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terça-feira, 8 de junho de 2021

Ladainha do Sagrado Coração de Jesus meditada por João Paulo II (5)

As duas meditações que propomos nesta postagem dizem respeito à nona invocação da Ladainha:
Cor Iesu, iustitiae et amoris receptaculum, miserere nobis.

Para acessar a apresentação e o sumário com os links de todas as postagens desta série, clique aqui.

9. Coração de Jesus, receptáculo de justiça e de amor (I)
Ângelus do dia 30 de junho de 1985 - Visita a Teramo

1. Coração de Jesus, santuário de justiça e de amor, tende piedade de nós.
Do centro da nossa assembleia se eleva - como sempre a esta hora - a oração do Ângelus.
Meditemos junto com a Virgem de Nazaré o momento da Anunciação.
Meditemos o mistério da Encarnação.
“O Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14): de fato, veio habitar no seio de Maria, no seu Coração.

2. Entre o Coração da Mãe e o Coração do Menino, do Filho, há desde o início um vínculo estreito: uma esplêndida união de corações! O Coração de Maria é o primeiro que falou ao Coração de Jesus. O primeiro, pode-se dizer, que recitou a Ladainha a este Coração.
Todos nos unimos a ela.

3. Coração de Jesus, santuário de justiça: em Ti o Eterno Pai ofereceu à humanidade a justiça que há na Santíssima Trindade, em Deus mesmo. A justiça que vem de Deus constitui o fundamento definitivo de nossa justificação.
Esta justiça vem a nós mediante o amor. Cristo nos amou e se entregou a Si mesmo por nós (cf. Gl 2,20). E precisamente com este dar-se mediante o amor mais potente que a morte, nos justificou! “Ele foi ressuscitado para nossa justificação” (Rm 4,25).

4. Na hora do Ângelus professamos junto com a Mãe de Deus os mistérios do Sacratíssimo Coração de Jesus.
Estes mistérios, expressos de modo tão esplêndido nas invocações da ladainha, nos guiem, pelos caminhos da vida terrena, à pátria eterna do Coração divino, quando Deus enxugará toda lágrima dos olhos humanos (cf. Ap 7,17; 21,4), quando Ele mesmo será “tudo em todos” (1Cor 15,28).

10. Coração de Jesus, receptáculo de justiça e de amor (II)
Ângelus do dia 14 de julho de 1985

1. Coração de Jesus, santuário de justiça e de amor, tende piedade de nós.
A oração do Ângelus nos recorda cada vez aquele momento salvífico no qual, sob o Coração da Virgem de Nazaré, começou a bater o Coração do Verbo, do Filho de Deus. Em seu seio se fez homem, por obra do Espírito Santo. No seio de Maria foi concebido o homem e foi concebido o Coração.

2. Este Coração é - como todo coração humano - um centro, um santuário no qual palpita com um ritmo especial a vida espiritual. Coração, insubstituível ressonância de tudo que experimenta o espírito do homem.
Todo coração humano é chamado a pulsar com o ritmo da justiça e do amor. Por isto se mede a verdadeira dignidade do homem.

3. O Coração de Jesus bate com o ritmo da justiça e do amor segundo a própria medida divina! Este é precisamente o Coração do Deus-Homem. N’Ele se deve cumprir até o fim toda a justiça de Deus em relação ao homem e também, em certo sentido, a justiça do homem em relação a Deus. No Coração humano do Filho de Deus se oferece à humanidade a justiça do próprio Deus.
Esta justiça é ao mesmo tempo o dom do amor.
Mediante o Coração de Jesus o amor entra na história da humanidade como Amor subsistente: “Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito” (Jo 3,16).

4. Desejamos contemplar com os olhos da Virgem Imaculada a luz desse admirável mistério: a justiça que se revela como amor! Amor que enche até a borda toda a medida da justiça! E a transborda!
Oremos, para que mediante teu Coração, ó Mãe de Deus, o Coração de Jesus, como “santuário de justiça e de amor”, se converta para nós em “caminho, verdade e vida”.

Ícone do Sagrado Coração de Jesus
Em sua mão esquerda, o rolo "no qual estão escritos nossos pecados"
Este rolo será cancelado pelo mistério do amor-justiça de Cristo

Fonte: Santa Sé - 30 de junho e 14 de julho de 1985 (italiano; tradução nossa).

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