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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Liturgia nas Diretrizes para a formação dos presbíteros da Igreja no Brasil

Durante sua 56ª Assembleia Geral, que aconteceu de 11 a 20 de abril de 2018 no Santuário de Aparecida, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aprovou as novas Diretrizes para a formação dos presbíteros da Igreja no Brasil.

As Diretrizes foram em seguida encaminhadas para a Congregação para o Clero para eventuais correções, tendo seu texto definitivo publicado no final de 2019 como o Documento n. 110 da CNBB.

Em nosso blog já analisamos sob o ponto de vista da Liturgia a Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis (Documento O dom da vocação presbiteral), publicada pela Congregação para o Clero em 2016, da qual derivam nossas Diretrizes. É nelas que identificaremos agora as menções à Liturgia, aos sacramentos e à piedade popular.


Capítulo I: Coordenadas da formação presbiteral
A primeira referência à Liturgia nas Diretrizes encontra-se na 1ª parte do capítulo 1, intitulada “Contexto como desafio”. Dentre os desafios elencados está “o mundanismo, o relaxamento na disciplina e os abusos na Liturgia” (n. 12).

Encontramos outro desafio relacionado à Liturgia no n. 67 das Diretrizes, na 2ª parte do Capítulo II, mas que por afinidade temática indicamos aqui. Trata-se do “cuidado somente exterior e ostentado com a ação litúrgica”, que o n. 42 da Ratio Fundamentalis havia assinalado.

Na 2ª parte deste Capítulo I encontramos, como indica o título, os “Fundamentos teológicos” do itinerário de formação presbiteral. Parte-se, como indica o n. 29, dos “sacramentos da Iniciação à Vida Cristã, como fonte do seguimento de Cristo, da missão e do testemunho cristão” e do “sacramento da Ordem, como fonte da configuração sacramental a Cristo Pastor e Cabeça da Igreja e da identidade do presbítero”.

A vocação batismal será explanada nos nn. 30-33 e a configuração a Cristo operada no sacramento da Ordem nos nn. 34-38, que retomam os nn. 31-33 da Ratio. O n. 36 das Diretrizes cita textualmente o n. 33 da Ratio, que define o presbítero como “mestre da Palavra e ministro dos sacramentos”.

As reflexões iniciais sobre o presbítero concluem com o n. 41, letra g. Neste parágrafo são elencados diversos “nomes” do presbítero: ao se referirem a ele como “sacerdote” as Diretrizes recordam: “É ele que reúne a comunidade para o momento mais alto e mais importante de sua existência, a Celebração Eucarística”.


Capítulo II: Itinerário da formação presbiteral
Na 1ª parte do Capítulo II, intitulada “Características, períodos e metas”, encontramos uma referência à Liturgia como meta do processo formativo, o qual visa “capacitar os futuros presbíteros para o ministério da Palavra, para o ministério do culto e da santificação e para o ministério do pastoreio como serviço ao Reino e à Igreja” (n. 60) [1].

Na 5ª parte do mesmo capítulo, onde são delineados os “Objetivos específicos” da formação presbiteral, encontramos outras referências à Liturgia. Primeiramente o n. 73, letra e, retoma o ministério do culto como meta do processo: “formar para o exercício do ministério do culto e da santificação, a fim de que, pela oração e pelo desempenho da sagrada Liturgia, realizem a obra da salvação por meio do sacrifício eucarístico, dos outros sacramentos e demais expressões celebrativas”.

No mesmo n. 73 encontramos na letra d, que versa sobre o ministério da Palavra, uma referência especial à homilia, a qual se insere em um contexto litúrgico.

O n. 74, por sua vez, expressa os objetivos na forma dos anseios do povo de Deus por determinados tipos de presbíteros. Dois fazem referência à Liturgia e aos sacramentos:
n. 74a: “Presbíteros discípulos (...) que se nutram da Palavra de Deus, da Eucaristia e da oração, e abracem a cruz de cada dia”;
n. 74d: “Presbíteros cheios de misericórdia (...) disponíveis para administrar o sacramento da Reconciliação (...)”.

Capítulo III: Período do primeiro discernimento
O capítulo III trata da pastoral vocacional (1ª parte) e do Seminário Menor (2ª parte). No que se refere ao Seminário Menor, retomando o n. 21 da Ratio, as Diretrizes definem entre seus objetivos ajudar o candidato a desenvolver “a vida litúrgica e sacramental, a devoção mariana e os demais exercícios de piedade” (n. 108).

Capítulo IV: Período da formação inicial
Na introdução do Capítulo IV encontramos, no n. 120, algumas características do processo formativo. Dentre estas, na letra d, encontra-se: “ambiente comunitário que favoreça a fraternidade. Uma convivência madura e sadia que ajude o formando, convocado pela Palavra, a desabrochar o seu ser ‘homem de palavra’, vivendo no amor e na verdade, como ser de relação celebrada na Eucaristia”.

A 1ª parte deste Capítulo IV trata do “Seminário Propedêutico”. Aqui encontramos duas referências à Liturgia, como celebração e como objeto de estudos.

Primeiramente, no n. 130, letra b, ao elencar os elementos constitutivos desta etapa, as Diretrizes delineiam a dimensão espiritual, definida como “iniciação à experiência de Deus e de amizade com Jesus Cristo, por meio (...) da celebração diária da Eucaristia, (...) das celebrações da Palavra, (...) da confissão frequente e direção espiritual; da devoção mariana, (...) da piedade popular; participação em acontecimentos importantes em nível de Igreja; noções de Liturgia e espiritualidade; cuidado especial para a integração fé-vida”. Este parágrafo retoma o n. 59 da Ratio, a qual porém acrescentava outro componente importante omitido aqui: a Liturgia das Horas.

Por fim, no que se refere ao Propedêutico, a Liturgia se faz presente como objeto de estudo, como já havia indicado o n. 157b da Ratio: “introdução (...) à Liturgia, mediante o estudo do Catecismo da Igreja Católica e dos livros litúrgicos” (n. 134b das Diretrizes).


A 2ª parte do Capítulo IV, intitulada “Seminário Maior e suas etapas” é o texto mais longo e mais completo das Diretrizes, razão pela qual a maioria das referências à Liturgia do documento se encontram aqui.

Primeiramente, na introdução desta 2ª parte, o Seminário é definido como o lugar onde “os futuros presbíteros compartilham a vida, a exemplo da comunidade apostólica ao redor do Cristo Ressuscitado: oram juntos, celebram a mesma Liturgia que culmina na Eucaristia (...)” (n. 140) [2].

No ponto 2.4, que trata da “Equipe dos formadores”, aparece primeiramente a referência a Cristo como formador “na sua Palavra e nos sacramentos” (n. 153), já indicada na Ratio, n. 125. Também retomando a Ratio (n. 136) aparece aqui a figura do Diretor Espiritual, reafirmado como o responsável pela “condução dos vários serviços de piedade e da vida litúrgica do seminário” (n. 153).

O ponto 2.6, que traz os “Objetivos e exigências da formação no Seminário Maior”, ao elencar no n. 159 alguns objetivos do Seminário, apresenta na letra d: “organizar com fidelidade e regularidade as celebrações comunitárias da Liturgia das Horas, da Eucaristia, da Penitência, das práticas de piedade em equilíbrio com a multiplicidade de compromissos, trabalho, estudo e atividades pastorais”.

Antes de entrar nas quatro dimensões da formação no Seminário, o ponto 2.8 traz o tema da “vida comunitária” como um valor que as perpassa. Aqui se afirma que, através da experiência de vida comunitária, o formando “aprofunda a sua experiência de Igreja que, enraizada no Evangelho e na celebração dos Mistérios de Cristo, responde ao seu chamado” (n. 175).

O ponto 2.9 é o texto mais longo das Diretrizes, pois apresenta as quatro dimensões da formação já delineadas na Exortação Pastores Dabo Vobis: humana, espiritual, pastoral e intelectual. Ao tratar da dimensão espiritual as Diretrizes trarão os textos mais importantes sobre a Liturgia, como já fizera a Ratio.

O n. 210 recorda os sacramentos da iniciação cristã, que são o fundamento de todo o percurso formativo, sobretudo em sua etapa inicial: “(...) o propedêutico deve oferecer uma verdadeira Iniciação à Vida Cristã, progressiva e sistemática, fundamentada na Palavra de Deus e no Ritual de Iniciação Cristã de Adultos”.

O n. 211, por sua vez, traz um elenco de meios que fortalecem a vida espiritual, que serão aprofundados nos parágrafos seguintes. Dentre estes meios são dignos de nota:
211b: “As celebrações e vivência dos sacramentos, principalmente da Eucaristia diária e da Reconciliação”;
211d: “A celebração da Liturgia das Horas, cotidiana e integral, quer comunitária, quer particular”;
211e: “A autêntica devoção à Virgem Maria e a São José, seu esposo”.

Após o n. 212, que trata da Palavra de Deus, os nn. 213-214 são os que tratam mais detalhadamente da importância da Liturgia no Seminário. Dado sua centralidade, reproduzimo-los na íntegra:

“213. A presença de Cristo no hoje da Igreja também se expressa nos gestos salvíficos dos Sacramentos e no culto litúrgico. O futuro presbítero, que será o principal animador e servidor da celebração litúrgica, tenha uma participação consciente e ativa na Liturgia. O Ano Litúrgico, sobretudo com suas festas e tempos mais fortes, oriente a espiritualidade comunitária do seminário e contribua para formar o futuro presbítero como presidente das celebrações litúrgicas e mestre de oração dos fiéis. Cuide-se da formação litúrgica no âmbito pessoal e comunitário, teórico e vivencial, pastoral e espiritual. É necessário superar toda e qualquer separação entre a arte da celebração e a participação plena, ativa e frutuosa de todos os fiéis” [3].

“214. A iniciação à vida litúrgica receba, no tempo do seminário, cuidado especial, oferecendo momentos e experiências marcantes que permitam ao seminarista, mediante o estudo e a vivência, compreender a beleza da Liturgia, amadurecendo a capacidade de viver e presidir as celebrações litúrgicas com arte, fé e competência. Assim, o seminarista é iniciado na ars celebrandi que exprime precisamente a capacidade dos ministros ordenados e de toda a assembleia, reunida para a celebração, de atuar e de viver o sentido de cada um dos atos litúrgicos. Trata-se de uma arte que se faz uma só coisa com o compromisso da contemplação e da coerência cristã. Através dos ritos e das orações, é necessário deixar-se alcançar e impregnar intimamente pelo Mistério’” [4].


Após o n. 215 apresentar o tema da oração, o n. 216 reflete sobre o sacramento da Eucaristia:

A celebração da Eucaristia, ponto culminante da oração cristã, seja o centro e cume da vida do seminário, onde se torna presente cotidianamente o mistério da comunhão com Deus em Cristo e se adquire força para a vivência da missão na caminhada rumo à Páscoa definitiva. O futuro presbítero seja levado a reconhecer e vivenciar as diversas dimensões da Eucaristia: sacrifício, memorial, sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal. Descubra especialmente a dimensão eclesial da Eucaristia e sua significação para o povo cristão, como sinal de esperança na caminhada da libertação. Ame-a como realidade que contém todo o bem espiritual da Igreja e de onde emana toda a sua força; nela alimente e interiorize o espírito comunitário e o zelo pela unidade, o espírito apostólico e a caridade pastoral. ‘A participação cotidiana na Celebração Eucarística, que encontra a sua natural continuidade na adoração eucarística, permeia a vida do seminarista, de modo a que, ao longo dela, possa amadurecer uma constante união com o Senhor’. O culto prestado à Eucaristia fora da Missa é de um valor inestimável na vida da Igreja e está ligado intimamente com a celebração do Sacrifício Eucarístico. É bom demorar-se com o Senhor e, inclinado sobre seu peito, como o discípulo predileto (Jo 13,25), deixar-se tocar pelo amor infinito do seu coração. O futuro presbítero encontre, portanto, na Eucaristia, o princípio e a fonte de unidade de sua própria vida” [5].

Na sequência, o n. 217 reflete sobre o sacramento da Reconciliação:

Em resposta à Palavra de Deus e sustentado pela força da Eucaristia, no âmbito da formação espiritual deve-se demonstrar a beleza e a alegria do Sacramento da Penitência. Seja dada atenção permanente à dimensão penitencial da vida cristã, que consiste em morrer ao pecado e ressuscitar para a vida nova em Cristo. Pela prática do perdão e da penitência, renove-se constantemente a conversão pessoal e a graça batismal. O seminarista seja educado para a percepção dos aspectos pessoais e sociais do pecado, o sentido da misericórdia divina e a estima do ministério da Reconciliação. Os formadores deem testemunho da grandeza deste Sacramento. A celebração regular e frequente do sacramento da Penitência, preparado através de um cotidiano exame de consciência, torna-se ocasião para que o seminarista possa reconhecer, com humildade, as próprias fragilidades e os próprios pecados, e, sobretudo, para que possa compreender e experimentar a alegria de sentir-se amado e perdoado pelo Senhor’” [6].

Por fim, nesta sequência de parágrafos, o n. 218 traz-nos o tema da música litúrgica:

A música litúrgica é parte integrante e significativa da ação ritual. Ela tem uma força especial para atingir os corações e, enquanto parte integrante do rito, uma grande eficácia pedagógica para levar os seminaristas a mergulhar no mistério celebrado. Eles devem contar com uma boa iniciação ao canto litúrgico e ao seu significado teológico e espiritual”.

Cumpre dizer que este é um tema novo, que não havia aparecido na Ratio. Porém, em comparação com ela, faltam aqui os parágrafos referentes à Liturgia das Horas e à piedade popular.

Conclui a reflexão sobre a dimensão espiritual da formação o n. 222, que pede o justo equilíbrio entre a disciplina comum do seminário e as iniciativas pessoais do formando. Assim, “o regimento interno do seminário apresente as celebrações litúrgicas comunitárias, os momentos de oração e silêncio, dias de retiro, as práticas de piedade e devoções populares (o rosário, a via-sacra, a visita e a adoração ao Santíssimo, entre outras), atendendo às exigências características da espiritualidade própria do presbítero diocesano”.

No que se refere à dimensão pastoral, o n. 233 elenca, dentre as iniciativas pastorais, o exercício dos ministérios instituídos, que o candidato recebe durante a etapa dos estudos teológicos: “assumir os serviços próprios de sua condição ministerial (leitor, acólito, diácono), a fim de se preparar para o ministério presbiteral” (n. 233h).

Por fim, ao tratar da dimensão intelectual, as Diretrizes retomam o que já havia sido estabelecido na Ratio: elencam a Liturgia entre as disciplinas básicas dos estudos teológicos (Diretrizes, n. 276; Ratio, n. 167), além de apresentar também as disciplinas ministeriais, dentre as quais quatro fazem referência à Liturgia: Ars celebrandi, com especial atenção para a homilética; Iniciação ao ministério da confissão; Nova Evangelização, com atenção à piedade popular, inculturação do Evangelho, hagiografia; Arte sacra, incluindo a música sacra (Diretrizes, n. 283; Ratio, nn. 177-179.181).


Capítulo V: Projeto formativo
Na 4ª parte do Capítulo V, intitulada “Cuidados pastorais no projeto formativo” menciona-se o papel dos párocos e vigários paroquiais dos seminaristas como formadores. Dentre outros elementos, eles testemunham aos candidatos “a prática da oração, da meditação e da Liturgia das Horas” (n. 313).

Ainda no Capítulo V, em sua 6ª parte (Orientações práticas) há uma reflexão sobre o espaço físico do Seminário, no qual se encontra a capela (n. 326a):

A capela: ambiente fundamental, nobre, de singela beleza, aconchegante e de frequência diária para a celebração da Eucaristia e demais celebrações litúrgicas, para a meditação, a oração e a contemplação”.

Capítulo VI: Ritos, ministérios e ordenações
O Capítulo VI é todo dedicado aos ritos que acompanham o itinerário formativo, como sintetiza o n. 338:

As etapas da formação inicial dos futuros presbíteros estão marcadas pela celebração dos diversos ritos que acompanham o seu desenvolvimento: admissão entre os candidatos às ordens sacras, instituição de leitor, instituição de acólito, profissão de fé, juramento de fidelidade, Ordenação diaconal e Ordenação presbiteral. Estes ritos têm significado vocacional e eclesial, devendo sempre ser precedidos de adequada preparação, de modo a permitir a vivência generosa do seu sentido e de suas exigências”.

O primeiro rito, apresentado nos nn. 340-343, é a admissão às ordens sacras. Como sintetiza o n. 343: “O rito de admissão tem uma dimensão espiritual e eclesial. É uma manifestação pública da decisão firme por parte do candidato de seguir o itinerário de formação à vida e missão presbiteral proposto pela Igreja”.

Na sequência temos o ministério da Palavra, através do rito de instituição de leitor (nn. 344-345). “O ministério de leitor propõe ao seminarista o ‘desafio’ de deixar-se transformar pela Palavra de Deus, objeto da sua oração e do seu estudo; ela despertará o seu coração para o anúncio e a missionariedade” (n. 345).

O terceiro rito é o ministério do altar, isto é, o rito de instituição de acólito (nn. 346-347). A preparação para a recepção deste ministério deve incluir “o conhecimento da Sagrada Liturgia (...), o cultivo da espiritualidade eucarística e a vivência sacramental” (n. 346), uma vez que “a concessão do ministério de acólito implica uma participação mais profunda no mistério de Cristo que se doa e está presente na Eucaristia, na assembleia e no irmão” (n. 347).

Dos ministérios instituídos passa-se ao ministério ordenado com o rito de ordenação diaconal (nn. 348-349). A preparação para este sacramento contempla “a vivência do tríplice múnus que caracteriza o diaconado: a Palavra, a Liturgia e a Caridade” (n. 348). O mesmo pode ser dito do rito de ordenação presbiteral (nn. 350-351).

Capítulo VII: Período da formação permanente
O Capítulo VII trata da formação permanente dos presbíteros, cuja importância, como indica o n. 361, deve ser despertada desde o Seminário “por meio da leitura e meditação da Palavra de Deus, da celebração da Eucaristia (...)”.

Esta formação permanente se dá através da pastoral presbiteral, que possuía uma dimensão espiritual, na qual a Liturgia está presente:

Dimensão espiritual: A pastoral presbiteral deve ajudar a cultivar uma verdadeira espiritualidade com base na caridade pastoral, que dê sentido e vigor ao agir pastoral dos presbíteros, bebendo nas fontes da Palavra, da caridade e dos Sacramentos, especialmente da Eucaristia cotidiana e da Reconciliação, na oração pessoal e comunitária, na Liturgia das Horas, na leitura orante da Palavra de Deus, na leitura espiritual, na devoção a Maria, na direção espiritual, na vida em comunidade e no serviço aos pobres e sofredores” (n. 379)


Conclusão
Por fim, na conclusão das Diretrizes, no n. 395, é proposta uma oração que, dentre outros elementos, retoma o binômio Palavra-Eucaristia presente em vários parágrafos que analisamos aqui. Segue a oração na íntegra:

Senhor Jesus Cristo, que dissestes ‘a messe é grande, mas os operários são poucos’, nós vos pedimos: enviai muitas e santas vocações para o serviço missionário do povo santo de Deus. Ao ver a multidão cansada e abatida, como ovelha sem pastor, vos compadecestes dela (Mt 9,36). Vinde em auxílio de vossa Igreja! Ela precisa de presbíteros santos que, na caridade pastoral, alimentem o vosso povo com o pão da Palavra e da Eucaristia. Que vosso Espírito Santo faça com que nossos presbíteros e seminaristas sejam mansos e humildes de coração, simples nas atitudes, fortes na unidade, firmes na fé, repletos de esperança e solícitos na caridade. Que a Virgem Maria, Senhora Aparecida, vossa mãe amorosa e bondosa, se una a esta nossa prece pela perseverança e pela santidade de nossos presbíteros e seminaristas, a fim de que façam sempre a vossa misericordiosa vontade. Amém”.

Notas:
[1] O trecho citado das Diretrizes retoma o n. 4 do Decreto Optatam Totius do Concílio Vaticano II.
[2] Esta é uma citação do Documento de Aparecida, n. 316.
[3] A última parte deste parágrafo é uma referência ao n. 38 da Exortação Sacramentum Caritatis do Papa Bento XVI. A menção do Ano Litúrgico, por sua vez, retoma o n. 102 da Ratio Fundamentalis.
[4] O trecho entre aspas simples é uma citação da Mensagem do Papa João Paulo II ao Prefeito da Congregação para o Culto Divino, Cardeal Francis Arinze, datada de 03 de março de 2005, por ocasião da Assembleia Plenária da Congregação.
[5] O trecho entre aspas simples é uma citação da Ratio, n. 104. Este parágrafo remete ainda para a Exortação Sacramentum Caritatis (nn. 47.10), aos Decretos Presbyterorum Ordinis (nn. 6.5.14b) e Christus Dominus (n. 15) do Concílio Vaticano II e à Exortação Evangelii Gaudium do Papa Francisco (n. 25).
[6] O trecho entre aspas simples é uma citação da Ratio, n. 106. Este parágrafo remete ainda para a Exortação Pastores Dabo Vobis (n. 48).

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