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terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Ângelus do Papa: Batismo do Senhor - Ano A

Festa do Batismo do Senhor
Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 12 de janeiro de 2020

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
Mais uma vez tive a alegria de batizar algumas crianças na hodierna Festa do Batismo do Senhor. Hoje eram 32. Rezemos por elas e pelas suas famílias.
A Liturgia deste ano propõe-nos o evento do Batismo de Jesus segundo a narração do Evangelho de Mateus (Mt 3,13-17). O evangelista descreve o diálogo entre Jesus, que pede o batismo, e João Batista, que se opunha e observa: «Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti, e Tu vens a mim?» (v. 14). Esta decisão de Jesus surpreende o Batista: de fato, o Messias não precisa de ser purificado; é Ele quem purifica. Mas Deus é o Santo, os seus caminhos não são os nossos, e Jesus é o Caminho de Deus, um caminho imprevisível. Lembremo-nos de que Deus é o Deus das surpresas.
João tinha declarado que havia uma distância abismal e intransponível entre ele e Jesus. «Não sou digno de lhe descalçar as sandálias» (Mt 3,11), dissera ele. Mas o Filho de Deus veio precisamente para colmar esta distância entre o homem e Deus. Se Jesus está todo do lado de Deus, ele também está todo do lado do homem, e reúne o que estava dividido. É por isso que ele responde a João: «Deixa por agora. Convém que cumpramos assim toda a justiça» (v. 15). O Messias pede para ser batizado para que se cumpra toda a justiça, para que se realize o desígnio do Pai, que passa pelo caminho da obediência filial e da solidariedade com o homem frágil e pecador. É o caminho da humildade e da total proximidade de Deus aos seus filhos.
O profeta Isaías também anuncia a justiça do Servo de Deus, que cumpre a sua missão no mundo com um estilo contrário ao espírito mundano: «não gritará, não levantará a voz, não clamará nas ruas. Não quebrará a cana rachada, não apagará a mecha que ainda fumega» (42,2-3). É a atitude de mansidão - é isto que Jesus nos ensina com a sua humildade, a mansidão -, a atitude de simplicidade, de respeito, de moderação e de escondimento, que também hoje é exigida aos discípulos do Senhor. Quantos - é triste dizê-lo - quantos discípulos do Senhor se pavoneiam por serem discípulos do Senhor. Aquele que se pavoneia não é um bom discípulo. O bom discípulo é humilde, é manso, é aquele que pratica o bem sem o ostentar. Na ação missionária, a comunidade cristã é chamada a ir ao encontro dos outros propondo sempre e nunca impondo, dando testemunho, partilhando a vida concreta do povo.
Assim que Jesus foi batizado no rio Jordão, os céus abriram-se e o Espírito Santo desceu sobre ele como uma pomba, enquanto do alto ressoou uma voz que dizia: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus todo o meu agrado» (Mt 3,17). Na festa do Batismo de Jesus, redescubramos o nosso batismo. Assim como Jesus é o Filho amado do Pai, também nós, renascidos da água e do Espírito Santo, sabemos que somos filhos amados - o Pai ama-nos a todos! -, objeto do agrado de Deus, irmãos de muitos outros, investidos de uma grande missão para testemunhar e anunciar a todos os homens o amor sem limites do Pai.
Esta festa do Batismo de Jesus faz-nos recordar o nosso Batismo. Também nós renascemos no Batismo. No Batismo, o Espírito Santo veio para permanecer em nós. Por isso é importante saber qual é data do meu Batismo. Nós sabemos qual é a data do nosso nascimento, mas nem sempre sabemos a data do nosso Batismo. Certamente alguns de vós não a sabem... trabalhos de casa. Quando voltardes para casa perguntai: quando fui batizada? Quando fui batizado? E festejai no coração a data do Batismo todos os anos. Fazei-o. É também um dever de justiça para com o Senhor, que tem sido tão bom conosco.
Que Maria Santíssima nos ajude a compreender cada vez mais o dom do Batismo e a vivê-lo com coerência nas situações de cada dia.


Fonte: Santa Sé

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