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terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Ângelus: VI Domingo do Tempo Comum - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 11 de fevereiro de 2024

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho de hoje apresenta-nos a cura de um leproso (Mc 1,40-45). Ao doente que suplica, Jesus responde: «Eu quero, fica curado!» (v. 41). Pronuncia uma frase muito simples, que logo é posta em prática. De fato, «no mesmo instante a lepra desapareceu e ele ficou curado» (v. 42). É este o estilo de Jesus com aqueles que sofrem: poucas palavras e fatos concretos.

Muitas vezes, no Evangelho, o vemos comportar-se assim com os que sofrem: surdos (cf. Mc 7,31-37), paralíticos (Mc 2,1-12) e muitos outros necessitados (Mc 5). Ele faz sempre assim: fala pouco e as palavras são imediatamente seguidas de ações: inclina-se, toma pela mão, cura. Não se prolonga em discursos ou interrogatórios, muito menos em pietismos e sentimentalismos. Ao contrário, mostra a delicada modéstia de quem escuta com atenção e age com solicitude, de preferência sem chamar a atenção.

É uma forma maravilhosa de amar, e como é bom que a imaginemos e a assimilemos! Pensemos também em quando encontramos pessoas que se comportam assim: sóbrias nas palavras, mas generosas nas ações; relutantes em exibir-se, mas prontas a tornar-se úteis; eficazes na ajuda porque estão dispostas a ouvir. Amigos e amigas aos quais se pode dizer: “Queres ouvir-me?”, “Queres ajudar-me?”, com a confiança de ouvir uma resposta, quase com as palavras de Jesus: “Sim, quero, estou aqui para ti, para te ajudar!”. Esta concretude é ainda mais importante em um mundo, como o nosso, onde parece ganhar terreno uma virtualidade evanescente das relações.

Escutemos, pelo contrário, como nos provoca a Palavra de Deus: «Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem falta de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos”, mas não lhes der o necessário para o corpo, de que lhes serve isso?» (Tg 2,15-16). É isto que diz o Apóstolo Tiago. O amor precisa de concretude, o amor precisa de presença, o amor precisa de um encontro, o amor precisa de tempo e de espaço dados: não pode ser reduzido a palavras bonitas, a imagens em uma tela, a selfies de um momento ou a mensagens apressadas. São instrumentos úteis, que podem ajudar, mas não são suficientes para o amor, não podem substituir a presença concreta.

Perguntemo-nos hoje: sou capaz de escutar as pessoas, estou disponível para os seus bons pedidos? Ou invento desculpas, procrastino, escondo-me atrás de palavras abstratas e inúteis? Concretamente, quando foi a última vez que fui visitar uma pessoa sozinha ou doente - cada um responda no seu coração - ou quando foi a última vez que mudei os meus planos para ir ao encontro das necessidades de quem me pediu ajuda?
Maria, solícita no cuidado, nos ajude a sermos prontos e concretos no amor.

Jesus cura o leproso (Harold Copping)

Fonte: Santa Sé.

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