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segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Ângelus: XXIII Domingo do Tempo Comum - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 10 de setembro de 2023

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje o Evangelho fala-nos da correção fraterna (Mt 18,15-20), que é uma das expressões mais elevadas do amor, mas também uma das mais difíceis, porque não é fácil corrigir os outros.  Quando um irmão na fé comete uma falta contra ti, tu, sem rancor, ajuda-o, corrige-o: ajudar corrigindo.

Infelizmente, porém, a primeira coisa que muitas vezes se cria à volta de quem erra é a fofoca, em que todo mundo fica sabendo do erro, com todos os pormenores, exceto a pessoa em questão! Isto não está certo, irmãos e irmãs, isto não agrada a Deus. Não me canso de repetir que a fofoca é uma chaga na vida das pessoas e das comunidades, pois traz divisão, traz sofrimento, traz escândalo, e nunca ajuda a melhorar, nunca ajuda a crescer. Um grande mestre espiritual, São Bernardo, dizia que a curiosidade estéril e as palavras superficiais são os primeiros degraus da escada da soberba, que não eleva, mas abaixa, precipitando o homem na perdição e na ruína (cf. Os graus da humildade e da soberba).

Jesus, porém, ensina-nos a comportarmo-nos de forma diferente. Eis o que Ele nos diz hoje: «Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-o, mas em particular, a sós» (v. 15). Fala com ele «cara a cara», fala com lealdade, para ajudá-lo a compreender onde erra. E fá-lo para o seu próprio bem, superando a vergonha e encontrando a verdadeira coragem, que não significa falar mal, mas dizer-lhe as coisas na cara com mansidão e gentileza.

Mas, podemos perguntar-nos, e se isso não for suficiente? E se ele não compreender? Então, há que procurar ajuda. Mas atenção: não é a do pequeno grupo que tagarela! Jesus diz: «Toma contigo mais uma ou duas pessoas» (v. 16), ou seja, pessoas que queiram realmente ajudar aquele irmão ou aquela irmã que errou.

E se ele continuar a não compreender? Então, diz Jesus, envolve a comunidade. Mas, mais uma vez, sejamos claros: não se trata de colocar a pessoa na berlinda, de envergonhá-la publicamente, mas sim de unir os esforços de todos para ajudá-la a mudar. Apontar o dedo contra não é bom, na verdade, muitas vezes torna mais difícil para quem errou reconhecer o seu erro. Pelo contrário, a comunidade deve fazer-lhe sentir que, ao mesmo tempo que condena o erro, está próxima com a oração e o afeto à pessoa, sempre pronta a oferecer-lhe o perdão, a compreensão e um novo começo.

Então perguntamo-nos: como me comporto com quem erra contra mim? Guardo-o dentro de mim e acumulo rancor? “Me pagarás”: esta palavra, que vem tantas vezes, “me pagarás...”. Faço disto um motivo para falarem pelas costas? “Sabes o que aquele fez”? e por aí fora... Ou sou corajoso, corajosa, e procuro falar com ele ou com ela? Rezo por ele ou por ela, peço ajuda para fazer o bem? E as nossas comunidades tomam conta dos que caem, para que se possam levantar e começar uma nova vida? Apontam o dedo ou abrem os braços? E tu, o que fazes: apontas o dedo ou abres os braços?
Maria, que continuou a amar mesmo quando ouvia as pessoas condenarem o seu Filho, nos ajude a procurar sempre o caminho do bem.


Fonte: Santa Sé.

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