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segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Ângelus: Solenidade da Assunção de Maria 2020

Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria
Papa Francisco
Ângelus
Sábado, 15 de agosto de 2020

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
Quando o homem pôs os pés na lua, foi dita uma frase que se tornou famosa: “Este é um pequeno passo para um homem, um grande salto para a humanidade”. Com efeito, a humanidade atingiu um marco histórico. Mas hoje, na Assunção de Maria ao Céu, celebramos uma conquista infinitamente maior. Nossa Senhora pousou os pés no paraíso: não foi só em espírito, mas também com o corpo, totalmente. Este passo da pequena Virgem de Nazaré foi o grande salto em frente da humanidade. De pouco serve ir à lua se não vivermos como irmãos na Terra. Mas que uma de nós viva no Céu com o corpo dá-nos esperança: compreendemos que somos preciosos, destinados a ressuscitar. Deus não deixará que os nossos corpos desapareçam. Com Deus nada se perderá! Em Maria o objetivo é alcançado e temos diante dos nossos olhos a razão pela qual caminhamos: não para conquistar as coisas na terra, que desaparecem, mas para conquistar a pátria celeste, que é para sempre. E Nossa Senhora é a estrela que nos guia. Ela foi a primeira. Ela, como ensina o Concílio, «brilha como sinal de esperança segura e de consolação, para o Povo de Deus ainda peregrinante» (Lumen Gentium, n. 68).

O que nos aconselha a nossa Mãe? Hoje no Evangelho a primeira coisa que ela diz é: «A minha alma glorifica ao Senhor» (Lc 1,46). Nós, acostumados a ouvir estas palavras, talvez já não prestemos atenção ao seu significado. Glorificar literalmente significa “engrandecer”, ampliar. Maria “engrandece o Senhor”: não os problemas, que não lhe faltavam naquele momento, mas o Senhor. Quantas vezes, ao contrário, nos deixamos dominar pelas dificuldades e absorver pelo medo! Nossa Senhora não o faz, porque ela coloca Deus como a primeira grandeza da vida. Daqui nasce o Magnificat, daqui nasce a alegria: não da ausência de problemas, que mais cedo ou mais tarde vêm, mas a alegria nasce da presença de Deus que nos ajuda, que está próximo de nós. Porque Deus é grande. E acima de tudo, Deus olha para os mais pequeninos. Nós somos a Sua fraqueza de amor: Deus olha e ama os mais pequeninos.

Maria, de fato, reconhece-se pequena e exalta as «grandes coisas» (v. 49) que o Senhor fez por ela. Quais? Antes de mais, o inesperado dom da vida: Maria é virgem e concebe; e Isabel, que era idosa, também concebe uma criança. O Senhor faz maravilhas com os pequeninos, com aqueles que não se consideram grandes, mas que dão a Deus muito espaço na vida. Ele derrama a Sua misericórdia sobre aqueles que confiam n'Ele e eleva os humildes. Maria louva a Deus por isto.

E nós - podemos nós perguntar-nos - lembramo-nos de louvar a Deus? Agradecemos-Lhe as grandes coisas que Ele faz por nós? Por cada dia que nos dá, porque nos ama sempre e nos perdoa, pela sua ternura? E mais uma vez, por nos ter dado a sua Mãe, pelos irmãos e irmãs que põe no nosso caminho, porque nos abriu o Céu? Damos graças a Deus, louvamos a Deus por estas coisas? Se nos esquecermos do bem, o coração atrofia-se. Mas se, como Maria, nos lembrarmos das grandes coisas que o Senhor realiza, se pelo menos uma vez por dia O magnificarmos, então damos um grande passo em frente. Uma vez por dia podemos dizer: “Louvo ao Senhor”; “Bendito é o Senhor”: é uma pequena oração de louvor. Isto é louvar a Deus. O coração, com esta pequena oração, alarga-se, a alegria aumenta. Peçamos a Nossa Senhora, porta do Céu, a graça de começar cada dia erguendo o nosso olhar para o Céu, para Deus, e dizer: “Obrigado!”, como dizem os pequeninos aos grandes.

Assunção de Maria (Guido Reni)

Fonte: Santa Sé.

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