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terça-feira, 11 de junho de 2024

Ângelus: X Domingo do Tempo Comum - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 09 de junho de 2024

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
O Evangelho da Liturgia de hoje (Mc 3,20-35) conta-nos que Jesus, depois de ter iniciado o seu ministério público, encontrou-se diante de uma dupla reação: a dos seus parentes, que estavam preocupados e temiam que Ele tivesse enlouquecido um pouco, e a das autoridades religiosas, que acusavam-no de agir movido por um espírito maligno. Na realidade, Jesus pregava e curava os doentes pelo poder do Espírito Santo. E foi precisamente o Espírito que o tornou divinamente livre, isto é, capaz de amar e servir sem medidas nem condicionamentos. Jesus livre. Detenhamo-nos um pouco para contemplar esta liberdade de Jesus.

Jesus era livre diante das riquezas: por isso, deixou a segurança da sua aldeia, Nazaré, para abraçar uma vida pobre e cheia de incertezas (cf. Mt 6,25-34), curando gratuitamente os doentes e quantos iam pedir-lhe ajuda, sem nunca exigir nada em troca (cf. Mt 10,8). Esta é a gratuidade do ministério de Jesus. É também a gratuidade de qualquer ministério.

Era livre diante do poder: de fato, embora chamasse muitos a segui-lo, nunca obrigou ninguém a fazê-lo, nem procurou o apoio dos poderosos, mas colocou-se sempre do lado dos últimos, ensinando aos seus discípulos a fazer o mesmo, como Ele tinha feito (cf. Lc 22,25-27).

Por fim, Jesus era livre perante a busca da fama e da aprovação, e por isso nunca renunciou a dizer a verdade, mesmo à custa de não ser compreendido (cf. Mc 3,21), de se tornar impopular, ao ponto de morrer na cruz, não se deixando intimidar, nem comprar, nem corromper por nada nem por ninguém (cf. Mt 10,28).

Jesus era um homem livre. Livre perante as riquezas, livre perante o poder, livre perante a busca da fama. E isto é importante também para nós. Porque se nos deixarmos condicionar pela busca do prazer, do poder, do dinheiro ou da fama, tornamo-nos escravos dessas coisas. Se, pelo contrário, deixarmos que o amor gratuito de Deus encha e dilate o nosso coração, e se o deixarmos transbordar espontaneamente, oferecendo-o aos outros, com todo o nosso ser, sem receios, cálculos ou condicionamentos, então crescemos em liberdade e difundimos também o seu bom perfume à nossa volta.

Por isso podemos perguntar-nos: sou uma pessoa livre? Ou deixo-me aprisionar pelos “mitos” do dinheiro, do poder e do sucesso, sacrificando a estes a serenidade e a paz, minha e a dos outros? Espalho, nos ambientes em que vivo e trabalho, ar fresco de liberdade, de sinceridade, de espontaneidade?

Que a Virgem Maria nos ajude a viver e a amar como Jesus nos ensinou, na liberdade dos filhos de Deus (cf. Rm 8,15.20-23).


Fonte: Santa Sé.

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