. Ex 14,31), o rei Davi (2Sm 7,8), o profeta Elias (1Rs 18,36), até a Virgem Maria (Lc 1,38). São pessoas em cujas mãos Deus coloca os seus tesouros (Mt 25,21). Mas, segundo Jesus, tudo isto não basta para dizer quem somos para Ele; não é suficiente, é preciso mais, é preciso algo maior, que vai além dos bens e dos próprios projetos: é preciso a amizade.

Já quando crianças aprendemos como é bela esta experiência: oferecemos aos amigos os nossos brinquedos e os presentes mais bonitos; depois, à medida que crescemos, como adolescentes, confidenciamos-lhes os nossos primeiros segredos; como jovens oferecemos lealdade; como adultos partilhamos satisfações e preocupações; como idosos partilhamos as recordações, as considerações e os silêncios de dias longos. A Palavra de Deus, no Livro dos Provérbios, diz-nos que «o perfume e o incenso alegram o coração, e o conselho do amigo adoça a alma» (Pr 27,9). Pensemos por um momento nos nossos amigos, nas nossas amigas, e agradeçamos ao Senhor! Um espaço para pensar neles...

A amizade não é o resultado de um cálculo, nem de uma obrigação: ela surge espontaneamente quando reconhecemos no outro algo de nós próprios. E, se for verdadeira, a amizade é tão forte que não esmorece nem sequer perante a traição. «Um amigo ama sempre» (Pr 17,17) - diz ainda o Livro dos Provérbios -, como nos mostra Jesus quando diz a Judas, que o trai com um beijo: «Amigo, é por isso que estás aqui!» (Mt 26,50). Um verdadeiro amigo não te abandona, nem sequer quando cometes um erro: corrige-te, talvez te repreenda, mas perdoa-te e não te abandona.

E hoje Jesus, no Evangelho, diz-nos que para Ele nós somos precisamente isto, amigos: pessoas queridas, para além de qualquer mérito e expectativa, a quem Ele estende a mão e oferece o seu amor, a sua Graça, a sua Palavra; com quem - conosco, amigos - partilha o que lhe é mais caro, tudo o que ouviu do Pai (cf. Jo 15,15). Até o ponto de se tornar frágil por nós, de se colocar nas nossas mãos sem defesas e sem pretensões, porque nos ama. O Senhor ama-nos, como amigo quer o nosso bem e quer que participemos do seu.

Perguntemo-nos então: que rosto tem o Senhor para mim? O rosto de um amigo ou de um desconhecido? Sinto-me amado por Ele como uma pessoa querida? E qual é o rosto de Jesus que eu testemunho aos outros, especialmente àqueles que erram e precisam de perdão?

Que Maria nos ajude a crescer na amizade com o seu Filho e a difundi-la à nossa volta.

Jesus com os Apóstolos, seus amigos
(Eugène Burnand)

Fonte: Santa Sé.

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Ordenação Episcopal de Dom Flavio Pace

No dia 04 de maio de 2024, Sábado da V semana da Páscoa, teve lugar na Catedral de Santa Maria Nascente, o Duomo de Milão (Itália) a Santa Missa em Rito Ambrosiano para a Ordenação Episcopal de Dom Flavio Pace, eleito Arcebispo Titular de Dolia e Secretário do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos.

Anteriormente o Padre Flavio Pace, do clero da Arquidiocese de Milão, havia servido como Subsecretário do Dicastério para as Igrejas Orientais (2020-2024).

O ordenante principal foi Dom Mario Enrico Delpini, Arcebispo de Milão. Os co-ordenantes foram os Cardeais Leonardo Cardinal Sandri, Prefeito Emérito do Dicastério para as Igrejas Orientais, e Kurt Koch, Prefeito do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos.

Dom Flavio Pace com Dom Mario Delpini
Procissão de entrada
Ladainha de Todos os Santos
Imposição das mãos
Oração consecratória

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Ladainha da Santa Cruz

“A Cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória” (Gl 6,14).

No dia 03 de maio se celebram em alguns lugares festas em honra da Cruz, “eco” da antiga Festa da Invenção da Santa Cruz, que recordava a descoberta (em latim, inventio) das supostas relíquias da Cruz no início do século IV, atribuída à Imperatriz Santa Helena (†330).

Para saber mais, confira nossa postagem sobre a história da Festa da Exaltação da Santa Cruz.

Para recordar essa celebração, que neste ano de 2024 cai na sexta-feira, dia dedicado à memória da Paixão do Senhor, nesta postagem gostaríamos de resgatar a Ladainha da Santa Cruz (Litaniae de Sancta Cruce).

Glória da Cruz, “única esperança” (spes unica)

As ladainhas (em latim litania, do grego λιτή [lité], súplica), com efeito, série de invocações ou preces intercaladas por uma resposta, são formas de oração muito populares.

Além das oito Ladainhas aprovadas oficialmente pela Igreja, as únicas que podem ser entoadas nas celebrações litúrgicas - do Santíssimo Nome de Jesus; do Sagrado Coração de Jesus; do Preciosíssimo Sangue de Jesus; de Nossa Senhora; de São José; de Todos os Santos; de Jesus Cristo, Sacerdote e Vítima; e do Santíssimo Sacramento [1] -, sobretudo a partir do final da Idade Média surgiram várias outras Ladainhas a serem rezadas de maneira privada, como devoção pessoal, ou mesmo de forma comunitária, em momentos de oração fora da Liturgia (novenas, horas-santas, etc.).

É o caso da Ladainha da Santa Cruz, publicada em um célebre livro de orações editado em 1612, o Fasciculus Sacrarum Orationum et Litaniarum ad usum quotidianum Christiani hominis, ex sanctis Scripturis et Patribus collectus (Conjunto de Orações Sagradas e Ladainhas para uso quotidiano dos cristãos, extraídas das Sagradas Escrituras e dos Santos Padres). Do mesmo livro é a Ladainha para a Quaresma (Litaniae in Quadragesima), sobre a qual já falamos aqui em nosso blog.

Após as tradicionais invocações iniciais a Cristo (Kyrie eleison, Christe eleison...) e à Trindade, seguem-se 45 invocações à Santa Cruz, reunidas em nove grupos de cinco, cada um com uma resposta (defende-nos, protege-nos, salva-nos...). Essas invocações são em geral tomadas dos escritos dos Santos Padres (ex Sanctis Patribus), teólogos dos primeiros séculos do Cristianismo.

Seguem-se outras doze súplicas à Cruz para que nos livre do mal, com a resposta “libera nos Sancta Crux” (livra-nos, ó Santa Cruz), seguidas das tradicionais invocações a Cristo como Cordeiro de Deus. Concluem a Ladainha a oração do Senhor (Pai-nosso), alguns responsórios e cinco orações.

Confira a seguir o texto original da Ladainha (em latim), conforme presente no Fasciculus Sacrarum Orationum et Litaniarum, e uma tradução feita pela equipe do site do Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior, a partir da versão divulgada no site Preces Latinae, com pequenas correções feitas pelo autor desse blog.

Essa tradução, com efeito, omite algumas invocações, que acrescentamos a seguir. Além disso, se utiliza a 2ª pessoa do plural (vós) para referir-se à Cruz, que substituímos pela 2ª pessoa do singular (tu), que é a utilizada no original e em textos litúrgicos.

No futuro publicaremos uma postagem comentando as 45 invocações da Ladainha, aprofundando assim a “teologia” dessa que, de certa forma, foi a primeira devoção difundida no Brasil, “Terra de Santa Cruz”.

Essa Ladainha pode ser entoada de maneira privada, como devoção pessoal, ou em momentos de oração comunitária fora da Liturgia, na Festa da Exaltação da Santa Cruz (14 de setembro), durante a Quaresma e a Semana Santa e em outras celebrações em honra do mistério da Paixão do Senhor.

Relíquia da Cruz
(Basílica do Santo Sepulcro, Jerusalém)

 Litaniae de Sancta Cruce

Kyrie eleison. Kyrie eleison.
Christe eleison. Christe eleison.
Kyrie eleison. Kyrie eleison.

Christe, audi nos.
Christe, exaudi nos.

Pater de caelis, Deus, miserere nobis.
Fili, Redemptor mundi, Deus,
Spiritus Sancte, Deus,
Sancta Trinitas, unus Deus,

Crux, specula Patriarcharum et Prophetarum, defende nos.
Praeconium Apostolorum,
Corona Martyrum,
Gaudium Sacerdotum,
Gloriatio Virginum,

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio: Jesus Cristo 42

A quarta seção das Catequeses de São João Paulo II sobre a missão de Jesus Cristo, centrada no mistério do seu sacrifício, foi subdivida em três partes. Confira a seguir o início da 1ª parte, sobre o sentido e valor da Morte de Cristo (nn. 64-70).

Para acessar a postagem com a Introdução e o índice das Catequeses sobre o Creio do Papa polonês, clique aqui.

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio
CREIO EM JESUS CRISTO

IV. O sacrifício de Jesus Cristo
A. Sentido e valor da Morte de Cristo

64. Cristo, modelo do amor perfeito que atinge seu ápice no sacrifício da cruz
João Paulo II - 31 de agosto de 1988

1. A união filial de Jesus com o Pai se expressa no perfeito amor, que Ele constituiu como mandamento principal do Evangelho: “Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento. Este é o maior e o primeiro mandamento” (Mt 22,37s). Como sabemos, a esse mandamento Jesus une um segundo, “semelhante ao primeiro”: o do amor ao próximo (cf. Mt 22,39). E Ele mesmo se propõe como exemplo desse amor: “Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13,34). Ele ensina e entrega aos seus seguidores um amor exemplificado no modelo do seu amor.

A este amor podem ser certamente aplicadas as qualidades da caridade (do amor) enumeradas por São Paulo: “O amor é paciente, é benigno; não é invejoso, não é presunçoso nem arrogante... não é interesseiro... não leva em conta o mal sofrido... se alegra com a verdade. Tudo sofre... tudo suporta” (1Cor 13,4-7). Quando, na sua Carta, o Apóstolo apresentava aos seus destinatários de Corinto tal imagem da caridade evangélica, sua mente e seu coração certamente estavam impregnados pelo pensamento do amor de Cristo, para o qual desejava orientar a vida das comunidades cristãs, de modo que o seu “hino da caridade” pode ser considerado um comentário ao mandamento de amar segundo o modelo de Cristo-Amor (como dirá, tantos séculos depois, Santa Catarina de Siena): “Como Eu vos amei” (Jo 13,34).

Última Ceia (Antoni Estruch)
Note-se a sombra de Cristo, prefigurando a Paixão

São Paulo destaca em outros textos que o ápice desse amor é o sacrifício da cruz: “Sede, pois, imitadores de Deus como filhos queridos. Caminhai no amor, como Cristo também nos amou e se entregou a Deus por nós como oferenda e sacrifício” (Ef 5,1-2).
Para nós resulta agora instrutivo, construtivo e consolador considerar essas qualidades do amor de Cristo.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Leitura litúrgica do Livro de Zacarias 9–14

“Exulta, cidade de Sião! Rejubila, cidade de Jerusalém. Eis que teu rei vem ao teu encontro” (Zc 9,9).

Em uma postagem anterior da nossa série sobre a leitura litúrgica dos livros da Sagrada Escritura vimos que o Livro de Zacarias (Zc) é na verdade formado por duas obras de épocas diferentes: os capítulos 1–8, cuja presença na Liturgia analisamos na referida postagem, e os capítulos 9–14, que serão o conteúdo deste breve estudo.

1. Breve introdução ao Livro de Zacarias 9–14

Como vimos, os capítulos 1–8 são a obra do “Proto-Zacarias” (Primeiro Zacarias), contemporâneo do profeta Ageu, cuja preocupação central é a reconstrução do Templo de Jerusalém (520-518 a. C.).

Os capítulos 9–14, por sua vez, integram a obra do “Dêutero-Zacarias” (Segundo Zacarias), um profeta anônimo, cuja datação é incerta. A maioria dos estudiosos o situa no final do século IV a. C., no contexto das conquistas de Alexandre Magno da Macedônia. Isto faria do Dêutero-Zacarias o último dos profetas do Antigo Testamento.

Profeta Zacarias
(Michelangelo - Capela Sistina)

Embora alguns temas do Proto-Zacarias sejam retomados, como a aliança ou as promessas de abundância, desaparece aqui a preocupação central com o Templo e nenhum personagem é nomeado (como Zorobabel ou Josué, referidos diversas vezes nos capítulos 1–8).

No capítulos do Dêutero-Zacarias predominam os oráculos sobre a vinda do Messias, com frequentes referências a outros textos do Antigo Testamento (AT), sobretudo aos “profetas maiores” (Isaías, Jeremias e Ezequiel) e aos Salmos.

Podemos dividir esses capítulos em duas partes bem definidas (a ponto de alguns estudiosos defenderem que a segunda parte seria obra de um “terceiro-Zacarias”):

1ª parte: Zc 9–11:
a) Zc 9,1–10,2: o Messias humilde e pacífico contrapõe-se às nações estrangeiras em guerra;
b) Zc 10,3–11,3: espécie de “novo êxodo”, com um desfile jubiloso diante do qual caem as nações inimigas, representadas pelo Egito e pela Assíria;
c) Zc 11,4-17: acusação contra os maus pastores (Deus “quebra” sua aliança com eles).

2ª parte: Zc 12–14:
a) Zc 12–13: Deus promete proteger Jerusalém dos seus inimigos e o povo se purifica de seus pecados;
b) Zc 14: combate escatológico e vitória definitiva do Senhor.

Na primeira parte predomina a poesia e há várias referências geográficas, enquanto a segunda parte é em prosa e localizada em Jerusalém.

O tema da escatologia é bastante presente na obra, sobretudo na segunda parte, onde se repete 17 vezes a fórmula escatológica: “Naquele dia acontecerá...”. Utilizam-se também muitas imagens simbólicas, próprias da literatura apocalíptica.

Se no Proto-Zacarias tínhamos o Templo como centro, o Dêutero-Zacarias gira em torno da cidade de Jerusalém: sua purificação em Zc 13,1-2 pode ser considerada o centro da obra. A partir dela o Reino de Deus se estende por toda a terra.

As referências ao Messias, apresentado como rei, pastor e servo, tornaram este escrito um dos mais citados no Novo Testamento.

Para saber mais, confira a bibliografia indicada no final da postagem.

2. Leitura litúrgica de Zacarias 9–14: Composição harmônica

Não obstante sua presença relativamente “modesta” nas celebrações litúrgicas, analisaremos a leitura de Zacarias 9–14 seguindo os dois critérios de seleção dos textos indicados no n. 66 do Elenco das Leituras da Missa (ELM): a composição harmônica e a leitura semicontínua [1].

Começamos por suas leituras em composição harmônica, isto é, quando a escolha do texto se dá em sintonia com o tempo ou festa litúrgica.

Entrada messiânica de Jesus em Jerusalém (cf. Zc 9,9-10)
(Hippolyte Flandrin)

a) Celebração Eucarística

Seguindo o ciclo do Ano Litúrgico, antes ainda de considerarmos as leituras propriamente ditas, cabe destacar duas antífonas tomadas do nosso livro e entoadas no Ciclo do Natal, ambas anunciando a vinda do Senhor:

terça-feira, 30 de abril de 2024

Fotos da Missa do Papa em Veneza

No dia 28 de abril de 2024 o Papa Francisco presidiu sem celebrar a Missa do V Domingo da Páscoa (Ano B) na Praça de São Marcos em Veneza durante sua visita à cidade.

A Liturgia Eucarística, por sua vez, foi celebrada pelo Patriarca de Veneza, Dom Francesco Moraglia.

O Santo Padre foi assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli e pelo Monsenhor L'ubomir Welnitz.

Após a Missa o Papa se dirigiu à Basílica de São Marcos para venerar as relíquias do Evangelista.


O Papa aguarda o início da celebração
Incensação do altar
Sinal da cruz
Liturgia da Palavra