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quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Ângelus: XXXII Domingo do Tempo Comum - Ano C

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 10 de novembro de 2019

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
A página evangélica de hoje (Lc 20,27-38) oferece-nos um ensinamento maravilhoso de Jesus sobre a ressurreição dos mortos. Alguns saduceus perguntam a Jesus, os quais não acreditavam na ressurreição e por isso o provocam com uma pergunta insidiosa, ou seja, de quem será esposa depois da ressurreição a mulher que teve sete maridos sucessivos, todos irmãos entre si, que morreram um após o outro? Jesus não cai na armadilha e responde que os ressuscitados no além «não se casam, sejam homens ou mulheres, porque já não podem morrer: são semelhantes aos anjos e, sendo filhos da ressurreição, são filhos de Deus» (vv. 35-36). É assim que Jesus responde.

Com esta resposta, Jesus convida em primeiro lugar os seus interlocutores - e também nós - a pensar que esta dimensão terrena em que vivemos agora não é a única, mas existe outra, já não sujeita à morte, na qual se manifestará plenamente que somos filhos de Deus. É motivo de grande conforto e esperança escutar esta palavra de Jesus, simples e clara, sobre a vida para além da morte; precisamos dela especialmente no nosso tempo, tão rico em conhecimento do universo, mas tão pobre em sabedoria sobre a vida eterna.

Esta certeza clara de Jesus sobre a ressurreição baseia-se inteiramente na fidelidade de Deus, que é o Deus da vida. De fato, a pergunta dos saduceus esconde uma questão mais profunda: não só de quem será esposa a viúva de sete maridos, mas de quem será a sua vida. É uma dúvida que diz respeito ao homem de todos os tempos e também a nós: depois desta peregrinação terrena, o que será da nossa vida? Pertencerá ao nada, à morte?

Jesus responde que a vida pertence a Deus, que nos ama e se preocupa muito conosco, a ponto de ligar o seu nome com o nosso: Ele é «o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó. Ora, Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; pois, para Ele, todos estão vivos» (vv. 37-38). A vida subsiste onde há vínculo, comunhão, fraternidade; e é uma vida mais forte do que a morte quando se constrói sobre verdadeiras relações e vínculos de fidelidade. Pelo contrário, não há vida quando se tem a pretensão de pertencer apenas a si mesmo e de viver como ilhas: nestas atitudes prevalece a morte. É egoísmo. Se eu viver para mim, estou a semear a morte no meu coração.

Que a Virgem Maria nos ajude a viver cada dia na perspectiva do que recitamos na parte final do Credo: «Creio... na ressurreição da carne e na vida eterna». Esperar o além.

Patriarcas Abraão, Isaac e Jacó

Fonte: Santa Sé.

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