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quarta-feira, 3 de julho de 2024

Ângelus: Solenidade de São Pedro e São Paulo 2024

Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo
Papa Francisco
Ângelus
Sábado, 29 de junho de 2024

Caros irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje, Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, no Evangelho Jesus diz a Simão, chamado por Ele de Pedro: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus” (Mt 16,19). Por isso vemos com frequência São Pedro representado com duas grandes chaves na mão, como na estátua que se encontra aqui, nesta Praça. Essas chaves representam o ministério de autoridade que Jesus lhe confiou a serviço de toda a Igreja. Porque a autoridade é um serviço, e uma autoridade que não é serviço, é ditadura.

Estejamos atentos, porém, em compreender bem o significado disso. As chaves de Pedro, com efeito, são as chaves de um Reino, que Jesus não descreve como uma caixa forte ou uma câmara blindada, mas com outras imagens: uma pequena semente, uma pérola preciosa, um tesouro escondido, um punhado de fermento (cf. Mt 13,1-33), isto é, como algo de precioso e rico, sim, mas ao mesmo tempo de pequeno e pouco visível. Para alcançá-lo, por tanto, não é preciso acionar mecanismos e fechaduras de segurança, mas cultivar virtudes como a paciência, a atenção, a constância, a humildade, o serviço.

Portanto, a missão que Jesus confia a Pedro não é aquela de trancar as portas da casa, permitindo o acesso apenas a poucos convidados selecionados, mas de ajudar todos a encontrar o caminho para entrar, na fidelidade ao Evangelho de Jesus. Todos, todos, todos podem entrar.

E Pedro o fará durante toda a sua vida, fielmente, até o martírio, depois de ter experimentado primeiramente por si mesmo, não sem esforço e com muitas quedas, a alegria e a liberdade que nascem do encontro com o Senhor. Ele por primeiro, para abrir a porta a Jesus, teve que converter-se, e compreender que a autoridade é um serviço. E não foi fácil para ele. Pensemos: precisamente pouco depois de ter dito a Jesus: “Tu és o Messias”, o Mestre teve que repreendê-lo, porque se negava a aceitar a profecia da sua Paixão e Morte de cruz (cf. Mt 16,21-23).

Pedro recebeu as chaves do Reino não porque era perfeito - não, era um pecador -, mas porque era humilde, honesto e o Pai lhe havia dado uma fé sincera (cf. Mt 16,17). Portanto, confiando na misericórdia de Deus, soube sustentar e fortalecer, como lhe foi pedido, também os seus irmãos (cf. Lc 22,32).

Hoje podemos perguntar-nos: eu cultivo o desejo de entrar, com a graça de Deus, no seu Reino, e de ser, com a sua ajuda, guardião acolhedor também para os outros? E para fazê-lo, me deixo “polir”, suavizar, modelar por Jesus e por seu Espírito, o Espírito que habita em nós, em cada um de nós?

Maria, Rainha dos Apóstolos, e os Santos Pedro e Paulo nos obtenham, com as suas orações, ser uns para os outros guia e sustento para o encontro com o Senhor Jesus.


Tradução nossa a partir do original italiano. Fonte: Santa Sé.

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