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sábado, 16 de abril de 2022

Missa da Ceia do Senhor presidida pelo Papa (2022)

Na tarde do dia 14 de abril de 2022, Quinta-feira da Semana Santa, o Papa Francisco retomou seu costume de celebrar a Missa da Ceia do Senhor (Missa in Coena Domini) em uma "periferia existencial", costume interrompido nos dois anos anteriores devido à pandemia de Covid-19.

O Santo Padre, assistido por Monsenhor Diego Giovanni Ravelli, celebrou a Missa na capela do Complexo Penitenciário de Civitavecchia, na região metropolitana de Roma, durante a qual lavou os pés de doze detentos.

Confira a seguir sua breve homilia e algumas imagens da celebração:

Santa Missa in Coena Domini
Homilia do Papa Francisco
Complexo Penitenciário de Civitavecchia
Quinta-feira Santa, 14 de abril de 2022

Toda Quinta-feira Santa lemos este trecho do Evangelho: é uma coisa simples. Jesus, com seus amigos, os seus discípulos, na ceia, a ceia da Páscoa; Jesus que lava os pés aos seus discípulos - uma coisa estranha, o que Ele fez: naquele tempo os pés eram lavados pelos escravos na entrada da casa. E depois, Jesus - com um gesto que também toca o coração - lava os pés do traidor, daquele que o vende. Assim é Jesus e nos ensina isto, simplesmente: vós deveis lavar os pés uns dos outros (Jo 13,14). É um símbolo: entre vós, deveis servir; um serve o outro, sem interesse. Que belo seria se fosse possível fazer isso todos os dias e a todas as pessoas: mas sempre há o interesse, que é como uma serpente que entra. E nós nos escandalizamos quando dizemos: “Fui àquela repartição pública e me fizeram pagar uma ‘gorjeta’” [no sentido de “suborno”]. Isto faz mal, porque não é bom. E nós, tantas vezes, na vida buscamos o nosso interesse, como se estivéssemos “dando gorjeta” entre nós. É importante, ao contrário, fazer tudo sem interesse: um serve ao outro, um é irmão do outro, um faz crescer o outro, um corrige o outro, e assim deve ser as coisas. Servir! E depois, o coração de Jesus, que chama o traidor de “amigo” e o espera até o fim: perdoa tudo. Isso gostaria de colocar hoje no coração de todos nós, inclusive no meu: Deus perdoa tudo e Deus perdoa sempre! Somos nós que nos cansamos de pedir perdão. E cada um de nós, talvez, tenha algo lá no coração, que carrega há algum tempo, que lhe “ronrona”, algum esqueleto escondido no armário. Pedi perdão a Jesus: Ele perdoa tudo. Apenas quer a nossa confiança em pedir perdão. Tu podes fazê-lo quando estás sozinho, quando estás com outros companheiros, quando estás com o sacerdote. Esta é uma bela oração para o dia de hoje: “Senhor, perdoa-me. Eu tentarei servir os outros, mas Tu serves a mim com o Teu perdão”. Ele pagou assim com o perdão [o Papa aponta para a cruz]. Este é o pensamento que gostaria de vos deixar. Servir, ajudar um ao outro e estar seguros de que o Senhor perdoa. E quanto perdoa? Tudo! E até quando? Sempre! Não se cansa de perdoa: somos nós que nos cansamos de pedir perdão.
E agora eu farei o mesmo gesto que fez Jesus: lavar os pés. Faço-o de coração, porque nós sacerdotes deveríamos ser os primeiros a servir os outros, não explorar os outros. O clericalismo às vezes nos leva por este caminho. Mas devemos servir. Este é um sinal, um sinal de amor por estes irmãos e irmãs e por todos vós, aqui presentes; um sinal que quer dizer: “Eu não julgo ninguém. Eu busco servir a todos”. Há Um que julga, mas é um Juiz um pouco estranho, o Senhor: julga e perdoa. Prossigamos esta celebração com o desejo de servir e perdoar uns aos outros.


Homilia do Santo Padre

Rito do Lava-pés




Apresentação das oferendas
Oração Eucarística

Agradecimentos ao Santo Padre no final da celebração

Homilia: Tradução nossa a partir do texto italiano divulgado no site da Santa Sé. Imagens: Vatican News.

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