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quarta-feira, 9 de junho de 2021

Ladainha do Sagrado Coração de Jesus meditada por João Paulo II (6)

Nesta postagem trazemos as meditações do Papa João Paulo II sobre a 10ª e a 11ª invocações da Ladainha:
Cor Iesu, bonitate et amore plenum, miserere nobis.
Cor Iesu, virtutum omnium abyssus, miserere nobis.

Para acessar a apresentação e o sumário com os links de todas as postagens desta série, clique aqui.

11. Coração de Jesus, cheio de bondade e de amor
Ângelus do dia 21 de julho de 1985

1. Coração de Jesus, cheio de bondade e de amor, tende piedade de nós.
Em nossa oração do Ângelus, desejamos dirigir-nos ao Coração de Cristo seguindo as palavras da Ladainha.
Desejamos falar ao Coração do Filho mediante o Coração da Mãe. Que pode haver de mais belo que o colóquio destes dois corações? Dele queremos participar.

2. O Coração de Jesus é fornalha ardente de caridade porque o amor possui algo da natureza do fogo, que arde e queima para iluminar e aquecer.
Ao mesmo tempo, no sacrifício do Calvário o Coração do Redentor não foi aniquilado com o fogo do sofrimento. Ainda que humanamente morto, como constatou o centurião romano transpassando com a lança o lado de Cristo, na economia divina da salvação este Coração permaneceu vivo, como manifestou a Ressurreição.

3. É aqui que o Coração vivo do Redentor ressuscitado e glorificado está cheio de bondade e de amor: infinita e superabundantemente cheio. O transbordar do coração humano alcança em Cristo a medida divina.
Assim foi este Coração já durante os dias de sua vida terrena. Testemunha-o o que está narrado no Evangelho. A plenitude do amor se manifesta através da bondade: através da bondade irradiava e se difundia sobre todos, em primeiro lugar sobre os sofredores e pobres. Sobre todos segundo suas necessidades e expectativas mais verdadeiras.
Assim é o Coração humano do Filho de Deus, inclusive depois da experiência da cruz e do sacrifício. Na verdade, ainda mais: transbordante de amor e de bondade.

4. No momento da Anunciação começou o colóquio do Coração da Mãe com o Coração do Filho. Unimo-nos hoje a este colóquio, meditando o mistério da Encarnação na oração do Ângelus.

12. Coração de Jesus, abismo de todas as virtudes
Ângelus do dia 28 de julho de 1985

1. Coração de Jesus, abismo de todas as virtudes, tende piedade de nós.
Sob o Coração da Mãe foi concebido o homem. O Filho de Deus foi concebido como homem. Para venerar o momento desta concepção, ou seja, o mistério da Encarnação, unimo-nos na oração do Ângelus.
Sob a luz do momento da concepção, sob a luz do mistério da Encarnação, contemplamos toda a vida de Jesus, nascido de Maria. Seguindo as invocações da Ladainha, buscamos descrever em certo sentido esta vida desde o interior: através do Coração.

2. O coração decide a profundidade do homem. E, em todo caso, indica a medida dessa profundidade, tanto na experiência interior de cada um de nós como na comunicação interpessoal. A profundidade de Jesus Cristo, indicada com a medida do seu Coração, é incomparável. Supera a profundidade de qualquer outro homem, porque não é apenas humana, mas ao mesmo tempo divina.

3. Esta profundidade divino-humana do Coração de Jesus é a profundidade das virtudes: de todas as virtudes. Como um verdadeiro homem, Jesus expressa a linguagem interior do seu Coração mediante as virtudes. Com efeito, analisando sua conduta se podem descobrir e identificar todas estas virtudes, como, historicamente, emergem do conhecimento da moral humana: as virtudes cardeais (prudência, justiça, fortaleza e temperança) e as outras que derivam delas (os santos possuíram estas virtudes em alto grau e, embora sempre com a graça divina, os grandes gênios do ethos humano).

4. A invocação da Ladainha fala de forma muito bela de um “abismo” das virtudes de Jesus. Este abismo, esta profundidade, significa um grau especial da perfeição de cada uma das virtudes e a sua particular força. Esta profundidade e esta força de cada uma das virtudes provêm do amor. Quanto mais enraizadas no amor estão todas as virtudes, tanto maior é sua profundidade.
É preciso acrescentar que, além do amor, também a humildade é decisiva para a profundidade das virtudes. Jesus disso: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29).

5. Ao recitar o Ângelus, peçamos a Maria para que nos aproxime cada vez mais do Coração do seu Filho. Para que nos ajude a aprender d’Ele, de suas virtudes.

Sagrado Coração de Jesus
(Catedral de São Patrício - El Paso, Texas, EUA)

Fonte: Santa Sé - 21 de julho e 28 de julho de 1985 (italiano; tradução nossa).

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