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terça-feira, 29 de agosto de 2023

Ângelus: XXI Domingo do Tempo Comum - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 27 de agosto de 2023

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje, no Evangelho (Mt 16,13-20), Jesus faz uma boa pergunta aos discípulos: «Quem dizem os homens ser o Filho do homem?» (v. 13).

É uma pergunta que também podemos fazer a nós mesmos: o que dizem as pessoas de Jesus? Geralmente coisas positivas: muitos o veem como um grande mestre, como uma pessoa especial: boa, justa, coerente, corajosa... Mas será isto suficiente para compreender quem é e, sobretudo, será suficiente para Jesus? Parece que não. Se Ele fosse apenas uma figura do passado - como as figuras mencionadas no mesmo Evangelho, João Batista, Moisés, Elias e os grandes profetas eram para as pessoas da época - seria apenas uma bela recordação de um tempo passado. E isso não agrada a Jesus. Portanto, logo a seguir, o Senhor faz aos discípulos a pergunta decisiva: «E vós - vós! -, quem dizeis que Eu sou?» (v. 15). Quem sou Eu para vós agora? Jesus não quer ser um protagonista da história, mas quer ser protagonista do teu hoje, do meu hoje; não um profeta distante: Jesus quer ser o Deus próximo!

Irmãos e irmãs, Cristo não é uma memória do passado, mas o Deus do presente. Se fosse apenas uma figura histórica, imitá-lo hoje seria impossível: nos encontraríamos perante a grande vala do tempo e, sobretudo, perante o seu modelo, que é como uma montanha muito alta e inalcançável; desejosos de escalá-la, mas desprovidos da capacidade e dos meios necessários. Em vez disso, Jesus está vivo: recordemo-lo, Jesus está vivo, Jesus vive na Igreja, vive no mundo, Jesus acompanha-nos, Jesus está ao nosso lado, oferece-nos a sua Palavra, oferece-nos a sua graça, que iluminam e restabelecem no caminho: Ele, guia experiente e sábio, está feliz por nos acompanhar nos caminhos mais difíceis e nas subidas mais árduas.

Queridos irmãos e irmãs, no caminho da vida não estamos sozinhos, porque Cristo está conosco, Cristo ajuda-nos a caminhar, como fez com Pedro e com os outros discípulos. É precisamente Pedro, no Evangelho de hoje, que compreende isto e, por graça, reconhece em Jesus «o Cristo, o Filho de Deus vivo» (v. 16): «Tu és o Cristo, Tu és o Filho de Deus vivo», diz Pedro; não é um personagem do passado, mas o Cristo, isto é, o Messias, aquele que é esperado; não um herói morto, mas o Filho de Deus vivo, que se fez homem e veio partilhar as alegrias e as fadigas do nosso caminho. Não desanimemos se às vezes o cume da vida cristã parecer demasiado alto e o caminho demasiado íngreme. Olhemos para Jesus, sempre; olhemos para Jesus que caminha ao nosso lado, que acolhe as nossas fragilidades, partilha os nossos esforços e apoia o seu braço firme e suave sobre os nossos ombros fracos. Com Ele ao nosso lado, estendamos também a mão uns aos outros e renovemos a confiança: com Jesus, o que parece impossível por nós mesmos já não é impossível, com Jesus podemos ir em frente!

Hoje nos fará bem repetir a pergunta decisiva que sai da sua boca: «Quem dizeis que Eu sou?» (v. 15). Tu - diz-te Jesus - tu, quem dizes que Eu sou? Ouvimos a voz de Jesus a perguntar-nos isto. Em outras palavras: quem é Jesus para mim? Um grande personagem, um ponto de referência, um modelo inatingível? Ou é o Filho de Deus, que caminha ao meu lado, que pode me levar ao cume da santidade, onde não posso chegar sozinho? Jesus está realmente vivo na minha vida, Jesus vive comigo? É o meu Senhor? Confio-me a Ele nos momentos de dificuldade? Cultivo a sua presença através da Palavra, através dos Sacramentos? Deixo-me guiar por Ele, juntamente com os meus irmãos e irmãs, na comunidade?
Maria, Mãe do Caminho, nos ajude a sentir o seu Filho vivo e presente ao nosso lado.

Jesus entrega as chaves a Pedro após sua profissão de fé
(Nicolas Poussin)

Fonte: Santa Sé.

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