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terça-feira, 11 de julho de 2023

Ângelus: XIV Domingo do Tempo Comum - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 09 de julho de 2023

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho de hoje relata uma belíssima oração de Jesus, que se dirige ao Pai dizendo: «Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pequeninos» (Mt 11,25). Mas do que está falando Jesus? E quem são esses pequeninos a quem essas coisas são reveladas? Reflitamos sobre isto: as coisas pelas quais Jesus louva o Pai e acerca dos pequeninos que sabem recebê-las.

As coisas pelas quais Jesus louva o Pai. Pouco antes, o Senhor recordou algumas das suas obras: «Os cegos recuperam a vista... os leprosos são purificados... aos pobres é anunciado o Evangelho» (Mt 11,5), e revelou o seu significado, dizendo que são sinais da ação de Deus no mundo. Portanto, a mensagem é clara: Deus revela-se libertando e curando o homem - não o esqueçamos: Deus revela-se libertando e curando o homem - e o faz com um amor gratuito, um amor que salva. É por isso que Jesus louva o Pai: porque a sua grandeza consiste no amor e nunca age fora do amor. Mas esta grandeza no amor não é compreendida por aqueles que se presumem grandes e fazem de si um deus à sua imagem: poderoso, inflexível, vingativo. Em outras palavras, estes presunçosos não conseguem aceitar Deus como Pai; quem é cheio de si, orgulhoso, preocupado apenas com os próprios interesses - estes são os presunçosos -, convictos de que não precisam de ninguém. A este propósito, Jesus cita os habitantes de três cidades ricas da época, Corazim, Betsaida e Cafarnaum, onde fez muitas curas, mas cujos habitantes permaneceram indiferentes à sua pregação. Para eles, os milagres não passavam de acontecimentos espetaculares, úteis para fazer notícia e alimentar os mexericos: esgotado o seu interesse passageiro, arquivavam-nos, talvez para se ocuparem de outras notícias do momento. Não souberam acolher as grandes coisas de Deus.

Os pequeninos, pelo contrário, sabem acolhê-las e Jesus louva o Pai por eles: “Bendigo-te” - diz - porque revelaste o Reino dos Céus aos pequeninos”. Louva-o pelos simples, que têm o coração livre da presunção e do amor-próprio. Os pequeninos são aqueles que, como as crianças, se sentem necessitados e não autossuficientes, estão abertos a Deus e ficam maravilhados com as suas obras. Sabem ler os seus sinais, maravilham-se com os milagres do seu amor! Pergunto a cada um de vós, a mim também: sabemos maravilhar-nos com as coisas de Deus, ou tomamo-las como coisas passageiras?

Irmãos e irmãs, a nossa vida, se pensarmos bem, está cheia de milagres: está cheia de gestos de amor, de sinais da bondade de Deus. Perante eles, contudo, também o nosso coração pode ficar indiferente e tornar-se “rotineiro”, acostumado aos hábitos, curioso, mas incapaz de se deixar “impressionar”. Um coração fechado, um coração blindado, não tem a capacidade de se admirar. Impressionar é um bonito verbo que faz lembrar a película de um fotógrafo. Esta é a atitude correta perante as obras de Deus: fotografar as suas obras na mente, para que fiquem impressas no coração, e depois revelá-las na vida, através de muitos gestos de bem, para que a “fotografia” de Deus-amor se torne cada vez mais luminosa em nós e através de nós.

E agora perguntemo-nos, cada um de nós: na abundância de notícias que nos inundam, eu, como Jesus nos mostra hoje, sei deter-me nas grandes coisas de Deus, naquelas que Deus realiza? Deixo-me maravilhar como uma criança pelo bem que muda silenciosamente o mundo, ou perdi a capacidade de me admirar? E bendigo todos os dias o Pai pelas suas obras?
Maria, que exultou no Senhor, nos permita maravilharmo-nos com o seu amor e louvá-lo com simplicidade.


Após o Ângelus o Papa anunciou a celebração de um Consistório no próximo dia 30 de setembro, durante o qual criará 21 novos Cardeais.

Fonte: Santa Sé.

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